Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira


Capítulo 34
Os dezoito anos


Notas iniciais do capítulo

Parabéns para a leitora "Jade", que completa mais uma primavera na próxima sexta!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/669415/chapter/34

Sam acordou a filha numa manhã ensolarada em Seattle com uma bela bandeja de café da manhã. Freddie e os gêmeos entraram cantando parabéns. O pai trazia nas mãos uma torta de morangos com duas velas em cima, apontando a nova idade da garota: 18.

Isabelle, sonolenta, sorriu ao ver a cena e apagou as velinhas ao final do parabéns cantado animadamente pela família. Até Bolinha pulou na cama sobre a dona, fazendo festa, muito animado.

— Muito obrigada, família! Há anos não me acordavam assim num aniversário meu. Será que vou morrer? – rindo.

— Não fala uma bobagem dessas! Quer levar uns tapas? – perguntou Sam.

— Se você morrer, Belinha, certamente a mamãe te mata – zoou Nick – Ainda mais que você é a filha preferida dela – em tom de reclamação.

— A Belinha é minha filha preferida e vocês dois são os meus filhos preferidos – falou Sam, aproximando-se dos gêmeos e enchendo ambos de beijos.

— Você não vai morrer, Belinha, vai viver! Mas, longe de nós. Sabemos que você está prestes a ir para a universidade e nem temos certeza se irá comemorar o próximo aniversário conosco, por isso, esse tinha que ser muito especial.

— Até compramos um presente muito especial para você, Belinha – disse Eddie, entregando uma caixa de presente à irmã.

Isabelle abriu curiosa e logo viu o relógio que era mais um microcomputador de braço.

— Não acredito que finalmente me deram isso! Obrigada! – vibrou ela, abraçando cada membro da família.

— Assim, a senhorita não terá desculpas para não estar sempre em contato conosco – alertou Freddie.

— Não tem essa de não recebi a mensagem ou não vi a ligação. Estará sempre no seu pulso – completou Sam.

— Entendi. Vocês me deram uma coleira eletrônica – rindo – Mas, não ligo, estou contente mesmo assim, eu já queria um desses!

— Hoje a noite tem mais surpresa, Belinha – anunciou Freddie.

— Ah, gente! Eu falei que não precisava de festa.

— Talvez esse seu último aniversário em casa, então a gente decide o que precisa – rebateu Sam – Agora é melhor se arrumar e tomar seu café da manhã, temos visitas para o almoço.

— Quem?

— Você verá.

— Mas, eu sou ansiosa.

— Mas, vai ter que esperar.

Isabelle levantou-se no pulo e foi ao banheiro para se arrumar. Levou o café da manhã para a cozinha e resolveu comer com a família.

Freddie observou:

— Você está linda e feliz, princesa. Eu não falo nada, mas reparei que você andava tristinha nos últimos tempos. Fico contente de te ver bem.

— A vida nem sempre é fácil, pai. Mas, eu entendi que ser feliz é uma escolha e não depende das circunstâncias.

— Essa é a minha filha, não se deixa abater, encara a vida de peito aberto – falou Sam.

— Só com menos violência que você, né amor? – disse Freddie.

— Não sou violenta, só não sou covarde como uns e outros.

Isabelle sabia o rumo que a conversa iria tomar e interveio:

— Hoje é meu aniversário, vocês não vão brigar, né?

— Claro que não princesa. Eu só quis dizer que me orgulho em ver que você tem a força da sua mãe, mas sabe usá-la com mais sabedoria.

Sam olhou feio para Freddie no final da frase, mas nada disse.

— Isso porque vocês se esqueceram do quanto eu já apanhei dessa daí – manifestou-se Nick, apontando a irmã.

— Você não provocou, né pestinha? – indagou Isabelle em tom irônico.

— Ainda bem que isso ficou no passado, agora são crescidos – interveio Sam.

As horas seguintes voaram e pouco antes do meio-dia, a campainha tocou. Isabelle, ansiosa, foi abrir e viu a tia Melanie, a prima Mabel e a avó Pam paradas à portas, as três falaram juntas:

— Parabéns!

Isabelle abraçou as três e pegou os seus presentes, convidando-as para entrar. O almoço transcorria de forma mais tranqüila que o esperado para a família Puckett reunida, até que Pam soltou:

— Ainda não está grávida, Isabelle?

— Claro que não, vovó – respondeu rapidamente.

Sam se irritou:

— Isso é pergunta que se faça, mãe?

— Ora, eu engravidei cedo, você também, ta na vez dela. É a maldição da família Puckett.

— Não vai jogar a sua praga para cima da minha filha. Isabelle tem muito mais juízo que nós tivemos.

Isabelle percebeu que o clima estava tenso e desviou:

— Vovó Pam, porque o Coronel Shay não veio?

— Ele foi levar o Cris para conhecer a aeronáutica. O garoto está demonstrando interesse na carreira militar e ele, como avô babão, não se contém de empolgação.

— Eu fico feliz em saber que finalmente o Cris tem um avô que o aceita e o ama, ele merece.

Foi a vez de Mabel se interessar:

— Como está o Cris, Belinha?

— Acho que bem, você não tem falado com ele pelas redes sociais?

— Raramente. Pensei que você, estando perto, soubesse mais que eu. Mas, vejo que me enganei – concluiu Mabel com um ar triunfante.

Ao final do almoço, Sam e Isabelle só queriam que as visitas fossem embora. Melanie foi a única que permaneceu agradável o tempo todo. Até agradável e forçada demais na visão de Sam.

Quando as três finalmente se foram, Isabelle abriu as suas redes sociais para ler as mensagens de parabéns. Surpreendeu-se ao ver uma mensagem privada de Richard. Abriu rapidamente e leu:

“Belinha, eu jamais poderia me esquecer desse dia tão especial, o seu dia! O dia em que completa 18 anos.

“Só posso te desejar as melhores coisas do mundo, as quais eu mesmo lhe daria se pudesse. Como não posso, dou-te os meus sinceros votos de felicidades, saúde e realizações.

“Sei que talvez você não me ame da mesma forma que eu, mas isso não tem importância, sei que me ama de certa forma e toda forma de amor vale a pena. Assim, que nunca falte amor na sua vida.

“Com amor, do sempre seu, Rick”.

O coração de Isabelle acelerou já ao ver a mensagem e bateu descompassado ao lê-la. Como amava o Rick ainda não entendia, sabia que era diferente da forma de amar, Cris. Não quis esquentar mais uma vez a cabeça com esse assunto, apenas deixou-se levar pela emoção das palavras de Rick e as respondeu:

“Eu fiquei muito feliz em ver a sua mensagem e ainda mais feliz em lê-la. Muito obrigada por ter se lembrado de mim e por ter enternecido o meu coração com a doçura de suas palavras.

“Eu nunca me esqueço de você e tens razão ao falar que te amo de certa forma, porque eu amo. Peço perdão se ainda não sei definir qual.

“Mais feliz ainda eu ficaria se você estivesse aqui e eu pudesse te roubar aquele abraço, como sempre. Mas, hoje entendo que nem tudo o que queremos na vida é possível e está tudo bem, mesmo assim. Só quero que estejas feliz, ainda que distante de mim.

“Com amor, da sua Isabelle”.

Carly entrou no quarto de Isabelle agitada:

— Belinha, temos que ir ao shopping escolher sua roupa para hoje à noite. Sua mãe detesta isso e eu adoro. Sempre fomos ás compras juntas, desde que você era pequena, se lembra?

— É claro que me lembro, dinda. Como posso me esquecer? Eu adorava!

— Então, se apresse!

Carly e Isabelle andaram por muitas lojas no shopping, até que a mais jovem viu um vestido que lhe agradava e lhe caia muito bem. Não era dos mais baratos, mas Carly fez questão de dar de presente para a afilhada.

As duas faziam lanche na Praça de Alimentação quando Isabelle falou:

— Dinda, ainda fico sem jeito de a senhora ter me dado um vestido tão caro!

— Não seja boba, fiz com prazer. Nem repita mais isso. Quer saber uma novidade minha?

— É claro! Me conta.

— Eu vou me candidatar à Prefeita nas próximas eleições!

— Que legal! Mas, o atual Prefeito não vai querer concorrer?

— Não! Por isso mesmo o partido me escolheu, já que sou a vice dele.

— Bacana a sua trajetória política, dinda. Mulheres têm menor representação. Do jeito que vai, a senhora ainda vai ser a próxima Presidente dos EUA.

— Presidente eu não diria, mas, certa vez, um cara num hospital psiquiátrico me disse que eu seria a vice-presidente dos EUA. Pensei que era delírio, hoje acredito que ele era um médium – rindo.

— Também não duvido – disse Isabelle, rindo da mesma forma.

A loira já conhecia a história da internação da mãe no hospital psiquiátrico e o relato de Sam lhe veio à cabeça, fazendo-a ter vontade de rir mais ainda.

— Agora, termina logo o seu hambúrguer, que temos horário no cabelereiro do shopping.

— Até cabelereiro? Não vou fazer 16 anos de novo pra ter um mega festa que precise disso tudo.

— 18 anos também é um marco. Não vamos fazer um penteado para uma festa de gala, apenas boas escovas. Vamos!

Carly e Isabelle saíram do salão com bobes nos cabelos e a morena andando apressada até o seu carro no estacionamento:

— Temos que correr para casa e nos aprontar, não demora a escurecer.

Isabelle a seguiu no mesmo passo ligeiro.

A noite caiu e Isabelle finalmente iria ver a tal festa tão anunciada por todos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seddie, a história continua II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.