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Hoje eu não estou com vontade de fazer nada

Só quero ficar deitado na cama

Não quero atender o telefone

Então deixe o recado na secretária eletrônica ...

(The Lazy Song - Bruno Mars)

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            Olhei mais uma vez meu cabelo no espelho do banheiro do meu quarto antes de sair em direção ao meu quarto olhando a roupa mais uma vez no espelho inteiro, o relógio indicava que ainda faltava alguns minutos para o horário combinado e isso estava me deixando ansiosa.

            - Katniss você já trocou de roupa umas três vezes e checou seu cabelo umas dez, quer parar com isso – olhei meu melhor amigo deitado na minha cama assistindo algum programa na TV totalmente a vontade.

            - Eu estou bem mesmo? Talvez se eu colocar um vestido aquele que coloquei primeiro – disse analisando se usar uma calça jeans era uma boa ideia.

            - Você esta linda – ele disse sem nem ao menos olhar para mim.

            -Você nem olhou par mim Peeta. Seja gentil e olhe antes de falar – ele suspirou e virou a cabeça em minha direção me olhando da cabeça aos pés.

            - Linda como eu disse antes e se o Hawthorne não perceber ele será mais idiota do que parece – ele voltou a olhar para a TV.

            - Obrigada, mas não fala assim Peeta – me sentei na cama ao lado dele tentando manter a calma era o meu primeiro encontro de verdade e seria com nada mais nada menos que Gale Hawthorne, um dos garotos mais populares do colegial.

            - Não estou falando nenhuma mentira – eu sabia que Peeta não gostava muito do Gale, na verdade ambos não iam com a cara um do outro embora nunca tenha visto um falando com o outro ou brigando um com o outro.

            - Você é meu melhor amigo será que pode me apoiar? É meu primeiro encontro – pedi, eu sabia que esse era aquele tipo de momento compartilhado com as amigas, mas eu não tinha amigas tinha colegas de escola que eu mau via fora do colégio e que não havia nem ao menos contado que esse seria meu primeiro encontro. Peeta era a pessoa que eu contava tudo, ele que sabia dos meus segredos e por mais que fosse um garoto e eu soubesse que não gostava nada desses momentos eu precisava dele.

            - Estou apoiando estou aqui a mais de uma hora vendo você ir e vir trocando de roupa e arrumando o cabelo e provavelmente vou atender ao telefone quando você ligar mais tarde – suspirei – Tudo bem – ele suspirou também e se sentou na cama ajeitando os óculos no rosto – Você esta linda Katniss e de todas as roupas que você provou essa é a que esta melhor embora você tenha ficado linda com todas as outras. Seu encontro vai ser ótimo não tem com o que se preocupar, você é inteligente e interessante e Hawthorne não tem nenhum motivo para não achar essa noite agradável basta ser você mesma e eu juro que vou atender o telefone quando você ligar.

            - Obrigada – disse sorrindo e no momento seguinte ouvi a campainha – Me deseja sorte.

            - Você não precisa – ele desligou a TV e eu me olhei mais uma vez no espelho – Vai logo Katniss.

            - Já vou – disse pegando minha bolsa e saindo do quarto, assim que cheguei na ponta da escada pude escutar minha mãe e assim que desci metade dela avistei Gale extremamente lindo parado na porta ele sorriu assim que me viu e beijou meu rosto quando me aproximei.

            - Você esta linda – sorri – Isso é pra você – ele me entregou um botão de rosa que agradeci e entreguei para minha mãe que sorria tanto quando eu – Mellark – Gale parecia surpreso olhando Peeta de braços cruzados encostado na parede no segundo degrau da escada.

            - Hawthorne como vai?

            - Bem e você?

            - Bem também.

            - Bom vamos?- ele confirmou com a cabeça e me despedi rapidamente da minha mãe e do meu melhor amigo antes de sair.

            - Por que o Mellark estava na sua casa? – ele perguntou assim que fechei a porta e caminhávamos em direção a rua.

            - Ele é meu melhor amigo e vizinho – disse apontando para a casa ao lado com naturalidade e embora ele não tenha parecido entender ele concordou com a cabeça e mudou de assunto.

            Aquela era a primeira de muitas vezes que teria que explicar a presença constante do meu melhor amigo na minha vida   

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            Já tinha passado das dez da manhã e eu sabia que precisava levantar já que em breve meus amigos estariam chegando para o almoço e nada estava arrumado ainda. Mas eu não estava nem um pouco animada para sair da cama mesmo não tendo dormido quase nada durante a noite e achasse difícil dormir agora não queria sair da cama por nada. Passar o sábado deitada escondida de tudo e de todos era tentador demais, porém eu sabia que não podia fazer isso, seria infantil demais afinal eu tinha marcado com todos e ninguém tinha culpa se Peeta tinha pirado e trazido na mala uma namorada detestável.

            Peguei meu celular e vi quatro ligações perdidas dele, duas na noite anterior e outras duas naquela manhã, mas não retornei. Tomei um banho demorado e me arrumei antes de ligar para o restaurante italiano e encomendar o almoço, arrumei a mesa da sala de jantar e liguei o som antes de me sentar no sofá com uma taça de vinho. Isso não era nem de perto o que eu tinha planejado para aquele sábado. Peguei o porta retrato que ficava na mesa de canto ao lado do sofá e observei os dois jovens sorrindo ambos com as becas de formatura do colégio, era o que muitos poderiam chamar de selfie simples, mas eu amava aquela foto era uma recordação simples de um dia grandioso, nossas vidas estavam mudando naquele momento, estávamos prestes a deixar toda a segurança de casa e nos aventurar por conta própria no que seria nossas vidas adultas. Ouvi o telefone tocar ao meu lado e vi o numero dele pelo identificador, e optei por deixar a secretaria atender.

            -Katniss me atende sei que esta em casa – ele fez uma pausa e metade de mim quis pegar o telefone – Não dificulta as coisas, precisamos conversar, para com isso – meu lado racional sabia que eu precisava atende-lo, que eu tinha sido infantil, mas algo me impedia por fim ele não disse mais nada até a secretaria desligar e para minha surpresa não ligou novamente.

            Pouco mais de uma hora depois da ligação dele acabei deixando esse problema de lado com a chegada dos meus amigos, Annie estava realmente animada com a ideia de voltar a lecionar na segunda já que no ano anterior ela optou por ficar em casa com o bebê o que rendeu mais de meia hora de conversa sobre os planos de aula que ela estava fazendo, seguida de uma conversa sobre cinema onde Johanna e Finn que adoravam tudo sobre filme falaram sobre os próximo lançamentos. O entregador do restaurante chegou por volta das catorze horas e enquanto colocava as coisas na mesa que pensei na possibilidade dele realmente não aparecer. Quando eu fazia qualquer coisa em casa Peeta era o primeiro a chegar sempre antes do horário para me ajudar ou apenas fazer companhia e hoje ele estava atrasado, embora eu não tenha dito o horário ele sabia que horas costumávamos almoçar nessas ocasiões.  

            - Cadê o Peeta? – Johanna perguntou o que eu sabia que todos queriam saber.

            - Não sei – respondi sincera – Acho melhor a gente comer a massa não fica a mesma depois de esfriar – eles me olharam surpresos antes de começarem a se servir, tínhamos acabado de começar quando uma batida suave na porta chamou nossa atenção.

            Peeta entrou em seguida com um sorriso nos lábios, não me surpreendi por ele não ser anunciado na verdade ele nunca era. Assim como eu tinha acesso ao prédio dele ele tinha ao meu, as vezes eu tinha a sensação que ele conhecia meus vizinhos mais do que eu. Inicialmente pensei que ele estava sozinho, mas assim que ele entrou completamente Glimmer apareceu atrás dele. Annie logo se levantou e foi abraça-lo seguida de Johanna e Finn, observei ainda sentada ele apresentar a namorada e novamente senti um embrulho no estomago ao ouvir ele se referir a ela dessa maneira. Levantei rapidamente para cumprimenta-los e tentei sorrir educadamente enquanto ouvia eles se desculparem pelo atraso.

            O almoço seguiu cheio de conversas, Peeta contou um pouco sobre a Capital e ouviu atentamente um pouco do verão de todos, embora tenha falado pouco e me limitado a responder apenas quando falavam diretamente comigo, acabei sorrindo involuntariamente quando Kevin acordou e ele o segurou no colo. Peeta ficava realmente encantador com o afilhado nos braços, ele sempre adorou crianças e quando Annie e Finn nos escolheram para padrinhos ele ficou radiante e fazia questão de estar próximo ao pequeno, e embora eu amasse meu afilhado era sempre Peeta que tinha a iniciativa de pegar ele para passar um tempo com a gente. E por mais que eu quisesse que Glimmer não se entendesse com os demais ela foi extremamente simpática com todos e aparentemente eu era a única a não simpatizar com ela.

            Após a sobremesa que Annie havia feito, todos foram para sala de estar onde Peeta entregou os presentes que trouxe, e no momento em que vi Kevin brincando com seu novo brinquedo no colo de Glimmer decidi que era hora de me refugiar na cozinha com a desculpa de colocar os pratos na lava louça, quando na verdade só queria ficar uns instantes sozinha. Peeta logo apareceu na porta as mãos nos bolsos sem dizer nada ele ficou parado por alguns instantes olhando para mim, continuei a colocar os pratos lentamente na maquina como se ainda estivesse sozinha. Aquela situação era realmente patética, eu podia escutar as demais pessoas na sala conversando animadamente embora não conseguisse entender sobre o que eles falavam.

            - Precisa de ajuda? – ele quebrou o silencio e eu neguei com a cabeça - Eu tentei falar com você – ele disse se aproximando e se recostando no balcão da cozinha próximo a maquina de lavar louça – Katniss, eu entendo sua preocupação e sei que devia ter dito a você que as coisas entre Glimmer e eu não eram tão casuais e que estava ficando mais serio, mas realmente foi de repente a ideia dela vir comigo e levarmos isso adiante.

            - Ela já te magoou – disse colocando o ultimo prato na maquina e olhando para ele.

            - Não foi bem assim, éramos adolescentes e eu nunca tive nenhum problema com ela mesmo depois que terminamos não éramos amigos, mas não ficamos inimigos e você sabe disso – era verdade eu havia ficado com mais raiva dela do que ele, mas Peeta tinha um coração enorme e não costumava ficar bravo com as pessoas – Eu acho realmente fofo você querer me proteger, mas você não pode ficar com raiva só porque eu estou arriscando um relacionamento que você acha que não vai dar certo.

            - Você não entende, não gosto e não quero ver você magoado. E sinto de alguma forma que é isso que vai acontecer, vocês moram em Distritos diferentes relacionamentos são complicados quando duas pessoas estão próximas, imagina quando estão a quilômetros de distancia. Isso esta fadado a dar errado e você não vê.

            - Eu entendo sim e não acho que meu namoro esta fadado a dar errado, olha você realmente acha que em todos os seus relacionamentos eu achei que ia dar certo? É claro que não, mas eu não posso impedir você de tentar mesmo quando acho que não vai dar certo, mesmo quando eu temo que você se machuque você é minha melhor amiga e odeio ver você magoada você não tem ideia do quando odeio quando de alguma forma você se magoa, mas não posso impedir você de se relacionar com as pessoas incluindo alguns idiotas que aparecem na sua vida – eu sabia que ele estava certo, ele sempre estava – Mas eu posso torcer para estar errado e se no fim se eu estiver certo vou me certificar de estar lá com você – eu não tinha argumento mais e pelo olhar dele ele sabia disso, ele estava ali na minha frente defendendo o relacionamento dele e eu sabia que não podia impedir que ele tentasse porque ele nunca tinha feito isso comigo mesmo quando odiava meus namorados.

            - Me desculpa, mas eu não esperava ela vindo com você, era para aproveitarmos esse fim de semana, eu estava com saudades achei que seria você e eu ontem – ele sorriu.

            - Eu sei, você sempre foi ciumenta.

            - Não sou ciumenta – cruzei os braços e ele me puxou para um abraço que acabei aceitando, era familiar e eu me sentia bem – Senti sua falta.

            - Eu também.