Você nunca estará sozinha. escrita por Daniela Lourenzo


Capítulo 6
Só me abraça, por favor!


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem com vocês? Eu espero que sim!



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Pov Sky

Resolvi parar em uma biblioteca antiga da cidade com a minha mãe, faz tempo que eu não leio um bom livro, e faz um bom tempo que eu não passo em um dos meus lugares favoritos da cidade.

—Sky, a quanto tempo não?

—Olá Sr. Bolton, tudo bem?

—Tudo ótimo minha filha. Mas e você, como está se sentindo?

—Estou bem graças a Deus.

—Então, o que veio procurar aqui hoje?

—Eu não sei ao certo, faz um bom tempo que eu não leio. E como estava com a minha mãe por perto resolvi aparecer aqui...

—Ah, Marissa... grande mulher!

Dou um sorriso. O Sr. Bolton sempre foi um homem maravilhoso. Muito educado, engraçado e seu respeito por qualquer um que entrasse em sua biblioteca me deixava encantada!

—Então, tem algum livro que fale sobre drama ou mistério?

—Tem sim minha jovem, tem esse aqui...

Ele me entrega um livro preto com umas chamas ardentes na frente com a sombra de uma garota.

— Pacto secreto... mas do que fala realmente?

—Para saber vai ter que ler não acha? Se eu contar, não vai ter a menor graça.

—Tudo bem então. – Dou um sorriso.- Quanto é?

—Ah não, esse vai ser um presente!

—Mas...

—Nada de contradizer o seu velho certo? Minha cliente favorita! Pode levar.

—Muito obrigada Sr. Bolton! Existe um senhor de 70 anos mais incrível que o senhor nesse mundo?

—Hum... acho que não!

Então damos uma boa gargalhada e um abraço apertado nele.

—Até logo Sr. Bolton.

—Até mais minha jovem...

(...)

Pov Dallas

Eu queria saber o motivo da Sky ser tão fechada. Será que o problema sou eu? Desde o início quis ser o seu amigo, mas essa garota só sabe me ignorar, ou então me dar umas respostas que são o mesmo que uma patada de um animal.

—Dallas, você está vivo?

—Mike, foi mal... eu só estava pensando na Sky.

—De novo? Hum... acho que alguém está apaixonado.

—Não brinca com isso seu besta. Ela é só minha amiga, ou não...

—Como assim?

Estávamos na casa do Mike jogando videogame como sempre fazemos. Nos conhecemos desde quando éramos guris, porém ele é um ano mais velho que eu, e consequentemente uma série a mais. Então só nos vemos a tarde, quando terminamos o colégio.

—Hoje na escola, a Chloe e suas ratas aprontaram uma com a Sky...

—Chiclete?

—Típico dela, não?

—Queria saber o problema dessa garota...

—Todos gostaríamos de saber. – digo e ele solta um riso

—Enfim, depois disso teve algum problema na escola e fomos liberados antes do horário normal.

—Queria que acontecesse isso comigo, hoje na escola eu tive duas provas filhas da puta! – Fala revirando os olhos. – Continue, por favor...

—Depois que o diretor anunciou isso eu percebi que a Sky ficou tensa, como se não quisesse ir pra casa ou sei lá o que...

—Vai ver ela tem problemas com os pais...

—Ou com o pai dela. – digo pensativo

—Como assim? – Pergunta dando pause no jogo.

—Bom, hoje eu a chamei pra tomar um sorvete. Eu esperava um soco e uma patada como resposta, porém ela aceitou. Sabe como eu fiquei? Minha cara de surpresa foi tipo... – Faço uma careta e ele rir.

—Tô falando que tá apaixonado.

—Cala boca, imbecil!

—Tá, tudo bem... continua logo que fiquei curioso.

—Certo. Então a gente começou a tomar os sorvetes e quando eu fui correr pra enfiar meu dedo nela...

—Enfiar o que? Mas gente, que absurdo! – cruza as pernas

—Tem certeza que você é macho? estou estranhando você sabia Mike...

—Amigo, quando a Jessie vier aqui sexta que vem eu vou te mostrar quem é macho.

—Entendi. Não quero, obrigado.

—Então eu terminei caindo em cima dela. Só que antes de mais nada a mãe dela chegou e... nunca vi alguém levantar do chão tão rápido!

—Tipo o flash?! – pergunta rindo

—É pivete, tipo o flash! – Damos risada

— A mãe dela não gostou e começou a dar um sermão em vocês?

—A Marissa? Não, aquela mulher é muito legal. Tem um humor maravilhoso, diferente da filha que tem humor de uma velha de 90 anos...

—Eu hein, quer uma coca?

—Sempre.

Ele levanta e vai a cozinha. E pede para que eu continue...

—Então elas conversaram normalmente, porém eu percebi que depois ela recebeu uma mensagem de um homem chamado Paul...

—Dallas, não deveria ficar espiando a conversa dos outros. Pelo o que me disse da Sky, se ela souber arranca suas bolas fora amigo.

—Mike Benson!

— O que? A Jessie já me ameaçou assim, conselho de amigo. Fica esperto!

—Tudo bem, mas eu só li uma parte. Falava sobre o pai dela que devia um dinheiro alto para esse cara e que se ela não pagasse até certo dia algo ruim ia acontecer.

—Resumindo tu leu a conversa toda, perguntou e ela negou. Certo?

—Mano, assim tu me fode.

—Enfim, ela falou ou não?

—Não... típico da Sky, ela não se abre comigo de jeito nenhum!

Mas eu sei como ajudar, vamos ao meu quarto.

Olho pra ele confuso e ele revira os olhos pedindo para que eu o seguisse...

Ele abre a porta e vai em direção a sua cortina.

—Abre!

—Abre você...

—Abre logo, Dallas!

—Tá...

Vou até a cortina e abro a janela.

—Não acredito, o quarto da Sky?

— Pois é... somos vizinhos hehehe...

—Olha, ela entrou no quarto!

—Fecha isso antes que ela te veja...

Fecho a janela e a cortina. Mas como sou curioso eu resolvo olhar pelos cantos...

—Dallas...

— O que? É só uma olhada, ela não tá pelada!

—Uma pena, ela tem um corpo que...

—Mike, eu vou contar pra Jessie!

—Desculpa!

Pov Sky

Entro no meu quarto e jogo minha bolsa em um canto e meus sapatos em outro. Prendo meu cabelo em um coque e troco de roupa. Um short curto e um moletom preto. Coloco meus óculos e pego o livro que o Sr. Bolton me deu.

—Hum... que cheiro de livro velho gostoso...

—Sky, está aí?

Droga.

—Pode entrar...

Meu pai. Será que não poderia vir me perturbar uma outra hora?

— Onde colocou os meus cigarros?

—Como assim? Não peguei os seus cigarros, eu nem fumo!

—Olha aqui sua vagabundazinha de merda, se tiver pego os meus cigarros...- Diz apertando o meu pulso.

—Me solta, eu não peguei porcaria de cigarro nenhum!

E ONDE ELES ESTÃO?

Eu já disse que não sei!— retruco no mesmo tom

Não me responda!— Sinto um estalo no meu rosto direito

Ele me bateu, bateu em meu rosto... de novo

—Você me bateu... – sussurro tocando em meu rosto, que agora está vermelho e ardendo.

—Vai fazer o que? Eu sou seu pai, e você mora debaixo do meu teto.

—Eu vou comprar uma carteira de cigarros para você está bem? Saia do meu quarto.

—Boa menina, assim que eu gosto.

Quando ele estava saindo eu digo:

—Um amigo seu me mandou uma mensagem. Tem até a semana que vem para pagá-lo senão vai ter consequências serias...

—Hum... Paul não foi?

—Sim.

—Muito bem, já sei como pagá-lo. – Diz com um sorriso cínico.

—Não nos meta nisso Ok? Não temos suporte para tal armação.

Então eu coloco minhas botas de frio e vou comprar os malditos cigarros.

(...)

Quando estava voltando para casa vejo uma criança e seus pais no parque.

—Pobre criança. Espero que não cresça com grandes expectativas. Seria uma pena ver um rostinho tão angelical como esse crescer com um olhar assustado e desesperado.

—Como o seu?

— O que? Eu... Dallas?

—Oi Sky, vamos conversar?

—Eu não posso agora, eu tenho que... – ele tapa a minha boca por alguns segundos e me puxa até um banquinho.

—Sky, eu vi o que seu pai Fez com você. Eu estava na casa do Mike e consequentemente eu vi pela janela.

—Estava me espiando?!!

—Não! Eu só estava olhando no lugar errado na hora errada.

Abaixo a cabeça com vergonha. Já não basta passar por isso, agora o meu amigo sabe o que meu pai fez comigo?

— O que quer?

—Quero saber o porque que faz isso comigo!

—Isso o que? – Olho confusa.

—Sky, você simplesmente me ignora! Eu tento conversar com você e tu fica fugindo do assunto. Ou sempre me dá as piores respostas do mundo, eu vejo que me olha diferente, como se eu tivesse feito algo ruim com você. Você não se abre comigo...

—Não Dallas, não é isso. Eu gosto de você, gosto muito! Mas eu não consigo me abrir com as pessoas, eu sempre fui assim.

—Não, você não era assim. Eu ouvi o que disse olhando para a criança, eu não sou surdo sabia...

—O que quer saber?

—Porque age assim?

—Por nada...

—Sky, você..

—Eu disse que por nada, tá bem? Da pra parar de ficar tentando me decifrar como se eu fosse um enigma? Eu não tenho que ficar contando nada da minha problemática vida pra ninguém, muito menos para você! Dallas, não sei o por que que você insiste tanto em saber as coisas de mim. Não percebeu que eu não gosto de socializar, que eu gosto de ficar sozinha, isolada? Eu cresci assim, Dallas! Eu aprendi a me virar sozinha, sem amigos, sem nenhuma companhia. E não vai ser você, um curioso de merda que vai mudar isso!

—É tudo que tem para me dizer?

Ele olha no fundo dos meus olhos segurando meus pulsos.

Sinto algo estranho no meu estômago, como se eu tivesse me quebrado por inteiro, o que não é mentira já que as lágrimas começam a cair pelo meu rosto.

É um saco demonstrar fraqueza na frente das pessoas, não é? Chorar que nem uma criança, contar para elas tudo o que nos deixa oprimido...

—Sim, é tudo.

—Muito bem...

Ele simplesmente solta meus pulsos devagar e sai andando...

—Dallas...

—Não, você disse que era tudo. Até mais, Sky...

Coloco a mão em meu rosto e viro para o outro lado...

—Mas que droga de vida!

Viro novamente e vejo que ele está indo em direção ao seu carro.

— Dallas!!

— O que foi dessa vez?

Corro em sua direção e nesse momento o meu coque se desfez e o meu cabelo deve estar parecendo uma juba. Quando estou perto dou um pulo e prendo minhas pernas em sua cintura.

—Me desculpa, me desculpa mesmo!

— Mas que diabos está fazendo?

—Só me abraça, por favor...

Pov Dallas

Então ela pula em cima de mim e coloca o seu rosto em meu pescoço.

Não esperava isso, e é notável já que estou com uma cara surpresa com os braços abertos no meio do parque. Algumas pessoas olham sem entender, outras apenas passam sorrindo com a situação.

— Tudo bem, já passou ok?

—Me abraça, você ainda não me abraçou...

Dou um sorriso e abraço a morena.

Ela dá um sorriso e olha no fundo dos meus olhos.

— O que foi moça, por que está me olhando assim? – pergunto

—Porque eu quero fazer uma coisa... – fala vermelha.

—O que?

— Quero beijar você. – fala olhando pra baixo.

—Me beijar?

—Sim...

Nesse momento ela já estava no chão olhando para mim.

—E eu tenho escolha nesse momento?

—Na verdade não. Você não tem escolha... – fala sorrindo ainda com a cabeça baixa.

—Olha pra mim, gosto dos seus olhos...

—Mas eu estou com vergonha.

—Vergonha do que?

—Vergonha pelo o que eu acabei de dizer.

—Por querer me beijar?

—Sim...

Então agora eu também fiquei com vergonha. Coço a minha cabeça e solto um riso tímido...

—Então... – Fala

—Então...

—Então uma chouriça. Pelo amor, que palhaçada do inferno. Será que dá pra beijar logo? Demora da miséria.

—Mike? O que está fazendo aqui?

—Vim comprar açaí e dei de cara com vocês aqui na maior viadagem. Que demora pra beijar, nossa que palhaçada.

—Mike! – falamos vermelhos

—Então, vai demorar muito? Eu quero assistir antes de ir embora...

Então eu ergo seu rosto ao meu e selo nossos lábios.


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Notas finais do capítulo

Eu queria agradecer a Juuh, minha leitora maravilhosa! Que está sempre me acompanhando nas fic's

Um beijo pra você Juh, muito obrigada, viu?



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