Como Treinar o seu Dragão Interior 2 escrita por Kethy


Capítulo 20
Fique forte


Notas iniciais do capítulo

Tava tão bom......... T_T

Sinto muito estar tão atrasada, tive mais uns dos meus momentos de bloqueio criativo. Não posso prometer que não vai acontecer de novo, mas posso prometer ME ESFORÇAR para que não aconteça de novo. O problema é que eu estou de férias e o período onde tenho mais bloqueios é nas férias! ToT

Ok! Vou me esforçar dobrado! Boa leitura!



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Mais uma vez, me deu um branco total. Só despertei quando estávamos em um tipo de “ala médica” com os curandeiros e as wiccas se esforçando ao máximo para curar o braço com a flecha do dragão; fogo mágico, orações, feitiços... Nada adiantou. A única coisa boa que eu vi nisso tudo foi a empatia dos dragões, todos se preocupando tanto, sofrendo tanto. Como se fosse algum parente muito próximo ou até com eles próprios. Outra coisa para a coleção do quanto eles são superiores a nós, humanos.

Quando finalmente voltei para a terra, decidi ir falar com a Stormy que estava tão em choque quanto eu. – Percebi isso pelo jeito que ele se virou para mim quando a chamei.

— Stormy? – Chamei-a pela terceira vez seguida.

— Hm? – Ela se virou para mim como se levasse um susto e tentou disfarçar.

Sorri para passar-lhe confiança.

— Tá tudo bem, tenho certeza que os curandeiros ou as wiccas vão dar um jeito.

Riso sem vida.

— A situação deve ser feia para você vir até aqui e me dar esperanças. – Stormy ajeitou o cabelo. – Soluço me contou que você é pessimista e não acredita em finais felizes.

— Prefiro o termo “realista”. – Sentei-me ao lado da Nader. – E sim, durante muito tempo eu não acreditava em nada e nem em ninguém... – Percebi que tinha falado demais muito tarde, mas decidi continuar. – Mas eventos recentes me fizeram repensar esses conceitos e acabei acreditando de novo.

— Traduzindo: “Conheci o Solucinho e ele me fez acreditar no impossível, coisa que eu não fazia desde miudinha.”. – Ela fez uma interpretação bem forçada minha jogando o cabelo e fazendo uma voz rouca e anasalada.

— Ei! – Rimos. – Quando eu jogo meu cabelo assim?

— Ah, sei lá. Tipo assim. Mil coisas, sabe? – Stormy jogou mais o cabelo.

— Para, eu não jogo o cabelo! – A segurei ainda rindo.

— Não, você pisca seus olhinhos bem assim.  – Olavo apareceu do nada e entrou no assunto imitando o jeito que eu pisco.

— Tem razão, ela pisca muito. – Stormy foi na onda. Os dois foram aproximando seus rostos de mim piscando tanto que eu senti uma leve brisa. Deve ter sido impressão minha.

— Odeio vocês! – os afastei meio bruta, mas ainda achando graça.

Rimos mais um pouco, até que a onda passou e voltamos para a preocupação com o anônimo prestes a perder o braço. Olavo viu Soluço olhando pro nada e decidiu confortar o casula. E eu continuei na minha missão de distrair a Stormy.

— Ei, Stormy?

— Sim? – perguntou ela sem animo.

— Bem... Hã... Como é voar? – O assunto era meio delicado, mas como qualquer coisa haver com voo fazia os olhos de um dragão brilhar, decidi arriscar. Meio idiota eu sei, mas eu estava de mãos atadas.

— Você já voo no Soluço. – Ela deu um sorriso sem graça.

— Sim, eu sei. – Corei um pouco. – Mas eu estou falando de voar sozinha, sem depender de ninguém... Eu sei que deve ser diferente.

— Até que é... – Stormy se ajeitou. – Voar é... Ah, como eu posso explicar? – Ela se jogou um pouco para trás. – Quando eu estou no céu, eu nem sinto frio, eu me sinto tão...

— Livre? – Completei a frase por ela e nós sorrimos.

— É... Eu nem me canso, antes de pousar. É um desejo indescritível de ficar no ar para sempre, explorando, viajando... Ou só ficando por lá mesmo. No treinamento, o Soluço ficava cabulando aula para ficar explorando os céus. A ilha onde vocês descobriram onde o Eret estava, ele encontrou quando deveria estar meditando.

Ri.

— O Soluço, o viking mais nerd que eu já conheci, cabulando aula?

— E o que dava mais raiva era que ele podia cabular a aula mais difícil de todas que no final ele se dava melhor do que quem se preparava.

— É a cara dele! – Rimos de novo. – Espera ai... O Soluço! – Sai em um pulo parecendo uma louca. Stormy ficou me olhando com cara de quem não entende nada, depois que percebeu o que eu queria, ela fez o mesmo.

Chegamos onde Soluço e Olavo estavam, aquele estava sentado cabisbaixo de mãos juntas apoiadas na testa e este estava com as mãos nad costas do caçula, curvado como quem quisesse dar apoio.

— Sim, eu sei. Ele está tentando ganhar coragem. – Olavo falou como se lesse nossos pensamentos. Admito, senti falta disso.

Como assim?! – Stormy berrou quem nem uma louca.

Olavo nos puxou para um lugar separado onde ninguém pudesse nos ouvir.

— Vocês sabem como ele é, ele acha que não é capaz.

— Mas ele é um Saint Flamma! Um Supremo! Um Deus Dragão ou sei lá como devo chama-lo! Quem melhor para fazer um milagre do que um Deus?! – Stormy se descontrolou de novo.

— Eu sei, mas não é assim que a banda toca, e você sabe. – Olavo permaneceu calmo. Stormy bufou e cruzou os braços.

— Como assim? – Perguntei sem entender nada.

— Ah, é! Não te contaram. – Olavo bateu na testa de leve para diminuir a tensão, depois limpou a garganta e decidiu me explicar tudo. – Quando um dragão tenta usar sua chama para curar qualquer um, é preciso que duas coisas não aconteçam: a primeira é que o dragão não pode ter dúvidas de se deve curar ou não e a segunda é que o dragão não pode duvidar de si mesmo. Quanto mais o dragão tem certeza de que deve curar ou de sua capacidade, maiores são as chances do resultado ser perfeito; somando essas duas coisas o resultado será milagroso.

Surpreendi-me.

— Foi assim que curaram os feridos na época da Jaguadarte?

— Assim mesmo. – Ele falou sério.

— Meus Deuses... – Fiquei nervosa. – D-deixem que eu falo com ele, ele vai me ouvir. – Falso otimismo.

Pela milionésima vez, eu vou dizer: eu não duvido do Soluço! Mas também o conheço muito bem. Desde criança a autoestima dele era muito baixa, hoje em dia está um pouco melhor, mas ele sempre fica com o pé atrás. Resultado de anos de abusos emocionais, verbais, psicológicos e às vezes físicos. É muito triste, e agora, perigoso.

Respirei bem fundo, contei até dez mentalmente e fui até onde Soluço estava... E nada! Ele tinha sumido. Quando fui perguntar para o anônimo mais próximo que eu vi, percebi que ele estava olhando muito para certa direção, segui seu olhar até uma abertura na parede onde o Soluço estava; ele afastou algumas pessoas, o pai do ferido chegou perto de ele e o abraçou separado do abraço, Soluço pôs as mãos em prece e se agachou ao lado do braço ferido; chamas me milhares de cores diferentes surgiram e dançaram em formando uma aura em volta do Menino-Dragão, seus cabelos acompanhavam e seus olhos ficaram com as aspecto draconiano, mas dessa vez eram de outra cor... Um degrade de prata para branco e tinham o centro antes da pupila dourado. Por um momento, voltei a ser a Astrid de quinze anos na primeira vez que vi seu verdadeiro potencial. Soluço soprou dentro das mãos, as palmas tinham um fogo que possuía mais cores que um arco-íris; Soluço aproximou as mãos da ferida com cuidado, ao encostar o paciente fez uma expressão de dor que logo murchou, as chamas penetraram no corte e em um piscar de olhos ele se curou. O paciente começou a mexer o braço devagar, mostrando que já estava bem. A multidão aplaudiu e gritou o nome do Soluço. O Menino dragão saiu de lá em órbita sendo assediado por todos. Não me controlei e o abracei que nem uma idiota; pulei em cima de ele quase o fazendo cair, obrigando-o a acordar do transe, e entrelaçando as pernas em sua cintura, Soluço me segurou rindo e me girou.

Quer matar o coitado?— Olavo gritou.

Todos rimos.

Notei que meu ombro estava meio molhado, interpretei como lágrimas do Menino-Dragão. Falei ao seu ouvido.

— Você foi ótimo. Continue sendo forte que tudo ficará bem.

Soluço riu de nervoso.

— Exatamente.


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Notas finais do capítulo

Xi...



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