Shattered escrita por Nash


Capítulo 19
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John estava destruído. Porém, dessa vez, a única coisa que ele precisava era de uma longa noite de sono. Depois de tudo que havia acontecido no seu casamento, não tinha pregado os olhos por mais de dez minutos. E toda a adrenalina que tinha percorrido seu corpo na tensão de resgatar Sherlock e Patricia tinha feito seu trabalho, incluindo com louvor a parte de deixa-lo com o corpo exausto.

Ao voltarem para Baker Street, Sherlock e John tinham os dois pequenos dormindo nos braços tranquilamente. Qualquer um que visse aquela cena acabaria por sorrir ao observa-los. O Holmes com seus fartos cachos escuros tinha Pattie apoiada no ombro que eventualmente resmungava algo fazendo com que ele desse beijinhos eventuais no topo da cabeça dela indo de encontro aos cachinhos dourados. O Watson com o cabelo claro – que um dia havia sido mais loiro que grisalho, mas não era mais o caso – tinha embrulhado na manta branca Anthony com os tufos negros já aparentes.

Assim que entraram na sala Mrs. Hudson os recebeu sorridente. Primeiro, se dirigiu a Sherlock que deu um sorriso cansado em resposta, em Pattie passou a mão de leve por suas costas e cabelo e murmurou algo que John tinha certeza que era um agradecimento a uma lei superior por ter a menina a salvo de volta. Ao se virar para o médico ela fez uma cara de espanto e logo sorriu. Em seguida, se aproximou com cuidado e afastou um pouco de pano para que visse o bebê com mais detalhes.

— Não sei de onde vocês o tiraram, mas ele é realmente lindo, rapazes. Sherlock...

— Hm, Mrs. Hudson?

— Ele é a sua cara. Como isso...

— Prometo que logo saberá. – Sherlock respondeu enquanto se sentava na poltrona ainda segurando a filha. Patricia se ajeitou em seus braços e ele perguntou para a senhoria – O berço está pronto?

— Do jeito que vocês pediram.

— Obrigada, Mrs. Hudson – John respondeu baixinho. Ele apenas queria pôr Anthony para deitar tranquilo em algum lugar para, em seguida, cair no sono ele próprio.

Foi então ao quarto de Sherlock – que agora era de ambos – e viu um berço azul-claro ao lado do berço de Patricia. Na pressa, após resgatarem Pattie e o pequeno Anthony, John havia telefonado para a madrinha da filha para que conseguisse um outro berço. Ela tinha se mostrado confusa, mas sem saber como explicar, já que isso pertencia a Sherlock, havia dito apenas que teriam um menininho na casa e ele precisava de um lugar para dormir. O berço era simples e sem enfeites, mas, por hora, era mais que o suficiente. O médico o tirou da manta e o deitou de bruços. Quando ele acordasse tomaria um longo banho e trocaria de roupa. Com certeza ainda tinham algo de Pattie que fosse do tamanho dele.

Sherlock apareceu logo atrás levando Pattie. O berço branco enfeitado de animais era enorme e por isso ainda a cabia mesmo após ter completado dois anos.

Tonyy... — Ela resmungou algo antes do moreno a deitar no berço.

Sh.... Ele está logo aqui. Agora vai dormir, filha. – Sherlock a respondeu sussurrante. Pegou um paninho lilás que ela usava para dormir e Bob, um dos 20 dinossauros que tinha pela causa e a entregou. Patricia os puxou para perto, se aninhou e pegou no sono outra vez.

O moreno se sentou na cama e tirou os sapatos devagar. John já havia feito o mesmo e estava deitado na cama de calças e uma blusa listrada de azul e verde.

Demorou alguns momentos com Sherlock ainda parado naquela posição. O médico percebeu que ele observava tenso os dois berços e então o chamou baixinho. Após toda aquela confusão e com a vontade de dormir que estava, ele era capaz de se tornar um mestre ninja para não correr o risco de acordar nenhuma das crianças.

— O que foi? – Foi a resposta do moreno. Bem, não era exatamente uma resposta, mas Sherlock mal conseguia entender o turbilhão que passava na própria mente. Ele não queria ter que deduzir a mente de mais ninguém, mesmo que fosse de John.

— Qual sua opinião sobre mudança?

— Bem – Sherlock fez uma pausa para respirar e encarar o marido nos olhos – acredito que seja um processo desgastante de várias maneiras. Primeiramente, você perde tempo pois há uma infinidade de imóveis que devem ser visitados antes que se faça uma escolha, logo após a pessoa tem problemas econômicos pois o transporte de objetos é sempre oneroso e, por último, o problema sentimental que se atém aos antigos imóveis como objetos representativos de boas memórias, como se você perdesse o local, você também perderia a memória. – Quando o detetive consultor percebeu que John ria, ele inquiriu curioso – Eu disse algo de errado?

— Absolutamente nada – John sorriu. – Mas eu me referi a nós, não a um conceito geral.

— Nós?

— Sim. Eu acho que talvez Baker Street não seja mais o suficiente para nós todos, amor. Com Patricia já era apertado, em quatro não sei como poderíamos...

— Entendo.

John piscou os olhos com a resposta. Ele entendia mais do que ninguém tudo o que aquele endereço – aquele apartamento – significava para Sherlock, mas realmente não poderiam continuar ali. Se, pelo menos, os dois quartos fossem próximos eles dariam um jeito, mas sendo seu antigo quarto após um lance de escada era inviável tendo crianças em casa. Ele tinha dado um jeito quando era ele e Patricia lá em cima, mas agora era ele, Sherlock, Patricia e Anthony.

— Mrs. Hudson vai ficar arrasada. – Sherlock disse com um sorriso amarelo.

— Vai sim, mas ela vai nos visitar sempre que bem entender ou até poderíamos leva-la se tiver um quarto para ela.

— Você sabe que ela nunca abandonaria Baker Street, luv.

— É, você tem razão.

Então, nenhum dos dois falaram mais nada pois caíram em um sono pesado. Os corpos estavam cansados e exaustos de tudo que haviam vivido, mas John ainda sonhou. Era uma casa grande e espaçosa com um campo enorme verde à sua volta e um muro de tijolinhos claros. Um zumbido se fez ouvir em algum lugar e pela porta da cozinha duas pequenas forças da natureza entraram de uma vez. Pat! Tony! Ele os chamou enquanto enchia dois pratos coloridos com panquecas. As duas crianças se sentaram à mesa e só então ele pode visualizá-los. Patricia continuava com o cabelo dourado cheio de cachos que ia até os ombros e os mesmo olhos cinzentos que ele tinha. Anthony no outro lado era como a cópia de Sherlock com os olhos azuis vivos e curiosos. O cabelo escuro estava aparado curto e ele não pôde evitar de pensar que ficaria mais bonito com o cabelo mais comprido como o próprio marido o levava.

— Onde está o Papa? – Ele perguntou para os dois que comiam o café da manhã como se nunca tivessem encontrado comida antes.

— Com as abelhas! – Patricia respondeu sorridente e começou a chorar. Chorar? Mas que diab... John coçou os olhos e estava em Baker Street outra vez. Sherlock estava ali, deitado de frente para ele e Pattie chorava do berço sendo de volta a menina de dois anos que era.

— Shhh... – Ele disse à filha para acalmá-la. A pegou nos braços e foi até a cama com ela. Tentou deitá-la entre ele e Sherlock, mas a menina insistiu em ficar sentada enquanto brincava com o dinossauro.

— Quanto tempo? – A voz do moreno perguntou sonolenta. Apenas um dos olhos azuis estava aberto ainda tentando lutar contra o sono.

— Aparentemente, uma hora.

— E o pequeno?

— Parece que ainda não acordou.

— Tem certeza?

John apenas ergueu uma das mãos atestando a falta de choramingos e/ou berreiros. Por alguma obra mágica do universo, aparentemente, Anthony, tinha o sono pesado. Se Patricia não havia o acordado, ele não sabia com o que menino poderia acordar.

— Vou ver como ele está – Sherlock sentenciou se levantando da cama. Foi até o berço azul-claro e ficou parado enquanto observava calado. Pôs uma mão dentro, mas logo a retirou.

— Ele está bem? – John perguntou e foi respondido positivamente com um menear de cabeça. Quando viu que o esposo continuava calado e parado observando o interior do berço, perguntou preocupado – Sherlock?

— Hm?

— Algum problema?

— Eu só... – o moreno se interrompeu como se soubesse que estava escolhendo a frase errada e então respirou fundo antes de voltar a falar – Depois de tudo, depois de não ser amigo de ninguém por anos, depois de achar que estaria sozinho para sempre, depois de ser seu amigo por anos e ficar apaixonado por você em segredo... eu ainda não acredito que cheguei aqui. Eu tenho você, tenho Patricia e...

— Sherlock? – John perguntou. Ele jamais conseguiria entender plenamente a visão do esposo sobre tudo o que tinha acontecido com Morgan e como aquilo tinha de algum modo gerado o pequeno bebê que estava naquele berço, mas o que ele sempre poderia fazer como sempre tinha feito e faria sempre, era mostrar para Sherlock que estava ao lado dele, então disse – Anthony. Patricia e Anthony. São os nomes dos nossos filhos. Patricia é tão sua quanto é minha e ele... – John apontou para o berço – se é seu filho, espero ter o prazer de ser pai dele como você também o é.

O Holmes não respondeu em seguida pois não sabia o que dizer. Talvez, nem houvesse o que dizer. Sentiu um peso no fundo da garganta e se perguntou se iria começar a chorar, por isso escondeu o rosto nas mãos, mas quando o médico se aproximou e o beijou, sorriu. Era um beijo leve e calmo. Apenas para mostrar sua presença. Como John sempre havia feito durante todo o tempo que estiveram juntos. Sherlock havia escutado a maneira mais bonita que ele já tinha ouvido do médico de dizer que o amava. Ele não sabia como responder, então, apenas o beijou de volta.

Porém, não demorou muito para que Anthony começasse a choramingar e interrompesse os dois. Ambos sorriram e quando John pegou o pequeno do berço automaticamente Pattie começou a rir e chamou o nome dele.

— Por que será que ela já gosta tanto dele? – Sherlock questionou.

— Talvez ela já entendesse desde o início quem ele era. Os bebês sempre sabem de mais coisa do que a gente imagina – quando viu que o marido o olhava cético, o médico apenas sorriu e completou – ou talvez ela adore bebês como adora dinossauros.

— É mais provável. Aposto que um dos dinossauros deve se chama Tony também – o Holmes aproximou o nariz da fralda do bebê e completou com uma careta – Alguém precisa de um banho!

— Eu o banho e você prepara mamadeira para os dois.

Mamá! — Pattie deu um gritinho assim que ouviu a palavra “mamadeira” ouvida pelo pai. – Pat quer mamá!

— Eu sei – John respondeu para a filha. – Vá com Papa e ele te dá o mamá.

— Você não deveria incentivá-la a falar errado. Quanto antes ela aprender as palavras por inteiro e parar com códigos melhor para ela. – A lição de Sherlock não tardou a aparecer. Quando John revirou os olhos e começou a rir, o moreno completou – Eu falo sério, John.

— Eu sei, amor— O loiro falou sorrindo. E ele sabia. Se existia alguém na face dessa Terra que entendia o amor de Sherlock era ele. Não era como em um romântico com mil palavras amorosas ditas diariamente ou até mesmo alguém misterioso que fazia mais charme do que o humanamente possível. Eram aqueles pequenos gestos preocupados que o faziam. Quando o Holmes estava tão preocupado que nem percebia que tinha saído do alto do seu pedestal e se entregava a preocupações alheias. Era quando Sherlock havia abdicado do seu costume de ter experiências em casa para segurança da filha, era quando Sherlock deixava de ler os livros de botânica para se ater aos livros infantis com Pattie... cada uma daquelas coisas era uma declaração de amor do moreno. E a única coisa que John podia fazer de voltar era amá-lo infinitamente de volta e sempre se mostrar presente.

Quando tudo começou, quase dez anos atrás o Watson não tinha perspectiva alguma pela vida que via pela frente. Provavelmente, poderia conseguir um emprego já que médicos sempre são requeridos, mas as emoções teriam ficado todas no passado, na guerra. Ele jamais poderia estar tão errado. Sherlock foi a descoberta de um novo mundo e mesmo que tivesse demorado tantos anos para descobrir o amor que sentia por ele, John agradecia aos céus por todos os outros que pôde estar na sua companhia. Quando ele viu o moreno indo à cozinha levando Patricia, John sorriu, pois sabia que tinha o homem mais incrível do mundo para si.

— Então... aquela mulher era mesmo parente de Moriarty? – Lestrade inquiriu. O detetive inspetor estava presente na sala do 221b assim como Mycroft.

— Nós não sabemos dizer ao certo. Provavelmente era apenas uma forma afetuosa que ambos se tratavam após os anos de convívio, pois descobrimos que ela era órfã e acabaram sendo criados juntos desde a infância.

— Mas ela não te disse que era parente do Lorde Moran que foi preso? Eles são uma família nobre, como um órfão deles foi cuidado por outra família totalmente distinta?

— Alice Sebastienne Moran era de um ramo pobre da família e a mãe não era alguém com uma reputação decente – foi a vez de Mycroft responder. – O que consta nos registros foi que de alguma forma a mãe arrumou um trabalho que a conectou com a família Moriarty e quando ela e o marido faleceram, a menina continuou sendo cuidada pela família empregadora.

— Então, de onde surgiu o Morgan? – Lestrade continuou a perguntar. Inicialmente, a reunião tinha sido convocada para que Sherlock pudesse explicar as origens do pequeno Anthony, mas Gregory agora perguntava todos os detalhes curioso.

— Aparentemente, – Sherlock tomou de volta a voz das respostas – ela guardou rancor pela família que carregava o nome e o transformou em outra coisa ao acrescentar a letra g. Uma simples consoante e ela se tornava outra pessoa. O serviço secreto apenas pode rastreá-la porque foi tola e me confessou que Lorde Moran era seu parente quando nos encontramos pela primeira vez.

— Oh, entendo.

— Então, os dois entenderam sobre o menino? – John interrompeu a conversa. Tanto Mycroft quando Lestrade confirmaram com a cabeça. Ambos tinham feito muitas caretas enquanto Sherlock explicava tudo que tinha acontecido enquanto tentava se infiltrar no que havia sobrado do império criminoso de Moriarty e quando o moreno concluiu a história Gregory havia soltado algumas exclamações surpresas de como ele tinha descoberto a existência do menino.

— Então, little brother— Mycroft começou a falar enquanto esperava que a atenção se voltasse para ele – se você tem certeza disso eu posso dar um jeito de pular qualquer exame que precisa ser feito e conseguir a certidão dele com seu nome.

— Obrigado, Mycroft.

— Quando souber como vai chama-lo apenas me avise e envio o documento para seu endereço. – O Holmes mais velho então se virou para o detetive inspetor e perguntou – Você vai agora, Lestrade?

— Logo após você – O grisalho respondeu com um sorriso.

Enquanto observava as visitas saindo porta afora, John não pode evitar de dar um sorriso.

— O que há? – Sherlock perguntou curioso.

— Seu irmão e Lestrade.

— O que tem?

— Você não viu?

— O quê?

— Os olhares?

— Olhares?

— Sim.

— Você sabe que está falando de Mycroft, certo?

— Claro, mas...

— Não seja tolo, John.

— Eu tenho certeza do que eu vi.

— Você deve ter pirado de vez, John Watson.

— Watson-Holmes.

— Hm?

— Os nossos sobrenomes. Eles são assim agora. Esqueceu?

— É verdade. – Sherlock voltou a se sentar na poltrona e buscou a caneca de chá que estava em cima da mesa. – John?

— Hm?

— Eu acho que já sei como quero chama-lo.

— Como?

— Anthony Hamish.

— Você tem certeza? – O médico perguntou curioso. Não era um nome fácil para se levar.

— Sim. Nós Holmes precisamos de um nome que não seja comum e acredito que não há nenhum melhor que o seu para a ocasião.

— Tem tantas outras possibilidades. Como, não sei... Anthony Copernicus?

— Não – Sherlock sorriu. – Ele já tem demais de mim nele, tem coisas demais que possam fazer que ele cresça assustado achando que pode não ser bom o bastante e viver se esforçando demais para ser o melhor possível sempre afim de se tornar válido na vida das pessoas...

— Sherlock...

— Eu quero que ele leve algo de você, John. Quero que ele seja bravo, gentil, companheiro, amigável, forte e tenha o coração que você tem. Como a irmã dele vai ter.

— Anthony Hamish William, então – o médico sentenciou. Quando viu que o esposo ia fazer uma careta ele ergueu a mão como sinal para que ele continuasse calado – Um nome seu para ele possa lembrar o quão inteligente, esperto e desafiador por ser. Que nenhum obstáculo vai ser grande demais quando se tem tamanha audácia. Enfim, tem uma coisa que preciso te perguntar, Sherlock.

— O quê?

— Eu quero saber se você quer adotar a Pattie.

— Ahm? Como assim?

— Eu quero que ela tenha o Holmes no nome como tem meu nome. Eu já disse mil vezes, luv, ela é sua filha como é minha. Patricia Mary Charlotte Watson-Holmes.

— É um nome bem grande – Sherlock riu.

— Quando for adulta ela há de me perdoar.

— Bem, então mal casamos e já temos dois filhos?

— Parece que sim.

— Patricia Watson-Holmes...

— E Anthony Watson-Holmes. – John completou a fala enquanto se aproximava devagar e beijava o esposo. Riu ao pensar que as coisas nunca ficavam cansativas com Sherlock. Quando ele achava que tudo já tinha acabado, aparecia algo novo para transformar a vida dele. Devagar, tiraram a roupa um do outro, com pequenos beijos e toques ardentes. Ambos apreciando o momento a sós e fizeram amor ali na sala.

Quando se deitaram na cama, exaustos do dia cansativo, deram graças aos céus pelas crianças já estarem dormindo outra vez.

— Acho que vamos mesmo ter que nos mudar. Não dá para ficarmos juntos só na sala agora. – O moreno comentou baixinho.

— E é com isso que você se preocupa, Sherlock? – John inquiriu brincalhão com os olhos já cerrados e tendo um braço por cima do esposo. Sentiu que Sherlock riu e se aproximou para beijar suas maçãs do rosto. Antes de pegar no sono, se lembrou do sonho que tinha tido mais cedo e jurou que faria de tudo para que se tornasse em verdade. Preencheria a página em branco que era o futuro deles com  as melhores lembranças possíveis.


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