Redescobrindo o Amor escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 18
Uma Conversa Com os Pais


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/671520/chapter/18

ANASTÁSIA STEELE

DIAS DEPOIS...

Desde a briga com mamãe eu não a vi mais. Grace me contou que ela vai receber alta hoje e nós vamos ficar morando em uma casa com Ray aqui pertinho, mas eu sei que não é só isso. Ela ainda vai querer me convencer a ir par ao Texas e eu não quero. Eu não posso aceitar isso. Depois de tudo que passamos, todo o sofrimento, quando eu finalmente sou feliz, ela quer tirar isso de mim. É tão... Egoísta da parte dela. Eu não posso aceitar. Não mesmo.

Estou sentada no sofá com Christian, Mia e Elliot estão em outro. A campainha toca e aperto a mão de Christian em sinal de nervosismo.

—Ei está tudo bem. —Ele sussurra e eu balanço a cabeça sem muita convicção disso.

Grace entra na sala acompanhada de Raymond e Mamãe.

Encaro-os e sinto mais raiva ainda.

—Ana. —Mamãe diz olhando-me com cuidado.

Levanto-me e apenas a encaro.

—Eu vou pegar as minhas coisas, com licença. —Digo de forma fria.

Saio da sala e subo as escadas correndo, assim que chego ao quarto pego minha mochila com as minhas coisas e coloco a alça sobre o ombro.

—Ana... —Christian diz entrando no quarto.

—O que você quer, idiota?! —Exclamo brava.

—Voltei a ser idiota?

—Você sempre foi idiota, Grey.

—Por que você está tão brava?

Olho para Christian e algumas lágrimas rolam pelo meu rosto.

—Eu não quero ir embora. —Sussurro.

—Ei, não precisa ter medo, nós fizemos uma promessa, lembra?

—Mas você vai conseguir cumprir? Mesmo se eu estiver longe?

—Sim. Sabe por quê?

—Por quê?

Christian se aproxima com cuidado e traz seus lábios ao meu ouvido.

—Porque eu te amo baby.

Empurro-o e o olho incrédula.

—De verdade? —Pergunto sorrindo.

—Sim. —Ele diz acariciando meu rosto.

Abraço-o e sinto seu cheirinho.

—Eu também te amo. —Confesso-o e sinto-o sorrir.

Ficamos alguns minutos abraçados, mas logo saímos do quarto em direção as escadas.

Eu realmente amei ficar aqui na casa de Christian, eles são uma família tão linda. É uma pena ter que partir.

Chego à sala com Christian e o abraço mais uma vez. Abraço Mia e Elliot, depois Carrick e Grace, caminho até minha mãe e seguro sua mão.

Christian me olha e diz um "eu te amo" apenas mexendo os lábios, faço o mesmo e depois dou um sorriso fraco.

Depois de mamãe agradecer Grace por ter cuidado de mim, nós vamos embora.

Saímos da casa dos Grey e andamos umas duas, três casas até pararmos em frente a uma casa com paredes de cor branca e cercada por um enorme portão de grades.

—Bem-vinda. —Diz mamãe e empurra o portão.

Olho para a casa confusa. É aqui que vamos morar?

Entro meio desconfiada e caminho lentamente pelo jardim até a porta principal. Ray se antecipa e abre a porta para mim, fuzilo-o com o olhar e entro na casa sem falar nada.

Realmente aqui é enorme, e bem diferente da casa de Bob.

—O que você achou? —Mamãe pergunta e eu fico em silêncio. —Querida, fale alguma coisa.

Continuo em silêncio.

—Ok Ana. Você quer agir como criança, então pode agir. —Mamãe fala e eu arqueio as sobrancelhas.

—Carla, ela é só uma criança. —Diz Ray. Ele se aproxima, mas eu dou um passo para trás. —Tudo bem, eu não vou te machucar. Você quer conhecer seu quarto?

Dou de ombros e fico calada.

Ray me estende sua mão, mas eu cruzo os braços e reviro os olhos.

—Ok, me siga então. —Ele pede.

Sei que estou agindo de forma imatura, mas o que eu posso fazer?

Ele sobe as escadas com mamãe e eu sigo os dois, nós subimos dois lances de escadas e logo chegamos a uma porta branca com pequenas flores roxas. Ray abre a porta e eu tenho vontade de correr dali. Tudo é tão... Rosa!

Dou um passo para trás apavorada.

Consegue ser mais rosa que o quarto da Mia.

—É... Rosa. —Diz mamãe tão surpresa quanto eu.

—Sim. —Ray falando sorrindo, mas seu sorriso se desfaz ao ver nossa cara. —Ela não gosta de rosa, não é mesmo?

—Nenhum pouco. —Mamãe fala.

Ah, começamos muito mal.

Solto um suspiro e me viro descendo novamente as escadas.

Isso é demais.

JÁ A NOITE...

Depois do incidente com o quarto rosa, eu acabei ficando no quarto ao lado, que tem as paredes cor de creme, móveis brancos e carpete lilá. Qualquer quarto é melhor que aquele, e eu não me importo de ficar com esse, ele já é bem melhor do que o que eu dormia quando morava com Bob.

Raymond prometeu recompensar-me e reformar o quarto, mas eu não dei muito atenção. Eu nunca liguei muito para essas coisas.

Estou deitada na cama olhando para o teto quando mamãe entra no quarto, ela se aproxima e eu me viro olhando para a parede.

—Ana... —Mamãe sussurra e eu sinto a cama afundar um pouco e logo deduzo que ela está sentada ao meu lado. —Por favor, fale comigo.

—Você quer me levar embora. —Digo e algumas lágrimas caem. —Depois de tudo que nos passamos, agora que eu realmente estou feliz, logo você quer tirar isso de mim.

—Mas meu amor, será melhor, e não é você que sempre quis conhecer seu pai?

Viro-me para mamãe e a encaro.

—Mas se eu soubesse que ele me levaria embora, eu preferia nunca tê-lo conhecido. Eu preferia ficar na antiga casa apanhado com Bob, do que ter que ir para o Texas com o Ray.

—Ana. —Mamãe diz surpresa e arregala os olhos.

—Você não entende mamãe, eu sou feliz aqui, e eu não quero ir embora.

—Ah, meu amor.

Mamãe me abraça e eu começo a chorar em seu colo.

—Me desculpe, eu fui tão tola.

—Não me leve embora, por favor.

—Tudo bem querida, me desculpe, eu nem me preocupei com o que você sentiria. Me perdoe por fazer você tomar decisões tão difíceis, você é a melhor coisa que já aconteceu para mim, e eu te amo.

—Eu também te amo mamãe.

Depois de conversar comigo mais um pouquinho mamãe vai para o seu quarto e eu fico organizando minhas coisas, mas me canso e deito-me novamente. Eu não estou muito animada com tudo isso. Ainda é tão confuso.

Ouço alguém bater na porta e Ray entra no quarto segundos depois.

—Podemos falar? —Ele pede. Encaro-o de dou de ombros. —Olha Ana, eu sei que nós tivemos um começo diferente.

—Diferente Ray? Sério? —Digo em tom de deboche.

—É...

—Não foi só diferente. Foi superestranho, e você ainda me deu um quarto rosa. —Acuso.

—Me desculpe Ana... É só que eu não sei nada sobre você.

—Esse é o problema Ray, você não sabe nada! E ainda por cima quer me levar para o Texas.

—Você não gostou muito de mim, não é mesmo?

—Não é isso... —Sento-me e o encaro. —É só que eu esperei muito tempo para conhecer meu pai, e é diferente de como um imaginei, você é bom e tudo mais, só que eu não quero ir para o Texas, eu quero ficar aqui, com a mamãe, e com você também. Você é meu pai e eu não quero te perder de novo, mas eu não quero que as coisas mudem Ray.

—Eu sinto muito querida. Eu não imaginei essas coisas, eu achei que seria bom te tirar daqui, mas já vi que eu não pensei direito no que você sentiria. É só que eu me culpo por tudo que você passou, se eu estivesse ao seu lado...

—Não se culpe, culpe sua mãe. —Digo e Ray sorri.

—Você é uma garota especial, sabia?

—Obrigada.

Ray se aproxima e senta na cama.

—Me diga uma coisa.

—O que?

—Qual a sua cor preferida? Porque eu sei que rosa não é.

—Com certeza não! Exclamo sorrindo.

Começo a conversar com Ray e ele me faz várias perguntas para me conhecer melhor. Até que ele não é tão chato quanto eu pensei... Bem, ele não vai mais me levar para o Texas, e isso já é bom o suficiente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai , como ficou?