Porto-Seguro - Corações Incompletos I escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 17
Uma Decisão Importante


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura❤



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Já são nove horas da noite, Grace e mamãe estão na cozinha preparando o jantar, Carrick está no sofá, Mia e Ethan estão brincando com Fadinha e Floquinho, Kate e Elliot estão correndo pela casa feito doidos brincando com Pheobe que agora está mais tranquila e sem medos, e eu e Christian estamos deitados no sofá abraçados.

Ouvimos a campainha tocar e todos nos viramos olhando a porta, logo papai adentra a sala.

—Pai! —Exclamo sentando.

Ao ver meu pai Pheobe corre e me abraça.

—E então? —Peço.

Ele me dá um olhar de "tem crianças no local".
Elliot e Kate se manifestam e levam Pheobe para o andar de cima junto com Floquinho e Fadinha.

—E então? —Peço.
—Nós conseguimos prender o cara. —Papai senta ao meu lado e eu vejo Grace e mamãe entrarem na sala. —Ele confessou tudo.
—Maldito. —Digo com raiva. —Mas ela tem algum familiar?
—Não. Ninguém. O pai morreu quando ela tinha um ano, e ele não tem pais vivos, a mãe da Pheobe perdeu os pais quando crianças, ela não tem irmãos ou alguém próximo. Eram só as duas.
—E agora? O que vão fazer com a menina? —Mia pergunta.
—Nós vamos ter que mandá-la para um orfanato.

Sinto meu coração se apertar, e não sei por quê, mas começo a chorar.

—Um orfanato? —Digo confusa. —E ela vai ficar sozinha?
—Amor, não é bem assim. —Diz Grace. —Ela é nova, e logo alguém querendo adotá-la vai aparecer.
—Não é esse o problema. —Diz Mia. —A única pessoa que e Pheobe confia no momento é a Ana.
—E nós duvidamos muito que vocês consigam separá-las. —Diz Ethan.
—E vocês sugerem o que? —Mamãe diz brava. —Que a Ana se torne mãe da menina? Vocês são crianças, não tem que decidir coisas assim, o melhor para a Pheobe é ficar com uma família que vá cuidar dela.

Olho para mamãe saio da sala, subo as escadas correndo e vou em direção ao quarto de Christian, mas paro ao ouvir a voz de Pheobe, entro no quarto de Elliot e vejo ele e Kate brincando com Pheobe.
Ela me olha e abre um sorriso largo, retribuo seu sorriso e continuo olhando-a.

—Baby. —Christian abraça-me por trás e cheira meus cabelos. —Nós temos que conversar.
—Ok. —Digo e nós seguimos para o seu quarto. Deito-me sobre a cama. —Eu não quero deixá-la. Não quero que ela se vá Christian.
—Eu sei baby. —Christian diz deitando ao meu lado. —Mas pensa bem, você é nova, não pode cuidar dela.
—Eu sei disso, mas mesmo assim, eu quero que ela fique comigo. Ela já perdeu a mãe, eu não quero vê-la sofrer mais.
—Eu entendo baby, e te admiro por isso, mas o que nós podemos fazer?
—Eu não sei. —Sussurro.
—Ana? Nós podemos conversar? —Mamãe diz parada na porta.
—Eu vou deixar vocês à sós. —Christian se levanta e me dá um beijo, depois sai do quarto.
—Olha filha, você sabe que eu só falei aquilo por estar nervosa. —Mamãe diz sentando ao meu lado.
—Eu sei mãe, e não estou chatiada, mas eu estou confusa, eu não quero deixar a Pheobe sozinha.
—Ela não vai estar sozinha bebê, ela vai encontrar alguém que cuide dela.
—Eu não quero que ela vá mãe. Eu já fui como ela, eu já tive medo, convivi com agressões e ainda tenho que lidar com traumas. Ela perdeu a mãe, e eu sou a única pessoa que ela confia.
—Eu também vejo você nela... Mas Ana, não é por mal, eu sei que você se apegou a ela, mas não dá para ela ficar.
—Por que não?
—Amor, entenda, a Grace já tem três filhos, e não pode ficar com mais um, por mais que eu sempre tenha tido vontade de te dar um irmãozinho, eu não tenho tempo de cuidar de uma criança, eu trabalho muito.
—Mas eu posso cuidar dela.
—Você tem 16 anos Ana, cuidar de uma criança não é como cuidar de um cachorro.
—Eu sei disso, mas eu não quero que ela vá. Você mais do que ninguém sabe que eu sou responsável, e posso sim cuidar de uma criança.
—Ok, mas e depois? Você vai ficar cuidando de um criança, e quando sua vida já estiver formada? Quando você tiver sua própria casa? Meu amor, eu não quero outro filho.
—Eu não vou deixá-la com você mamãe, eu posso muito bem levá-la comigo.
—É isso que você quer? Adotar uma criança?
—Sim. Não sei...
—Pensa bem, é uma criança. Se você quiser ela fica, mas vai sua responsábilidade, você está preparada para ser mãe?
—Acho que sim.
—Acha? Anastásia eu quero certezas, você quer ou não ficar com a Pheobe?
—Quero. —Digo sem dúvidas. —Eu quero ficar com a Pheobe.
—Ok, então eu vou falar com o Carrick, já que ele é advogado nós temos vantagens.
—Obrigada mãe.
—Não me agradeça, é você quem vai cuidar dela, eu dou apenas auxílio.
—Ok auxiliar. —Digo sorrindo.

Mamãe me dá um beijo e nós saímos do quarto, ela vai falar com Carrick e eu vou atrás de Pheobe, entro no quarto de Elliot, mas encontro apenas Christian brincando com Pheobe, aproximo-me e sento ao lado deles no chão.

—Ana. —Pheobe diz me abraçando.
—Oi meu amor. —Digo sorrindo.
—Onde está a mamãe?
—Olha Pheobe, você lembra que a sua mamãe disse que o papai está no céu?
—Sim.
—Então, a mamãe foi ficar lá, junto com ele.
—No céu?
—Sim.
—E por que ela não me levou? —Pheobe pergunta chorando.
—Ela não pode bebê.
—Eu não vou mais ver a mamãe.
—Não. —Sussurro.
—Eu vou ficar sozinha?
—Claro que não. —Digo abraçando-a. —Se você quiser eu posso ficar com você.

Christian me olha confuso.

—Eu quelo. —Pheobe diz. —Não me deixa sozinha.
—Nunca bebê.

Depois de dar comida (mamadeira) para Pheobe e colocá-la para dormir Christian e eu vamos conversar com nossos pais. Sentamos no sofá e os nossos pais ficam sentados nos outros sofás.

—Bom, a Carla e eu conversamos —Começa Grace. —com os seus pais, nós achamos legal a ideia da vocês dois quererem ficar com a Pheobe, só que a partir do momento que ela for adotada será responsabilidade de vocês.

Christian e eu nos olhamos por alguns segundos, ele sorri e segura minha mão.

—Como vocês ainda são menores de idade —Mamãe fala. —A guarda da Pheobe vai estar comigo, mas depois será passada para o seu nome Ana.
—Ok. —Digo calmamente.
—Vocês realmente estão prontos para assumir tal responsábilidade? —Carrick pergunta. —É uma criança.
—Nós sabemos papai. —Diz Christian. —E queremos isso.
—Ok, saiba que nós quatros daremos apenas auxílio para vocês. —Diz papai. —Vocês farão o papel de pais, tem certeza que querem isso?
—Sim. —Dizemos juntos.
—Ok. —Carrick diz. —Eu vou falar com meu amigo Clarck, ele é juíz, e depois a guarda da Pheobe estará com a Carla e o Ray.
—Com a Carla e o Ray? Como assim? Vocês voltaram? —Pergunto e meus pais se entreolham. —Não acredito.
—Depois falamos sobre isso querida. —Mamãe diz e eu dou risada.
—Ok.

ALGUNS MESES DEPOIS...

Christian e eu estamos no refeitório conversando, MiThan (sim, MiThan) está em uma discussão boba há meia hora e Kelliot está se pegando (como sempre).

—Vocês vão mesmo viajar? —Elliot pergunta.
—Sim. —Christian diz. —Agora que nós vamos entrar de férias queremos passar um tempo com a Pheobe.
—E vocês já sabem para onde vão? —Kate pergunta.
—Para o sul da França. —Sorrio. —Nós queriamos que vocês fossem também.
—Mesmo? —Mia pergunta.
—Sim. —Christian diz sorrindo.
—Vocês são nossos amigos. —Digo. —Sem contar que a Pheobe adora vocês.
—Há, eu vou adorar ir. —Kate diz.
—Eu estou dentro.
—Eu também. —Diz Mia.
—E eu. —Fala Ethan.
—Que bom. —Sorrio.
—É tão fofo ver vocês assim. —Diz Mia. —As coisas mudaram tanto.
—Mudaram mesmo. —Sorrio.
—Quem diria, não é? —Fala Kate. —Vocês dois morando juntos, cuidando de uma criança.
—Pois é, até hoje eu não sei como a tia Carla deixou você ir morar sozinha com o Christian. —Ethan fala nos olhando.
—Nem eu sei. —Sorrio.
—Vem cá, não querendo estragar a felicidade. —Diz Mia. —Mas vocês não notaram como o José está quieto? Sei lá, ele não tentou mais nada.
—Ele deve ter aceitado que nada vai nos separar. —Digo.
—Talvez, mas é melhor tomar cuidado. —Alerta Kate. —E ele está nos olhando desde que chegamos aqui no refeitório.
—Ele é bizarro. —Mia diz.
—Muito. —Concordo.

O sinal toca e todos nós protestamos com um suspiro.
Nós levantamos e seguimos para à sala, Elliot e Ethan se despedem de Kate e Mia e vão indo na frente.

—Ei. —Christian diz me puxando e me beija. —Eu te amo.
—Eu também te amo. —Sorrio segurando seu rosto. —Para sempre.
—Sempre.


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