Seddie, a história continua II escrita por Nany Nogueira
Cris emudeceu diante da confissão de Rick, deixando este nervoso:
— Cris, fala alguma coisa! Você nunca vai me perdoar por isso, né? Não poderemos mais ser melhores amigos, não é mesmo?
Sentindo a boca seca, Cris esforçou-se para falar com a voz abafada:
— Não é nada disso, cara.
— Então, o que é?
As lágrimas começaram a correr pelo rosto de Cris, que soltou a voz:
— Só dói muito perceber que a Isabelle, no fundo, sempre quis você e não eu. Apesar de toda a minha dor, eu só posso desejar felicidades aos meus melhores amigos.
— Não estamos namorando. Ela disse que não foi uma noite de amor, foi uma experiência nova que tivemos juntos. Pra ser sincero, eu acho que ela ainda ama você – tristonho.
— Como assim uma experiência?
— Foi a minha primeira vez e a dela também, mas não vou dar detalhes porque sei que isso te magoaria, não por mim, mas por ela, sem contar que a minha mãe fala que é muito feio dizer aos amigos o que se fez com uma garota.
— Primeira vez? Mabel garantiu que Isabelle não era mais virgem, que ela havia confidenciado isso à prima. Você está certo de que ela era inexperiente?
— É claro, cara.
— Mas, como pode saber se você não tinha experiência? Ela pode ter te enganado.
— Eu sei o que vivi com ela. Além disso, mesmo que não tivéssemos perdido a virgindade juntos, eu confiaria apenas na palavra dela. Sabe qual o seu problema, Cris?
Cris meneou a cabeça em negativa e Rick prosseguiu:
— Você diz que ama a Belinha, mas não confia nela. Nenhum amor subsiste à falta de confiança.
— Eu acho que você tem razão. Eu deveria ter perguntado a ela antes de acreditar na malidicência da Mabel.
— Deveria mesmo, eu perguntaria.
— Você tem um coração mais puro e melhor que o meu e merece uma garota especial como a Belinha. Se eu não soube dar valor a ela, que você saiba.
— Eu gostaria muito de cuidar e amar a Belinha com todo o meu coração, mas ela me pediu um tempo para pensar, não está muito certa dos seus sentimentos. Assim, cabe a mim e a você apenas respeitar as escolhas dela.
— Mais uma vez você demonstra ter mais maturidade que eu. Precisei levar um choque para entender o babaca que fui, o monte de bobagem que eu fiz esses anos todos, até perder o amor da minha vida – deixando as lágrimas rolarem.
— Cara, eu não vou mentir pra você, eu também amo a Belinha. Será possível continuarmos melhores amigos amando a mesma mulher?
— Enquanto fomos sinceros um com o outro, acredito que sim. Além disso, como você mesmo falou, a escolha está nas mãos dela e não nas nossas. Vamos respeitar a escolha dela por mim, por você ou por nenhum de nós, combinado?
— Combinado – disse Rick, apertando a mão de Cris.
A espera pela escolha de Isabelle não durou muito. Não contendo a ansiedade, no dia seguinte, ambos chamaram a garota para uma conversa no estúdio do ICarly e foram diretos:
— Belle, não somos mais crianças. Passamos tempo demais nessa brincadeira de triângulo amoroso. Você já ficou comigo e já ficou com o Rick várias vezes ao longo dos anos – iniciou Cris.
— Você me pediu um tempo para pensar sobre os seus sentimentos, Belinha – completou Rick.
— Pensamos que chegou a hora de você se decidir. Eu te amo, Belinha, sempre amei e acho que você sabe disso.
— É mesmo, Cris? Como posso saber depois de tudo o que vi e senti de você durante todos esses anos?
— Eu sabia! Você estava magoada comigo e por isso se entregou ao Rick – esbravejou Cris.
— Você me usou para descontar as mágoas com o Cris? Nunca me amou como eu te amo? – indagou Rick.
— Richard, você contou ao Cristopher que fizemos amor! – constatou Isabelle, nervosa.
— Agora você fez amor com ele. Pelo o que soube, foi apenas uma experiência de iniciação – rebateu Cris.
— Você ainda deu detalhes?! Eu nunca me senti tão humilhada e constrangida em toda a minha vida! Rick, eu confiei em você. Eu me entreguei de corpo e alma e você conta logo para o Cris?
— Claro que o Cris não poderia saber, você ama a ele e não a mim, não é mesmo?
— Eu tinha decidido ficar com você, Rick!
Richard e Cristopher calaram-se diante da revelação de Isabelle, que prosseguiu:
— Eu pensei que você não havia se transformado num babaca igual ao Cris, mas vejo que eu me enganei! Vocês dois são babacas e eu me arrependo por ter amado os dois! Se querem uma resposta minha, aí vai: Eu não escolho nenhum dos dois! Morro sozinha, mas não fico com nenhum dos dois!
Isabelle começou a chorar e saiu rápido do local. A sua primeira vez que parecia tão especial havia se tornado um pesadelo. Chegou em casa ainda chorando compulsivamente.
Sam viu a filha passar para o quarto muito nervosa e foi atrás. Freddie havia saído para treinar esgrima com os gêmeos.
— O que houve, Belinha! Nunca te vi chegar em casa tão nervosa! Eu já estou ficando nervosa de te ver assim!
— Mãe, me abraça bem forte?
— É claro que sim. Meus braços sempre estarão aqui para você – abraçando a filha, que se encolheu em seus braços – Mas, por favor, me conte o que aconteceu.
— Se eu contar você vai ficar brava comigo – chorando mais ainda.
— Eu vou ficar ainda mais brava se não me contar – Sam soltou a filha do abraço e falou com rispidez – Isabelle Puckett Benson, me diga agora o que houve!
— Eu perdi a virgindade – confessou Isabelle, entre soluços.
— Pelo menos me diz que usou camisinha!
— Sim, o Rick usou.
— O Rick?! Eu ouvi bem?
— Sim, ouviu.
— Rick não era apenas o seu melhor amigo? E ele não tem uma namorada?
— Longa história. O que importa é que eu achei que tinha sido especial e agora eu descobri que ele é um babaca igual ao Cris.
— Tenho todo o tempo do mundo, mas você vai me contar essa história direitinho.
Isabelle sentia-se mais relaxada à medida que contava para a mãe sobre tudo o que aconteceu, como se jogasse para fora todo o peso do peito. Ao final, Sam disse:
— Eu tinha vontade de te dar uns tapas, mas você já está chorando o suficiente.
A menina voltou a intensificar o choro diante da fala da mãe, que se arrependeu e abraçou, dizendo:
— Belinha, o que está feito, está feito. Não adianta chorar sobre o leite derramado ou sobre a virgindade perdida. Apenas não vamos contar ao seu pai por enquanto, pelos próximos 20 anos.
Isabelle conseguiu rir ao comentário da mãe.
— Você tá rindo é? Experimente contar para o seu pai para você ver o que é bom. Ou ele morre ou ele te mata – rindo também – Nos próximos dias, vou comprar um teste de farmácia para você.
— Teste de quê?
— Ora de gravidez!
— Mas, nós usamos camisinha.
— Minha filha, bem se vê que é inexperiente mesmo e aí é que mora o perigo. Acidentes acontecem e camisinhas estouram ou furam, às vezes sem nem perceber.
— Será que isso aconteceu? Será que estou grávida? – nervosa – Ai, meu Deus, minha vida acabou! Eu não vou mais para a universidade! Mãe, não quero me casar com o Rick!
— Deixa pra surtar depois do exame. Por enquanto, tenta descansar um pouco. Na vida tudo passa!
— Não consigo relaxar.
— Vou te dar um calmante natural. Ouça uma boa música e tente relaxar.
Sam foi à cozinha, pegou o calmante natural no armário, depois pegou água num copo e levou à filha. Apagando a luz do quarto e deixando-a sozinha com a sua música.
Os dias foram passando, Sam comprou o teste de farmácia para Isabelle e ambas ficaram aliviadas ao verem o resultado negativo.
Cat, Robbie e as filhas chegaram para o almoço de sábado no apartamento da família Puckett-Benson, trazendo surpresa: Jade, Beck e a pequena Sarah também haviam vindo com eles.
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