A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários :)
Boa leitura :)



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Se algum dia perguntassem a Rose Weasley se ela achava que receberia um presente de Scorpius Malfoy, a resposta era claramente não. Claro que eles eram amigos e era normal que trocassem presentes mas isso era uma coisa que Rose nunca pensou. Ela nunca pensou na possibilidade de Scorpius lhe enviar uma prenda. E o pior? O pior era que ela não tinha comprado nada para ele. Naquele momento, ela sentia-se na obrigação de dar alguma coisa a Scorpius. Rose não queria que ele pensasse que ela se tinha esquecido dele.

Decidida a arranjar alguma coisa para oferecer a Scorpius, Rose foi procurar a sua mãe. Ela era a pessoa ideal para arranjar alguma coisa.

Rose acabou por encontrar Hermione no fundo das escadas. Esta tinha acabado de acordar e ia ajudar Molly a fazer o pequeno-almoço.

—Bom dia querida. – cumprimentou Hermione.

—Bom dia mãe. – cumprimentou Rose de volta – Será que podemos conversar?

—Mas está tudo bem? – perguntou Hermione já preocupada.

—Sim mãe. – Rose tranquilizou a mãe.

As duas seguiram para o jardim para falar mais à vontade. Como estava muito frio, elas pegaram nos seus casacos. Com este tempo era sempre bom usar um bom agasalho.

Rose e Hermione caminhavam sobre a neve em silêncio. Rose tinha dito que queria conversar mas ainda não tinha dito uma só palavra desde que tinham ido até ao exterior. Por isso, Hermione tentou puxar conversa.

—O que precisavas de falar comigo?

—Bem… - Rose não sabia como começar. Isso implicava contar que se tinha tornada amiga de Scorpius. Claro que isso não era segredo nenhum mas ela temia a reação dos pais. Ela sabia que os pais tinham sido inimigos do pai de Scorpius. Rose sabia que atualmente o seu tio Harry falava o mínimo com Draco Malfoy mas ela sabia também que o seu pai nunca tinha esquecido o passado – Eu nem sei por onde começar.

—Rose, tu nunca foste uma pessoa de rodeios. Sempre falaste comigo abertamente.

—Eu sei mãe. É que...é que eu não sei como vais reagir depois de te contar isto.

—Só vais saber da minha reação depois de contares. – brincou Hermione tentando amenizar o ambiente.

—Bem…não foram só o Sirius e a Dominique que se tornaram meus amigos.

—Isso é bom. Ter amigos é algo muito bom.

—Sim eu sei disso. Eu agora sei disso. Mas como te estava a dizer. Não foram só eles que se tornaram meus amigos. Houve outra pessoa que se tornou importante para mim nos últimos tempos. Essa pessoa é o Scorpius Malfoy.

Rose olhou para a mãe à espera da sua reação. Ela estava com muito medo da reação da mãe. Mas Hermione apenas sorriu.

—Não vais dizer nada?

—A única coisa que posso dizer é que o Scorpius tem sorte em ter-te como amiga.

—Mas eu pensei…

—Pensaste que eu ia ficar chateada por seres amiga do filho do Draco Malfoy? – Hermione completou a frase da filha em tom de pergunta. Esta apenas assentiu – Todas essas rivalidades já passaram. Já passaram muitos anos. Eu nunca te proibiria de ser amiga dele.

—Obrigada mãe. – agradeceu Rose.

—Querida, já sabes. – respondeu Hermione abraçando a filha.

—Mas isto não é tudo. Eu preciso da tua ajuda.

—Em que é que precisas de ajuda?

—Hoje de manhã, eu recebi uma carta do Scorpius. E com ela vinha um presente. – disse Rose mostrando o colar à mãe.

—É lindo. – comentou Hermione olhando o colar mais de perto – O Scorpius tem bom gosto. – afirmou Hermione com duplo sentido. Mas Rose não percebeu esse duplo sentido. Hermione preferiu deixar passar. Rose poderia descobrir sozinha assim como ela fez. Se bem que demorou sete anos para ela perceber.

—Pois tem. – respondeu Rose voltando a colocar o colar – A questão é que eu não comprei nada.

—Mas de certeza que quando ele pensou em comprar-te algo não pensou receber nada em troca.

—Eu sei, mãe. Mas…

—Mas queres dar-lhe alguma coisa.

—Sim. – respondeu Rose.

Hermione começou a pensar no que a filha poderia oferecer a Scorpius. Seria complicada a escolha do presente, visto que, todas as lojas estavam fechadas naquele dia. Logo, Rose teria de pensar numa coisa que desse para fazer em casa.

—Porque não fazes um bolo. – sugeriu Hermione.

Rose olhou para a mãe e sorriu. Seria exatamente isso que ela iria fazer.

Rose adorava fazer bolos. Desde pequena que ela os fazia. Tudo começou num dia que Rose foi passar o dia à Toca. Molly estava entretida na cozinha a confecionar um bolo. Rose estava sozinha na sala à espera de Albus. Como este estava a demorar muito, Rose decidiu ir ter com a avó. Naquele dia, Rose fez o seu primeiro bolo.

Hermione e Rose voltaram a entrar em casa. Hermione foi ter com o marido, que conversava com Harry, e Rose seguiu para a cozinha. Aquela hora, Molly já começara a fazer o almoço.

Rose questionou a avó, perguntando-lhe se podia confecionar um bolo. Claro que Molly não negou o pedido da neta. Tal como Rose também Molly adorava fazer bolos.

Rose colocou um avental, pegou nas coisas necessárias e começou a fazer o seu doce favorito, a torta de limão. Ela só esperava que Scorpius gostasse.

Rose estava tão entretida a fazer a torta que não reparou quando Albus entrou. Este, desde a abertura das prendas, ainda não tinha voltado a ver Rose. Ele andava à procura dela para terminar a conversa que eles tinham pendente.

—Vamos ter torta de limão para o almoço? – perguntou Albus.

—Sim, a minha mãe trouxe uma ontem. – respondeu Rose normalmente continuando o seu trabalho. As suas respostas estavam em modo automático pois ela estava completamente concentrada na confeção da torta.

—Então para quem é essa torta? – perguntou Albus curioso.

—É para o… - Rose interrompeu o que ia dizer. Só naquele momento é que ela percebeu com quem estava a falar.

—É para quem? – questionou Albus desconfiado.

—Ui a minha priminha está a fazer um bolinho. A primeira fatia é minha. – disse James ao entrar na cozinha e assim interrompendo a conversa entre Rose e Albus.

—Pelos vistos a torta não é para nós. – comentou Albus frustrado por mais uma vez o seu irmão ter interrompido uma conversa entre si e Rose.

—Não? – perguntou James para confirmar o que tinha ouvido. Encarou Rose à espera que esta dissesse a razão de a torta não ser para eles.

—Não. – confirmou Albus – E eu estava a tentar saber para quem era.

—E eu não quero dizer. – respondeu Rose continuando a fazer o seu trabalho.

—Esta é a minha prima. – disse James orgulhoso por a prima ter respondido assim.

—James não estás curioso para saber para quem é a torta? – perguntou Albus incrédulo. Ele não percebia ainda muito bem como James e Rose tinham ficado amigos mas, naquele momento, ele pensou que tinha ali um aliado para descobrir para quem era a torta.

—Quero. Mas temos de respeitar a decisão da Rose. Ela não quer contar. Agora vamos deixar a Rose sossegada.

Albus, derrotado, concordou com o irmão. Seguiu com este até ao exterior da cozinha.

Logo a seguir, James voltou a entrar na cozinha e aproximou-se da prima.

—Depois quero saber tudo. – sussurrou James no ouvido de Rose e voltou a sair.

Rose sorriu. Claro que James não ia deixar ficar a conversa por ali.

Rose terminou de fazer a torta e levou-a para o seu quarto. Como era de esperar, Pyxis continuava no mesmo sítio. Ainda esperava a resposta de Rose para Scorpius.

Rose pegou num pergaminho para escrever uma carta que acompanharia a torta.

Fico feliz que este ano tenhas tido a companhia dos teus primos. Sei que te dás muito bem com eles. É pena a tua tia não viver cá se não eles também andavam em Hogwarts.

Em relação ao que a Victoire e o Teddy têm para contar, acho que vais gostar de saber. Posso dizer-te que fiquei muito feliz quando soube essa novidade. Não vou adiantar mais nada, não quero estragar o modo surpresa.

Muito obrigada pelo presente, não estava nada à espera. Eu não queria que tivesses tanto trabalho comigo. Posso dizer-te que gostei muito do colar. É lindo.

Como também já reparaste, a Pyxis também não voltou só com uma carta. Espreita o que ela levou e espero que gostes.

Rose

Rose enrolou o pergaminho e amarrou-o na pata de Pyxis. Depois abriu a janela e deixou que Pyxis seguisse o seu caminho.

Nos jardins da Toca encontrava-se Albus. Este viu Rose a abrir a janela e, consequentemente, viu Pyxis a sair de lá. Claro que ele conhecia aquela coruja. Muitas vezes Pyxis tinha voado até à sua janela. Naquele momento, Albus descobriu que a torta de limão era para Scorpius.

—----//-----

O resto das férias de Natal passara normalmente. Rose passara maior parte do tempo em casa, a estudar. Claro que houve dias que ela passou na Toca.

Por incrível que pareça, James não voltou a tocar no assunto da torta. Parecia que ele tinha esquecido completamente aquele assunto. Se calhar é melhor assim, pensara Rose um dia. Era verdade que a sua amizade com Scorpius não era segredo nenhum mas por incrível que pareça, James ainda não sabia desta amizade. Ele andava tão distraído com Dominique que não reparava no mundo à sua volta. Aliás, naquele dia ele possivelmente só tinha feito caso de Rose estar a fazer uma torta porque Albus estava a tentar descobrir para quem ela era.

No dia do embarque, como de costume, Rose e Hugo chegaram em cima da hora. Por mais esforços que fizessem, por mais cedo que acordassem, eles chegavam sempre nos últimos minutos. Despediram-se dos pais e seguiram para o interior do comboio em busca dos primos.

Hugo seguiu na frente em busca dos primos deixando Rose para trás. A sua carteira tinha ficado presa e quando Rose ia chamar Hugo, este já tinha desaparecido.

Rose tentava puxar mas não conseguia soltá-la. O máximo que conseguiu fazer foi um pequeno rasgo na alça.

—Precisas de ajuda? – a voz de Scorpius ouviu-se nos corredores.

—Por favor. – pediu Rose.

Scorpius pegou na carteira e, com cuidado, conseguiu soltar a alça presa. Rose agradeceu e preparava-se para se juntar aos primos quando Scorpius a impediu.

—Se fosse a ti, não ia ter com os teus primos. Aquele vagão está um autêntico sufoco. Eu saí de lá agora. Sinceramente Rose, não sei de onde vêm tantos primos.

Rose riu com o comentário de Scorpius. Era verdade. A quantidade de primos que tinha era enorme. E aqueles eram os seus primos direitos. Se fosse a contar com os restantes nem o expresso inteiro chegava.

—Vamos procurar um vagão vazio. – sugeriu Scorpius.

Rose concordou. Em silêncio, procuraram um vagão vazio. Foi necessário percorrer todo o comboio para finalmente encontrar um. Como o comboio já estava em movimento, todos os alunos já tinha procurado um lugar para seguir em viagem descansados.

Rose e Scorpius sentaram-se de frente um para o outro. Rose começou a enrolar os dedos, sinal claro de que estava nervosa. Ela queria perguntar se Scorpius tinha gostado da torta mas, ao mesmo tempo, tinha vergonha de o fazer. Tinha receio de parecer demasiado desesperada por querer saber aquela informação.

Já Scorpius encarava Rose à espera que esta fizesse alguma coisa. Ele estava habituado a ser sempre ele a começar uma conversa com Rose mas, naquele momento, ele queria que fosse Rose a fazê-lo. Ele sabia dos problemas dela em relacionar-se com outras pessoas e queria ajudá-la.

Ao fim de algum tempo, Scorpius desistiu. Ele sabia que Rose não iniciaria uma conversa. Ele queria que ela o fizesse mas também não a ia obrigar. Scorpius procurou na sua mente algo para iniciar uma conversa. Ele não queria chegar ao fim da viagem sem falar com Rose. Eles eram amigos. Eles tinham que conversar.

—Tinhas razão quando disseste que eu ia gostar da novidade que o Teddy e a Victoire tinham. – começou Scorpius chamando a atenção de Rose. Esta encarou-o extremamente aliviada. O que ela mais queria naquele momento era falar com Scorpius. Ela só não sabia o que havia de dizer. Ainda bem que Scorpius facilitou.

—Quando falaste que gostavas de ter mais primos, lembrei-me logo disso. E depois, tu ainda comentaste que o Teddy e a Victoire iam jantar a tua casa. Apesar de tudo, Teddy é da tua família. E num futuro próximo, acredito que Victoire também será.

—E como foi a reação da tua família quando soube da gravidez? – quis saber Scorpius – Aposto que a reação da tua tia não foi a melhor.

Aquela simples pergunta fez com que Scorpius e Rose conversassem até chegar a Hogwarts. A conversa entre os dois fluía espontaneamente. Eles terminavam um assunto e começavam logo outro. Sempre sem parar. Eles nem deram pelas horas passar. Foi preciso o som do sino, sinal de que o comboio estava a parar, para eles perceberem que tinham chegado.

Rose e Scorpius seguiram até à saída do comboio ainda na conversa. Naquele momento, Scorpius estava a comentar o quanto gostou da torta de limão que Rose lhe tinha enviado. Rose apenas sorriu mas por dentro o seu coração estava aos saltos. Scorpius tinha gostado da torta. Scorpius tinha gostado da sua prenda.

Rose e Scorpius estavam tão distraídos a conversar que nem repararam numa terceira pessoa a aproximar-se.

—Rose, andei toda a viagem à tua procura. Onde te meteste? – perguntou James mal chegou ao pé de Rose – Espera aí. O que é que tu e o Scorpius estão a fazer juntos? – perguntou James percebendo a presença de Scorpius ao lado de sua prima.


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Notas finais do capítulo

Que acharam da ideia para o presente de Scorpius?
E o Albus lá conseguiu saber para quem era a torta. Como será que ele irá reagir a toda esta amizade entre o Scorpius e a Rose?
James finalmente percebeu que Rose e Scorpius são amigos...como é que ele irá reagir?
Contem-me tudo nos comentários :)



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