A Escuridão Escarlate escrita por Tris Z
Notas iniciais do capítulo
Obrigado a todos que estão lendo minha fic...Sério...eu não esperava que sequer tivesse uma visita.
Outro capitulo galera! espero que gostem!
beijos
Tris Z
Eu não sabia por que seu rosto havia se fixado em minha mente. Por mais que eu a ocupasse, a toda hora sua face surgia em um pensamento como uma miragem. Um oásis no deserto, ou meu irmão finalmente confessar a humanidade, perto, porém, inalcançável.
Tentei me distrair pegando exemplares antigos de todos os tipos, no entanto, ainda assim, bastava me distrair da história, que meus devaneios vagavam para o vampiro de cabelos cor de bronze com um sorriso perfeito e aquela estranha conversa que havíamos tido.
Ainda não compreendia,como uma pessoa que eu não conhecia,pudesse me entender tanto.
Com raiva, fechei o livro em que estava debruçada. Sai do meu quarto e corri as escadas.
Damon estava sentado em sua poltrona, segurando um copo de sangue com certa arrogância, mas seus olhos encaravam o fogo da lareira com intensidade.
Andei até a pequena mesa de mogno no canto da sala, virei um copo e o enchi com Bourbon. Não tinha o costume de beber. Geralmente, esse era um ato de nervosismo, mas talvez, Forks me tornasse uma alcoólatra.
— Você está pegando o habito? — Zombou Damon, sem tirar os olhos das labaredas alaranjadas.
Talvez, pensei mal humorada.
— E se for? Qual o problema?
Ele me olhou. Seus olhos brilhavam com a idéia.
— Avise-me, assim terei tempo de abastecer. O dobro é claro. Eu posso aumentar o estoque de uísque. Mas você teria que dizer que vai beber muito.
Grunhi, em um gesto irritado. Joguei o liquido em minha boca, e olhei ao redor.
— Onde está Stefan?
Damon deu de ombros, e voltou a encarar o fogo.
— Não é curioso? — apontou para a lareira — Ele está perto, tão perto que posso sentir seu calor. E poderia me matar em minutos, mas não o faz.
— Do que você esta falando?
— Do fogo, oras.
Eu ri
— Ele não é algo vivo Damon.
— Mas então, porque se mexe tanto?
O ignorei
— Onde está Stefan? — repeti
— Não sou a babá dele.
Bufei
— Ele saiu?
— Sim, há horas. Não que eu me importe.
— Sim, você se importa. Agora diga: Onde ele está?
— Já disse que não sei.
O encarei, esperando.
Finalmente, depois de alguns segundos, ele suspirou e me olhou com raiva.
— No Forks Grill.
Sorri levemente e lhe beijei a face.
*******************
Forks Grill, não era um lugar muito bonito. Mas sem duvida, era atrativo. Estávamos numa cidade pequena, e provavelmente esse era o único bar “barra” lanchonete decente. Pessoas de todas as idades entravam e saiam dali. Por sorte, não havia nenhum vampiro ali. Meus pensamentos já estavam confusos de mais para ter que encontrá-lo agora.
Abri a porta e dei de cara com um recinto iluminado e organizado. Havia mesas espalhadas para todo o lado, habitadas por adolescentes; em um canto, um comprido balcão se estendia, com pessoas bêbadas debruçadas, e no fundo, uma mesa de bilhar.
Caminhei pelo lugar, procurando meu irmão caçula. Senti alguns olhares em mim, mas fiz um bom trabalho em ignorá-los.
Uma garota magrela de cabelos castanhos passou por mim. Pelo seu uniforme, ela trabalhava ali. E pelo seu cheiro, já tinha pegado as bebidas dos clientes e se enfiado em algum canto para poder fumar sem ser pega.
Reprimi a vontade de franzir o nariz e lhe dar um sermão.
— Com licença, você viu um garoto chamado Stefan por aqui? — cerrei os olhos lendo o nome que pendia em seu uniforme: Vicky Donovan.
A garota não conseguiu dizer, porque antes, uma mão se levantou no ar e fez um gesto para ir até ele.
Assenti para a garota em agradecimento, e caminhei até meu irmão mais novo.
Em uma mesa ele, uma garota morena, uma loira e a copia de Katherine, conversavam com naturalidade.
— Ei, Bells!— Stefan sorriu — O que faz aqui?
Sorri também.
— Estava te procurando — virei-me para as garotas — Olá!
A morena esticou seu braço em minha direção em um cumprimento. Apertei sua mão, hesitante.
— Sou Bonnie Bennett, essas são Caroline Forbes e Elena Gilbert.
Balancei a cabeça em suas direções e abri meu sorriso estonteante.
— É um prazer conhecê-las.
Stefan pigarreou.
— Imagino que veio me buscar.
Fiz uma careta
— Eu odeio atrapalhar, mas sim. Vim te buscar.
Ele assentiu, e nos despedimos das garotas.
Já dentro do carro, ele franziu as grossas sobrancelhas.
— Quantas ele bebeu?
Fiz outra careta
— Não faço idéia. Mas se ajudar, ele acha que o fogo da lareira está vivo.
Stefan engasgou com uma risada, me fazendo revirar os olhos.
— O que você estava fazendo?— falei, com certa malícia.
Desta vez, ele revirou os olhos.
Escutei ele contar que acabara se encontrando com Elena no cemitério da cidade, e ela esquecera o diário em uma cripta, então, meu irmão resolveu devolve-lo e ela o convidou para ir junto com ela no Grill, e suas amigas convidaram-no para ir a uma festa que acontecia todo ano, no começo do ano letivo.
— Esta ficando popular — zombei
Ele abriu um fraco sorriso.
— Sou “carne fresca” — Stefan fez aspas no ar — Pelo menos foi o que Elena disse.
Eu gargalhei e logo em seguida fiquei séria.
— Você decidiu parar de evitá-la?
Ele suspirou.
— Elena Gilbert não é Katherine. Além da semelhança física, não há nada de parecido entre as duas. Decidi que não há problema algum conhecê-la, nunca amei Katherine, não há porque ficar hesitante.
Assenti, sabendo que ele estava fazendo a coisa certa e torcendo para que Elena não fosse igual Katherine.
*******************
Entrei na casa correndo com Stefan em meu encalço. De longe, mesmo não sendo vampiro, podia se ouvir a voz elevada de uma discussão.
Lá estava Damon, de frente para Zack, que falava abertamente. Encolhida em um canto, vestindo roupas mínimas, estava uma garota. Ela olhava confusa para a cena a sua frente,obviamente não sabendo o que acontecia,fazendo com que eu entendesse imediatamente a sua situação. Ela estava hipnotizada.
— Você não pode sair matando as pessoas assim. — gritou Zack
Damon desdenhou.
— Não estou matando ninguém.
— Usá-las é tão pior quanto!
Damon revirou os olhos.
— Eu tentei! — falou Zack, levantando os braços — Mas não dá. Quero você fora da minha casa agora!
Damon rosnou
— Essa casa é minha muito antes de ser sua. — ele se aproximou, encarando Zack com seu olhar sádico e mortal — Não grite comigo. Eu não gosto.
Ele se virou e pegou sua garrafa de uísque. Antes que se virasse, eu vi Zack jogando algo em direção a suas costas. Mas já era tarde demais.
— Zack, não! — gritei
A granada de verbena estourou no ar, e Stefan e eu nos encolhemos para longe. Graças a meu grito, Damon saiu a tempo e encarou Zack.
Corri em sua direção sabendo o que ele faria. Pra minha surpresa, Damon me deteu, enfiando a perna de uma cadeira em meu estômago.
Gritei de dor. Arranquei a estaca e me dobrei dolorida.
Assim como eu, Stefan viu o que nosso irmão faria, e agiu rapidamente. Mas, Damon foi mais rápido golpeando-o para longe e quebrando o corrimão centenário. Usando os pedaços de madeiras que caíram do corrimão, Damon estaqueou Stefan nas costas.
E antes que eu pudesse me recuperar e Zack fugir para longe, Damon foi até suas costas e em um simples movimento, ele quebrou sua espinha.
Olhei horrorizada, enquanto o corpo do meu parente distante caia no tapete da sala, sem vida.
Levantei-me cambaleante, e corri até o corpo que jazia no centro da sala. Verifiquei seu pulso inexistente.
Suspirei e fui ajudar Stefan a se levantar, logo, olhei feio para Damon.
— O que você fez? — rosnei
— Ele estava me irritando.
— Isso justifica! Você não pode sair matando todos que te irritarem! — vociferei
— Claro que posso. Mas não todos obviamente.
— Eles são pessoas Damon,não seu brinquedinho pessoal. — falou Stefan
Ele bufou.
— Pouco importa.
Eu rosnei, imitando seu gesto.
— Pois deveria se importar. Você não é um monstro. Você mesmo cria esta imagem. São coisas como essas que o fazem ser assim.
— Eu sou vilão. É melhor se contentar com isso. — Damon zombou.
— E quanto ao trato com os Cullens? — lembrou Stefan.
— O trato se referia que eu não bebesse de alguém e o matassem. Mas eu não bebi dele.
— E por isso você acha que matar Zack não tem problema algum?— perguntei incrédula.
— Exatamente.
Balancei a cabeça inconformada.
— E quanto a ela? — Stefan balançou a cabeça em direção da garota que agora, se encolhia e chorava silenciosamente.
Damon deu de ombros.
— Pouco importa. Não preciso mais dela. — e simplesmente foi embora.
Suspirei
—Esconda o corpo. — ordenei.
Stefan me olhou, a tristeza e aflição emolduravam seu rosto.
— Sinto muito — sua voz carregava as mesmas emoções de seu rosto.
A dor em meu peito se intensificou. Ver alguém morto, a tristeza no rosto de meu irmão, e o monstro que Damon insistia ser, me dilacerou por dentro. Mas eu escondi todos estes sentimentos. Eu sofria mais do que eu aparentava. E surpreendi-me ao ver, que Edward estava certo outra vez.
Assenti, permitindo que um pouco da dor se revelasse em minha face.
— E quanto aos Cullens? E essa garota? — voltou a questionar.
— Os Cullens não precisam saber disso, por ora. Eu cuido da garota.
Com um simples gesto de cabeça, concordou e pegou as pernas de seu “sobrinho” para enterrá-lo no velho mausoléu dos Salvatore.
Aproximei-me da jovem loira. Olhei em seus olhos, repetindo um gesto que eu detestava. Suas pupilas se dilataram e seu rosto ficou sem expressão.
— Você não vai lembrar-se de nada que aconteceu hoje. E não ficara curiosa para descobrir. Vai ir até sua casa, sem nem ao menos se recordar de onde saiu.
Ainda inexpressiva, a garota acenou em concordância e saiu da velha casa.
Sozinha, finalmente mostrei um momento de fraqueza, caindo de joelhos e enterrando a cabeça nas mãos.
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E agora? Damon vai continuar agindo assim? Será que Bella tomou a decisão certa sobre não contar nada aos Cullens? . Até semana que vem!