O Clube do Oculto escrita por Alternativ3


Capítulo 1
0 - Prólogo - Onde a História Começou


Notas iniciais do capítulo

Este prólogo se passa dois anos antes da trama principal.

Aqui, é contado um pouco do segredo obscuro que assombra Oka e todos os seus antigos amigos do clube oculto. Isso mesmo: "um pouco". A parte mais sombria ainda é um segredo.



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Eram exatamente 3:28pm, minha aula estava chegando ao fim e eu mal podia esperar para ir até o Clube do Oculto, que era o único lugar em que não me sentia como a escória da sociedade.

Quando bateu o sinal, rapidamente um sorriso formou-se em meu rosto enquanto eu arrumava minhas coisas e deixava a sala. Por um momento, pude ver Taro levemente corado ao me ver sorrindo. Admito que tinha uma quedinha por ele, mas não era nada forte.  

—Buh!—Shin pulou nas minhas costas e gritou, o que me fez dar um pequeno pulo. 

—Ai!—Gritei—N-Nunca mais faça isso, você quase me mata de susto! Enfim, t-tudo pronto para o clube? 

—Claro! Supana-chan disse que encontrou uma forma de conseguirmos fazer o que viemos tentando desde que você fundou este clube, estou muito ansioso!—Conta Shin, animado. 

—S-sério?—Perguntei, de forma retórica—Isso é incrível! Mau posso esperar! 

Andamos até o Clube do Oculto e, chegando lá, pude ver Chojo, Daku, Kokuma e Supana esperando por nós. 

—Finalmente, vocês chegaram.—Falou Supana, de uma forma desanimada.  

—Vai nos contar seu plano ou nos deixar curiosos?—Shin perguntou, ironicamente. 

—P-pessoal?—Chamei a atenção deles—Sentem-se no tapete enquanto eu fecho as portas, depois Supana-chan poderá contar-nos seu plano. 

Fechei as portas e me juntei á eles. Supana-chan me olhou por alguns segundos com uma cara de quem estava esperando por algo, dei de ombros. 

—Bem, eu encontrei uma forma de contatarmos o outro lado. Mas vocês precisam prometer que não vão ficar com medinho ou algo do tipo.—Contou Supana, que me olhava como se soubesse que eu não ia gostar da ideia.  

—Conta logo!—Disse Shin, que estava muito curioso. 

—Tudo bem, lá vai... Nós precisamos fazer uma oferenda junto á uma oração, isso irá atrair o dêmonio.—Ela disse olhando para baixo, como se estivesse com medo de falar isto.  

—O-oferenda? Que tipo de oferenda?—Indaguei. 

—Temos que sacrificar uma garota pura, fazer uma círculo de velas acesas, posiciona-la no meio, sentarmos em volta e fazermos a oração.—Explicou, confiante. 

—V-você está louca? Não podemos fazer isso: É errado!—Neguei. Como ela pode pensar na possibilidade de isso acontecer?  

—Não acho nada demais, é só uma garota qualquer.—Shin pareceu concordar com a ideia de Supana. 

—Não é uma garota qualquer, precisamos ter certeza de que ela é pura!—Lembrou Supana. 

—O que você quer dizer com "pura"?—Inocentemente indagou Kokuma. 

—Não seja estúpida. Obviamente, a garota precisa ser virgem.—Disse Chojo, com desprezo. 

—E o que seria uma "garota virgem"?—Novamente, Kokuma-kun sendo absurdamente inocente e fofa. 

—Kokuma-kun, você não é muito esperta, não? É uma garota que nunca fez sexo. Não me pergunte o que é isso.—Disse Shin, humorado. 

—Eu sei o que é isso, Shin-Senpai...—Disse Kokuma, corando. 

Ficamos em silêncio por alguns segundos. 

—Eu não acho uma má ideia, só precisamos encontrar uma garota que seja completamente pura. E eu acho que essa vai ser a parte mais difícil.—Lembrou Daku, quebrando o silêncio. 

—C-como assim não acha má ideia?! Isso é uma loucura! É a vida de uma pessoa, não podemos simplesmente descartá-la.—Insisti. 

—Oka tem razão, isso não está certo. Além disso podemos acabar tendo problemas com a polícia.—Disse Kokuma, concordando comigo. 

—Deixem de tolice, a polícia não vai descobrir nada, eu sei exatamente como encobrir isso. E outra: Não vamos descartar uma vida, vamos oferece-la como oferta. Vamos lá, Oka, até está parecendo que você não tem mais vontade de contatar o outro lado.—Supana disse, tentando me convencer de suas ideias. 

—N-não é nada disso, eu apenas não acho certo fazermos algo assim...—Me expliquei. Todos me olharam ao mesmo tempo, como se estivessem esperando por uma resposta—N-não me olhem desse jeito! Não existe nada que possa me convencer de que isto é uma boa ideia! 

—Oka, você quer preservar a vida de uma estudante aleatória e passar o resto da sua vida sem nenhum contato com o mundo paranormal, ou, você prefere oferecer a vida da garota como um presente para o mundo oculto e finalmente realizar seu grande sonho?!—Indagou Supana, de forma violenta e objetiva. 

—E-eu não sei! Esse não é um tipo de dilema que se tem todo o dia!—Respondi. Estava me sentindo dividida.  

—Tudo bem, já que Oka-san não quer decidir, então eu decido. Levante a mão quem está á favor da ideia de Supana.—Shin pediu. Supana, Daku, Chojo e Shin levantaram a mão. Só restamos eu e Kokuma, que fomos vítimas de olhares intensos. 

—Tudo bem, eu topo. Mas saibam que eu não sou o tipo de pessoa que normalmente concorda com isso.—Kokuma cedeu, de forma que restasse apenas eu contra a ideia. 

—Então eu acho que é isso, Oka, você já pode ir embora.—Disse Shin, enquanto se levantava do chão e era seguido pelos outros. 

—E-esperem.—Pedi, enquanto me levantava—A-acho que tudo bem eu participar disto, é por minha paixão pelo paranormal.—Me decidi ali mesmo, Shin sorriu para mim enquanto estendia sua mão para mim pegar. Antes que eu pudesse corresponder, fomos interrompidos por Supana: 

—Mas acho que esquecemos de um detalhe: Como vamos encontrar uma garota que esteja na escola até agora e ainda assim ter certeza de que ela é pura? 

—Hum... Eu sei uma garota. Ela jurou se guardar para um desenvolvedor de jogos independentes que vive no interior do país, tenho certeza de que ela é pura.—Contou Chojo. 

[…] 

Subimos até o telhado em busca de Mai Waifu, a garota mais kawaii da escola que, estranhamente, também é a mais solitária. Lá estava ela, olhando para o céu e viajando em seu próprio mundo, mau sabia ela o que estava por vir. 

—E-eu não estou muito segura disso, vocês estão certo de que querem fazer isso?—Perguntei, dando um passo para trás. 

—Não vai desistir agora, não é? Lembre-se: Isso tudo é para poder realizar seu sonho de conhecer o paranormal de perto.—Disse Shin, que botou a mão nos meus ombros como forma de tentar me animar. 

—E-eu sei, Shin. Isso só é... estranho para mim.—Fiz uma pausa—Mas, enfim, v-vamos prosseguir.—Falei, indo na frente. 

Quando chegamos mais perto de Waifu-San, Supana virou-se para nós e piscou, como se soubesse o que fazer. 

—Ei, Waifu-senpai.—Supana cutucou o ombro de Waifu-san, que virou-se para ela em seguida. 

—Er, olá?—Respondeu Waifu, que soou confusa. 

—Eu fiquei sabendo que você é apaixonada por um desenvolvedor de jogos indie, parece que o nome de trabalho dele é YDev, certo? 

—S-sim. Mas porque você quer saber disso? 

—É que eu fui parceira de desenvolvimento para um dos jogos dele, e, em uma conversa com ele ontem, acabei contando que tinha uma garota na minha escola que é completamente apaixonada por ele. O mesmo achou super legal e disse que gostaria de conhecer você um dia, posso te passar o contato dele, se quiser. 

—I-isso é verdade? Claro que sim, muito obriga...—Waifu-san foi interrompida antes que pudesse terminar de agradecer. 

—Claro que é verdade! Espere no Clube do Oculto com meus amigos para que eu possa buscar meu telefone e conseguir o contato dele. 

—C-certo—Ela gaguejou um pouco, talvez muito. Acho que ela era tão tímida quanto eu era nesta época. 

[…] 

Já estávamos esperando Supana á alguns minutos, Waifu-san parecia cada vez mais nervosa. Acho que a atmosfera do local não ajudava. 

—Er... Parece que já esta ficando meio tarde, acho melhor eu ir logo—Waifu disse enquanto se dirigia para a saída da sala.  

Shin e eu fomos até ela, tentando impedi-la de deixar o local. Pude avistar Supana-kun correndo do clube de culinária, com uma faca, em direção á Waifu-san, que gritou e ficou estática ao ver Supana. A mesma, cravou a faca no pescoço de Waifu tão rapidamente que quase não percebeu, a garota caiu morta no chão. 

—MEU DEUS! O QUE FOI QUE EU FIZ?! O QUE VAMOS FAZER?—Supana gritou e se jogou no chão, aos prantos. 

—Supana-kun, você que inventou isto. Já está feito, agora vamos até o fim.—Mau podia acreditar que estava falando aquilo—O que estão esperando? Me ajudem á levar este corpo para o centro da sala!—Exigi, enquanto olhava para os outros que estavam dentro da sala. 

Carregamos o corpo até o tapete que ficava no centro da sala, deixando um rastro de sangue visível para fora do clube. Antes que pudéssemos terminar de posicionar o corpo, pude ouvir uma risada baixa do lado de fora. Quando me virei para olhar, uma garota com cabelos negros presos em um rabo de cavalo estava nos espionando. 

—I-isso não é o que parece. É que...hum...bem—Tentei me explicar, mas logo fui interrompida. 

—Fiquem calmos, eu só quero ajudar vocês. Primeiro: limpem esse rastro de sangue que ficou para fora do clube, é uma evidência e tanto. Segundo: Eu tenho 99% de certeza que vocês não usaram luvas para manusear a arma ou o corpo.—Disse a garota, enquanto entrava no clube, como se estivesse explicando a coisa mais normal do mundo—Não se preocupem, vocês podem queimar o corpo e a arma depois que terminarem o ritual—Ela disse isso e deu uma risada baixa, mas assustadora.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, espero que tenham gostado. Por favor, escreva sua opinião nos comentários e no que devo melhorar. Se você gostou, acompanhe a fic para não perder nenhum capitulo.Até o próximo capitulo.