–Hinata o que você achou desse trabalho?

–Por um lado parece legal, mas dez pontos são muitos pontos.

–Realmente, teremos que dar nosso melhor.

–Uhum.

–O que acha de irmos fazer algumas pesquisas na biblioteca antes do intervalo terminar?

–Acho ótimo. Vamos!

Subia as escadas lentamente, mas no quinto degrau se desequilibrou.

–Tent...

–HINA!

Por sorte Naruto passava bem no momento em que Hinata caía e conseguiu segurá-la no ar.

–Você está bem Hinatinha?

–N-Naruto... – ruborizou.

–Hinataa! – Tenten aflita – você está bem?

–S-sim.

–Essa foi por pouco heim?-Naruto riu e colocou um dos braços atrás da cabeça, despojado.

–F-foi. O-obrigada N-Naruto! – vermelha.

–Nossa Naruto você apareceu no momento certo, quase Hina me matou do coração. Valeu mesmo.

–Que nada... ainda bem que ela está bem. Vou indo meninas. – virou, mas antes de andar voltou a atenção para a Hyuuga – Se cuida Hinatinha.- piscou e sorriu.

Hinata ficou tão vermelha que mais parecia um tomate bem maduro.

–O-o-ok.

Ele continuou seu caminho enquanto Hinata recuperava seu fôlego.

–Hina, você está muito vermelha? Não acredito que o Naruto ainda mexe com você.

Hinata voltou à cor vermelha depois do que sua amiga havia dito. Tenten ria com a situação.

–Você deveria se abrir para ele.

–Até parece que ele ia me dar uma chance. – falou em tom baixo.

–Se você nunca tentar, como ele vai saber?

–Verdade. – falou muito mais baixo

“Quem sabe um dia eu consiga falar pra ele.”

–Vamos, temos que fazer nossa pesquisa.

–Sim, vamos!

Após o intervalo, Sasuke e Sakura não falaram mais nenhuma palavra um com o outro. Até que na hora de ir para casa, Sasuke resolveu quebrar aquele silêncio.

–E ai Sakura... poderíamos marcar hoje a tarde em algum lugar para falarmos sobre o trabalho o que você acha?

–É-é... seria uma boa ideia Sasuke. Pode ser.

–Que tal na minha casa, meu irmão vai estar lá, ele poderia dar algumas sugestões.

–Claro por mim tudo bem. Me passa o endereço, eu peço para minha mãe me levar antes de retornar ao trabalho.

Sasuke começava a ditar o endereço enquanto a moça anotava atentamente.

–Perai...

–O que houve?

–Esse é o nome da minha rua.

–Sério?

–Sim... parece que somos vizinhos.

–Então você é a nova moradora da casa com um pé de amêndoa ao lado?

–É sim, como você...

Sasuke riu.

–Não apenas moramos na mesma rua, somos vizinhos de porta. Seja bem vinda.

–Nossa! Que loucura! –Sakura se espantou com a coincidência. – É Sasuke, espero que seja um vizinho legal porque estou cansada de vizinhos chatos. – fez cara de tédio.

O moreno riu com a declaração.

–Não se preocupe eu só coloco música alta na sexta à noite e no domingo pela manhã. – brincou.

–Você volta como pra casa?

–Depende, algumas vezes andando outras de ônibus e quando Itachi me empresta o carro. Mas é raro.

–Minha mãe está trabalhando pela manhã e a tarde então ela consegue me pegar na saída, mas daí quando ela voltar pra rotina normal vou ter que me juntar a você se não se importar claro.

–Tudo bem, sem problemas. – Sasuke sorriu.

–Mas... o que acha de uma carona? – seu rosto ruborizou de leve.

–Será que não tem problema?

–Não não, minha mãe vai adorar conhecer seu novo vizinho. – falou ainda ruborizada – Na verdade, desde que chegamos minha mãe vive dizendo que vai fazer uma visita com torta de framboesa. Não liga pra ela... hehe... ela se empolga demais as vezes.

Eles se divertiam com a nova descoberta enquanto eram observados por Juugo.

“Karin não vai gostar nada de saber sobre isso.”

Na saída Sasuke e Sakura conversavam como se já se conhecessem a anos, quem passava não tinha como não reparar.

Sasuke costumava ser uma pessoa serena e sem muito papo, talvez pelas coisas que passou na ausência de seus pais ou porque passa a maior parte do tempo sozinho. A expressão séria e fria já era sua marca registrada, muitos diziam que era esse seu jeito que seduzia as meninas além da beleza, mas isso pouco importa.

O único que ainda conseguia fazê-lo sorrir e brincar em alguns momentos era o Naruto e com o tempo até mesmo Gaara, Shikamaru e Neji, mas não passava disso. Logo, ver Sasuke tão empolgado ao conversar com uma novata era muito mais que novidade.

Até que a buzina de um carro branco chamou a atenção de Sakura.

–Sasuke é a mãe, vamos?

–Não é melhor você falar com ela primeiro? – Sasuke parecia nervoso com a situação.

Sakura que já estava em pé pegou a mão do novo amigo e a puxou de leve.

–Deixe de besteira, vamos lá! – olhou em seus olhos e sorriu confortando-o.

Os dois entraram no carro e seguiram caminho.

Todos que ali estavam observaram a situação e os comentários foram imediatos.

–Não acredito nisso? – Karin estava com os olhos arregalados e com o rosto vermelho de raiva.

De repente seu amigo Juugo aparecia ofegante.

–...Karin – tentava controlar a respiração. - ...Você... não sabe o que eu descobri.

–Fale logo de uma vez Juugo, uma notícia a mais ou a menos não vai fazer diferença depois do que acabei de ver. – bufava de raiva.

–O que você acabou de ver?

–Sasuke entrando no mesmo carro que aquela rosada. Aahh que raivaa!!!

–Acho que você foi mais rápida. – falou como se o que iria dizer se aproximasse daquela notícia. – Mas tem mais.

–Mais? O que pode ser pior? – O olhar que Karin lançou foi ameaçador.

–Sasuke e Sakura são vizinhos.

– O quêê?? – unia as mãos em um murro – Não acredito nisso!!!

–O que está havendo aqui? – Suigetsu se aproximou como se não fizesse a mínima ideia do que estava acontecendo.

–Juugo, Suigetsu! Temos que montar uma cilada para aquela menina imediatamente.

–Oi? – Suigetsu

–A Karin está furiosa Suigetsu.

–Mas por quê?

–Ela acabou de ver o Sasuke entrar no mesmo carro que aquela rosada... descobri também que eles são vizinhos.

–Ai meu Deus, agora deu merda.

–Hoje mesmo vou pensar em alguma coisa e amanhã vocês vão me ajudar a colocar em prática. De forma alguma vou deixar aquela rosada com cara de azeda ficar com o Sasuke. O Sasuke é meu, só meu!! Hunf

12:09

–Mamãe como eu estava dizendo Sasuke mora na nossa rua.

–É mesmo Sasuke?

–S-sim Sra.Haruno.

–Ah, por favor, não me chame de senhora, apenas Mebuki. Você me fez parecer trinta anos mais velha.

–Desculpa!

–Enfim, quer dizer que além de colega de sala da Sakura, você é meu vizinho também?

–Sim. Sra... Digo Mebuki.

–Que legal! E onde fica sua casa naquela rua?

–Mãe é isso que estou tentando dizer. O Sasuke mora na casa ao lado da nossa.

–Ótimo! Então breve estarei mandando pela Sakura uma torta de framboesa para vocês. – falou empolgada – Vocês irão adorar é receita de família.

–Obrigada Sra...Digo Mebuki, mas não precisa se preocupar.

–Imagina Sasuke, desde quando chegamos estou doida para fazer uma visita, mas não vou mentir que fiquei com um pouco de receio. Não vi movimento na sua casa pensei que acabaria não encontrando ninguém.

– É, na verdade... lá é bem calmo. Eu fico só boa parte do tempo, pois meu irmão normalmente só aparece a noite quando chega da faculdade.

–Sei... – olhou pelo retrovisor tentando encontrar os olhos do garoto. – e seus pais? Trabalham o dia todo?

–Bem... meus pais. – percebeu que a Sra.Haruno procurava seus olhos pelo retrovisor então fez questão de encará-la. – Meus pais não moram mais com a gente.

–Por quê? Eles trabalham viajando?

–Não Sra.Haruno, meus pais faleceram quando eu tinha 8 anos. – disse sério enquanto fixava seus orbes no retrovisor da mais velha.

–É-é... – a Sra.Haruno ficou sem graça, mas ela não podia imaginar. – Minhas sinceras desculpas Sasuke, eu não...

Sasuke abaixou a cabeça e olhou suas mãos. Sakura olhou para fora da janela com o olhar triste. O silêncio protagonizou aquele lugar por alguns intensos segundos.

–Tudo bem Sra... digo Mebuki, tudo bem...

O resto do caminho foi bem mais silencioso e calmo do que antes. Talvez aquela declaração do Sasuke não tenha apenas revivido algumas lembranças, mas também tenha mexido com os sentimentos de Sakura e sua mãe. Naquele carro não existia apenas um jovem órfão de seus pais, tinha uma mãe que sente a ausência do marido e companheiro e uma filha que sentia a dor de não ter mais seu querido pai.

Chegando ao destino, Sasuke desceu do carro e agradeceu.

–Então nos vemos mais tarde para falarmos sobre o trabalho, certo? – a rosada relembrou em um tom um pouco mais alto para que o rapaz que já tinha se distanciado pudesse ouvir.

–Sim, pode vir quando quiser.

–Até.