Linhas Cruzadas. escrita por MissDream


Capítulo 25
Caçada.


Notas iniciais do capítulo

Ooi povo, tudo bom com vocês? Eu espero que não tenham sofrido muito com a demora, mas é aquela velha história; eu cheguei num ponto da fic que é o momento de fechar todas as brechas deixadas pelo caminho e as vezes eu acabo me esquecendo de coisas e preciso relê a fic para lembrar. Outro ponto é que eu ainda não tinha terminado de ver a quinta temporada e arrow (que aliás, foi um hino de temporada, minha favorita depois da segunda), daí fui terminar de ver para me ajudar com algumas coisinhas por aqui. Enfim, não vou enrolar mais, tenham uma boa leitura.



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“Nobody said it was easy It's such a shame for us to part...” 

Felicity Smoak.

 

Ver aqueles dois se beijando fez eu me sentir uma intrusa, parecia uma tela gigante a qual eu encarava de fora apenas para observar alheia e excluída da cena. As duvidas de mais cedo caíram como uma pesada certeza de algo que no fundo eu já sabia: Oliver não pertencia a mim e, no entanto, cá estou eu sentido essa dor no peito como se o meu coração estivesse sendo esmagado.

Só quando os olhos azuis pousaram sobre mim é que me dei conta de que estava parada ali tempo demais, eu precisava fazer alguma coisa para descongelar.

̶  Desculpa... Eu não queria atrapalhar. – eu ouvia o som da minha voz, mas parecia distante, no automático. 

̶  Felicity. – meu nome não passou de um arquejo.

̶  Eu vou embora. - engoli em seco tentando me concentrar em um movimento de cada vez enquanto dava as costas.

̶  Felicity espera. – ele segurou meu braço tão leve que quase não pude sentir seus dedos em volta dele. – Por favor.

O encarei tentando não deixar transparecer toda a magoa que eu estava sentindo, eu não podia ser fraca agora, não podia.

̶  Me deixa ir Oliver, eu não quero falar algo do qual venha a me arrepender. – suspirei tentando controlar minha irritação.

̶  Não, a gente precisa conversar, você precisa me entender.

̶  E o que você vai dizer, que não é nada do que eu estou pensando? – soltei sentindo a raiva em cada palavra.

̶  Por favor. – ele olhou dentro dos meus olhos num pedido mudo.

Traguei o ar pesado acenando com a cabeça em aceitação, eu conhecia Oliver o suficiente para saber que ele não desistiria de ter essa conversa, e talvez fosse melhor acabar logo com essa agonia. 

̶  Eu vou embora, Oliver, depois conversamos. – só quando Laurel se pronunciou é que eu lembrei que ela ainda estava lá. Oliver foi com ela até a porta, fechando-a assim que a mulher atravessou o arco. Esperei até que ele voltasse.

̶  O que você viu aqui foi uma mulher confusa beijando o homem com quem ela iria se casar antes de passar um inferno. – ele começou cauteloso.

̶  Sabe que o que me afeta não é nem o beijo em si, Oliver, mas a minha teimosia em não querer enxergar o obvio. – eu não estava gritando e era isso o que mais me assustava. Eu era incapaz de gritar. – No momento que Laurel reapareceu uma parte de mim soube que era o fim, mas ainda assim eu a ignorei, eu quis acreditar que ficaríamos bem.

̶  Laurel está perdida, ela acabou de voltar do inferno acha que eu ainda sou o mesmo Oliver do passado que era apaixonado por ela. – argumentou.

̶  E não é? – o encarei esperando por uma resposta que não veio. – Olha nos meus olhos e diz que já esqueceu tudo que vocês tiveram, que ela não ocupa mais um lugar tão importante na sua vida e que você não sente mais nada por ela. 

̶  Felicity... – o olhar dele era um pedido de clemência.

̶  Você não consegue, não é? – Oliver baixou a cabeça tentando fugir de mim. – Eu sei que não, e é por isso que eu não posso ficar eu não conseguiria viver numa mentira sabendo que o homem que eu... Que o homem que eu escolhi para estar ao meu lado não está inteiramente comigo. – me policiei nas palavras. – Eu não sou assim, eu não sei ser nem ter alguém pela metade, não sei dividir. Pode parecer egoísta, mas você não pode me culpar por isso, pode?

̶  Eu não estou com você pela metade, eu quero estar aqui nessa relação.

̶  Você pode mentir para mim, mas não para você mesmo. Seja honesto conosco Oliver, você sabe que se seguir comigo agora uma parte sua sempre vai se questionar sobre ela, não vamos nos machucar mais.

̶  Não precisa ser assim. – ele enfiou as mãos nos cabelos em seu típico sinal de nervosismo.

̶  Nós dois sabemos que não é verdade, você precisa acertar conta com o seu passado, tem uma história interrompida entre você e ela, tem um amor...

̶  Eu não sei se a amo. – ele me interrompeu. – Faz tanto tempo que eu já tinha me acostumado com a ideia de que ela estava morta, e agora eu me sinto bagunçado e confuso.

̶  Mais um motivo para acabarmos com isso. Eu não posso aceitar você pela metade e você não pode estar comigo tendo duvidas, não seria justo com nenhum de nós. – encarei um ponto atrás dele para não ter que encará-lo. – Você precisa entender seus sentimentos, precisa acertar sua história com ela antes de virar qualquer página.

̶  Você tem certeza que é isso que quer? – balancei a cabeça afirmativa sendo incapaz de pronunciar a palavra. 

̶  Vai resolver sua vida, Oliver. 

Eu sabia que no momento que eu cruzasse aquela porta não teria mais volta, mas tinha que ser assim, e apesar da plena convicção do meu amor por Oliver, eu era incapaz de aceitá-lo pela metade.

 

Oliver Queen.

 

̶  Boa noite, temos uma reserva no nome de Adrian Chase. – a mulher levantou os olhos para me ver e soltou um sorriso nada sutil ignorando totalmente minha mão entrelaçada com a de Felicity. – Me chamo Oliver Queen.

̶  Oh, boa noite sr. Queen, o sr. Chase já os espera, deixe-me acompanhá-los. – assenti e deixei que ela nos guiasse até a mesa que ficava no terraço do ambiente, de forma mais afastada. – Senhor, seus convidados chegaram. – a mulher chamou a atenção do homem que tinha os olhos no celular.

̶  Ah sim, obrigado. – ela assentiu e logo se retirou. – Boa noite, sr. Queen. – o homem se levantou para nos cumprimentar, ele era um pouco mais alto que eu e tinha um olhar que deixava explicito seu poder e um sorriso presunçoso nos lábios. – Você deve ser a futura sra. Queen. – cumprimentou Felicity, beijando-lhe a mão. 

̶  Eu não sou... – ela tentou falar, mas suas palavras foram cortadas pelo homem.

̶  Felicity Smoak, agente cibernética da Argus designada especialmente para ajudar a equipe de Oliver Queen, mas acabou se apaixonando por ele e desenvolvendo um relacionamento que talvez esteja se encaminhando cada vez mais para o altar, visto a forma como ele te olha. – e lá estava o sorriso presunçoso nos lábios dele mais uma vez.

̶  Vamos querida, agora que ele descobriu nós não precisamos mais fingir, ponha o anel. – pedi impaciente enquanto o garçom depositava duas taças de champanhe sob a mesa.

̶  Não se trata de fingimento, Oliver. – ela bufou irritada. – Eu estou magoada com a forma como você vem lidando com o nosso relacionamento, sempre me escondendo coisas ou me deixando de fora de algo.

̶  Felicity, acredito que aqui não seja a hora nem o lugar mais apropriado para termos uma DR, esqueceu do que se trata isso? – a olhei significativo. – Faça a gentileza de por o anel querida, e mostre a todos a linda joia que eu lhe dei.

̶  Para você é sempre assim? Tudo sempre se trata de dinheiro? Vamos Felicity, esbanje o lindo versace que eu comprei para você. Felicity, não esqueça as perolas que eu lhe dei. Ah querida, mostre o anel de diamantes corte princesa que eu lhe dei de noivado. Eu estou farta de você me tratando como um manequim para expor o quanto você ainda é rico independente de ter perdido a QC. – ela parecia aborrecida, mas ainda assim foi capaz de sorrir para o garçom bigodudo que lhe entregara o cardápio.

̶  Querida, o que você está fazendo? – a olhei tentando não demonstrar irritação. – Ponha logo o anel, amor.

̶  Por favor, poupem-me do teatrinho barato de vocês para tentar me entreter enquanto um dos dois pede licença esbarra em mim e pega sem que eu perceba o cartão da minha suíte. – Felicity sorriu nervosa. – Agora escutem, eu não sou um vilão idiota de filme de espionagem, o alfa me mandou aqui para negociar Dinah Laurel com vocês. 

̶  O que isso quer dizer? – senti meu corpo tencionar.

̶  É simples, você vem comigo enquanto a moça espera aqui, afinal, Laurel é mais problema seu que da equipe.

̶  Eu não vou à lu...

̶  Oliver vá, eu ficarei bem aqui. – Felicity apertou minha mão passando confiança. 

̶  Tudo bem, mas não saia daqui. – pedi beijando sua fronte antes de me levantar.

Saímos do restaurante e caminhamos em direção a área externa, o hotel onde Chase estava hospedado se encontrava do outro lado da rua, segundo suas indicações. 

̶  Você acha mesmo que eu sou idiota, não é? – ele perguntou virando a cabeça para me olhar.

̶  Perceba que essa afirmação é de sua total autoria. – respondi dando de ombros.

̶  Você é bastante perspicaz, Queen, me pergunto se é o suficiente para deduzir meu próximo passo. – senti o cano de uma arma pressionar na base da minha coluna.

̶  Para quem não quer ser comparado a vilão de filme, você é bastante clichê. – ele pareceu rugir trincando os dentes ao  passo que a pressão intensificou.

̶  Sem gracinhas, ou a doce Felicity explode junto com todo aquele restaurante. – sorriu diante meu espanto. – Você achou mesmo que eu a deixaria lá sem nenhuma garantia de sua obediência? – engoli em seco. – Olhe só para ela, tão inofensiva e alheia a qualquer perigo. – puxou o celular do bolso me mostrando a imagem de Felicity sentada sozinha no restaurante. – Agora vamos, eu ainda tenho algumas informações para arrancar de você.

̶  Como o que, por exemplo?

̶  E então, Queen, se divertiu muito com a sua querida Laurel? – ele perguntou enquanto passávamos pelo hall de recepção parando para apanhar o cartão de seu quarto com a recepcionista. – Você não achou que eu levaria isso comigo, certo? – sorriu piscando para a loira no balcão.

̶  Não tanto quanto gostaria, muito pouco tempo, entende? – resolvi responder apenas a primeira pergunta o olhando rapidamente enquanto ele apertava o andar da suíte. 

̶  Você é bem como me disseram, um vencedor nato. 

̶  E você me parece nada condescendente, então, por favor, me diga o que pensa de mim por suas próprias palavras.

̶  Sinceramente? – me encarou esperando confirmação. – Acredito que você seja um grande jogador, capaz de surpreendentes negociações para conseguir o que quer.

Antes que eu pudesse responder as portas do elevador se abriram mostrando o elegante corredor do andar, segui o homem em silencio, eu não podia arriscar diálogos dúbios a essa altura do campeonato. Assim que chegamos à porta de seu quarto ele fez um gesto para que o segurança me liberasse da arma nas costas, o que confesso me aliviou.

̶  Bem melhor assim. – sorri complacente a suas expectativas.

̶  Venha, entre, temos que negociar. – ele abriu espaço para que eu adentrasse o cômodo. Esperei paciente Adrian nos servir uma dose de vodka pura, virando o liquido todo de uma vez assim que me foi entregue. – O alfa me mandou para negociar com você.

̶  Você não me parece o tipo subordinado.

̶  Você realmente não percebe o poder que ele tem, não é? – ele me encarou sem usar o seu sorriso debochado pela primeira vez. – Ele descobre um segredo do seu passado e então você está em suas mãos, ele tem olhos em todos os lugares.

̶  Ainda assim, você não faria esse trabalho a troco de nada.

̶  Vingança. – ele tornou a sorrir dando de ombros. – Eu teria que fazer de qualquer jeito, então achei um jeito de parecer menos forçado e mais prazeroso.

̶  E por que não negocia comigo a troco de algo para você?

̶  Eu não sou idiota, sei que quer informações sobre ele, você está doido para saber quem ele é.

̶  Chegou a hora de você entender uma coisa, sabe tudo isso aqui? Eu planejei cuidadosamente cada passo pra chegar até você.

̶  Como? – o sorriso dele já não era tão convencido, e eu reconheci meu prazer nisso.

̶  O alfa te mandaria até mim de qualquer forma, mas eu plantei a isca, eu facilitei esse jantar. – levantei indo até a janela. – Sabe o garçom bigodudo e baixinho? Sarah Lance, ela poderia ser uma ótima atriz, não acha? Ela é quem ficou responsável por pegar algo seu e não Felicity. – sorri encarando sua expressão confusa. – Você não devia ter trazido a outra parte do arquivo consigo, previsível demais. – ele se apalpou em busca do cartão de acesso. – Está com Felicity. – respondi sua procura. – Aliás, ela também é uma ótima atriz, não acha? Toda aquela cena mal feita sobre o anel foi pensada por ela. A boa atriz que interpreta mal o papel. 

̶  Como? Mas eu a deixei sob a mira de uma bomba, ainda posso explodir o lugar. – os lábios dele tremeram incerto entre um sorriso e uma careta.

̶  Tem certeza? – ele puxou o celular do bolso para ver a imagem de Felicity no restaurante. – Aonde ela está? Onde essa vadia foi? 

̶  Sabe a loirinha na recepção? Lyla Diggle, diretora chefe da Argus, foi ela quem informou a Felicity o exato momento em que chegamos no hotel. Eu sabia que você abaixaria a guarda no momento em que entrasse aqui.

̶  Não pode ser, claro que não. – ele mirou a arma na minha direção. – Cadê ela?

̶  Nesse exato momento ela deve está acessando seus dados e prestes a descobrir quem ele é.

̶̶  Se eu fosse você não perderia tempo comigo, pois você acabou de mandar sua loirinha para a toca do lobo.

̶  Você acha mesmo que vai me amedrontar? 

̶  Acessar os arquivos daquele cartão te bota automaticamente na mira dele, tem homens esperando por algum movimento em falso para me matar se eu tentar abrir aquele arquivo, Felicity está em meu lugar nesse momento.

̶  Droga. – senti minha mente enevoar com esse fator surpresa, eu tinha que ajudar Felicity. 

̶  Não tão de pressa, Queen, eu ainda posso atirar. – o imbecil interceptou meu caminho quando tentei sair do quarto. De onde diabo tinha surgido àquela arma mesmo? – Pelo visto eu vou ter que sequestrá-lo. – sorriu divertido.

 

Felicity Smoak.

Um mês atrás...

 

Eu estava saindo do apartamento de Oliver ainda tentando digerir toda a nossa conversa e o término, quando Diggle me ligou pedindo que eu fosse até o covil, pois precisávamos planejar o novo caso que nos botava mais perto do alfa, acabei esbarrando com Oliver na portaria, ele tinha recebido o mesmo recado e me ofereceu carona, a qual recusei agradecendo mentalmente por estar de carro. Eu sabia que se aceitasse, voltaríamos à discussão anterior, e tudo o que eu não precisava era por mais o dedo na ferida.

Estacionei meu carro em frente ao luxuoso hotel entregando as chaves ao manobrista, precisaria cuidar de umas coisinhas no sistema técnico, mas isso ficaria para depois. Apanhei o elevador direto para a sala de Oliver, acionando a passagem secreta até o covil – este apelidado carinhosamente por Ray – onde já se encontravam todos os outros e... Laurel?

̶  O que ela faz aqui? – apontei sem conseguir esconder meu incomodo.

̶  Laurel pediu para vir. – Sarah explicou. – Ela quer ajudar.

̶  Achei que esse lugar fosse extremamente secreto e de restrito acesso. – eu devia está parecendo aquelas adolescentes ciumentas, mas qual é? Eu não tenho sangue de barata.

̶  Eu quero ajudar a pegar o desgraçado que me fez experimentar o inferno. 

̶  Acontece Laurel, que você deveria está em segurança e proteção da Argus e não aqui, este lugar não é para vitimas barra testemunha barra ex namoradas.

̶  FELICITY. – Oliver chamou meu nome de forma repreensiva.  

̶  O QUE? – o encarei e por um momento deixei meu olhar transpassar toda a raiva que eu estava sentindo com a situação.

̶  Pega leve. – ele diminuiu o tom tentando amenizar a situação. Eu não acredito que ele estava me pedindo isso.

̶  Pega leve? Você não confiou em mim à primeira vez que eu botei meus pés aqui, vivia me testando como se eu fosse uma amadora e duvidava da veracidade de tudo o que eu dizia, enquanto ela não tem treino, nem preparo físico ou didático para lidar com esse trabalho, e ainda assim você confia a ela toda a missão, e ainda quer que eu pegue leve? – despejei as palavras de uma vez sentindo meu peito subir e descer com a respiração frenética, nossos olhares em total embate enquanto Oliver falava meu nome lentamente tentando controlar sua própria raiva descabida.

̶  Fe.li.ci.ty.

̶  Parece que voltamos ao começo quando os dois se odiavam. – ouvi o comentário de Roy ao fundo enquanto me mantinha sustentando o olhar dele.

̶  Felicity, vem aqui um minutinho. - Sarah me chamou não me dando chance de negar enquanto me puxava pelo braço até o terraço. – O que deu em você?

̶  O que deu em mim? Eu me interesso por um cara complicado com um passado nebuloso e uma ex-namorada apagada do mapa, a gente se envolve intensamente, mas aí a ex desse cara volta dos mortos achando que está tudo bem e que eles vão continuar de onde parou, eu pego os dois se beijando no apartamento dele e ainda tenho que achar normal ela está se metendo no meu trabalho que é extremamente confidencial? – suspiro me encostando a mureta.

̶  Eu sinto muito. – Sarah se aproximou de mim. – Eu não sabia que ela iria beijá-lo quando dei o endereço de Oliver a Laurel, eu sinto muito Felicity.

̶  Não é culpa sua. – dei de ombros. – É como dizem, onde se ganha o pão não se come a carne, eu deveria ter ouvido melhor o ditado. – deixei um riso seco escapar.

̶  Não quero que pareça que eu estou compactuando com as atitudes dela em querer voltar, desde o começo eu tinha deixado claro para ela que não me envolveria nessa questão e que Oliver tinha encontrado outra pessoa.

̶  Está tudo bem Sarah, é só que é duro demais ter que abrir mão do cara que eu gosto e ainda ter que dividir meu trabalho, que é minha grande paixão, com a ex, futura atual dele.

̶  Eu imagino que deva ser difícil, mas se aceita um conselho, eu sugiro que ignore a possibilidade de Laurel e Oliver estarem ensaiando uma volta e foque na missão, pelo pouco que John soltou, essa será nossa maior chance de pegar o alfa e nós precisamos nos ater ao fato de que mesmo não o vendo, Laurel conviveu com ele, ela deve saber algo que nos ajude a estar um passo a frente dele desta vez,  e eu sei que você quer acabar com esse miserável tanto quanto eu.

̶  Você está certa. – alisei meu rosto sentindo um enorme cansaço mental. – Eu não vejo a hora de acabar com isso.

̶  Então vamos voltar para lá? – ela me deu um sorriso acolhedor. – Eu prometo não sair do seu lado enquanto a reunião não acabar.

̶  Você é demais, sabia?

̶  Sabia. – sorrimos juntas antes de voltar para os outros.

̶  Mais calma? – John perguntou só para mim assim que entramos na sala, aceno com a cabeça tentando evitar contato visual com o loiro mais ao fundo. – Ótimo, pois vou precisar da sua perspicácia para montarmos um bom plano. 

̶  Esse é Adrian Chase. – Lyla abriu a imagem no monitor e só então percebi que ela estava ali. O homem era bonito e apesar da barba farta, não devia passar dos trinta e cinco, os olhos caídos tinha um tom claro, mas ainda assim escuro. – Adrian é o novo promotor de Star city, aparentemente um homem decente e honesto, mas não se enganem seus aparelhos foram grampeados e confiscamos conversas suspeitas.

̶  Que tipo de conversa? - Oliver quis saber.

̶  Ele está sendo instruído a te procurar Oliver, e pelo teor da conversa não é para investigar seus negócios. Adrian Chase irá te procurar a mando do alfa, ele deseja Laurel de volta. – a ultima frase dela saiu receosa. 

̶  Por que? Não entendo essa obsessão dele por mim. – Laurel parecia abalada.

̶  Não é por você, é por mim. – Oliver rebateu imóvel.

̶  Você não sabe o que eu passei, não estava lá para ver e ouvir tudo o que ele me dizia, Oliver ele pode até querer te destruir, mas eu não acredito que me sequestrar seja uma consequência dessa vingança, mas sim uma...

̶  Causa. – completei me dando conta do óbvio. – Ele quer ela de volta não porque você ama Laurel, mas porque ele a ama. – tentei ser o mais objetiva possível. – E se essa for a nossa chance? Se Laurel for nossa carta na manga?

̶  O que você diz tem sentido, mas como usaríamos isso? – Sarah quis saber.

̶  Era nesse ponto que eu queria chegar, não vamos esperar Chase entrar em contato, vamos nós dar o primeiro passo. Procurá-lo poderia assustá-lo, vamos fazer com que ele venha até nós mais rápido, encorajando-o.

̶  Como faremos isso? – Ray perguntou.

̶  Vamos mandar Oliver e Laurel juntos para a cerimônia de apresentação da nova equipe da promotoria, procurem se aproximar e dar deixas para que ele fale, vê-la o instigará.

̶  Tudo bem, mas e depois? Precisamos nos preparar para o que vem depois. Vamos supor que ele chame Oliver e Laurel para um jantar, precisamos estar prontos para tudo. Ele vai ameaçar, trará planos e usará de tudo para ter o que quer, o alfa sabe o segredo mais oculto de Chase e é por medo disso que ele fará tudo o que for mandado, precisamos estar preparados.

(...)

O dia da apresentação chegou e Oliver foi com Laurel para o evento, o que chocou todos foi a volta repentina da modelo mais famosa de Star city, mas o que nos chocou foi Adrian pedir um jantar com Oliver e eu, contrariando nossa suposição. Ele disse saber sobre a gente e que isso mudava tudo, no entanto o assunto ainda seria ela. Durante nossa preparação descobrimos uma carga de uma caixa de bombas dinamites no porto da cidade, nos pondo em alerta maior. O plano consistia em ir lá, tentar arrancar o máximo de informações dele e sair vivos já que não teríamos armas ou qualquer outra coisa.  

No dia anterior ao jantar eu acabei descriptografando mais uma parte do pendrive, abrindo uma conversa onde Slade dizia para Sebastian que existia um dossiê sobre o alfa, lá tinha tudo sobre o esquema que faria muito dinheiro no mercado negro, porém o cartão com todas essas informações estava nas mãos de um tal Chase e eles precisavam achar esses documentos o quanto antes, pois só assim destronariam o alfa, seja ele quem for.

̶  Eles realmente não têm lealdade entre si. – Lyla falou dando pausa na gravação de áudio. – Mas isso nos dá o que precisamos, a identidade do alfa está com Chase, só precisamos pegar esse cartão.

̶  Usem o truque do esbarrão, nunca falha. Finjam uma briga e um dos dois se levanta bruscamente esbarrando nele e tirando a chave de seu quarto de hotel do bolso e indo procurar enquanto o outro o distrai. - Sarah sugeriu. 

̶  Parece um plano previsível, não estamos lidando com um amador. – Ray pontuou.

̶  E se usarmos a inteligência dele como armadilha? Tipo um truque de mágica, pensem, podemos usar o plano de Sarah como isca, eu só preciso forçar na atuação, ele vai sacar e nos desmascarar, porque estará totalmente focado em nós, o que dá a chance de um de vocês retirarem o cartão dele.

̶  E como saberemos se o cartão estará com ele? – Oliver me questionou.

̶  Esse é o dossiê mais poderoso entre eles, documentos que não só revelam quem é o alfa, mas também entregam tudo, cada esquema criminal ou clandestino, cada negócio sujo, acha mesmo que ele se separaria desse cartão?

̶  De qualquer forma não vamos deixar furos, eu vou até o hotel verificar o quarto dele, ficarei na recepção, ele não desconfiará de uma balconista comum.

̶  Vamos nos preparar então, precisamos estar com tudo pronto para amanhã. – Oliver me olhou por um momento como se quisesse falar algo, mas desistiu.

̶  Eu só não entendo como o Chase pode ter esse documento tão poderoso em mãos e ainda assim obedecer o alfa. – Laurel pontuou.

̶  É o que vamos descobrir.

 

Atualmente...

Esperei mais algum tempo depois que Oliver saiu com Adrian, o cartão em minhas mãos parecia mais pesado que o normal, assim que Sarah me deu o sinal de que eles já tinham entrado no hotel e de que Diggle tinha conseguido desarmar a bomba levantei da mesa para seguir com o plano, sentindo um verdadeiro alivio por saber que essa noite não teria inocentes mortos ou feridos. 

̶  Você trouxe? – Ray perguntou assim que eu entrei na van. Acenei com a cabeça enquanto me sentava para tentar invadir os arquivos.

̶  Onde está Lyla? – perguntei para o moreno ao meu lado.

̶  Dando cobertura a John enquanto ele desarma a outra bomba. 

̶  E Roy? – ele deu de ombros falando que ele preferira ficar na Argus. Resolvi me concentrar naqueles malditos dígitos, mas nada parecia funcionar, nem mesmo rackear o dispositivo estava funcionando. – Pense Felicity, e se você fosse o alfa? Alfa era a primeira letra do alfabeto grego, significava o inicio, no cristianismo juntamente com ômega representava a Deus, e o que mais clichê para um homem com complexo de deus que um símbolo de eternidade? 

"Eu sou o Alfa e o Ômega", diz o Senhor Deus, "o que é o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso."

̶  É isso. – comemorei com um soco distraído no ar digitando a palavra na barra de caracteres. Se ele seja quem for era o inicio, logo, Oliver era o fim. Oliver era o ômega.

̶  Felicity. – Ray me chamou parecendo tenso. – Acho que você vai querer ver isso. – me virei para o monitor dele enquanto o meu lia o arquivo. 

As câmeras próximas mostravam alguns carros estacionando próximo ao hotel onde Oliver estava com Chase, mostrava também eles saindo juntamente com o capanga armado do restaurante, eles estavam indo em direção a um carro.

̶  Droga. – voltei a olhar para o meu monitor que mostrava uma rota e alguns pontos vermelhos se aproximando de um ponto verde, demorei alguns segundos para identificar que o ponto verde éramos nós. A porta da van se abriu com brusquidão me fazendo saltar na cadeira enquanto uma Sarah ofegante entrava arrancando o bigode.

̶  Acho que sequestraram Oliver. 

̶  Pessoal, temos problemas. – Ray apontou os pontos vermelhos do meu monitor e em seguida os carros se aproximando de nós. 

̶  Se segurem firme e tentem entrar em contato com John e Lyla, vamos precisar de ajuda. – Sarah falou indo em direção ao volante.

̶  John colocou um rastreador no terno de Oliver, não será tão difícil encontrá-lo.

̶  Não, o difícil será despistar nossos amiguinhos aqui. – mal terminei a frase e senti  meu corpo ser jogado para frente com um impacto que acertou a traseira da van.

̶  John, Oliver foi sequestrado pelo Chase e estamos tentando achar ele enquanto somos perseguidos pelos homens de preto do alfa, uma ajudinha cairia bem.  – Ray tentava o ponto aberto. – Acho que perdemos contato.

Outro impacto na traseira com mais força dessa vez nos arremessou para a outra extremidade da van, senti minha cabeça bater em algo com violência abraçando a escuridão em seguida.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam desse capítulo?
Termino olicity pra vocês sofrerem um pouquinho e apimentar a história;
Felicity pistola com Laurel no covil, concordam com ela?;
E o Adrian em? O que será que ele vai fazer com o Oliver?

Teremos perseguição de carros no próximo capítulo, cenas de ação, Felicity badass, Sarah badass e muito mais. A ação ia ficar no cap de hoje, mas eu não tava conseguindo desenvolver do jeito que eu queria e precisava postar, preferi cortar ela pra não ficar um trabalho preguiçoso. Paciência comigo que eu sou de vagar e sempre kkkkkkkk

PS: comentários do capítulo anterior serão respondidos amanhã com calma.

BEIJOOOOOS!



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