A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários :) Adorei todos
Boa leitura :)



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Naquele momento aconteceu algo que James nunca pensou que acontecesse. O silêncio tomou conta da Toca. Ninguém dizia nada. Todos esperavam a reação de Bill, de Fleur, de Dominique, de todos os intervenientes mas ninguém dizia nada.

Por fim, Dominique decidiu tomar uma atitude. Levantou-se e aproximou-se de James. Uniu as suas mãos e encarou-o. Só aí é que James tomou atenção no que Dominique estava a fazer. Até lá, a sua atenção estava totalmente em Bill. Ele estava à espera de uma reação do tio. Ele estava preparado para tudo.

—Eu aceito. – disse Dominique no meio daquele silêncio aterrador. Um largo sorriso se formou no rosto de James e, por instinto, beijou Dominique.

Aquela ação de James despertou Bill. Este levantou-se e aproximou-se do jovem casal. Também Ginny se levantou preparada para agir caso algo corresse mal. Ela nunca deixaria ninguém tocar com um só dedo que seja num dos seus filhos. Nem que esse alguém fosse o seu irmão.

—Pai tem calma. – pediu Dominique - Nós podemos explicar.

—Como é que isto aconteceu? – perguntou Bill.

—Simplesmente aconteceu. Aconteceu como aconteceu contigo e com a mãe. Com a avó e o avô. Com a Victoire e o Teddy. Como aconteceu com todos os casais desta família. Nós amamo-nos e nada mais importa. – Dominique largou as mãos de James e agarrou as mãos do seu pai – Pai, eu espero que compreendas. Espero que não sejas contra o meu namoro com o James. Pai, eu amo-o.

Apesar de toda aquela tensão, James não pode deixar de sorrir. Dominique tinha acabado de dizer que o amava. Isso era tudo o que ele precisava de saber. Ele precisava de saber que o que ele sentia era correspondido. No fundo Rose tinha razão. Dominique gostava dele tanto quanto ele gostava dela e só isso é que importava.

—Dominique, depois dessas palavras, eu não muito a dizer. Só esperam que sejam felizes.

Dominique abraçou o pai com toda a força que tinha. Era isto que ela precisava. A aceitação do pai. Depois disto, já não importava mais nada.

Bill afastou-se de Dominique e aproximou-se de James. Este engoliu em seco. O seu tio encarava-o sério. James não sabia o que podia esperar dali.

—Eu estou a dar-te uma oportunidade de fazeres a minha filha feliz. Se tu a magoas, acredita que eu esqueço que tu és meu sobrinho.

—Bill! – chamou Ginny à atenção – Ele é meu filho.

—Ele está avisado. – respondeu Bill.

—Garanto que não farei a Dominique sofrer.

Depois do aval de Bill, os restantes elementos da família deram os seus parabéns ao mais recente casal. Todos estavam felizes com as boas notícias. Não importava se eles eram ou não da mesma família. O que importava era que eles se amavam. Ao saberem isso, todos queriam que eles fossem felizes.

—Já que estamos no meio de revelações, há algo que eu e o Teddy queríamos contar. – pronunciou-se Victoire pela primeira vez. Todos se voltaram para ela na espectativa – Eu estou grávida.

—Como assim tu estás grávida, Victoire Weasley? – perguntou Fleur num tom mais elevado.

—É preciso mesmo explicar como é que isso aconteceu? – perguntou Victoire com tom de ironia.

—Vic, tem calma. – sussurrou Teddy no ouvido de Victoire.

—Tenho calma? – perguntou Victoire incrédula olhando para o namorado – Tenho calma? A minha irmã chega aqui e diz que namora com o primo e ninguém criticou nada. Apenas felicitações. Agora, eu digo que estou grávida e é assim que as pessoas reagem? Muito obrigadinho a todos.

Victoire saiu da sala sem dizer mais nada. Ela não conseguia compreender porque simplesmente não lhe deram os parabéns. Ela estava grávida! Um ser humano estava a caminho e tudo o que a sua mãe fez foi criticar.

No interior da Toca, todos continuavam sem saber o que dizer. Nunca ninguém tinha visto Victoire tão alterada. Ela sempre fora uma pessoa calma e racional.

Dominique, farta que ninguém fizesse nada, levantou-se.

—Eu vou falar com ela. – disse e saiu sem dar a hipótese de alguém a contradizer.

Dominique seguiu para o jardim em busca da irmã. Apesar da dimensão do jardim, não foi difícil encontrá-la. Victoire encontrava-se a poucos metros da entrada, de pé, olhando para o nada.

Dominique aproximou-se cuidadosamente. A última coisa que ela queria era que a sua irmã se alterasse.

—Vic. – chamou Dominique para chamar a atenção de Victoire. Esta olhou brevemente para trás e depois voltou à sua posição inicial.

—Vieste aqui atirar pedras, foi? – acusou Victoire.

—Tu sabes perfeitamente que eu nunca faria nada disso. Aliás, ninguém faria isso contigo.

—Não fariam isso comigo? Mas tu estás a brincar? – perguntou Victoire já exaltada voltando-se para a irmã – Eu dei uma notícia que achei, na minha ingenuidade, que ia deixar todos felizes. Mas a única coisa que ouvi foram críticas.

—Só a mãe é que falou. Mais ninguém. E tu sabes perfeitamente como é a senhorita Fleur Weasley. Ela é extremamente tradicional. Primeiro o casamento, só depois os filhos. Mas ela vai perceber que errou ao falar contigo assim. Tu já és uma pessoa crescida capaz de tomar as suas próprias decisões.

—Parece que ela nunca aprova nada do que eu faço. Tu dizes que namoras com o James e ela não fez nada. Nada Dominique! Não me entendas mal. Eu estou muito feliz por teres encontrado alguém de quem realmente gostas, a sério que estou. Mas custa-me ver a diferença com que a mãe trata as filhas.

—Sabes o que vamos fazer? – perguntou Dominique agarrando as mãos da irmã – Vamos entrar ali as duas e enfrentá-los a todos. Eu vou estar contigo e não vou deixar que ninguém te julgue.

—Quando é que tu cresceste tanto? – perguntou Victoire em tom de brincadeira e abraçando a irmã.

—Todos nós crescemos um dia. Vamos.

Dominique segurou a mão de Victoire e juntas entraram em casa.

Todos os familiares continuavam ainda na sala. Mal viram Victoire entrar, foram todos dar-lhe os parabéns. No fim, tudo estava bem. Todas as pessoas que Victoire amava, estavam ali a apoiá-la na gravidez. Ela faria ver à mãe que também ela deveria estar orgulhosa da filha que tem e não tem nada que criticar. Como disse Dominique, Victoire já era uma pessoa adulta capaz de tomar as suas próprias decisões.

Dominique afastou-se de Victoire e aproximou-se de James. Sentou-se no colo dele e beijou-o de leve.

—Nunca me vou cansar disto. – comentou James roubando outro beijo de Dominique.

—Então somos dois. – respondeu Dominique sorrindo.

—Já te disse que te amo?

—Sim. Em frente a toda a família. – respondeu Dominique – Onde estavas com a cabeça quando pensaste fazer isto? Nós tínhamos combinado.

—Eu adoro inovar. Sabes também o que eu adorava. – James aproximou o seu rosto do ouvido da orelha de Dominique – Ir contigo até lá cima.

—Então temos de ser rápidos. – Dominique pegou na mão de James e levou-o escada acima. Ninguém perceberia a ausência deles no meio de tanta confusão.

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Depois de todas as felicitações, todos voltaram aos seus afazeres. Mas não sem antes Molly ter proibido Victoire de ir até à cozinha. Esta alegou que estava perfeitamente bem e que podia ajudar mas a sua avó estava irredutível. Ela tinha direito de ficar ali sem fazer nada.

Rose encontrava-se entre as mulheres que estavam a ajudar na cozinha. Ela detestava sentir-se inútil. Naquele momento, ela estava a buscar os pratos e os talheres para colocar a mesa. Era suposto Dominique estar a ajudá-la, mas esta desapareceu misteriosamente com James. Rose até imaginava o que eles andavam a fazer. Se o seu tio Bil soubesse...

Por fim, todos foram chamados para jantar. Só naquele momento é que Rose voltou a ver James e Dominique. Sorriu para eles que tentavam entrar sem dar nas vistas. Nem Rose percebeu como é que eles conseguiram obter sucesso nesta “missão”.

O jantar ocorreu sem grandes alaridos. Apenas a alegria normal.

As novidades mais chocantes estavam contadas. James e Victoire já as tinham dado. Agora, Percy contava que tinha sido promovido no emprego. Todos os adultos estavam atentos a estas novidades enquanto que os adolescentes apenas conversavam entre si.

—Afinal sempre conseguiste sair vivo. – comentou Rose com James.

—Claro. Eu sou James Sirius Potter, ninguém me derrota.

—Claramente. – respondeu Dominique arrancando risadas de Rose – Até parece que não eras tu que andavas cheiinho de medo do meu pai.

—Eu medo? Nunca!

—Claro. – respondeu Rose fingindo acreditar.

No fim do jantar todos voltaram à sala. As conversas continuavam e como sempre, o Natal corria na perfeição.

Molly olhava todos com imenso carinho. Era isto que ela gostava de ver. A sua família toda unida. Faltava Fred para a felicidade ser total.

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Na manhã de Natal, Rose acordou cedo. Como era costume, ela e todos os primos levantavam-se cedo nesta manhã para irem abrir os presentes. Estes não podiam ser abertos enquanto todos não estivessem na sala. Houve um ano em que Molly e Lucy não passaram a noite de Natal na Toca e eles esperaram até elas chegarem para abrir as prendas. Tradição era tradição e eles não a quebrariam.

Assim, Rose levantou-se e tentou acordar Dominique e Lily. Estas partilhavam o quarto consigo quando ficavam todos na Toca. Como também já era habitual, a missão para as acordar foi um completo fracasso. Elas não acordavam por nada.

Rose decidiu agir. Se elas não acordavam a bem, acordavam a mal.

—Dominique, o Sirius está a pegar-se com alguém na sala. – sussurrou Rose ao ouvido de Dominique.

Como era de esperar, Dominique levantou-se imediatamente.

—Quem é a vadia? – perguntou Dominique mas vendo a cara de riso de Rose percebeu que esta estava a brincar. Percebeu que era apenas uma forma de a acordar.

—Agora acorda a Lily. Eu vou para a casa de banho arranjar-me.

Rose levou consigo a roupa que tinha separado no dia anterior e foi-se arranjar. Já a camisola colocou a que usou ontem pois ainda não tinha recebido a da avó.

Saiu da casa de banho e tanto Dominique como Lily ainda não estavam arranjadas. Decidiu seguir para a sala e esperar por todos os primos.

Ao chegar à sala, Rose percebeu que só estava lá uma pessoa. Essa pessoa era Albus. Este estava sentado à espera dos outros primos. Rose aproximou-se e sentou-se no sofá à frente dele. Só aí é que Albus percebeu que tinha companhia. E, ao ver que essa companhia era Rose, Albus sorriu.

—Feliz Natal Rose. – desejou Albus.

—Feliz Natal Albus. – respondeu Rose.

Albus olhava para Rose à espera que estava dissesse mais alguma coisa. Mas ela nada dizia. Apenas olhava para os seus dedos entrelaçados.

—Eu e a Alice acabamos. – contou Albus para chamar a atenção da prima. Era verdade que ele, desde que começou Hogwarts, nunca tinha falado deste tipo de assunto com Rose. Mas ele queria tentar. Ele queria que ela o ouvisse.

—Porquê? – acabou por perguntar Rose ao fim de algum tempo. Albus sorriu. Pelo menos ela não o ignorou.

—Ela não aceitava certas coisas.

—Que coisas?

Albus olhou para a prima e ponderou a sua resposta. Como é que ele diria que a principal causa das suas discussões com Alice era a própria Rose. Ele não tinha uma maneira delicada de dizer aquilo.

—Foi por tua causa. – confessou Albus. Rose olhou para Albus sem entender. Como assim por causa dela? Ela nem sequer falava com Albus – Tudo começou quando começaste a dar-te mais com o James. Eu não compreendia porque o deixavas aproximar-se de ti e a mim não me davas a mínima hipótese. Aliás, isso é uma coisa que eu ainda não percebo.

Rose estava a sentir-se desconfortável com aquela situação. Ela queria sair dali. Mas algo a impediu. As palavras de Scorpius mais propriamente. Ele dissera-lhe que ela não podia simplesmente fugir sempre que queria. Ela tinha de enfrentar as situações a que estava sujeita.

—E agora… - continuou Albus – E agora, tu começaste a falar com o Scorpius. Tu falas com ele normalmente e eu não percebo de onde vem tanta confiança. Quando é que vocês ficaram amigos?

Naquele momento, James e Fred entraram na sala. Desejaram feliz Natal aos presentes e sentaram-se à espera dos restantes primos. Nenhum dos dois percebeu que tinham interrompido uma conversa tão séria. Albus estava com a esperança que Rose respondesse a todas as suas perguntas mas parece que isso ficaria para outra altura.

Conversas foram começadas entre eles enquanto esperavam pelos outros. Albus tentava inserir-se na conversa. Já Rose continuava no seu canto calada.

Lucy, Molly, Roxanne e Louis apareceram logo a seguir e juntaram-se à conversa. Por fim, chegaram Victoire, Teddy, Lily, Dominique e Hugo.

Teddy levantou-se, aproximou-se da árvore de Natal onde estavam os presentes e pegou no que ele ia oferecer.

—O meu presente é para o Louis.

Teddy entregou o embrulho ao Louis e esperou que este abrisse. Era um kit das Gemialidades Weasley. Louis agradeceu e foi buscar o seu presente que era para Hugo. A este deu-lhe um jogo muggle. Hugo foi buscar o seu presente e entregou a Lily. Hugo estava extremamente nervoso. Ele queria que a prima adorasse o seu presente mas tinha muito medo que ela odiasse.

—Tão bonita Hugo. Adorei. – comentou Lily referindo-se à pequena pulseira de ouro que estava na sua mão. Aproximou-se do primo e beijou o seu rosto. Imediatamente, Hugo corou. Rose percebeu aí que talvez não fossem só Dominique e James a envolverem-se na família.

A abertura dos presentes continuou. O presente de Lily era para Molly. Ofereceu-lhe uma saia porque sabia que a prima adorava e fazia coleção delas. Molly ofereceu um kit para Auror a James. James ofereceu um vestido a Victoire. Também esta ofereceu um vestido florido, só que a Roxanne. Roxanne presenteou Lucy com um kit para poções pois soubera que esta era a disciplina favorita da prima. Lucy ofereceu a Fred um bilhete para assistir a um jogo de Quidditch. Fred deu a Albus um álbum com as raparigas mais bonitas de Hogwarts. Ele sabia que Albus e Alice já não estavam juntos por isso decidiu dar uma ajuda ao primo. Claro que este presente arrancou risadas de todos.

Albus pegou na sua prenda e entregou-a a Rose. Esta abriu-a delicadamente. Não esperava que fosse Albus a presenteá-la. No seu interior encontrava-se um livro. Mais precisamente, o seu livro favorito. Orgulho e Preconceito.

—Eu sei que tu já tens esse livro mas essa é a primeira edição. Eu lembro-me que era o teu livro favorito. – comentou Albus referindo-se ao tempo em que ele e Rose eram amigos.

—Obrigada Albus. A sério. – agradeceu Rose.

Depois levantou-se e buscou o seu presente entregando-o a Dominique. Esta abriu-o e encontrou uma caixa de maquilhagem.

—Obrigada Rose. Não te esqueças que serás a minha cobaia para experimentar todas estas cores. – Rose sorriu com o comentário da prima. Dominique sabia perfeitamente que Rose não usava maquilhagem. Usou apenas uma vez. E, na realidade, tinha sido Dominique a maquilhá-la.

Por fim, Dominique entregou o seu presente a Teddy. No seu interior estava um quadro com o retrato de Teddy e Victoire. Tinha sido a própria Dominique a fazê-lo.

Distribuídos os presentes, todos procuraram os restantes. Era tradição eles verem o que tinha oferecido uns aos outros mas depois, eles simplesmente abriam os seus presentes livremente.

Rose, depois de desembrulhar todas as prendas, seguiu até ao quarto. Ela queria guardá-las e vestir a camisola que a sua avó lhe tinha oferecido. Naquele ano, a sua camisola era azul clarinha com um grande R dourado no meio.

Estava a guardar os presentes na pequena mala que tinha levado quando ouviu algo a bater na janela. Algo nada, alguém. Era Pyxis, a coruja de Scorpius. Abriu a janela e pegou na pequena coruja. Esta trazia um pergaminho enrolado e um pequeno embrulho. Seria possível que Scorpius lhe ofereceria algo?

Desenrolou o pergaminho para ler a carta.

Este ano, como já é costume, passei o Natal na mansão Malfoy. A minha tia Daphne passou o Natal connosco. Ela, o marido e os meus três primos. Já tinha saudades de ter a casa cheia. Sempre que venho cá, sou só eu, os meus pais e agora a minha avó. Tenho pena de não ter mais família. Acredito que o Natal na Toca seja incrível. Cheio de pessoas e alegria.

Hoje a casa estará um pouco mais cheia. Teddy vem cá. Aliás, vem ele e a Victoire. Eles disseram que tinham uma novidade. Vamos lá ver o que vai sair dali.

Como já deves ter reparado, desta vez a Pyxis não levou só uma carta. Esse embrulho que ela levou é a tua prenda de Natal. Espero que gostes.

Scorpius

Em suas mãos, Rose segurava um colar com um rosa vermelha.


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Notas finais do capítulo

E tivemos um Natal na Toca com muitas novidades :) A resposta ao pedido de James, a revelação da gravidez de Victoire e muitas mais coisas
Que acharam de todo este capítulo? De todas estas revelações e conversas? Contem-me nos comentários :)