Freddie começou a falar:

— Eu quero dizer que por serem fãs do ICarly devem desejar a felicidade de seus ídolos e curtir o web show, de modo que a vida particular deles...

O moreno não conseguiu terminar. Os fãs subiram no palco e o cercaram. Estava cego da quantidade de flashes que eram disparados com pessoas abraçando-o de todos os lados para selfies improvisadas. Sentia que o ar estava lhe faltando. Não estava sendo tão divertido como fora quando tinha 15 anos. Com mais que o dobro dessa idade o amontoado de pessoas a sua volta estava deixando-o claustrofóbico.

Rick comentou com Belle:

— Seu pai é esperto mesmo, desviou toda a atenção para ele, nos tirou de uma saia justa.

— Eu acho que não era bem essa a intenção dele – olhando para o desespero do pai em meio à multidão – Seguranças! – começou a gritar Isabelle.

Os seguranças conseguiram finalmente tirar um Freddie descabelado, suado e de roupas amassadas do meio da multidão.

— A Conferência acabou pessoal – falou o moreno enquanto corria para fora da sala, puxando Isabelle pela mão. Os demais ICarly’s os seguiram.

Tão logo saíram da sala, Freddie se deslumbrou com a feira nerd a sua volta. Rapidamente se esqueceu do assédio dos fãs recém-ocorrido, largou a mão de Isabelle e saiu em disparada sem que a menina tivesse tempo de ver para onde o pai fora.

— Só o que me faltava, agora perdi meu pai! – lamentou-se Isabelle para os amigos.

— Ele veio cuidar da gente ou nós devemos cuidar dele? – perguntou Cris, rindo.

— Teu pai é muito nerd para não se perder nessa feira – comentou Alison.

— Bem faz ele, também estou louco para me perder aqui – disse Richard saindo em disparada também.

Isabelle olhou para a fuga do amigo desolada.

— Fica tranqüila, Belinha. Uma hora a feira fecha e a gente resgata os nerds. Só vamos voltar para Seattle amanhã de manhã mesmo – falou Alison.

— É verdade. São grandinhos! Alguém quer comer? – propôs Isabelle.

Alison e Cris toparam ir à praça de alimentação com Isabelle.

Enquanto comiam hambúrgueres, Isabelle comentou:

— Eu tô estranhando o Cris não ter saído em disparada como os outros nerds.

— Já vim a essa feira com o meu pai e o tio Spencer algumas vezes, não tem nada de novo. Além disso, quero fazer cia às damas – justificou o garoto.

— Metido a cavalheiro quando mais parece um cavalo – zombou Isabelle.

— Para, Belinha. Cris tá crescendo e tá virando um gentleman – elogiou Alison.

Depois do lanche, os 3 amigos foram dar uma volta na feira e acabaram encontrando Richard no stand dos quadrinhos de super-heróis. O garoto estava muito entretido, mas, depois de um tempo, juntou-se ao restante do grupo.

O local já estava fechando e Isabelle não localizava Freddie, mesmo já tendo andado toda a feira e ligado para o celular dele algumas vezes.

— Agora vou ter que voltar para Seattle e explicar à minha mãe que perdi meu pai na Webicon – disse Isabelle aos amigos, após tentar o celular do pai mais uma vez.

Um segurança aproximou-se:

— Está na hora de fechar, têm que ir embora.

— Moço, não acho meu pai – informou Isabelle.

— A senhorita está grandinha para se perder do papai na feira – zombou o segurança, rindo.

— É sério! Somos de Seattle, temos um vôo amanhã cedo de volta, ele precisa vir conosco.

O segurança entendeu que poderia ser sério e disse:

— Só tem um ponto da feira que ainda não vai fechar, mas vocês não estão com roupas adequadas para entrar lá...

Pouco tempo depois, os 4 amigos, vestidos de cosplay, entravam na área reservada da feira destinada ao duelo de heróis.

Isabelle mal podia acreditar ao ver Freddie vestido de Aruthor enfrentando com uma lança um cara que trazia uma espada e aparentava ter mais de 40 anos.

— Ainda dá tempo de fingirmos que não vimos nada disso, pegarmos um táxi, irmos para o hotel e esquecermos esse dia – disse Isabelle com vergonha da cena presenciada.

— Não seja tão dramática, Belinha. Teu pai ta hilário nessa roupa – comentou Alison.

— Esse é o problema!

Cris e Richard aproximaram-se do “campo de batalha” e começaram a torcida:

— Senhor Benson! Senhor Benson!

Freddie ganhou o “torneio” e erguia os braços sob o aplauso do público. Rick e Cris davam tapinhas nas costas de Freddie. Isabelle não sabia onde se esconder.

Freddie ia começar mais uma “batalha” com um novo concorrente, quando Isabelle teve uma ideia, falando à amiga:

— Ali, me segura!

— O quê?

Isabelle fingiu desmaiar nos braços de Alison, que conseguiu segurá-la a tempo. Cris e Rick correram para acudir a amiga e Freddie também viu o ocorrido, desistindo da “luta” para acudir a estimada filha.

O moreno tomou a loirinha nos braços, assustado, e chamou o nome dela. Isabelle abriu os olhos e disse:

— Estou tão cansada, papai. Podemos ir para o hotel?

— Claro, querida. O dia foi exaustivo. Me perdoe. Você se alimentou?

— Acho que não, foi uma queda de pressão, mas já me sinto melhor, pode me colocar no chão.

Alison segurava o riso diante do teatro da amiga. Não demorou muito para que Cris e Rick também percebessem que era armação.

Na manhã seguinte, todos regressavam para Seattle a bordo de um avião. Freddie passou boa parte do tempo contando às meninas o quanto seu dia na Webicon havia sido incrível, falando que há muito tempo não se sentia tão jovem!

Isabelle cochichou para Alison:

— Nunca mais trago meu pai para uma feira nerd, dá muito trabalho cuidar dele nesse estado.

Alison riu e respondeu:

— Maldade! Ele tá tão contente, parece ter a nossa idade.

— Eu me sinto muito madura vendo ele desse jeito!

Cris e Rick se divertiam com as bugigangas adquiridas na feira: gibis, fantasias, espadas e outros acessórios.

Sam recebeu um marido eufórico, com faces brilhantes e um sorriso que lembrava muito o pequeno nerd que ela conheceu um dia e uma filha apresentando sinais de cansaço.

Freddie também havia adquirido muito bugiganga na feira e brincava com todas elas junto com os gêmeos Eddie e Nick, que diziam que o pai tinha voltado muito mais legal dessa viagem.

Sam perguntou à filha:

— Que bicho mordeu teu pai nessa viagem?

— Um bicho chamado: complexo nerd. Na boa, não levo mais o papai nessas feiras, a menos que você vá junto para tomar conta dele, ele dá muito trabalho.

As duas riram.

A campainha tocou. Era Carly, agitada, trazendo uma grande novidade:

— Vou concorrer às próximas eleições como vice-Prefeita de Seattle, recebi o convite do partido agora há pouco!

Sam abraçou a amiga, felicitando-a. Freddie interrompeu a brincadeira com os filhos e também foi cumprimentar a amiga.

No dia seguinte, no colégio, foi a vez de Cris trazer a boa nova:

— Minha mãe quer nossa ajuda para trabalhar na campanha dela. Vocês topam? Vai ser muito divertido!

— De quanto é a remuneração? – quis saber, Isabelle.

— É mais por diversão mesmo – respondeu, Cris.

— Quem trabalha de graça é relógio, tô fora! – falou Isabelle.

— Para com isso, amiga. Precisamos fazer trabalho voluntário para o currículo do colégio. Também vai te ajudar com Havard – encorajou Alison.

— É... Olhando por esse ângulo... Não custa fazer pela diversão.

— Como você é interesseira, Belinha – recriminou Cris – E você, Rick?

— Claro que eu topo cara. Vou adorar ajudar na campanha da mãe do meu melhor amigo.

Os dois garotos deram um aperto de mão, em seguida, fecharam as mãos e bateram de leve, finalmente, deram tapinhas nas costas.

Isabelle olhou feliz para a cena. A amizade dos dois estava intacta, queriam-se bem, sem ela no meio para estragar tudo.

Olhou para Alison, pensando na importância de se ter um melhor amigo. Mas, a garota estava ocupada fitando Greg, que conversava ao pé do ouvido de uma garota.

— Quer que eu bata nessa lambisgóia? – indagou Isabelle à Alison.

— Deixa quieto, Belinha. Não posso esperar que o Greg me espere para o resto da vida – com ar tristonho.

Isabelle voltou a olhar para Rick e Cris, que ainda conversavam alegremente e pensou: “Não posso esperar que me esperem para o resto da vida”.

Rick já não dava mais sinal de estar interessado em Isabelle. Ela chegou a atribuir tal fato à “ficada” com Alison em Aruba. Mas, não via mais nenhum clima entre os amigos e Alison confessou que curtiu a “ficada”, afinal, Rick é um gatinho, mas que gostava mais dele como amigo.

Cris continuava por perto, implicando com Isabelle e levando bullying da garota como sempre, mas também não insinuara mais qualquer interesse romântico.

Isabelle respirou fundo e pensou: “Melhor assim. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos”, não sem sentir um aperto no peito.

Carly convocou os 4 adolescentes para uma reunião, explicando como poderiam ajudá-la na campanha eleitoral, com cartazes, folders, cuidando do site da campanha e etc.

A turma praticamente todos os dias e todas as horas junta, seja no colégio, no ICarly ou na campanha de Carly.