Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 45
Capítulo 45




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/675922/chapter/45

Mesmo com todos os anos que se passaram, era impossível par amim não admirar o trabalho do Neville, ele me contava suas aventuras e eu apenas o ouvia como uma pequena fã perto de seu ídolo. Contei algumas de minhas aventuras para ele quando a Galinha entrou voando pelo salão. Ela pousou a minha frente e encarou Neville como que o reconhecendo e se afastou para mais próximo de mim. Eu ri da atitude. Peguei a carta que carregava. 

— Hoje não tenho insetos - falei e dei algumas migalhas - Espero que me perdoe - fiz um carinho em seu pescoço.

Abri a carta, precisaria respondê-la antes de dispensar a Dedo-Duro. 

"Eu tentei reservar um hotel por ai, mas devido as minhas condições aqui disseram que eu não poderia ficar sozinho. Se souber de algum lugar que me aceite agradeço.

 

                                                                                           Draco"

Eu ri sozinha.

— Alguém importante? - eu me esqueci de Neville.

— Sim... - eu sorri.

Peguei o primeiro pedaço de papel que encontrei.

"Pode ficar no meu apartamento senão tiver problema. Enquanto estou lecionando não costumo ficar nele. Se aceitar te aguardo no restaurante ao meio dia para entregar as chaves.

 

P.S.: Galinha deve estar brava, eu não tenho insetos."

Coloquei no recipiente e liberei a ave que saiu bem depressa.

— Sua mãe? - eu o observei?

— Não, não... Ela está viajando com o namorado - eu ri - Vive me mandando fotos, mas não cartas - ele riu.

— Parece que ela também mudou nesses anos, não é?

— Você não faz a menor ideia do quanto - eu ri.

 

Eu cheguei no restaurante. Era um final de semana e eu teria folga. Reuni minhas coisas em uma bolsa e peguei minha vassoura. A estacionei, caminhei até o restaurante e esperei de fora. Fazia muito calor. 

Olhava em volta buscando por Draco, mas eu nem sabia como ele chegaria ali. 

— Agnes? - eu dei um pulo.

— O que faz aqui, Professor? - encarei Neville, e de repente, eu estava mais nervosa do que antes.

— Vim aproveitar para dar uma volta e buscar algumas plantas. - ele olhou em volta - E você?

— Estou esperando alguém... - falei e olhei em volta mais uma vez.

— Algum antigo amigo?

— Pode chamar assim se quiser - eu dei um riso sem graça. 

Um portal de abriu no meio da cidade. Algumas pessoas deram gritos assustados, mas não pela ação, mas pelo portal ter sido aberto do nada. Draco saiu dele acompanhado por dois seguranças.

— Um minuto - falei indo até o portal - Já estou aqui - falei com os seguranças.

— Assine aqui para se responsabilizar pelas ações do senhor Malfoy.

Assinei um documento.

— Só isso? - olhei os homens - E as algemas?

— Ah, claro. - o segundo segurança mexeu a varinha. Draco passou as mãos pelos pulsos - Se pisar fora da linha, Malfoy, nós mesmo vamos vir buscá-lo.

— Não se preocupe, Jason, vou estar aguardando por vocês bem aqui.

O portal se fechou.

— Simpáticos-  falei olhando o loiro que riu para mim, eu o abracei tão forte que eu não contava que ele fosse responder - É muito bom te ver.

— Digo o mesmo - ele sorriu e olhou em volta.

O portal se abriu novamente nos assustando. Uma mala foi jogada atingindo Draco que a pegou e riu.

— Malfoy? - Neville se aproximou de nós, os dois se encararam.

— Lonbottom? - os dois me olharam, eu desviei fingindo não saber o que acontecia por ali.

— Pensei que estava proibido de ficar há mais de quinze quilômetros do prédio. - Neville falou, olhei Draco que não pareceu gostar do comentário.

— Eu me responsabilizei por ele - falei, os dois me olharam. Eu me sentia de volta a adolescência com aqueles dois.

— Você o quê? - Neville pareceu não gostar.

— Eu já fui responsável por ele antes. - dei de ombros.

— Ag, você sabe o que ele fez? - eu não estava entendendo onde queriam chegar. Olhei Draco.

— Chega, Longbottom - ele falou - Aquilo foi um acidente.

— Acidente? - Neville riu com escárnio. - Nada que você faz é acidente, Malfoy, principalmente, se isso ferir outras pessoas.

— Ferir outras... pessoas? - olhei Draco, me afastei ficando um pouco ao lado de Neville - O que ele quer dizer, Draco?

— Eu não quero falar sobre isso. - ele estava irritado, eu percebia isso pelas rugas que se formaram em sua testa.

— Claro que não quer - Neville jogou os braços para o alto - Você passou tanto tempo com ele e ainda assim não percebeu que ele é um criminoso incorrigível, Agnes.

Eu inspirei profundamente, eu estava confusa com aquela conversa, e queria saber mais, mas eu não podia, não naquele momento.

— Que se dane - falei cansada - Estou faminta - olhei Draco - Marcamos em um restaurante por uma boa razão - eu peguei a mala dele - Se quiser comer conosco, Professor.

Ele não aceitou, o que eu imaginei que aconteceria.

Pedimos uma mesa, coloquei a mala dele no chão, pedimos os pratos e conversamos, Draco não chegou perto de me contar sobre o que Neville tinha falado. 

Pagamos a conta e fomos para meu apartamento, entreguei a chave para ele que riu do chaveiro ser um Dedo-Duro. Comentou que a Galinha tinha ficado para entregar uns documentos para ele e logo estaria por ali.

Apresentei o pequeno espaço para o loiro e  me desculpei pelo poeira, fazia muito tempo que eu não ia ali. 

Draco se acomodou rapidamente. Enquanto eu procurava algo em conserva para poder preparar para nós a noite. Ligamos a televisão.

— Desde quando ele está aqui? - ele perguntou sem citar nomes, mas sabia que falava do Neville.

— Algumas semanas, eu acho - dei de ombros - Isso é importante?

— Não... Claro que não - ele deu um riso seco. 

Eu o observei e ri, ele me olhou sem entender.

— Você está começando a ter cabelo branco - ele me encarou - Você está ficando velho, Malfoy.

— Não é cabelo branco, é mais loiro.

— É assim que vocês chama na Inglaterra? - ele riu. Eu ri e parei - Sobre o que o Neville comentou, o que aconteceu? Por que não me contou nada?

— Você iria se preocupar a toa - eu o observei - Foi um acidente, juro. - ele me olhou - Eu não queria que aquele feitiço funcionasse, mas eu tinha de fazer o teste e descobrir sua origem. Só que saiu do meu controle - ele levou a mão até o ante-braco direito - Eu tentei fazer regredir, mas foi muito mais forte, nunca tínhamos trabalhado com algo naquela proporção. - ele me olhou.

— E eles te acusaram... - ele confirmou.

— Mas a Granger - ele riu e algo pontou em mim, não sei ao certo o quê - Ela cuidou da analise, ela verificou que o feitiço era realmente algo sombrio e que seu controle não era fácil. Brigou comigo, é claro, mas ela disse que não foi minha culpa.

— Tipico dela - recolhi nossos pratos e levei para a cozinha - Mas seu braço está melhor?

Ele foi até mim, parou de frente, eu estava apoiada na pia. Aqueles olhos cinzentos pareciam cansados, ele precisava de uma boa noite de sono. 

A campainha tocou. Eu dei um pulo assustada o que o fez rir. Draco foi até a porta e a atendeu.

— Já se sente de casa - falei rindo e parei quando vi Neville parado de fora - Como conseguiu meu endereço?

— Tenho meus métodos.

— Carla - falei já adivinhando, ele riu sem graça.

— Posso entrar ou eu estou atrapalhando algo? - ele fuzilou Draco que me olhou com um olhar que pedia para eu dizer o que ele deveria fazer.

— Entra, só que já perdeu o jantar.

— Eu comi antes de vir.

Draco fechou a porta as costas de Neville, peguei uma cadeira da cozinha e a coloquei na sala para que eu pudesse me sentar nela e deixar os dois no sofá, não que fosse a melhor escolha eles ficarem tão próximos um do outro, mas dali de onde eu estava podia assistir aos dois.

— Então, Longbottom, o que tem feito de extraordinário com as plantinhas? - Draco perguntou.

— Nada que você fosse achar interessante, Malfoy.

Silêncio.

O tempo passava e nada de interessante, nem na TV, nem na conversa dos dois.

— Eu preciso voltar para a escola - falei me levantando - Vocês vão ficar bem?

— Por que vocês? - Draco me olhou - Ele vai ficar aqui?

— Claro que não - Neville levantou e riu. - Eu vou para escola com você, Ag.

— Certo... - eu falei pegando minha bolsa. - Eu já vou, então.

Draco se levantou, me deu um abraço.

— Tranque a porta depois que sairmos - falei rindo - Algumas caiporas selvagens gostam de invadir as casas. - eu parei de fora da porta e observei o loiro, eu não gostava de deixá-lo para trás - Você vai ficar bem?

— Se ele não destruir nada... E você levar a culpa - Neville falou - Está tarde, Ag.

— Não se preocupe, eu não vou fazer nada - ele falou - Vou até evitar usar magia - eu sorri - Se cuida.

— Você também, qualquer coisa sabe onde me encontrar. - ele confirmou e fechou a porta, esperei ouvi-lo trancando e então segui meu caminho, passei por Neville.

Fui até o estacionamento, peguei minha vassoura.

— Difícil te ver esse horário, senhorita Agnes - o homem que tomava conta falou.

— As vezes, precisamos sair da rotina - brinquei e agradeci pelo seu serviço - como você veio? - olhei Neville.

— Portal.

Ele apontou para umas das aberturas oficiais da cidade.

Decolei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Magia na Floresta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.