How to fix a broken heart escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 8
Capítulo 7 | Janeiro de 2027




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Era um grande dia, muito importante. Naquele dia, a Plug@r e a Brazuca receberiam um importante prêmio da ONU, pelos seus trabalhos sociais em comunidades carentes e incentivo ao ensino de códigos para todos. A festa, patrocinada pela Marra e pela Parker TV, estava bombando na Gambiarra, e Ernesto mal podia se conter.

“Pamela, você sabe o que é isso, não sabe? É a realização de um sonho, o fechamento de um ciclo que se iniciou lá na piscina da sua mansão.” Ele dizia para a esposa, mas ela não prestava atenção nele. “Pamela, querida, tudo bem?”

“Um pouco preocupada com minha baby girl. Ela já devia ter chegado.” A atriz encarava o celular, aflita.

“Meu amor, você sabe que é difícil sair de casa com três crianças.”

That’s the point. Tuca saiu com os meninos cedo, foram andar de skate. Ele viria direto para cá com eles, e Megan com Ally. Mas nenhum deles apareceu, e já se passaram mais de duas horas do combinado.”

“Tenho certeza que está tudo bem, minha princesa Shelda.” Ernesto tentou acalmá-la, beijando a ponta de seu nariz. “E vamos manter a calma, certo? Já basta a ausência do Davi.”

“E do Jonas, no? Ainda não entendi o que tinha de tão emergencial para ele e Sandra viajarem para Recife, like, em um piscar de olhos.”

“Eu também não sei, o Davi não quis falar comigo no telefone. Se ele continuar assim, vou para lá na segunda.”

“É uma boa, algo pode ter acontecido.” Pamela concordou, encarando o celular. “Com os dois.”

~*~

Aquela manhã de começo de janeiro havia sido igual a muitas outras na vida de Megan. Acordou perto das 10h, com Tuca ao seu lado. Juntos, desceram e tomaram café com os filhos. Ela trocou os meninos e os equipou com joelheiras e cotoveleiras. Lhes deu seus capacetes, beijou suas bochechas e deu um longo beijo no marido, logo se despedindo para que eles fossem para a pista de skate que gostavam.

Depois, fez as unhas e o cabelo na companhia de Ally, já que teriam um evento mais tarde. Trocaram confidencias de mãe e filha, assistiram a um filme romântico qualquer na TV, apesar de a pequena reclamar que achava beijos nojentos.

Perto das 14h, as duas trocaram de roupa e se encaram no espelho, prontas para a festa. Megan sorriu para a filha, pensando como a vida era perfeita.

E foi então que tudo desmoronou.

Samantha era sua governanta desde que havia ido morar com Tuca, e talvez era a pessoa em que Megan mais confiava. Era extremamente profissional, não deixava seus problemas pessoais interferirem em suas obrigações, e em todos aqueles anos, nunca a havia visto chorar. Então, quando ela apareceu na porta do seu quarto em lágrimas, soube que havia algo errado.

“Sra. Nigri, tem um policial aí. Ele diz que precisa falar com a senhora, urgentemente.”

Seu nome era Sargento Rezende. Ele pediu desculpas por incomodar, mas havia acontecido um grande acidente com um caminhão cegonha em um viaduto. Megan não conseguiu entender o que aquilo tinha a ver com ela. O caminhão, explicou ele, causou um grande caos no trânsito, e alguns dos carros caíram por cima de outros. A loira continuou não entendendo o ponto ao qual ele queria chegar, até ele recitar um número.

“Como?”

“JAL 2014. É a placa do Mitsubishi do seu marido, Artur Nigri, correto?” Ela assentiu, vendo-o suspirar. “Sinto muito, sra. Nigri.”

No, no, no.” Megan começou a caminhar de costas, tremendo. Caiu sentada em uma poltrona, sem reação. “It’s a mistake.”

“Eu lamento, senhora, mas não é.” O policial retirou uma foto de uma pasta, estendendo para ela. “É esse o veículo?”

Ela apanhou a foto com a mãe trêmula, já pronta para gritar que não. Mas não havia dúvida. Ali estava, no vidro traseiro, a pintura que Ally havia feito com o esmalte na semana anterior, agora toda destruída e amassada.

Oh my God.” Ela soluçou alto, escondendo o rosto nas mãos. “Mas o carro era blindado.”

“E foi isso que salvou seus filhos.” Ela ergueu os olhos, lembrando pela primeira vez que os meninos estavam com Tuca. “Os dois garotos foram encaminhados para o pronto-socorro com ferimentos graves, mas totalmente fora de perigo.”

“Eles sobreviveram?”

“O carro que caiu sobre o veículo do seu marido pegou a parte da frente, onde ele estava. A blindagem os protegeu da maioria do impacto inicial, mas quando o sr. Nigri perdeu o controle e capotou, apenas a parte de trás estava intacta e ajudou a proteger os dois garotos.” Explicou o sargento, bastante desconfortável. Nunca era fácil dar notícias como aquelas, e nem explicações.

Para um homem religioso como ele, era como tentar explicar um erro de Deus, ou algo que Ele tivesse feito que não o agradasse. Achava acidentes assim injustos e cruéis, assim como todos, mas acreditava fielmente que Deus tinha uma razão e propósito para tudo, até para coisas assim.

“A senhora quer que eu chame alguém?” Perguntou Rezende após algum tempo, ao que Megan negou.

“Eu quero que o senhor me leve até os meus filhos, por favor. Eu preciso ver eles, os dois.” Megan tremia, quando alguém entrou correndo na sala.

“Eu vou junto.” Ally se jogou nos braços da mãe.

“Há quanto tempo você está ouvindo, baby girl?”

“Desde o início, mom. Eu quero ver o Jack e o Liam, please.” Ela agarrou seu pescoço com força, escondendo o rostinho ali. “Eu quero ter certeza que eles estão bem.”

“Ally, baby, talvez não seja o melhor momento...” Mas os soluços altos a interromperam. “Ah, sweetie.”

Em silêncio, a mãe se ajeitou no sofá, engolindo toda a sua dor e se pondo a acalmar a filha. Encarou o policial, ainda desconfortável, e a governanta, que já estava recomposta de seu lapso emocional.

“Sam, por favor, ligue para a minha mom. Acho que eu preciso dela.”

~*~

“Pamela, cadê a Megan?” Rita se aproximou da atriz, preocupada. “Nós precisamos começar os discursos, as autoridades já estão cobrando.”

“Eu não tenho notícias dela, Rita.” A mulher estava exasperada. Ernesto começava a ficar inquieto, sabendo que Megan e Arthur já deveriam ter chegado. Eles sempre haviam sido muito pontuais, e horas de atraso era algo bem incomum.

“Pamela, dear, é a Samantha no telefone.” Dorothy apareceu correndo, já entregando o Marraphone para a afilhada. A loira apanhou o telefone, já histérica.

“Samantha? Yes, é Pamela. Onde está Megan? Ela está com você? Oh, thank God. E as crianças? Ally está aí? E Jack e Liam? Samantha, você está chorando, dear? Algo errado com os meninos? Oh my God. Oh, God. Oh no. Claro, claro... Estamos a caminho.”

Ela desligou o aparelho, os olhos cheios de lágrimas. Encarou os presentes, que aguardavam com expectativa e temor, preocupados diante da reação dela. Pamela abriu e fechou a boca diversas vezes, como um peixe tentando respirar fora d’água, antes de abraçar Ernesto e irromper em um choro doído.

~*~

Megan entrou no hospital afoita, Ally agarrada firmemente à sua mão. Foi perguntando para todos que encontrava, até ser encaminhada para a ala pediátrica, onde um médico já a esperava com um olhar penoso.

“Sra. Nigri? Eu sou o doutor André, estou cuidando dos meninos.” Ele se apresentou assim que ela se aproximou, apertando sua mão.

“E como eles estão, doctor? Como estão meus babys?” A angustia era visível em sua voz.

“Liam está bem, teve apenas escoriações leves. O Jack está na recuperação, precisou de uma cirurgia no braço direito por conta de uma fratura exposta.” O médico explicou calmamente, e Ally arregalou os olhos.

“Cirurgia? Vocês cortaram ele, doctor?

“Ele não sentiu nada, princesa, eu prometo. Ele estava dormindo, tranquilo.” O médico sorriu para a menina, que encarou a mãe ainda assustada. “Você quer ver o Liam?”

“Vai lá com o doctor, baby girl. Mommy vai esperar a gramma aqui e já encontra vocês.” Prometeu Megan, se abaixando na altura da filha. A menininha assentiu, dando a mão para o médico e saindo.

Megan se levantou, encarando Ally sumir pelo corredor, sentindo choro que estava segurando vir com força. Ouviu passos atrás de si, se virando e encontrando Ernesto à sua frente, abalado.

“Hey, Ernesto.” Ela cumprimentou, tentando sorrir. Ele negou com a cabeça.

“Eu sou teu melhor amigo, Megan, além de teu padrasto. Nem adianta tentar fingir para mim, que não vai colar.” Ele avisou, abrindo os braços. “Vem.”

E sem esperar mais nada, ela correu e seu jogou ali, começando a soluçar com força. Soluçar toda a dor que guardou para poder ser uma boa mãe, que cuida e se preocupa com os filhos em primeiro lugar. A dor que deixou de lado para ligar para a sogra, e confortá-la em sua dor. A dor que teria que esconder para lidar com toda aquela situação maluca.

Mas não ali. Ernesto era seu melhor amigo, e a protegeria por alguns minutos, para que tudo o que importasse fosse realmente a sua dor. A dor de perder Tuca, seu marido, seu confidente, o pai dos seus filhos.

A dor de perder seu outro melhor e maior amigo.


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Notas finais do capítulo

OLHA EU AQUI, GENTE! SOFRENDO COM A MORTE DO TUCA, ME JULGUEM.
Eu curtia ele com a Megan aqui na fic, não vou negar. Tá me doendo ter matado ele :'(
Mas a partir de agora, nossa história realmente começa, sem saltos temporais de quase um ano por algum tempo :)
Espero que ainda estejam aqui, e que estejam gostam.
E um grande beijo para a querida iLost My Mind (seu nome é como?), que com suas palavras, deixou meu coração mais leve, aquecido, feliz. É isso que uma escritora deve fazer, querida, seja em suas histórias, comentários, tudo. Usar o dom que tem com as palavras para fazer os outros felizes. Obrigada por ter feito isso comigo!
Beijos para todas, e logo menos tamos aí!