Linhas Cruzadas. escrita por MissDream


Capítulo 9
Tentações.


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou. Eu nem vou ficar me explicando por aqui, pq ta ficando feio já, mas peço desculpa pela falta de respeito com vcs leitoras que estão sempre por aqui comentando, favoritando e acompanhando. Minhas gatinhas pingadas e tão preciosas ♥
Não vou me prolongar muito, pq tenho medo de entregar algum spoiler do capítulo, então comentarei nas nota finais ;)
Tendo dito isso, desejo boa leitura a todas e leiam as nf para sanar qualquer dúvida. Bjs! ;*



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"Cold to the touch, but she's warm as the devil..."

 

Oliver Queen.

 

Não sei que veneno tóxico era esse que me fazia odiar Felicity Smoak desde o primeiro instante em que a vi e mesmo assim quando a encostava era como se labaredas se alastrassem por minha corrente sanguínea. Mergulhar dentro dos olhos dela me deixou desorientado em demasiado, nem ao menos sei o porquê, mas tinha algo naquela garota que despertava o pior de mim e eu não podia deixar.

̶  Ray só conseguiu duas entradas para o baile municipal de caridade esta noite. – falei entrando na sala de reuniões.
̶  Ótimo dois de nós vai como  convidados e os outros se infiltrarão no buffet.
̶  Eu consigo nos por lá dentro. – Ray falou.
̶  Sarah e Ray vão como convidados e nós vamos pelo buffet.
̶  Não dá, não é tão simples assim, Felicity.
̶  Pra mim parece bem simples, Sarah. 
̶  Oliver, Ray e eu não podemos nos disfarçar pelo buffet, Ray pela empresa, eu porque meu pai é chefe da polícia e vai estar lá.
̶  E você? – ela se direcionou a mim, fazendo com que todos rissem brevemente.
̶  Felicity, você veio de Marte? – Roy questionou recebendo uma careta da loira.
̶  Não importa. – cortei o assunto. – Roy entrará como garçom, Sarah e Ray nos dará cobertura e monitoramento durante a festa, John entrará como segurança e eu e você iremos como convidados.
̶  Você e eu? Como par? – me diverti com a feição confusa e preocupada que a loira fez.
̶  Sim srt. Smoak é uma boa maneira de lhe apresentar como gerente administrativa do hotel. – dei de ombros. – A não ser que esteja com medo de me acompanhar. – provoquei apenas pelo prazer de ter sua resposta malcriada.
̶  Que seja, um sacrifício a mais, um amenos o que mudará? – revirou os olhos tentando inibir a irritação.
̶  Ótimo, vamos até meu laboratório onde mostrarei os equipamentos. – Ray falou se levantando.
̶  Agora sim a diversão começa. – observei Felicity bater palminhas em animação.

Ray era conhecido em Star City como o melhor engenheiro eletrônico, sua astucia em criar eletrônicos inovadores o rendeu alguns milhões. O que ninguém sabia era que muito de sua fortuna se dava pelos adereços que ele criava para a Argus, adereços que podiam passar despercebidos por todos.

̶  Essas aqui são nossas escutas. – apontou o balcão de vidro. – Oliver, Diggle e Roy, vocês usarão na gravata para monitorar qualquer movimento.
̶  Como eu vou encaixar esse troço na gravata?
̶  Com as gravatas especiais que eu criei. – apertou um botão fazendo um tampo de vidro emergir do balcão. 
̶  Tudo bem, e o meu? – Felicity perguntou ansiosa.
̶  Aqui senhora. – ele lhe ergueu um par de brincos. – E para combinar, uma correntinha com um pingente de ruby.
̶  E qual a funcionalidade do colar? – John pôs em palavras a dúvida de todos.
̶  Tem uma microcâmera na pedra, Felicity nos guiará por dentro da festa. – explicou mostrando a joia.
̶  Eu consegui a planta do teatro municipal de Star. – Felicity abriu a imagem no tablet. – O baile acontecerá no salão principal, mas terá uma apresentação de alguma orquestra no salão de apresentações. Eu tentei um camarote, mas todos já estavam reservados.
̶  Tudo bem, todos sabem o plano. A gente entra, procura algo errado e tentamos sair vivos. – ditei as regras. – Nada de gracinhas sem o parceiro. – olhei significativo para as loiras que reviraram os olhos. – Ray e Sarah estarão com a van a postos para um caso de fuga emergencial. – Todos se dissiparam, ficando apenas Sarah e eu na mesa.

̶  Você sabe que irão estranhar sua volta aos eventos sociais, não sabe?
̶  Não me importo. - fiz pouco caso de suas palavras, fazendo-a bufar irritada.
̶  Tommy estará lá, o que dirá a ele?
̶  Sarah, Tommy é meu melhor amigo e não meu pai a quem devo satisfações.
̶  Eu sei Ollie, mas é que desde... Desde o acidente você se afastou socialmente, comparecendo apenas financeiramente.
̶  Primeiro, pare de chamar aquela sabotagem de acidente, segundo não é como se todos fossem parar a festa porque eu cheguei.
̶  Não. Todos vão parar a festa porque você chegou com uma mulher misteriosa, talvez.
̶  O que o Ray está te dando? Você anda vendo muito filme do 007. – levantei impaciente. – Vamos parar com esse assunto, ok? Eu tenho um smoking para buscar e alguns documentos do hotel para ver, caso não se lembre, preciso manter o disfarce.

A verdade é que eu estava fugindo da  conversa, era isso que eu sempre fazia, eu fugia. Tommy parecia me entender, no entanto Sarah, ela estava sempre com seus questionamentos e dúvidas e eu não era muito fã de inquéritos, não quando eu era o questionado.

̶  Posso saber qual o tipo de trabalho que eu vou fazer aqui? – Felicity invadiu meu escritório pisando firme. – E, por favor, não diga que eu serei camareira.
̶  Se você prestasse atenção no que eu digo, teria escutado que eu vou te apresentar como gerente administrativa do hotel.
̶  Eu ainda não engoli essa história de ir com você. – revirou os olhos, birrenta.
̶  Acostume-se, pois você vai comigo e vai ouvir comentários maldosos.
̶  Sério? Que ótimo, além de precisar passar uma noite inteira ao lado de um babaca, ainda terei que ouvir gracinhas.
̶  Felicity, você não está indo por motivos fúteis, lembre-se. – repreendi paciente.

̶  Oliver, eu te liguei umas quatro vezes hoje, precisava te entregar alguns recibos dos fornecedores. – Helena entrou sem se dar conta de que eu estava acompanhado. – Desculpa, interrompo?
̶  Não, a srt. Smoak e eu já terminamos por aqui. - olhei rápido Felicity. – Mas o que deseja srt. Bertinelli.
̶  Ah sim, sr. Queen chegou essa papelada dos fornecedores e eu...
̶  Por favor, parem com essa formalidade. – Felicity a interrompeu, nos deixando constrangidos. – Vocês se pegam, é normal e não é da minha conta, mas não tentem me enganar com esse teatrinho.
̶  Srt. Smoak está sendo grosseira. – alertei enquanto Helena ruborizava.
̶  Desculpa, Helena, não é? – a morena assentiu. – Mas você merece algo melhor, homens como ele só serve para distração.

̶  Smoak!
̶  Queen! – rebateu no mesmo tom, mas eu sabia que ela estava se divertindo com o constrangimento de Helena. – Se me dão licença, preciso me atualizar sobre o funcionamento de tudo. – saiu batendo os saltos no chão.
̶  Ignore Felicity, ela não passa de uma arrogante que eu terei que engolir por um tempo. – puxei a morena pela cintura.
̶  Minha casa hoje à noite? – sugeriu lascivamente. 
̶  Não dá, tenho um evento beneficente para ir, mas estou disponível agora. 
̶  E o que vamos fazer? – provocou rebolando seu quadril ao meu. 
̶  Tenho algumas ideias. – a girei sentando-a sobre o tampo de vidro da mesa. – Como, por exemplo, transar com você nessa mesa.
̶  Não seria má ideia. – mordeu o lóbulo da minha orelha esquerda. – Mas precisamos ser rápidos e silenciosos. 
̶  Rápidos e silenciosos. – repeti suas palavras enquanto afastava sua calcinha por baixo da saia lápis, a estimulando. 
̶  Oliver. – implorou gemendo meu nome.
̶  Shii! Silenciosos, lembra? – afastei meu quadril apenas para posicionar meu sexo fora das calças. Sem aviso prévio eu a penetrei, sentindo o ardor de seus dentes em meu ombro esquerdo numa tentativa de abafar seu grito.

Conforme investia nela, podia sentir o suor escorrer por meu corpo ainda vestido. O ambiente cheirava a sexo, o que só tornava tudo mais excitante, com mais algumas estocadas eu pude sentir Helena relaxar, minha libertação veio em seguida.

̶  Isso foi...
̶  Muito Bom. – a beijei brevemente. – Está dispensada para ir pra casa.
̶  Tão cedo? Não vai precisar de mim?
̶  Não, com esse evento logo mais a noite, eu pretendo ir embora cedo também. – falei enquanto me organizava.
̶  Tudo bem então, boa festa. – tocou nossos lábios mais uma vez antes de deixar minha sala.

(...)

Apertei o laço da gravata borboleta em frente ao espelho pela segunda vez, o smoking preto e bem recortado que Sarah trouxe caiu como uma luva. Engraçado como eu havia desacostumado com aquela visão a minha frente, tanto tempo que eu não ia a uma festa. Apanhei a mascara preta simples sobre a penteadeira e a guardei no bolso interno do terno. Eu estava pronto.

Desci do carro sentindo o vento gelado da cidade me abraçar, o inverno estava se aproximando. Olhei em direção a porta da casa e nada me preparou para a visão a minha frente, eu estava sem palavras para descrevê-la. Seu vestido preto com um generoso decote V justo até a cintura e solto de forma sensual até seus tornozelos a remetia a uma estrela hollywoodiana, uma fenda ia do meado de sua coxa direita até o fim do tecido, seus cabelos num coque desgrenhado e a maquiagem era suave deixando o estrelismo apenas para o batom vinho que me fez querer beijá-la.

̶  Pode me ajudar? – chegou até mim estendendo sua mascara simples e negra como a minha, porém feminina como se fosse uma renda. Ajudei a por a mascara que deixou seus olhos mais misteriosos do que eu podia me lembrar.
̶  Maravilhosa. – soltei constatando que não haveria jeito daquela imagem sair da minha cabeça.
̶  Podemos ir? – John pigarreou  dando a volta no carro e abrindo para ela.

Chegamos ao teatro cerca de vinte minutos atrasados, o lugar estava cheio de magnatas e seus acompanhantes, fossem cônjuges, ou apenas companhias de aluguel, mulheres e homens de negócios para todos os lados. Forcei minha vista para alguns flashes que dispararam sob nós.

̶  Eu espero que você seja cordial ao menos essa noite. – sibilei próximo ao ouvido dela. 
̶  Não me provoque, Oliver. – me fuzilou com os olhos sob a máscara. – Eu sou capaz de deixá-lo plantado aqui.
̶ "Calem a boca vocês dois, não estraguem o disfarce." – a voz de Sarah saltou na linha aberta.

̶  Oliver Queen. – ouvi a voz grossa pronunciar meu nome com certa surpresa e ironia. – Quanta honra enfim encontrar você num evento social.
̶  Sebastian Blood. – devolvi o tom. – Você sempre tão... Cordial.
̶  Vejo que não perdeu o dom de atrair belas mulheres. – seu olhar fotografando Felicity como as lentes de um paparazzo. – Não vai me apresentar a bela jovem?
̶  Claro, que gafe a minha. Deixe-me lhe apresentar Felicity Smoak, a mais nova gerente administrativa do Queen's Hotel.
̶  Encantado. – beijou-lhe a mão de forma galanteadora. – Sou Sebastian Blood, CEO da Queen Consolidated.
̶  É um prazer conhecer por fim o homem que administra a empresa de Oliver. – eu mesmo estava surpreso com a forma tranquila com que ela falou.
̶  Ele deve ter te contado que além de CEO sou um dos sócios por contrato, certo?
̶  De vagar aí, Blood, afinal não estamos aqui para falar de negócios. – cortei sua crista inflada.   – Vamos apenas aproveitar a noite.
̶  Você está certo. – sorriu de forma oblíqua. – Vejo você por aí, agora se me dão licença, preciso cumprimentar outras pessoas.
̶  A vontade. – Felicity assentiu cordial. 
̶  Como sabia que a empresa me pertence?
̶  Primeiro não precisa ser um gênio para associar seu nome a QC e segundo eu sou uma agente cibernética, não subestime minha inteligência.
̶  Que seja. – dei de ombros agarrando um scott de uma bandeja que passava ali.
̶  Só não entendi ainda o porquê de ter vendido algumas das ações. – ela parecia presa em seu próprio monólogo. – Mas eu sou paciente. – piscou.
̶  Dance comigo. – estendi a mão num convite explicito, mudando totalmente o clima e o rumo da conversa. – É uma festa.
̶  Escorregadio Queen, gosto disso. – a conduzi até o centro onde uma música lenta tocava e alguns casais estavam dançando.
̶  O que vê? – perguntei antes de girá-la pelo salão.
̶  Dois na entrada, dois no corredor do gabinete e um no corredor para o salão de apresentações. – respondeu quando a puxei de volta. Ela estava de costas para mim, seu quadril se mexendo no embalo da melodia, me excitando. – Gosta Queen? – senti meu sexo pulsar com sua provocação rouca e suave. Encarei a pele exposta de seu pescoço abraçada apenas pela fina corrente prateada, eu parecia estar no automático, pois quando dei por mim já estava abandonando um beijo naquela região.
̶  Observe Felicity. – ordenei com meu tom saindo mais rouco do que realmente desejava. – Observe todos ao seu redor. – apertei sua cintura buscando autocontrole quando ela se virou soltando o ar próximo a meu queixo. 
̶  Uma mulher no parapeito, outra na sacada de cima. - se aproximou do meu ouvido. – E um casal ao nosso lado.
̶  Observação é a alma do negócio. – soprei as palavras junto com os últimos acordes da música. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, vi Tommy se aproximar de nós.
̶  Oliver, que milagre é esse você em uma festa? – será que todos, essa noite, fariam a mesma pergunta? – Não importa, fico feliz que tenha vindo.
̶  Tommy, essa é Felicity Smoak, minha mais nova gerente administrativa.
̶  Prazer, linda. – Thomas Merlyn e seu habitual charme playboy. – Espero que não esteja sendo difícil para você aturar Ollie.
̶  Acredite, tem dias que eu tenho vontade de fugir para as colinas, mas consigo suportar. – ótimo eu estava sendo assunto para o flerte daqueles dois.
̶  Faço questão que fiquem em meu camarote para a apresentação da orquestra de Moscou. – Tommy parecia animado.
̶  Adoraríamos, mas eu reservei um camarote para nós. – confessei.
̶  Vamos lá, Ollie. Minha acompanhante desmarcou em cima da hora e eu estarei sozinho, você pode disponibilizar seu camarote para outro e se juntar a mim esta noite.
̶  Na verdade, acho essa uma boa ideia. – senti as mãos de Felcity circular meu braço. – Vamos Oliver, Tommy está sendo gentil
̶  Tudo bem, espere só eu avisar na recepção que ele está disponível.
̶  Deixe que eu faço isso. Volto num instante. – Tommy se afastou até a recepção.
̶  Mas que diabos você estava pensando? Como vamos ficar de olho em Adam com Tommy por perto?
̶  Calma Oliver, seu amigo não desistiria tão cedo e acharia estranho você negar seu convite tão veemente. 
̶  Tommy na certa pensaria que eu queria ficar a sós com você, Smoak. – revirei os olhos impaciente.
̶  Conseguiremos ficar de olho em Adam, não se preocupe, Tommy nem irá perceber.
̶  Só espero que você não o ponha em perigo.
̶  Não é como se ele fosse uma donzela indefesa. – dessa vez foi ela quem revirou os olhos. – Não seja tão dramático.
̶ Voltei, vamos? – Tommy chegou até nós antes que eu pudesse retrucar as palavras de Felicity.

A apresentação já estava em sua metade, quando com o canto dos olhos eu observei Adam se levantar discretamente até a saída do salão. Encarei Felicity que parecia ter notado o movimento do homem também.

̶  Se me dão licença, vou até o toalete. – Felicity deu a deixa para ir atrás de Donner.
̶  Sente-se bem? Precisa que eu a acompanhe? – perguntei a encarando.
̶  Agradeço a gentileza, mas não precisa. Fique e faça companhia para Tommy, volto num instante. – concordei a contragosto.
̶  Então... Felicity? – Tommy questionou assim que ela sumiu de nossas vistas.
̶  Pois é, ela é uma bela mulher. – alimentei suas expectativas.
̶  Fico feliz que você enfim tenha seguido em frente depois de tanto tempo. – sorriu parecendo feliz com a situação. – E ela já tem pontos comigo só por ter conseguido te arrancar de casa. Ela deve ter insistido bastante.
̶  Oh sim, acredite, Felicity quando quer uma coisa consegue ser mais insistente que eu. – falei com a lembrança da loucura dela e de Sarah dias atrás.
̶  Aposto que sim. – bebericou seu wisky. – Ela é uma garota de sorte por ter seu coração. 
̶  Não alimente ilusões, Thomas. Felicity e eu não temos nada especial.
̶  E onde vocês se conheceram? – ele fez a pergunta que eu temia.
̶  Eu a encontrei sentada em minha cadeira com seu sorriso sedutor. Ela se apresentou como minha mais nova contratada e disse que eu não me arrependeria de tê-la em minha equipe administrativa. – optei por uma meia verdade.
̶  "Oliver, Adam está indo para o gabinete do teatro, preciso de você aqui". – a voz dela saiu pelo ponto.
̶  Felicity está demorando, não? – indaguei propositalmente. – Acho que irei atrás dela.
̶  Vá ver sua garota, Ollie. – o coitado do Tommy incentivou inocente.

Sem perder mais tempo desci até o salão de entrada para encontrar uma Felicity impaciente.

̶  Até que enfim, achei que tivesse se perdido.
̶  Onde está Adam? – resolvi ignorar suas provocações por agora.
̶  Ele foi em direção ao gabinete. – apontou o corredor que levava até a sala.
̶  Vamos atrás dele. – segui o caminho com ela em meu encalço.

Por todos estarem no salão de apresentações, o resto do ambiente estava silencioso e vazio, o que nos permitiu escutar a conversa que se sucedia do outro lado da porta.

̶  Você está maluco? – a voz de Adam sobressaltou. – Eu não posso pisar fora da linha ou terei minha cabeça arrancada fora.
̶  Eu te dei um prazo, mas você não cumpriu sua parte no acordo, Adam.
̶  Eu sei, me dê mais um pouco de tempo e eu terei o dinheiro em mãos.
̶  Eu não tenho muito tempo a perder, preciso do dinheiro para completar o serviço, ou nada feito.
̶  Eu não posso mexer nesse dinheiro, ou ele me mata. O alfa está aqui.
̶  Você o viu? – olhei Felicity que parecia tão surpresa quanto eu.
̶  Não. Slade é discreto, mas me prometeu liberar a grana no fim da festa.
̶  Então, o dinheiro será desviado da caridade?
̶  Você só o verá quando trouxer a mercadoria até o alfa.

De repente o lugar inteiro ficou completamente escuro, o que fez os passos das duas pessoas se aproximar da porta. Olhei em volta tentando fazer meus olhos se acostumar com a escuridão, com dificuldade consegui enxergar outra porta a nossa frente e foi para lá que puxei Felicity.

̶  Sara, preciso que cheque o que está acontecendo. – pedi pelo ponto aberto.
̶  "Oliver? Ollie eu não estou te escutando". – o áudio estava falhando. – "Felicity".
̶  Sarah, consegue nos ouvir? – tentei novamente.
̶  Oliver, ela não vai ouvir. – me apontou o grande janelão a nossa frente. – Está caindo o mundo lá fora, o que causa interferência na chamada.
̶  Felicity, eu não sou nenhum amador e não é a primeira vez que uso um ponto, então não precisa me explicar.
̶  Grosso. – caminhou até a porta, puxando-a. – Está trancada.
̶  Eu sei. – dei de ombros. – É o sistema de segurança do prédio, ele trava as portas.
̶  Espera, você está me dizendo que ficarei trancada com você por tempo indeterminado? – afirmei não conseguindo segurar o sorriso debochado. – Eu devo ter cometido um pecado muito grande na vida pra merecer isso.

(...)

Bufei pela segunda vez com seus protestos, ela parecia tão ou mais irritada que eu.

̶  Entenda uma coisa, estamos trancados aqui até que a tempestade acalme, não adianta protestar, é o sistema de segurança do teatro.
̶  Eu poderia hackear em dois segundos. – cruzou os braços, irritada.
̶  Estamos sem energia, Felicity. – era a décima vez que eu repetia aquela sentença para ela. – Será que é difícil entender isso?
̶  Qual o seu problema comigo, afinal?
̶  Eu não tenho problema com você, não posso ter problema com alguém que nem conheço.
̶  Claro, me tratar com arrogância é só seu lado gentil. – eu não podia ver, mas tinha certeza que ela revirou os olhos com sarcasmo. 
̶  Você é sempre tão insuportável assim? 
̶  Com quem me tira a paciência? Pode apostar. A questão é que desde o primeiro dia que botei meus pés nessa cidade, você me trata como se eu fosse uma amadora, e eu estou cansada dos seus desafios a minha inteligência e capacidade estratégica, Oliver.
̶  Não se de tanta importância, Smoak, você é apenas uma novata que está sendo analisada pelo chefe da equipe. 
̶  Claro, pretende me dar o titulo de funcionaria do mês também, Mr. Queen? – abri a boca para responder, mas fui interrompido por ela. – Quer saber? Eu não tenho que te provar nada, eu sei da minha capacidade e acredite, eu sou boa no que faço. – eu acreditava. Felicity vinha se mostrando muito eficaz e competente, mas tá pra nascer a pessoa que me faria dizer aquilo em voz alta, levaria esse pensamento para o tumulo.
̶  Convencida, Smoak? – questionei apenas para obter sua fúria, devo confessar que aquilo me divertia. 
̶  Apenas não me dou a falsa modéstia, Queen. – falou tirando as sandálias de salto. 
̶  O que está fazendo? – perguntei confuso.
̶  Se vou passar algum tempo presa aqui, por menor que seja, é melhor que eu esteja confortável.
̶  Nua? 
̶  Bem que você gostaria, mas eu não vou te dar esse gostinho. – se afastou indo em direção ao janelão do lugar, me dando a viso de sua silueta brincando com a pouca luz do ambiente. Felicity tinha um belo corpo, suas curvas eram bem distribuídas e naquele vestido só enaltecia mais cada parte de seu corpo curvilíneo.   - Gosta do que vê?
̶  Na verdade gosto bastante. – confessei descarado enquanto ela me olhava sob os ombros.
̶  Que bom, porque não terá mais que isso.
̶  Como tem tanta certeza? 
̶  Simples, eu não sou como a morena de olhos claros e pernas longas que baba a cada vez que você passa. – deu de ombros fazendo pouco caso.
̶  Na verdade vocês são bem diferentes. – cruzei o pouco espaço que nos distanciava ficando a centímetros de seu corpo. – Você tem curvas mais perigosas. – minha voz saiu baixa fazendo a pele da nuca dela arrepiar. – Tentadoras. – abandonei um beijo na região atrás da orelha e toquei sua cintura com suavidade. – Lindas. – a puxei para um beijo bruto, insensato e furioso. Felicity me afastou estalando a mão no meu rosto e só então tornei a mim percebendo a insanidade que tinha provocado. Me preparei para seus xingamentos, mas ao invés disso tudo o que senti foi minha camisa ser puxada e meus lábios serem esmagados num beijo urgente.
̶  Quer saber de uma coisa? – me perguntou ofegante devido ao beijo. – Talvez não seja tão ruim assim.
̶  Se decida. – ela me lançou um sorriso oblíquo o qual me fez arrepiar em antecipação. Senti todo meu corpo pulsar quando a mão dela pousou sobre minha calça já apertada. – Felicity. – rosnei quando sua boca se apossou da minha orelha esquerda, mordendo e arranhando o lóbulo com os dentes. Sentei-a sobre a mesa vendo seu peito subir e descer conforme nossos movimentos se antecipavam.  
Minha boca caiu até o vão de seus seios, onde abandonei beijos quentes e demorados, sentido-a se arrepiar. Puxei a parte superior de seu vestido com certa urgência, eu precisava prová-los, eram tão pequenos e convidativos que pareciam a perdição, minha perdição. Suguei os seios de Felicity, degustando de sua carne exposta e dura, ela estava excitada, seus gemidos a entregavam. Eu sabia que era errado, nos odiávamos na maior parte do tempo, mas o cheiro dela já estava em mim e eu sabia que agora não teria mais volta, eu faria dela minha essa noite e apenas a chuva, os raios e trovões seriam testemunhas, ela seria minha por inteira, dos seios ao par de pernas.

Senti meu blazer ser tirado de mim com uma grosseria absurda, logo os botões da minha camisa saltaram pelo chão, ela conseguia ser ainda mais sensual quando selvagem. Meu cinto foi puxado e minha calça desabotoada, fazendo com que o pano escorregasse até meus tornozelos. Senti suas mãos pequenas adentrar minha cueca dando apertões na minha bunda, ela estava conseguindo me provocar, me sentia enlouquecido com seus toques. Suspendi seu corpo fazendo com que o vestido escorregasse ao encontro das minhas próprias roupas, em seguida afastei sua minúscula calcinha, a tocando em seu centro de prazer, seus olhos estavam escuros de luxúria, eu podia sentir todo seu desejo se derramar em meus dedos, mas eu queria mais, mais de seu deleite.
̶  Oliver... – seu suspiro me excitando, enquanto meus dedos aceleravam os movimentos escorregando por suas dobras a provocando. Penetrei dois dedos em seu sexo, sentindo o pequeno corvo arquear em espasmos, permaneci meu polegar fazendo movimentos circulares em seu clitóris.
̶  Diga-me Felicity, por que eu nunca terei mais? – resolvi provocar sua ferocidade, me excitava vê-la irritada, mas ao invés de uma resposta petulante, senti sua mão tocar a minha me afastando de sua intimidade. Observei ela saltar da mesa apenas para se ajoelhar em minha frente. Minha vista escureceu ao sentir o contato de sua boca quente com meu sexo, ela estava me provocando de forma atrevida e coordenada.
̶  Oh merda, Felicity. – enrosquei minha mão em seus cabelos, o libertando e fazendo com que caísse por seus ombros. Prendi meus dedos em seus fios loiros, estimulando a continuar a carícia ousada, Felicity fazia com maestria, suas mãos tão habilidosas quanto sua língua que me sugava mesclando intensidade e calma no ato. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Antes que não aguentasse mais, a puxei para cima a sentando novamente sobre a mesa, retirei sua calcinha com uma calma inexistente. Eu queria a provocar, excitar, torturar. Abaixei entre suas pernas e passei a provar seu sabor, me demorando no trabalho com a língua, o que a fez estremecer. Minha língua a massageava com adoração, ela era doce e viciante.
̶  Oliver. – seu protesto saiu em forma de gemido.
̶  O que você quer, Felicity? – perguntei abandonando um beijo em seu clitóris. – Me diga o que deseja.
̶  Você. – ela parecia saborear o momento. Sem aviso prévio eu a penetrei a arrancando um grito rouco de prazer. Com facilidade encontramos nosso ritmo, ela era quente e apertada, o que me deixava ainda mais excitado. Felicity era quente e parecia não ter pressa no que fazia, estávamos aproveitando cada segundo daquele momento.
̶  Felicity... – suspirei prazeroso.
̶  Eu preciso de mais, Oliver. Eu quero mais. – então a virei apoiada na mesa, enquanto a penetrava com maior velocidade. Os movimentos eram ritmados, a sensação de perigo só estimulava mais a situação. Eu podia sentir o suor escorrer por minha testa, enquanto o cheiro de sexo exalava pelo ambiente. Puxei Felicity para sentar em meu colo, dando a ela total controle da situação. Ela se mexia por cima de mim com maestria, seus seios pulavam convidativos em meu rosto, não resisti levando um deles a boca. Chupando. Beijando. Estimulando. Ela era saborosa.
̶  Oliver... – senti meu orgasmo se aproximar e pela forma como ela apressou o ritmo, o dela não estava muito longe. Apertei sua silhueta a estocando mais fundo, sentindo por fim minha libertação, ela amoleceu em meus braços, deixando por fim o prazer tomar conta do seu corpo. Nossas respirações descompassadas e o suor de nosso corpo só deixava tudo mais intenso.

A consciência voltando a mim, eu tinha acabado de transar com Felicity numa sala do teatro municipal de Star e o pior, no meio de uma missão. Eu só podia estar ficando louco.


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Notas finais do capítulo

O QUE FOI ISSO BRASEEEEEL?
PESADO!
Antes de mais nada, peço desculpas se o hot ficou vulgar, não sou a melhor escritora de cenas de sexo (prefiro os barracos diojdijfw).
Para quem está achando precipitado esse acontecimento, vou adiantar que isso não mudará muito a forma como esses dois se tratam. Me pediram para desenvolver essa relação com calma e é o que estou fazendo, e o sexo foi apenas consequência da enorme tensão sexual que existe entre eles.
Agora, para aquelas que estão achando que isso é o inicio de uma paixão avassaladora, voltem e leiam a parte de cima kkkkkk passinhos de bebê meninas.
Deixando claro que O BAILE NÃO ACABOU, tem muita água pra rolar nessa cachoeira e no próximo vcs verão. Por fim, me digam o que acharam, pq cada comentário aqui é muito importante para mim.

PS: O cap ta grande em, será que compensa a demora? Espero que sim kkkkkk

Então é isso, beijos e até os comentários ;) ♥