Porto Seguro - Uma Nova Chance II escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 6
Reconciliação I




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Depois do terceiro pedaço de torta eu me sinto satifeita.
Só então eu noto que já quase meia-noite, então vovó diz que é melhor eu ir, pois andar por ai sozinha à noite é perigoso, ela me faz prometer voltar mais vezes e trazer Pheobe, sem hesitar eu prometo e peço que ela me visite também, o que a deixa muito feliz.

No caminho até a casa de mamãe começa uma chuva fraca, que logo vai ficando mais forte, mas eu não me preocupo tanto... Apenas quando meu carro começa a parar e eu vejo que a galosina acabou.
Encosto o carro no meio-fio e entro em desespero, a estrada está deserta e meu celular está fora de área.
Perfeito!
Bato as mãos no volante e começo a ficar nervosa.
Que merda!
Como Margot não viu isso? Ela é responsável por essas coisas.
Que ódio!
Travo as portas do carro e fico lá dentro por muito tempo, deixo o ar ligado, mas se eu continuar assim a bateria do carro vai desgarregar e isos não é bom, porque com o frio que estava fazendo agora eu morreria congelada.
Andar seria imprudente da minha parte, pois já é quase uma da manhã e eu sou apenas uma mulher.
Que ódio!
Por que eu tinha que ser apenas uma mulher?

Meu celular começa tocar e eu estranho, ele estava fora de área, mas por milagre parace ter voltado.
O número é desconhecido e eu acho que pode ser minha mãe.
Atendo-o calmamente.

—Oi. —Digo encolhendo os ombros de frio.
—Baby?
—Christian? —Digo incrédula.
—Sim, sou eu.
—O que você quer? Não é um bom momento agora.
—Nunca é um bom momento para você. —Ele diz e eu não consigo evitar um sorriso. O filho da mãe me conhece. —Mas contando que você está parada em uma estrada deserta quase às duas da manhã, realmente é um péssimo momento.
—Como você sabe?
—Eu estou atrás de você.

Olho para trás e vejo um carro parado atrás do meu, o foral é ligado cegando-me momentaneamente e eu posso ver Christian dentro dele.

—Quer me cegar? —Digo virando para frente. —Como você soube?
—Você saiu da casa da sua vó e não voltou para casa, sua mãe ficou preocupada, e por algum motivo que eu não sei ainda, já que você me odeia, ela me ligou e perguntou se você estava comigo.
—Eu não te odeio. —Digo revirando os olhos.
—Como eu estava dizendo... Ela me ligou preocupada, e a Pheobe disse que eu deveria te encontrar, mesmo sabendo que você me odeia, eu tive que vir atrás de você, ou nossa filha me mataria. Como aquela garota ficou tão manipuladora? Mas enfim. Parece que eu te conheço bem e você ainda pega o mesmo atalho, e então aqui estamos nós.
—É uma história encantadora Sr. Grey. —Digo massageando a testa.
—E ai, vai querer uma carona, ou não?
—Não. Eu prefiro tentar ligar para a Margot.
—E com as duas estradas da sua casa interditadas você acha que ela vai levar quantas horas para chegar?
—Você é um filho da puta. —Digo desligando o celular.

Tiro a chave da ignição e saio do carro sentindo a chuva me molhar, Christian sai do carro dela e se aproxima colocando seu blazer sobre meus ombros. Ele está de smolging, o que é particularmente estranho, já que ele disse sempre odioar ternos.
Nós vamos para o seu carro e seguimos para algum lugar que eu não sei... Não que Christian Grey seja impreivísvel.

Nada digo nada o caminho inteiro, apenas encosto a cabeça no banco e fico com os olhos fechados.
Estar aqui é como se as coisas nunca tivessem mudado, mas eu sei que mudaram, graças à minha covardia e o meu medo de aceitar que as pessoas realmente gostam de mim eu perdi o cara que mais amei. Talvez o único que já amei.

Acabo pegando no sono e sou acordada com uma leve carícia no meu rosto, mas não abro os olhos, solto apenas um gemido baixinho. Eu sei que se olhá-lo não vou aguentar.

—Você está tão linda... —Christian sussurra. —Ainda parece a mesma de sempre, aquela garota maluca por quem eu ma apaxonei, e quer saber de uma coisa? Eu nunca deixei de te amar, mesmo você partindo, e com você levando meu coração. Eu sei que você não acredita em mim, mas mesmo assim que eu continuo te amando loucamente. Acho que você sempre será a minha maior loucura.

Não consigo abrir meus olhos, porque sei que se fizer isso, vou chorar, e chorar não é bom, não depois de ter chorando tanto.
Christian pensa que eu estou dormindo, então continua a falar.

—Lembra quando nós nos amamos pela primeira vez? Você pediu que eu nunca te deixasse, e quando você foi embora eu percebi que eu não consegui cumprir a promessa, eu te magoei, meu maior erro foi ter deixado você sozinha aquela noite. Eu tivesse ficado talvez nós estivéssemos casados agora.

Lembro do seu pedido de casamento e isso me destrói.
Ele nunca me traiu, sempre falou a verdade, e eu parti sem nem ouví-lo.

—Você não sabe como eu fiquei feliz em te ver naquele parque Ana, era como se meu coração tivesse voltado a bater. Meu mundo parou quando você se fosse, e agora é como se todo o ar tivesse voltado aos meus pulmões... Não vá embora, por favor.

Christian beija meu pescoço lentamente e eu me arrepio de novo, mas não abro os olhos, apenas solto outro gemido.
Ouço quando a porta do carro é aberta e logo fechada, tudo fica em silêncio, mas logo ouço a minha porta se aberta, lentamente sou tomada em seus braços e me aninho, seu cheirinho ainda é o mesmo.
Christian caminha comigo e eu fico apenas com os olhos fechados, tenho medo de abrí-los e tudo isso ser um sonho.

—Christian! —Ouço a voz de mamãe, mas agora acho que realmente estou pegando no sono. —Ela está bem?
—Sim. —Christian diz com sua voz serena. —Está apenas dormindo.
—Onde ela estava?
—Na estrada, o carro dela ficou sem gasolina, eu acho, e o celular fora de area.
—Mas ela está bem? —Agora é a voz de papai, o que me dá vontade de chorar.
—Está sim, Ray. E onde está a Pheobe?
—Dormindo. —Mamãe diz. —Ela dormiu à poucos minutos, estava muito preocupada, foi uma luta para ela dormir.
—Você pode levar ela para a cama se quiser. —Diz papai. —Não precisa ficar com ela nos braços tanto tempo.
—Eu sei. —Christian sussurra mais me aberta. —Mas sabe como é ter a sensação de estar segurando seu mundo inteiro e aquilo que você mais ama em seus braços?
—Você ainda a ama, não é? —Mamãe pergunta.
—Mais que tudo. —Sua resposta me faz a pessoa mais feliz do mundo.
—É melhor você levá-la para o quarto. —Diz papai. —E pode ficar no quarto de hóspedes com a Pheobe, se achar melhor, está tarde e chovendo, pode ser perigoso.
—Obrigada Ray. —Christian fala e começa a andar.

Lentamente sou colocada sobre a cama, e sinto o frio bater no meu rosto e nas minhas pernas.
Estar em seus braços parecia tão acolhedor.
Sinto a cama afundar e sei que Christian deitou ao meu lado, ela não me abraça ou se aproxima mais, apenas coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
Só agora tenho coragem de abrir meus olhos e encará-lo. Não digo nenhum palavra, apenas fico olhando seu rosto, seus olhos.
Queria te dizer tantas coisas, coisas que eu guardei por tanto tempo, que eu nunca tive coragem de falar, mas que sempre ficaram guardas aqui dentro.
Coisas que meus olhos vivem dizendo.


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