Naquela manha, Clopin  e Esmeralda estavam a entreter um grupinho de crianças na praça.

 Ela dançava e tocava seu tamborim, junto de sua cabrinha de estimação Djali e ele estava contando mais uma de suas historias em seu teatro de bonecos.

 Até que Clopin viu uma criatura encapuzada andando próxima a padaria.

Ao mirar seus olhos nos pequenos pés calçando as delicadíssimas sapatilhas pretas, a curiosidade invadiu de imediato sua mente.

Começou a se perguntar o que ela seria. Uma ninfa ou uma fada. Um anjo ou um demônio.

Foi então que ela foi cercada por dois homens que lhe ordenavam que lhe dessem todo o dinheiro que possuía ou perderia sua vida.

Ao mesmo tempo em que ela emitiu um grito de socorro desesperada e tentando fugir deles, Cassandra tentava em vão se defender deles, mas eles eram muito mais fortes do que ela pensava.

Continuou gritando por ajuda, a fim de alertar os guardas, até que um dos bandidos cobriu sua boca com uma das mãos e a ameaçou encostando a ponta de uma faca próxima ao seu pescoço.

“É o meu fim! ’ pensou completamente desesperada.

Foi então que um mendigo encapuzado e ágil apareceu e a defendeu lutando contra aqueles bandidos.

Dando socos fortes e pontapés que os fizeram desmaiar.

Depois que os derrotou, o cigano, ainda sobre as vestes de mendigo, contemplou a pobre criatura indefesa de capuz e pode ver um belo rosto com lábios salientes e avermelhados.

 Seus olhos eram azuis como duas safiras brilhando com a luz do sol nascente naquela manhã em Paris.

Cassandra ficou completamente sem reação nenhuma ao ver os dois bandidos caídos no chão inconscientes.

E um alguém completamente encapuzado a sua frente com a mão estendida com a intenção de ajudá-la a se levantar.

—Você está bem? Perguntou Clopin preocupado ajudando-a se levantar quando ela pegou em sua mão.

—Sim. Eu estou bem!- respondeu uma voz feminina por trás do capuz que o deixou completamente fascinado.

E que depois fugiu correndo com uma rapidez que o deixou confuso.

E começou a se perguntar quem teria sido aquela moçinha que havia salvado.

E como poderia ser sua aparência sem o capuz e a capa longa.

Por que percebeu que naquele momento em que havia ouvido sua voz, ela havia roubado seu coração.