Shattered escrita por Nash


Capítulo 20
His Last Vow




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John abriu um sorriso. Ele ainda era capaz de lembrar como se fosse ontem do dia que tinha arrumado Patricia para o batizado. Havia sido a tanto tempo atrás. Ele ainda era um pai desajeitado lutando para pegar o jeito, mas com a ajuda de Mrs. Hudson tudo havia dado certo.

Agora, ele mal podia acreditar que havia outra criança na vida dele e de Sherlock. Agora, eles repetiam todo o ritual para oficializar os laços do pequenino com os padrinhos. O médico olhou em direção a Anthony e viu que ele descansava tranquilo após uma mamadeira nos braços da mãe do esposo. O filho havia sido o primeiro a estar completamente arrumado para a ocasião, usando umas roupas sociais de tamanho de bebê que competiam fortemente em fofura com os vestidos de Pattie.

A sogra sorriu de volta para ele enquanto procurava um lugar confortável para se sentar, deu um beijo na testa do neto e ficou admirando-o. John observou os dois e o momento que os pais de Sherlock descobriram que possuíam um segundo neto lhe veio à mente. Ambos não entenderam nada no início (como todas as outras pessoas), mas após uma explicação rápida e nada completa do moreno houve uma grande comemoração deles. E John se sentiu orgulhoso ao ver o marido que antes abominava o conceito de família, exibindo os dois filhos com tanto orgulho. Apesar da maneira estranha que Anthony tinha vindo ao mundo, qualquer um poderia perceber o quanto Sherlock o amava e queria bem.

— Parece que tenho Sherlock bebê nos braços outra vez – a sogra comentou orgulhosa. John sempre seria grato pela maneira afetuosa como eles receberam Pattie como parte da família, mas o olhar de carinho que ela direcionava ao pequeno Tony, era algo realmente bonito de ser ver. – Será se Sherlock e Pattie já estão prontos? Temos que tomar cuidado para não chegarmos atrasados...  

— Eu vou verificar, Sra. Holmes – John respondeu.

Por um momento, o médico realmente duvidou que o marido tivesse dado conta de se arrumar e arrumar Patricia, mas ao chegar no quarto percebeu que estava completamente errado. A filha estava em cima da cama com um vestido dourado e os cachos dourados alinhados com um arco decorado e Sherlock estava de frente para o espelho terminando o nó na gravata.

— Você pode calça-la, John? – Sherlock o observava através do reflexo do espelho. – Os sapatos estão ao lado do criado-mudo.

John fez que sim com a cabeça e fez o que o marido pediu. Tentou chamar a atenção de Pattie para poderem ir, mas ela não lhe deu atenção distraída com os brinquedos. Então, ele pegou o que sabia ser o preferido dela e não demorou muito para que a filha estivesse em seus braços. A partir daí, foi apenas um pulo para que todos estivessem na sala arrumados e prontos para ir à igreja.

Como padrinhos foram escolhidos Gregory Lestrade e Molly Hooper. O detetive inspetor sempre fora um amigo fiel dos dois e foi natural que ele surgisse como escolha. John ainda perguntou ao esposo se não era o caso de pôr Mycroft no posto, mas o moreno foi veemente sobre não querer outro Holmes próximo demais do filho, ele próprio já era o bastante. Já a médica era uma das babás preferidas de Pattie e quando conheceu o novo integrante da família Watson-Holmes também se derreteu de amores e queria sempre se voluntariar como babá da vez sempre que possível.

A cerimônia foi bonita e simples, sem John ter certeza de quem estava mais entediado: Sherlock ou Pattie. A filha quase fez birra, mas Mrs. Hudson a levou para dar uma volta e quando voltou com sorvete, a pequena ficou quieta o restante do tempo. Na hora das fotos Molly e Lestrade foram os primeiros a tira-las. John quase poderia acreditar que eram um casal se não soubesse do que estava acontecendo por “debaixo dos panos”. Os pais de Sherlock pegaram Anthony em seguida e fizeram uma sequência de fotos sorridente, mas quando John o pegou em seguida, viu que o pequeno estava inquieto e começava a choramingar.

 – Nós temos uma vida para tirar fotos com ele, John. Meus pais, Lestrade e Molly já o fizeram e é isso que importa. – Sherlock sentenciou.

Era hora de todos voltarem para Baker Street e aproveitarem a pequena comemoração que haviam organizado.

***

Ao voltar para casa, a primeira coisa que John pôs os olhos foi em Sherlock deitado no sofá. Antigamente, era a posição rotineira que o moreno usava quando estava entediado e/ou aborrecido esperando que um novo caso aparecesse para deixa-lo animado outra vez. Porém, quando se tem crianças em casa as coisas mudam de figura e a ideia de ficar entediado porque não tem nada para fazer, desaparece. Agora, o sofá era apenas uma maneira prática de tirar um cochilo enquanto as crianças dormiam. Às vezes, com ele próprio. Por incontáveis vezes havia sido Patricia a acompanhante dele na situação, mas agora era Anthony que descansava tranquilo em cima do peito do pai.

As caixas que estavam sendo empacotadas para a mudança que viria no dia seguinte preenchiam o resto do aposento. Quase tudo já estava pronto, restando apenas os livros e anotações de Sherlock. John se aproximou da mesa do computador e viu que em cima dela estavam, finalmente, os dois documentos que Mycroft havia prometido.

O primeiro deles era a certidão de nascimento de Anthony com uma data de nascimento conferida com a mulher que havia sido a babá dele pelos primeiros meses de vida e o sobrenome que enchia o médico de orgulho.

Watson-Holmes.

 Era o nome que tinha conquistado após tantos anos ao lado de Sherlock. Após tanto amor sendo contido e tanta coisa que tinha acontecido com eles e entre eles, aquele nome era como um grande letreiro gigante apontando para os dois, avisando a todos os outros que eles tinham conseguido. Se amavam tanto que tinha feito uma família.

O segundo documento era a certidão de nascimento de Patricia atualizada com o sobrenome “Holmes” e o nome de Sherlock na filiação. Ela sempre o fora, mas agora era oficialmente filha do moreno como era dele. E Tony era seu filho como era de Sherlock. Ele piscou duas vezes quase não acreditando....

Afinal, de todas as pessoas que moravam na Inglaterra, ele, John, um homem simples, comum, até mesmo quebrado, tinha sido a chave para desvendar o coração do detetive. Sem poder evitar acabava por ter tanto orgulho disso. Tinha orgulho de ter ensinado a Sherlock como ele era uma boa pessoa, como era um cara incrível e, principalmente, de como poder amar não era o pesadelo que ele imaginava. Amar era libertador. Ainda mais quando tinham os dois pequenos na equação. O homem que antes recusava um simples título de “amigo”, agora era um pai atencioso e amoroso.

John beijou as duas certidões, as colocou dentro de um envelope pardo e, em seguida, em sua pasta de couro que havia separado para os documentos importantes. Então, deu meia volta e foi devagarzinho até o esposo. Abaixou-se e mexeu no seu cabelo escuro com carinho para que ele despertasse. Sherlock abriu os olhos cintilantes com um sorriso e perguntou com a voz ainda rouca do sono:

— Já voltou?

— Eu disse que apenas atenderia os pacientes já marcados, luv.— O loiro sorriu de volta e então indagou – Aonde está Pattie?

— Com Mrs. Hudson. Ela ainda está inconsolável que vamos partir amanhã e disse que queria passar o restante do dia com a afilhada.

— Perguntou de novo se ela não quer ir conosco? – John indagou brincalhão. Quando avisaram a todos que iriam se mudar, afim de poderem dar uma vida longe de todo aquele sufoco que era Londres para as crianças, a senhoria foi, de longe, a mais inconsolável. Afinal, na falta da mãe biológica havia sido ela quem havia preenchido o papel materno que Pattie podia precisar. Mas, agora tanto ele quanto Sherlock estavam bem treinados na arte de cuidar de bebês, tão acostumados que decidiram ter o segundo. O médico deu um sorriso amarelo, pois sabia bem que morreriam de saudades de Mrs. Hudson, mas Baker Street era mais dela do que haviam sido deles dois.

— Perguntei, mas ela apenas resmungou e levou Pattie – Sherlock respondeu.

— E esse aqui? – John passou a mão nas costas de Anthony.

— Passou o dia cheio de dengo.

Anthony, como que percebendo que estavam falando dele, começou a despertar com um resmungo extremamente fofo e abriu os olhos devagar. John viu seus olhos azuis pequeninos como os de Sherlock e sorriu para ele. Ele não tinha certeza, mas para qualquer um que perguntasse, o médico diria que o filho sorriu o sorriso banguela mais fofo de todos em seguida.

John o pegou dos braços de Sherlock e lhe deu um beijo no alto da cabeça como costumava dar em Pattie. O cheirinho dele era bom como o da filha havia sido. Havia momentos que ele sentia falta de quando ela era daquele tamanhinho, mas não podia negar que adorava vê-la crescendo e aprendendo a cada dia. Tony seria a mesma coisa, tinha certeza. Estavam sempre preocupados com mamadeiras e fraldas, mas quando menos percebessem o rapazinho estaria pulando e correndo com a irmã por aí.

Sherlock se espreguiçou ao levantar do sofá e indagou:

— Eu preciso terminar de guardar meus livros. Você pode banhá-lo, amor?

— Claro, luv. Tem certeza que não vai precisar de ajuda aí?

— Não. Em meia hora eu termino.

Mais tarde, após o jantar, todos os três homens da casa estavam na cama. John e Sherlock esperavam quietos que Anthony (que estava deitado entre eles) caísse no sono para que pudessem dormir também. Quando o barulho da chupeta parou, o moreno esperou mais uns instantes, então pegou o filho com cuidado e o levou até o berço.

Ao retornar para a cama, John já estava na posição certa para que pudessem dormir de conchinha. A diferença de altura entre eles nunca havia sido um obstáculo para isso. Quando se encaixou no médico, ele deu um beijo no seu pescoço, o que fez com que ele se arrepiasse por inteiro, então resolveu falar:

— Eu te amo, John.

— Eu estarei sempre ao seu lado, não importa o que houver. – John respondeu com as pálpebras já cerradas pelo dia cansativo e ansioso pelo dia de mudança exaustivo que teria em seguida. Ele já havia dito a Sherlock que o amava, obviamente, mas em momentos como aquele, o médico sabia que o marido queria ouvir era que estaria ao lado dele. E ele não dizia nenhuma inverdade. Pois sabia que sempre o estaria. Não havia outro lugar no mundo que ele gostaria de estar mais do que aquele que estivesse com o esposo.

***

A casa em Sussex era espaçosa. De uma cor clara e bonita, bem arejada, parecia alegre a quem quer que a visse. Sherlock parou por um instante e encarou o imóvel, como se quisesse desvendar a vida que iriam ter ali, mas John não precisava disso. Ele já sabia.

— Você acha que Mrs. Hudson nos aceita de volta? – O médico perguntou em tom de brincadeira querendo tirar o marido do devaneio.

— Não – o moreno sorriu em resposta. Quando viu que o loiro não tinha entendido, Sherlock emendou – Ela me disse que tem duas moças indo para lá.

— Duas moças, uh?

— Sim, porque?

— Espero que não demorem tanto quanto nós.

— Nós?

— É, você sabe quase dez anos.

— Verdade. É tempo demais para se jogar fora.

— Sherlock?

— Hm?

— Não seja tolo, nenhum tempo que passei ao seu lado foi jogado fora – John sentenciou. Quando viu o marido começando a corar se aproximou e lhe deu um beijo na boca. Nesse momento, Anthony que estava deitado confortavelmente no moisés começou a resmungar e o médico se virou para o filho e disse a ele com voz tranquila – Calma, querido. Apenas mais alguns passos e chegamos na casa nova. Vamos só pegar Pattie e... Pattie?

— Aqui – Sherlock alertou. A menina tinha saído da cadeirinha no carro por conta própria e tinha o objetivo de começar a explorar o novo local, aparentemente. Porém, o moreno a pegou nos braços a tempo antes dela ir longe demais. – Vamos para casa, amorzinho? – Sherlock apontou para o imóvel querendo aprender a atenção da pequena.

Essa não é casa, papa. — Patricia respondeu convicta da resposta.

— É sim. A nossa nova casa.

— Nova? – Patricia encarou o prédio com os olhinhos brilhando encantada, até que sorriu e exclamou animada – Udson!

— Mrs. Hudson não vai estar aqui.

Não? Olly? Guegori? Micofot?

— Eles também não – Sherlock respondeu. Ao ver que a filha começava a fazer cara de birra preparando algum choro, completou – Ei, não fique assim. Papa tem uma surpresa para você.

Surplesa? — A menina indagou interessada. – Dinossauro?!

— Você já tem dinossauros demais, Pattie – o moreno respondeu após ouvir o médico rindo ao seu lado. – Mas, de qualquer forma, é mais legal que dinossauro.

— Eu e Anthony vamos para dentro – John interrompeu a conversa e quando Sherlock fez que tinha entendido com a cabeça, ele foi para dentro deixando o marido a sós com a filha. Era hora de dar mamadeira para Anthony e, além do mais, sabia que o viria a seguir era um momento que o moreno tinha ansiado por vários dias, não queria correr o risco de atrapalhar.

Quando a mamadeira já estava no ponto, pegou o filho pequeno nos braços e deu a ele. Anthony, felizmente, era um bebezinho calmo e tranquilo. Acordava pouquíssimas vezes de madrugada e apenas chorava inconsolável quando sentia cólicas. Inicialmente, John admitia, a ideia de ter um filho de uma mulher tão abominável entre eles, não tinha o agradado por completo, mas com o passar dos dias percebeu como estava enganado e que a única coisa que importava de verdade era que ele era uma parte Sherlock. E isso bastava.

O pequenino deu um sorriso quando terminou e o médico sorriu de volta. Anthony era a cópia do marido como a sogra gostava de dizer. Os olhos claros e brilhantes eram a coisa mais óbvia, mas a boca desenhada e as maçãs do rosto pontudas também estavam lá. O cabelo negro começava a formar tufos rebeldes no alto da cabeça e John tinha certeza que faria o manter o cabelo mais comprido como Sherlock o fazia e não curto e aparado como no sonho que havia tido. Aquele sonho... John não precisava desvendar como seria o futuro deles porque já tinha a resposta. Os dois filhos cresceriam saudáveis, Sherlock iria fazer uma das coisas que mais gostava cuidando das abelhas e ele continuaria sendo médico sabendo que teria a família quando retornasse ao lar.

Anthony descansava em seus braços pronto para pegar no sono, então ele resolveu ir até os fundos ver o que Patricia e o marido aprontavam. Lá, uma árvore grande e vistosa tinha um balanço em um de seus galhos. A filha estava nele, com as perninhas balançando animadas, um sorriso na cara e os bracinhos segurando firme nas cordas enquanto Sherlock a empurrava com cuidado. John tirou o celular do bolso e ligou a câmera. Desde que tinha decidido não perder nenhum momento deles dois, fotograva ou filmava tudo que podia. No futuro teria uma coleção incrível, mas o vídeo feito nesse dia, com a risada animada de Patricia e o sorriso orgulhoso do moreno se tornou um dos preferidos do médico para a vida toda. Afinal, para que melhor presságio que todos ficariam bem do que aquele?

Era de madrugada quando John despertou. O dia tinha sido cansativo após tentarem arrumar o que podiam enquanto cuidavam dos filhos, mas pelo menos a animação de Patricia com a nova casa tinha feito com que ela dormisse como uma pedra no quarto em frente ao deles. A menina tinha dado pulinhos de alegria quando viu o quarto que tinha ganhado e não demorou muito para que estivesse na cama esperando que Sherlock cantarolasse para ela antes de dormir. Anthony estava no quarto conjugando ao deles com uma babá eletrônica de vigia. John se virou para o criado mudo verificando o aparelho com uma pequena tela que mostrava que o pequeno estava bem. Só então percebeu que Sherlock estava acordado encarando o teto.

— Querido? O que foi? – O médico questionou preocupado.

— Baker Street.

— Sente saudade?

— Acho que sim. Ou não. Apenas é estranho não estar lá... eu sempre achei que ficaria em Londres até a sanidade me fugir e procuraria um refúgio quando não conseguisse mais resolver casos. Mas tudo mudou, não é? Você, Pattie e Tony me fizeram sair de lá antes do que imaginei.

— Arrependido?

— Não seja tolo. Jamais. Os casos eram algo que eu tinha quando não havia nada. Agora eu tenho vocês...

Luv... – John disse baixinho. Quando Sherlock se virou e o encarou com aqueles olhos que tanto amava, só então continuou – Quando nos conhecemos, eu estava tão danificado pela guerra que até mesmo usava bengala. Você me consertou na primeira noite que estávamos juntos. Você me ajudou quando eu não consegui dormir de noite por causa dos pesadelos. Você me fez ver um sentido real na vida outra vez. Quando Mary se foi você estava lá para me ajudar com Patricia. De todos os modos que você poderia ter usado seus talentos, você escolheu solucionar crimes e ajudar as pessoas. Então, não pense nem por um segundo que você não merece isso. E não falamos disso nunca mais, por favor. Eu te amo. Pattie te ama. E Anthony também. Não preciso que você tente desvendar o que vai acontecer conosco aqui porque eu sei que nós todos vamos ficar juntos e bem.

— John... – Sherlock sussurrou suplicante enquanto se aproximava do marido e não disse mais nada porque selou os lábios na boca dele. O beijo começou lento, carinhoso e cheio de cuidado, mas não demorou muito para que a paixão entre os dois esquentasse tudo. Em segundos, o moreno estava entre os braços do médico, as mãos já procuravam nervosas uma maneira de tirarem o pijama um do outro... até que um barulho na quietude da casa interrompeu tudo. Era Anthony choramingando pela babá eletrônica.

Os dois trocarem um último beijo antes de se separarem e quando as faces se distanciaram o bastante viram os sorrisos satisfeitos um no outro.

— Eu vou – Sherlock sentenciou. – Estou sem sono de qualquer forma.

Após alguns instantes sem conseguir pegar no sono outra vez, John se levantou e foi até a porta entreaberta que dava para o quarto onde Anthony estava. Parou na porta sem fazer barulho e ficou observando o momento.

O esposo estava na poltrona com o filho nos braços enquanto cantarolava e mesmo dali o médico podia ver o olhar de fascinação que o pequeno dava ao pai. Era algo tão precioso que John quis participar também. Como que adivinhando o que ele pensava, Sherlock ergueu os olhos para ele por um instante e acenou para a poltrona próxima.

— Sabe, eu andei pensando – Sherlock disse baixinho quando o marido se sentou – Anthony é um nome bonito, mas nós podíamos chama-lo Hamish de uma vez.

— Bem... não é um nome muito legal para ser imposto a uma criança assim, mas de qualquer forma, acredito, verdadeiramente, que Patricia é sua juíza final.

— Ela nunca vai parar de chama-lo por Tony, não é?

— Hurrum.

— Quando você criou uma menina tão geniosa?

Eu criei, Sherlock? Se ela puxou essa teimosia com certeza não foi de mim. – John disse irônico e o moreno sorriu em resposta.

Durante algum tempo, ambos ficaram calados e não havia som algum na casa além das respirações. Sherlock observava o filho calado esperando que ele voltasse a dormir. Quando Anthony cedeu, o Holmes decidiu romper o silêncio:

— Ele não é... lindo?

Mas não obteve resposta. Afinal, John também tinha pegado no sono também. Assim, Sherlock resolveu ficar quieto até o amanhecer ali na poltrona com John ao seu lado e o filho nos braços. Pattie estava logo ali perto e o moreno decidiu que eles eram tudo que importava. Não importava o que houvesse ele estaria sempre lá por cada um deles, dando o melhor de si para protege-los. Juntos eles ficariam bem.

Então, foi assim que Sherlock Watson-Holmes decidiu deixar os fantasmas do passado para trás de uma vez e aceitar que tinha tido a sorte de amar e ser amado pelo melhor homem que conhecia e que tinha tido dois filhos lindos com ele.

Pela manhã iriam à praia apresentar o mar a Pattie, fariam café da manhã na nova cozinha, amor onde bem entendessem e criariam os filhos. E, por isso, ele seria sempre grato ao médico por ter aberto esse novo mundo a ele. Na quietude da casa, apenas podiam ser escutadas as respirações dos que estavam dormindo e Sherlock que enquanto acariciava devagar o cabelo preto de Anthony dizia baixinho ao menino:

 – I... love... you...


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