A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 45
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :) Boa leitura :)



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Dominique não conseguia decidir qual dos silêncios tinha sido pior. Se aquele ou o que aconteceu quando ela e James contaram que eram namorados. A grande questão é que ela não gostou de nenhum dos dois. Aquele silêncio que durava segundos e parecia durar uma eternidade. O facto de ter os olhares todos postos em si e mesmo assim nenhum deles pronunciar uma só palavra.

Aquele aperto no peito estava a acabar com ela. Ela não sabia o que fazer. O silêncio continuava. Dominique agarrou a mão de James com a maior força que tinha. Ela precisava que saber que ele estaria ali para o que desse e viesse.

—O que é que disseste? – perguntou Fleur, levantando-se, no meio daquele silêncio todo. Dominique olhou diretamente para a mãe. Ela não queria demonstrar fraqueza num momento daqueles.

—Eu estou grávida. – voltou a pronunciar Dominique. Para seu alívio, a sua voz tinha saído mais firme.

—Também tu, Dominique Weasley? – perguntou Fleur elevando o tom – Não aprendeste com a irresponsabilidade da tua irmã? Não aprendeste com a tua mãe? Eu tentei educar-te da melhor forma possível!

—Não sei o que é que educação tem a ver com o facto de eu estar grávida. Eu já sou maior, já sou capaz de tomar as minhas próprias decisões. Eu estou grávida, ponto! É minha responsabilidade! Minha! E não sou obrigada a casar-me para ter filhos. Mesmo que tu aches isso. E te garanto, eu e o James até podemos não ser casados, mas amamo-nos incondicionalmente e com certeza amaremos a criança que está para nascer. Aliás, nós já a amamos, não é James? – perguntou Dominique olhando insegura para James.

—Claro que sim, Domi. – respondeu James, sorrindo. Por momentos, Dominique esqueceu-se onde estava. Só lhe importava ela e James – Tia, eu sei que está furiosa, mas isso não justifica a forma como está a tratar a Dominique. Como ela disse, nós já conseguimos decidir se queremos um filho ou não. E eu esperava que nos apoiasses. Como nós nos apoiamos quando descobrimos. Tenho a certeza que uma mãe quer o melhor para um filho. Não é mãe? Não é pai? – perguntou James voltando-se para Ginny e Harry.

—Sempre. – responderam Ginny e Harry ao mesmo tempo.

—Mas tenho-te a dizer, James Sirius, podias ter esperado mais um bocadinho. Apesar de tudo, tu ainda és muito novo. – disse Ginny.

—Aconteceu mãe. – respondeu James – Só espero que aceitem e que fiquem felizes por nós.

—Claro que estamos felizes por vocês. – respondeu Harry imediatamente – Vocês vão dar-nos o nosso primeiro neto.

—Se isso é tão importante para vocês, eu posso perguntar à Octavia se também não vos quer dar um neto. Já que querem tanto. – disse Albus tentando amenizar o ambiente que ali se estava a formar.

—Nem brinques, Albus Severus. – respondeu logo Ginny arrancando risadas de maior parte das pessoas que se encontravam no jardim.

—A culpa é toda tua. – gritou Fleur calando toda a gente – Foi o teu filho que levou a Dominique por este caminho. Foi ele! A culpa é toda dele por estarmos nesta situação! E consequentemente tua, Ginny! Não o soubeste educar.

—Não te atrevas a dizer que eu não sei educar os meus filhos. – disse Ginny no mesmo tom levando a mão ao bolso e tirando a varinha – Tu não te atrevas a dizer mais uma palavra! Lembra-te que para fazer um filho são precisas duas pessoas, Fleur.

—Mas foi o James que levou a Dominique a fazer isto. A culpa é dele. – respondeu Fleur tentando disfarçar o medo. Ela não queria dar parte fraca a Ginny Weasley.

Stupefy – proferiu Ginny.

Protego. – gritou James impedindo que o feitiço atingisse Fleur.

Sem dizer mais nenhuma palavra, Fleur desmaterializou-se, sendo seguida por Bill.

—Ginevra Weasley, tu estás maluca? – perguntou Molly em tom sério à filha – Já tens idade para ter juízo.

—Agora não, mãe. – respondeu Ginny entrando dentro de casa.

—Eu trato disto. – apressou Harry a dizer. Logo de seguida, entrou na casa.

Vários familiares iam aproximando-se de Dominique e James para lhe darem os parabéns. Aos poucos, os acontecimentos que tinham acontecido há poucos minutos iam ficando esquecidos naquela que era uma noite de festa. Aos poucos conversas iam sendo trocadas, brincadeiras iam sendo jogadas.

Dominique, apesar de todas as felicitações e apoios por parte que toda a família, exceto Fleur claro, sentia um vazio no peito. Ela tentava apaga-lo, mas simplesmente não conseguia. E ela sabia qual era o motivo deste aperto. O seu pai, Bill Weasley, não dissera uma única palavra em respeito à gravidez. No fundo, Dominique não sabia o que o pai achava.

—Quem diria Dominique? Sinceramente, gravidez não foi um assunto que me passou pela cabeça. – comentou Victoire ao aproximar-se da irmã.

Dominique ouviu o comentário da irmã, mas não reagiu. Ela só conseguia pensar no pai, na opinião dele acerca daquilo tudo. Naquele momento, para ela, não havia nada mais importante.

—Domi, anda comigo. – disse Victoire puxando o braço da irmã. Como Dominique não protestou, Victoire levou-a até ao outro lado da Toca, para um sítio mais sossegado – Dominique, tu ouve com muita atenção! Lembras-te do dia em que eu contei que estava grávida?

—Claro que me lembro. Foi mais um dia em que Fleur Weasley fez um escândalo. Porque só é isso que ela sabe fazer. Isso e criticar toda a gente. – respondeu Dominique com voz fraca. As lágrimas ameaçavam cair. Só que, desta vez, Dominique não as impediria.

—Tu sabes perfeitamente como é que ela é. Faz uma tempestade num copo de água. Naquele dia, eu estava como tu. Tinha ouvido coisas semelhantes ao que tu ouviste. Fiquei triste por tudo isso. Mas houve uma pessoa que veio ter comigo e disse que estaria ao meu lado para enfrentar a senhora Fleur Weasley. Que a íamos enfrentar juntas. Quero dizer-te que vamos continuar a enfrentá-la juntas, Domi.

—O mais grave disto tudo foi ela ter posto as culpas no James. Pior! Foi ter posto as culpas na tia. Que culpa tem a mãe do James de eu e ele termos um filho. Como a tia muito bem disso, para fazer um filho são precisas duas pessoas, não uma. No fim, essas palavras magoaram-me muito mais que o facto de ela não ter aceitado a gravidez. Porque já sei que daqui a uns tempos ela vai estar como se nada se tivesse passado e que vai ser uma avó babada como ela é com a Dora.

—Domi, eu sei que estás chateada, mas por favor não prives o teu filho de ter a presença da avó.

—E eu não vou privar. – respondeu Dominique imediatamente – A mãe pode ter muitos defeitos, mas eu sei o quanto ela é boa com crianças. Agora a questão é como é que ela quer que eu reaja com ela depois de tudo o que ela disse aqui esta noite.

—Tu sabes perfeitamente que o orgulho é um dos maiores defeitos que ela tem. Mas, mesmo assim, eu acredito que ela vai ver o quão errada estava e vai pedir-te desculpas. A ti, ao James e à tia Ginny. Eu quero realmente acreditar que ela irá fazer isso.

—Acho que és demasiado otimista. – respondeu Dominique deixando cair a primeira lágrima.

 

—Oh pequena. – Victoire abraçou a irmã e deixou-a chorar livremente nos seus braços.

Dominique deixou-se ficar pelos braços de Victoire enquanto se acalmava. Todas as lágrimas contidas algum dia tinham de explodir, ela sabia disso.

—Posso meninas? – perguntou Bill aproximando-se das filhas.

Dominique afastou-se de Victoire e encarou o pai. A sua expressão era indecifrável. Ela não sabia o que o pai estava a pensar, naquele momento. A sensação de vazia voltou com toda a força. E se também o pai ficasse contra ela? Ela sabia que não ia aguentar. Ela sabia que precisava do apoio de Bill.

—Eu vou ver a Nymphadora. Não posso deixar o Teddy muito tempo sozinho com ela se não há desastre. – disse Victoire. Depois seguiu o seu caminho deixando o pai e a irmã sozinhos.

Dominique e Bill encaravam-se sem dizer qualquer palavra. Dominique olhava para ele esperançosa que ele dissesse alguma coisa positiva. Bastava dizer que a apoiava.

—Papá. – suplicou Dominique voltando a chorar.

—Princesa, acalma-te. – disse Bill em tom desesperado. Aproximou-se de Dominique e envolveu-a com o abraço mais apertado que conseguia. Ele só queria ver a filha bem – Princesa, eu não estou chateado contigo. – sussurrou Bill ao ouvido da filha.

—Então porquê que não disseste nada? Porquê…porquê que me deixaste assim, sem saber o que tu achavas.

—Eu sei que devia ter dito alguma coisa. Foi por isso que voltei. Eu quero que saibas que podes contar comigo para o que precisares. Eu acredito que vais ser uma excelente mãe.

Dominique abraçou ainda com mais força o pai. Nunca ninguém lhe tinha dito aquilo. Nunca ninguém lhe tinha dito que ela ia ser uma excelente mãe. E, ouvir logo aquilo do seu próprio pai tinha um significado especial. Naquele momento, Dominique sentiu que não precisava de mais nada. O apoio do pai bastava-lhe.

Ao abrir os olhos, Dominique reparou que James os observava com um sorriso. Dominique sorriu de volta. Dois dos homens da sua vida estavam ali a apoia-la e isso era tudo o que importava.

Também Bill reparou que James estava ali. Mas, ao contrário de Dominique, o rosto de Bill endureceu. Afastou-se de Dominique e aproximou-se de James.

—James Sirius Potter, tu vais ouvir-me bem. – começou Bill em tom sério – Eu estou a confiar-te, mais do que nunca, um dos meus maiores tesouros. Se há algum dia lhe fazes mal a ela, ou a bebé, considera-te um homem morto.

—Não te preocupes, tio. Eu amo a Dominique e a última coisa que quero é magoá-la.

—Acho muito bem. – respondeu Bill antes de deixar o casal a sós.

—Eu também te amo. – confessou Dominique abraçando James.

—----//-----

Albus acabara de se esgueirar de Lily e Hugo. Scorpius já devia ter chegado e Albus precisava de o esconder antes que alguém o visse.

Apesar de muita relutância, Albus acabou por aceitar o pedido de Scorpius. Incomodava-lhe o facto de Scorpius estar a trair a confiança de Rose, mas, como Octavia dissera, isso era um problema de Scorpius e não seu. Rose não podia culpá-lo por Scorpius ter contado um segredo seu.

—Coloca o manto. Vou colocar-te dentro de casa. – disse Albus quando chegou perto de Scorpius. Tinha levado o manto da invisibilidade consigo para conseguir levar Scorpius para o interior da casa para que este conseguisse falar com Rose.

Apesar da grande confusão, fruto de muitos Weasley, Albus conseguiu que Scorpius passasse sem problemas. Isso claro sem contar a parte que Scorpius quase fora atropelado por Lucy.

Albus deixou ficar Scorpius, com o manto, perto das escadas que levavam ao primeiro andar. Ele não sabia se Rose entraria dentro de casa e, caso entrasse, não sabia para onde ela iria, por isso acho melhor deixar ali Scorpius. Assim ela podia ver.

Scorpius andava de um lado para o outro, impaciente. A cada momento que passava, mais Scorpius tinha a certeza que o seu plano ia dar para o torto. O grande plano, aquele que ele achava genial, estava a ser um fracasso.

Quando a sua esperança quase não existia, Rose entrou na cozinha. Por momentos, Scorpius ficou hipnotizado com o que via. Rose estava linda. Aquele vestido axadrezado assentava-lhe que nem uma luva. Os seus cachos ruivos, que Scorpius tinha a certeza que Dominique tinha tratado, estavam mais brilhantes que nunca. Por momentos, Scorpius esquecera-se do que fora ali fazer.

Rose subiu o primeiro lance de escadas sendo seguida por Scorpius. Depois voltou a subir mais algumas escadas até chegar ao terceiro andar onde ficava o quarto em que ela, Dominique e Lily costumavam ficar. Rose entrou e antes que fechasse a porta completamente, Scorpius também entrou.

—O que… - mas a sua frase foi interrompida pelo aparecimento de Scorpius – Sc… - Rose interrompeu-se não conseguindo terminar a frase. Ela estava demasiado chocada. Depois de tanto tempo a evitar Scorpius, ali estava ele à sua frente. Sem pensar, Rose tirou a sua varinha do bolso e apontou-a a Scorpius.

—Ei calma, princesa. – proferiu Scorpius levantando os braços.

—Princesa uma ova! Tu não te atrevas a chamar-me assim. – gritou Rose entre o choque e a contenção de lágrimas. As suas mãos tremiam de forma descontroladas. Ela sabia que ter ou não ter a varinha nas suas mãos era completamente inútil, naquele instante.

—Rose, por favor, ouve-me. – suplicou Scorpius – Eu não sei o que te foram contar, eu não sei o que te levou a ficares assim, mas eu juro-te que não fiz nada.

—Não sejas mentiroso! Eu vi com os meus próprios olhos.

—Viste o quê?

—Tu…a Anderson…a beijarem-se. – respondeu Rose baixo e entre soluços.

—Mas isso não aconteceu. – proferiu Scorpius dando um passo em frente. Como por instinto, Rose deu um passe para trás. Ela queria o Scorpius o mais longe possível de si.

—Vai-te embora. – suplicou Rose – Por favor. Deixa-me em paz. Eu só quero paz. Eu só quero que me deixes em paz. Por favor.

A cada palavra proferida, o desespero na voz de Rose era notório. Scorpius estava praticamente a ceder ao pedido dela, só para não a ver assim.

—Rose, por favor, eu nunca seria capaz de te fazer mal. Eu gosto de ti. Eu gosto realmente de ti.

—Cala-te por favor. – voltou mais uma vez Rose a suplicar.

—Por favor Rose, eu…

—Eu avisei-te para deixares a Rose em paz. – disse James ao abrir a porta de rompante e dar de caras com Scorpius Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Tivemos as reações de Harry, Ginny, Fleur e Bill à gravidez...que acharam? E tivemos, finalmente, o encontro entre a Rose e o Scorpius...gostaram? E por fim, James encontrou Scorpius...que acham que vai acontecer?
Contem-me tudo nos comentários :) beijos ;)