ANASTÁSIA STEELE

Enquanto tomamos nosso sorvete vamos andando pelo parque conversando sobre coisas alheias.

—Você quer um balão? —Christian pergunta tirando-me de minhas distrações.

—Quero. —Sorrio amplamente.

Nós caminhamos até um homem que está vendendo balões e eu olho todos encantadas.

—Qual você quer? —Pergunta Christian.

Olho atenta para todos os balões e vejo um especial.

—O helicóptero. —Sorrio.

—Ok. —Christian diz confuso, mas paga pelo helicóptero e nós voltamos a andar. —Por que o helicóptero?

—Porque... —Sorrio e começo a andar de costas olhando para ele. —Você ainda vai ser muito famoso. E você vai ter um helicóptero.

—Há, vou? —Ele diz arqueando uma sobrancelha.

—Vai! —Sorrio e volta a andar normalmente. —E você vai me levar para voar nele.

—Ok. —Ele ri. —E como será o nome dele?

—Eu gosto de Tango.

—E eu de Charlie.

—Mas Tango é mais bonito.

—Não é não!

—É sim!

—Ok, não vamos discutir. E que tal Charlie Tango?

—Ai, gostei. —Sorrio.

—Vamos apostar corrida? —Christian pergunta rindo.

—Até aonde?

—Aquele poste. —Ele diz apontando para o poste.

—Ok.

—No três... Um...

—Três! —Grito e saio correndo.

—Não vale! —Christian grita enquanto corre.

Nós dois corremos, mas eu acabo caindo e Christian atropeça em mim e cai também.

Começo a rir e ele não consegue se segurar e ri também, mas ai eu percebo que deixei o balão escapar.

—O balão! —Levanto-me e o vejo flutuar para longe.

—Desculpe. —Christian diz olhando o balão.

—Tudo bem. —Sorrio. —Eu ai vou conhecer o Charlie Tango de verdade.

—Hm. É verdade. —Christian diz sorrindo e passa o braço ao redor do meu ombro.

Continuamos a andar pelo parque e a cada detalhe, cada brincadeira, eu acho ainda mais sensacional; eu me sinto muito bem ao lado de Christian. Como nunca me senti com ninguém.

—Ana, seria estranho se eu dissesse que gosto de você? —Christian pergunta me olhando.

—Acho que não. —Solto uma gargalhada. —Eu também gosto de você, por que acha que te aturo?

—Boba. Eu não estou falando nesse sentido.

—Eu sei. Estou brincando.

—Você não acha estranho? Ou absurdo?

—Não... —Sussurro. —Mas... As pessoas achariam; eu só tenho dez anos, e você já tem dezesseis.

—Eu sei... —Ele diz encolhendo os ombros. 

—Acho que nossos pais não aceitariam nossa romance. —Digo rindo.

—Nós temos um romance? —Christian pergunta e eu ruborizo.

—Não! —Exclamo apavorada. —Foi só um modo de falar.

—Eu entendi. —Christian diz rindo e me empurro. —Mas eles não aceitariam mesmo.

—Nós seriamos como Romeu e Julieta: o amor proibido. —Falo rindo.

—Como você é boba!

—Eu sei. —Digo rindo. —Eu também gosto de você.

—Gosta? —Pergunto-me surpreso.

—Sim. Você é meu melhor amigo, e cuida muito bem de mim. É impossível não se apaixonar por você Sr. Grey.

—Então temos uma garota apaixonada aqui? —Christian brinca.

—Talvez... —Sussurro sem conseguir tirar o sorriso idiota do meu rosto. —Mas até eu ter idade para ficarmos juntos, aposto que você arruma outra pessoa.

Christian fica em silêncio por alguns minutos e eu apenas dou um sorriso fraco.

—Mas e se nós esperássemos? —Ele diz e eu o encaro.

—Esperar? —Arqueio uma sobrancelha.

—É, quem sabe quando você tiver uns 17?

—E você vai aguentar até lá? —Gargalho. —Com todas aquelas garotas em cima de você?

—Sim. —Christian dá de ombros. —E que garotas?

—Vai dizer que não notou como as garotas te olham?

—Não... Eu estou ocupado demais te olhando.

—Claro que está. —Brinco. —Então vamos fazer uma promessa.

—Promessa?

—Sim. Eu prometo não me apaixonar por ninguém para ficar apenas com você quando eu fizer 17. —Paro e levanto o dedo mindinho.

—E eu prometo te esperar e não me apaixonar por ninguém. —Ele diz e entrelaça seu mindinho no meu.

Sorrio para ele e recebo um lindo sorriso em troca.

Meu cinquenta tons...