A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 40
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/671036/chapter/40

Julho começava a espreitar. Hogwarts tinha acabado há praticamente um mês. Todos os bruxos menores de idade aproveitavam as tão merecidas férias. Aqueles que tinham acabado Hogwarts começavam as suas formações nas profissões que desejavam. Tudo corria normalmente. 

O dia amanheceu como os anteriores. Um sol, fortíssimo, ultrapassava até as cortinas mais grossas. Crianças, adultos e idosos eram vistos pelas ruas para aproveitar aquele belo dia.

Claro que haviam exceções. E grande exceção era Rose Weasley.

Desde que voltara de Hogwarts, Rose mantera sempre a sua rotina. Passava o dia todo de pijama, metida debaixo dos lençóis. As únicas vezes que saía do quarto era para ir à casa de banho e para fazer as refeições. 

Ron não sabia o que fazer com a filha. Tentara falar com ela, mas Rose dissera que estava tudo bem, que não havia nada com que ele se devesse preocupar. Claro que Ron não acreditava numa única palavra do que a filha dizia, mas acabava por deixar passar. Muitas vezes ele se sentira impotente, ao ver a sua filha naquele estado.

Hermione não estava muito melhor. Tal como Ron, também ela tentara falar diversas vezes com Rose. E tal como Ron, também ela não tinha sido bem sucedida. Hermione sabia perfeitamente o quão fechada a filha era, mas também vira o que acontecera no último ano. Rose tinha mudado. Ela começara a abrir-se, a socializar. Mas, de repente, tudo tinha piorado. Tudo tinha ficado pior que anteriormente.

Decidida a tirar a filha daquela depressão, Hermione entrou de rompante no quarto dela.

—Querida já chega. - disse Hermione em tom sério. Como não obteve resposta aproximou-se e tirou os lençóis de cima da filha - Eu estou a falar a sério.

Rose voltou-se para a mãe. Os seus olhos estavam inchados, sinal de que Rose chorou a noite inteira. 

Ao ver a sua filha naquele estado, Hermione amenizou a forma como estava a falar. Rose já estava suficientemente mal e ela não a queria pôr pior.

—Querida fala comigo. - pediu Hermione docemente - Por favor. Eu já não sei o que fazer mais. Tudo isto me está a matar por dentro, aos bocadinhos. Eu sinto-te totalmente impotente. Por favor. - suplicou.

Rose teve uma atitude que Hermione não esperava, mas ao menos tinha sido algo já que Rose não reagia a nada. Rose abraçou a mãe e começou a chorar descontroladamente. Hermione abraçou a filha com a maior força que tinha, como se a tivesse a proteger de todos os males. 

—Rose, por fa...

Algo interrompeu o discurso de Hermione. Um pequeno barulho vindo da janela de Rose. Um barulho que Rose já se habituara durante aquele mês. 

Hermione levantou-se e foi abrir a janela. Uma pequena coruja entrou e voou em direção a Rose. Esta, como já fizera de todas as outras vezes, arrancou o pequeno bilhete da pata da coruja e expulsou-a. Mas, diferente das outras vezes, a coruja não se mexeu. Pelo contrário, ela não parava de dar bicadas em Rose.

—Rose, de quem é esta coruja? - perguntou Hermione sem obter qualquer resposta. Decidida a descobrir tudo o que se passava, aproximou-se da filha para ver o remetente da carta - Uma carta do Scorpius? Com certeza quer saber como estão as tuas férias. 

—Ele não tem direito nenhum de querer saber disso. - respondeu Rose, agressivamente. Aquelas tinham sido as suas primeiras palavras desde há muito tempo - Por favor, tira-a daqui. - pediu num tom completamente diferente. Num tom de completo desespero.

Vendo a atitude da filha perante a carta de Scorpius, Hermione conseguiu compreender imediatamente uma coisa. A culpa da sua filha estar assim era de Scorpius Malfoy. 

Hermione escreveu rapidamente num pergaminho, dobrou-o e colocou-o na pata da coruja para que esta fizesse a viagem de volta.

Enquanto isto, Rose abriu a carta que Scorpius lhe enviou. Ela tentava resistir à curiosidade, mas era simplesmente impossível. Era como se uma força a atraísse para que ela abrisse a carta.

Rose, já perdi a conta à quantidade de vezes que te escrevi neste último mês sem obter qualquer resposta.

Eu não consigo perceber o que se passa. Eu não percebo porque deixaste de falar comigo assim de repente. Aliás,  a única coisa que eu consigo pensar que te possa ter chateado foi o facto de eu não ter ido à festa. Pelo menos do que me lembro. A Dominique afirma que eu estive lá. 

Sinceramente,  agora, mais do que nunca,  eu percebo como o Albus se sente. Esta impotência de não se saber do porquê de uma pessoa deixar de falar contigo, enlouquece qualquer um. 

Por favor princesa diz alguma coisa. Nem que seja uma simples palavra. Ao menos isso significa que tu estás bem. 

Por favor Rose,

Scorpius 

P.S: Tu não imaginas a quantidade de saudades que eu tenho tuas. Eu nunca pensei sentir-me assim algum dia.

Rose leu apenas uma vez aquela carta. Depois disso, sob o olhar de Hermione, rasgou-a em pedacinhos e atirou-a para o caixote onde jaziam outras cartas, todas elas de Scorpius. 

—Querida, eu já estava muito preocupada com o que se passava, mas agora está pior. Tu vais dizer-me exatamente o que aconteceu se não, eu vou direta à mansão dos Malfoy e descubro por mim mesma.

Ao ouvir aquela frase, parece que despertou algo em Rose. Nunca na sua vida deixaria a sua mãe ir até à mansão dos Malfoy. Ela sabia de tudo o que a sua mãe tinha passado naquela casa. Nunca, depois disso, Hermione tinha lá voltado. E Rose não queria que isso acontecesse por causa dela.

—Por favor mãe,  não vás. Tu não mereces isso. - suplicou Rose.

—Se ir lá implicar eu saber o que se passa com a minha filha, então irei com todo o gosto. Rose, isto está a passar dos limites. Há um mês que tu não reages a nada. Quer dizer, não é bem a nada. Pelo que vejo, cada vez que recebes uma carta do Scorpius, aparece uma raiva em ti que eu nunca vi antes.

—Ele traiu-me mãe! - berrou Rose entre soluços - Ele traiu-me. Ele queria encontrar-se comigo para discutir o futuro da nossa relação. Ele disse que queria isso. E depois fui apanhá-lo aos beijos com a Diana Anderson no sitio onde nos encontrávamos. No nosso sítio. 

—Oh querida. - Hermione voltou a abraçar Rose - Eu sei que custa. Eu realmente sei. A desilusão de ver o teu primeiro amor fazer-te uma coisa destas. Mas tu tens de aguentar. Tu tens de reagir. Eu sei que vai ser difícil,  mas eu acredito que tu consegues.

—Como é que tens tanta certeza disso? - perguntou Rose encarando a mãe. 

—Porque nós, mulheres, somos mais forte que aquilo que os homens pensam. Desde sempre que os homens se acham o sexo mais forte. Mas ambas sabemos que isso não é assim. Tu tens de acreditar nisso, Rose. 

—Mas como?

—Para começar, vais sair dessa cama e tomar um banho. Depois vais fazer o que as pessoas da tua idade fazem. Fala, por exemplo, com o James e a Dominique. Eu sei que eles gostariam de saber como tu estás. Rose, os amigos são das coisas mais preciosas que tens na vida. Acredita em mim.

—Eu sempre adorei a tua amizade com o pai e o tio Harry. Consigo ver a amizade verdadeira que tu tanto falas.

—Sabes que isso nem sempre foi assim. O teu pai costumava ser um legume insensível. - Rose riu, o primeiro sorriso em muito tempo, e Hermione também sorriu - A sério. O teu pai não fez a mínima ideia dos estragos que fez em mim no inicio do sexto ano. Eu e ele estivemos meses sem nos falarmos. E tudo por causa de uma rapariga.

—De uma rapariga? Não sabia que o pai tinha tido uma namorada antes de ti.

—Ele teve. Lavender Brown era o nome dela. Ainda me lembro como se fosse ontem do que aconteceu. Os Gryffindor tinham acabado de ganhar um jogo. O teu pai tinha sido o herói. Naquela noite, estávamos todos a festejar na sala comunal. Eu só me lembro de estar feliz e, no momento seguinte, estar completamente triste. A Lavender tinha ido até ao teu pai e beijou-o. Naquele momento, eu percebi realmente que gostava dele. No fundo, eu sempre soube, mas naquele momento confirmei comigo mesma. Saí dali e o teu tio Harry acabou por vir atrás de mim. Foi aí que ele ficou a saber que eu gostava do teu pai. Pelo menos, eu acho que sim. O teu tio era um pouco tapado, na altura. Depois daquela noite, eu deixei de falar com o teu pai. Consequentemente, afastei-me do meu melhor amigo, o teu tio. Mas do que nunca, eu trancava-me na biblioteca, eu isolava-me. Eu estava a perder tudo o que tinha conquistado até ali. Claro que eu continuava a falar com o Harry, mas não era a mesmá coisa. Eu sentia-me uma intrusa. 

—Como é que as coisas ficaram resolvidas? - perguntou Rose que estava completamente embrenhada na história. Por momentos até esquecera todos os seus problemas.

—Houve um dia que o teu pai foi parar à enfermaria e começou a sussurrar o meu nome. Claro que aquilo não caiu bem à Lavender. Mas, o que eu quero dizer com tudo isto é que não te deves afastar dos teus amigos, seja porque razão for. O James e a Dominique merecem saber como é que tu estás. Quanto ao Scorpius, o tempo trata de tudo. Agora, ele não merece que fiques assim por ele.

Rose não sabia o que dizer. Ela só sabia que a sua mãe tinha totalmente razão. Ela não iria continuar assim por alguém que não a merecia.

Levantou-se da cama decidida a ir ter com Dominique e James. Há um mês que não estava com eles e novidades não haveriam de faltar. Já para não falar do novo tamanho da barriga de Dominique. 

Depois de vestida, Rose desceu até à sala. A sua mãe tinha saído, instantes antes junto com o seu pai, para irem trabalhar. Hugo também não se encontrava em casa. Ele e Lily decidiram ir passar uns dias à Toca.

Antes de sair de casa, Rose pegou no telefone e ligou para a casa de James. A família deste tinha adquirido um telefone porque tornava mais fácil a comunicação. 

Rose confirmou aquilo que já suspeitava. James e Dominique estavam na casa do primeiro. Assim, Rose aproximou-se da lareira de sua casa para viajar via rede flu até à casa dos Potter.

Mal teve tempo de tossir, por causa da viagem, e foi logo abraçada pelo primo.

—Onde é que te meteste? Como é que foste capaz de nos deixares sem notícias, Rose Granger Weasley? Como?

—Desculpa. - sussurrou Rose ao ouvido do primo - Isto não volta a acontecer.

—Espero bem que não. Mas agora vais contar-me direitinho tudo o que se passou para desapareceres assim.

Rose, que ainda não tinha falado com Dominique, viu ali a sua oportunidade para fugir aquele assunto. 

—Domi. Não pensei que a tua barriga crescesse tanto em ao pouco tempo . - comentou enuquanto abraçava a prima.

—Rose, como é que estás?  Está tudo bem contigo? - Dominique fazia imensas perguntas,  não deixando tempo de Rose responder a nenhuma - E que cara é essa? Pare e cara de que algo de muito grave se passou.

Rose já não conseguia fugir mais daquele assunto. Tanto Dominique como James não paravam de perguntar sobre o que se passava. E ela sabia perfeitamente que eles não iriam desistir.

Resignada, Rose pediu que fossem até ao quarto de a James para falarem mais à vontade. Ela não sabia se Albus estava em casa, mas não queria que este ouvisse a conversa. 

Depois de muito inspirar e expirar,  Rose lá começou a explicar tudo o que tinha acontecido. Desde aquela tarde até à noite. Tudo, ao mais ínfimo pormenor.

—Eu não acredito que o Scorpius foi capaz de fazer uma coisa dessas. Depois de todos os avisos que eu lhe disse. - comentou James totalmente furioso - Mas eu resolvo já isto. Eu e o nenino Scorpius Malfoy vamos ter uma conversa.

E, antes que Rose começasse a protestar, James desmaterializou-se.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A Rose ficou mesmo mal, mas a Hermione lá a conseguiu arrancar do quarto. E tivemos a Rose a contar ao James e à Dominique tudo o que se tinha passado. Concordaram com tudo isto? Que acharam de todas as aitutdes de Rose? E o que sera que James vai fazer? Contem-me tudo nos comentários ;)
Beijos :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Torre de Astronomia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.