Lá E De Volta Outra Vez escrita por Pacheca


Capítulo 76
Grandes Encontros


Notas iniciais do capítulo

Alou, pessoas, como vão? Sei que passei um bom tempo sem aparecer, mas quando eu finalmente entrei de férias eu fiquei sem o computador pela maior parte do tempo. Desculpem por esse atraso, espero que gostem.



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Tudo bem, aquilo com certeza estava estranho. Alexy sondou mais uma vez os rostos no café, mas com praticamente todo mundo acompanhado ou completamente desinteressado, a certeza de que o nosso homem era aquele com Kentin ficava mais forte. O que levantava a pergunta: de onde infernos eles se conheciam?

— Acha que é ele? – Alexy finalmente vocalizou alguma coisa, fazendo com que eu voltasse à realidade. Dei de ombros.

— Parece que sim. Só tem ele que aparentava esperar alguém.

— Bom, nós vamos descobrir do único jeito possível. – Armin falou e tomou a dianteira, caminhando na direção da mesa. Como não estava assim tão cheio, Kentin não demorou a perceber nós três ali perto.

— Oh, oi gente. O que fazem aqui? – Ele sorria enquanto perguntava, mas algo estranho pairava no ar. Dei um sorriso sem graça e deixei um dos outros dois se explicarem.

— A gente quem te pergunta, meu amigo. – Armin falou, meio travado. Kentin sorria tanto que quase me lembrava quando ele ainda era obcecado comigo. Quase. Agora ele parecia ainda mais feliz.

— Estamos aqui pra encontrar alguém. — Alexy arriscou, e eu reparei na forma como ele esperou uma reação do sujeito ainda de costas.

— Vocês três? Com quem? – Ele cruzou os braços, ainda sorridente. O clima ali parecia estranho, com aquele sujeito lá de costas, navegando no seu celular.

— Bom, na verdade, não sabemos. – Respondi, dando de ombros. – É um assunto do Alexy e do Armin.

Foi ai que o sujeito na mesa reagiu. Kentin finalmente pareceu se lembrar de um grande detalhe e deu uma risada, finalmente nos apresentando seu amigo.

— Ah, minha cabeça. Esse é o Evan, meu melhor amigo de colégio militar. Evan, esses são meus amigos do colégio, Alexy e Armin, os gêmeos, e Anna. Desculpem a falta de educação.

Gelei. A reação de Evan era tudo que precisávamos para confirmar nossas suspeitas de que era ele nosso encontro. Analisei sua imagem enquanto o Kentin estudava nossos rostos, ainda não percebendo a situação. Evan era um cara alto, com o cabelo preto raspado nas laterais e mais alto em cima, musculoso e bem vestido. O que me pegou foram os olhos. Eram parecidos com os de Alexy, pelo menos em formato e cor, mas tinham um brilho distinto.

— Bom, é um prazer conhecê-los. – Ele hesitou antes de dizer, dando um sorriso tímido. A voz era exatamente a do telefonema de minutos atrás. Sorri de volta, finalmente conseguindo me mover de novo.

— Então, é com você nosso encontro. – Alexy constatou, meio sem graça. Armin confirmou se era o sujeito da ligação, ao que ele concordou com a cabeça. E só então algo clicou na cabeça de Kentin e ele começou a perceber que a situação não era bem a que ele achou que fosse.

— Espera, o que está acontecendo? Que papo é esse de encontro? – Ele perguntou, sem saber exatamente pra quem. Ficamos quietos, vendo Evan tomar a dianteira e começar a explicar a situação.

— É, o Alexy me ligou mais cedo...Eles acharam meu número nos documentos do Estado deles e, bem, queriam saber mais suas origens. – Ele suspirou ao final disso, esperando todo mundo digerir aquilo. Parecia que agora tudo era ainda mais real.

— Seu número? Por quê? – Kentin questionou, e Armin reforçou a pergunta logo em seguida. Eu sentia meu corpo tremer inteiro por dentro.

— Bom, é que...Vocês deveriam se sentar primeiro. – Puxei uma cadeira ao lado de Kentin, mais caindo na cadeira do que me sentando. Ele reparou e me perguntou se estava tudo bem, baixinho. Concordei. Com todos acomodados ao redor da mesa, Evan respirou fundo e retomou sua resposta, ainda hesitante. – Eu sou o filho mais velho do casal. O irmão mais velho de vocês.

Nem na minha fantasia mais louca eu poderia prever aquilo. Estudei o rosto de Evan de novo, reparando de novo nos olhos. Dava para ver Alexy ali, mas se eu me concentrasse nos lábios, parecia com a boca de Armin. Os gêmeos estavam paralisados, olhando um para o outro, os olhos arregalados. Até Kentin estava boquiaberto, calado. Os segundos se estendiam. Foi Alexy quem finalmente tomou coragem e rompeu o silêncio, depois de respirar fundo e limpar o suor das mãos na calça jeans.

— Se isso tudo fosse inventado não seria melhor. Uau. – Evan concordou, meio sem graça. – Bom, de toda forma, fico feliz em te conhecer, Evan. Eu sou o Alexy e esse é Armin, o menos bonito de nós, como você reparou.

Em qualquer outra situação, Armin teria dado um pulo e ficado indignado, defendendo sua boa aparência, mas nesse caso ele só riu. O clima parecia um pouco menos tenso, mesmo que ainda conflitante. Eu não saberia digerir se eu descobrisse que tenho mais um irmão.

Evan ficou de pé, deu a volta na mesa e deu um abraço apertado em Alexy, calado. Meu amigo tomou um susto, mas retribuiu o gesto, mesmo que um pouco tímido. Armin, por sua vez, simplesmente deixou Evan o abraçar, mas deixou os braços caídos ao seu lado. Eu sabia que ele não era exatamente o mais aberto a demonstrações de afeto feito aquelas, mesmo que ele não as odiasse. Ele só precisava de um tempo pra se habituar.

Tomei um susto sentindo os braços ao meu redor também. Principalmente pela intensidade do aperto. Eu conseguia sentir os músculos dele contra meu corpo, naquele abraço de ferro. Retribui, também meio sem graça e confusa. Por que eu estava ganhando um abraço?

— Que loucura. – Kentin comentou, finalmente conseguindo ter alguma reação. Evan finalmente me soltou e se afastou. Ajeitei a alça da minha blusa e vi Armin concordar com Kentin, mas vi algo em seu rosto. Ele parecia um pouco fechado para aquilo tudo.

— É uma excelente coincidência. – Evan reforçou, recebendo o apoio de Alexy sobre a exclamação. – Bom, que tal bebermos algo, sim? Eu estou doido pra por todos esses anos em dia.

— Claro. — Kentin e Alexy pareciam duas crianças ganhando um brinquedo que queriam muito. O que me fez estudar Armin mais uma vez e ver que ele não parecia tão animado. Pudera. Ele tinha ganhado um irmão e pais mortos em questão de minutos, era de deixar qualquer um doido.

— Ah, Alexy, está ficando tarde. Temos que lembrar que eu ainda estou de castigo depois de...você sabe… — Ele parecia querer correr, ir embora logo. Alexy deu de ombros, ainda sorrindo.

— Armin, é nosso irmão de sangue. Nossos pais vão entender, oras. — Ele falou como se fosse uma trivialidade. Armin respirou fundo, sem reagir muito. E seu olhar cruzou o meu, bem rápido. Desconfiança. Ele estava desconfiado. Dei um sorriso de quem o compreendia, e pareceu suficiente para que ele se aproximasse da mesa um pouco mais.

Eu, por outro lado, afastei minha cadeira e fiquei de pé, ajeitando minha mochila nas costas. Aquilo não me dizia mais respeito. Eu não tinha nada para por em dia com Evan, pelo simples fato de ele não ser nada meu. Nem amigo, nem irmão recém descoberto, nada. Alexy reagiu ao som da cadeira sendo afastada.

— Anna, você não vai ficar? Você está nessa história desde o início, seria muito legal se ficasse agora também. — Alexy perguntou e percebi os outros três esperando que eu respondesse algo.

— Al, eu amaria ficar aqui e tomar um refresco com vocês, mas acontece que eu marquei com Lety de nos encontrarmos hoje. Enfim, mil desculpas, mas eu preciso mesmo ir. — A melhor parte é que não era uma desculpa esfarrapada. Lety já devia estar ansiosa, achando que eu tinha esquecido.

— Poxa, que pena. — Alexy parecia mesmo triste, e Armin ainda estava um pouco desconfortável.

— Bom, não faz mal, temos certeza de que podemos repetir a dose um outro dia. — Evan sorriu, parecendo querer tranquilizar todo mundo.

— Claro, tenho certeza de que ainda te verei muito. Bem, licença. — Com isso, acenei para todos os meninos e tomei o rumo de casa, depois de mandar a mensagem para Lety de que ela podia ir.

Naquele momento, caminhando para casa, eu esperava por muitas coisas. Esperava que os meninos tivessem uma boa reunião com seu irmão, que Lety chegasse em segurança a minha casa, e que meus pais não ficassem bravos pela falta de aviso prévio sobre minha amiga dormir em casa.

Cheguei ao prédio, subi correndo, e fiz a primeira coisa a ser feita. Contei aos meus pais sobre Lety, que eu esperava ainda fosse demorar alguns minutinhos. Na verdade, encontrei minha mãe na sala, folheando uma revista de decoração. Cumprimentei-a com um beijinho.

— Boa noite, meu bem. Como foi o dia?

— É, bom. Papai não está em casa? — Perguntei, percebendo o silêncio no resto da casa. Ela negou com a cabeça, explicando que ele estava trabalhando um pouco mais hoje.

— Seremos só nós duas hoje. — Ela sorriu, eu dei um sorriso meio forçado, querendo aliviar minha barra.

— Nós três. Lety me ligou hoje, perguntando se podia dormir aqui hoje. E parecia querer conversar sério, então eu deixei. Tudo bem?

— Bom, eu adoraria se você tivesse me avisado pela manhã, mas Lety não me incomoda nem um pouco. Pelo contrário, é sempre um prazer vê-la. — Ela não parecia muito feliz de não termos nosso tempo sozinhas, mas sorri agradecida.

— Obrigada, mãe. Prometo termos nosso tempinho juntas depois, ok? — Ela sorriu, concordando. Subi pro meu quarto para me trocar antes que Lety chegasse.

Tomei um banho correndo, para me desligar da questão dos gêmeos, e pulei dentro de uma roupa mais confortável. Mesmo assim, quando voltei pro quarto, vi meu porta-retratos. Viktor. Aquela história dos gêmeos e Evan era insana. Era quase como descobrir que meu irmão na verdade não tinha nos deixado.

Peguei meu celular, vendo se Lety tinha me respondido. Tinha, praticamente assim que eu tinha a avisado que podia vir. Aproveitei e, me afastando da cômoda e me sentando na cama, abri o contato de Lys.

“Minha amiga Lety vai dormir aqui hoje. Eu preferiria se fosse você...”

Enviei e me arrependi logo em seguida. Bom, não me arrependi propriamente dito, mas quis enfiar minha cabeça num buraco. Reli a mensagem, percebendo o tom da mensagem. E se ele me achasse desesperada ou, sei lá, precipitada?

Demorou alguns minutos mas o telefone apitou, indicando uma nova mensagem. Hesitei, pensando no tipo de reação que ele poderia ter. Respirei fundo, tomando coragem, e desbloqueei o aparelho, lendo a resposta.

“Espero que se divirta, você merece. Podemos fazer o que você quiser, numa próxima oportunidade...”

Eu tinha lido certo? Eu não sabia se eu achava a mensagem ousada ou encabulada. Era tão difícil ler Lysandre sem olhar nos olhos dele. Respirei fundo, esperando que eu não estivesse roxa de vergonha, justamente quando ouvi a campainha. Lety.

Minha mãe já tinha a posto para dentro, cumprimentando-a sorridente. Reparei em Lety, percebendo o tom ainda mais estridente da sua voz, falsa. O que quer que a estivesse preocupando, parecia realmente sério. Confesso que meu coração acelerou, imaginando as diversas possibilidades. Minha mãe serviu o jantar, e Lety manteve seu ato muito bem. Ela tinha deixado as coisas no meu quarto, mas quando foi subir as escadas, quase escondeu seu rosto do meu olhar.

Finalmente, quando acabamos de jantar, pedi licença e subi com ela pro meu quarto. Esperei ela passar e encostei a porta atrás de mim, reparando na postura tensa dela.

— Você pegou tudo? — Perguntei, pegando meu próprio pijama para me trocar. Ela concordou, mas o nervosismo parecia mais evidente do que nunca.

— Eu trouxe um pijama, mas estou achando meio quente. Você me empresta um short, ou algo assim? — Ela fechou sua mala de novo, enquanto eu pegava alguma coisa na minha gaveta e a entregava. — Esse short é uma graça.

— Pode ficar para você, caiu bem. Ele não me serve mais tem um tempo, não sei porque eu ainda guardo. — Ela sorriu, agradecendo, mas seus olhos ainda estava tristes. Suspirei, fechando meu armário e me sentando perto dela na cama. — Lety, o que foi?

— Desculpa ter me imposto, mas o clima lá em casa está...ruim. — Ela deu de ombros, cabisbaixa. — Meus pais se divorciaram há poucos meses. A relação deles não estava muito boa, era notável, mas...

— Eu sinto muito. Seu pai saiu de casa, então?

— Foi. Se bem que eu prefiro eles separados do que a gritaria de vinte e quatro horas diárias. É menos dor de cabeça.

— Vendo por esse lado, é compreensível. Sua mãe está bem com tudo isso, então? — Ela estava rodeando o assunto, e eu tentava fazê-la conversar sobre. Ela parecia disposta a me responder honestamente.

— Ela está ótima. Até demais. — A cara dela finalmente mostrou de onde vinha o desconforto. — Tão bem que ela anda levando um cara diferente para casa a cada semana. É constrangedor. Tem dias em que eu estou de pijama, completamente descabelada enquanto como meu cereal e tenho que dar bom dia para um sujeito que eu nunca vi e nem nunca mais vou ver.

— É, eu imagino que é desagradável. E você falou com ela sobre isso? Ela pode estar tentando se distrair do problema da separação com toda essa...liberdade. — Pensei bem antes de falar, vendo-a revirar o pensamento na cabeça.

— Isso não justifica, não é? Parece que ela está passando por uma crise de meia idade. Eu nem sei como eu falaria disso com ela, de tão estranha que eu me sinto.

— Tente ir pelo lado da compreensão. — Comentei, pensando em como me explicar. — Sua mãe deve mesmo estar tendo uma crise de meia idade, e se parecer que você está julgando a atitude dela, ela vai se fechar mais. Se você for compreensiva, dizer que está feliz que ela está tocando a vida dela e mais, mas confessar sobre seu ponto de vista, ela será mais receptiva. Faz sentido?

— Você sempre faz sentido. — Ela deu uma risadinha, parecendo um pouco melhor. — O que me incomoda nisso tudo, além disso, é que eu me senti meio hipócrita. Eu reclamar dela parecia contradizer com o que eu fazia.

— Você diz sobre seus relacionamentos? — Perguntei, finalmente relaxando um pouco e me escorando em um travesseiro. — Como vai sua pausa, ainda de pé?

— É, mais ou menos. Eu não queria soar como se eu a estivesse julgando por viver como ela bem entende. A verdade é que nossos papéis poderiam facilmente estar invertidos. E, por isso, eu tive medo do que ela poderia me responder caso eu a confrontasse.

— É diferente, Lety. Você nunca impôs um dos seus casos como sua mãe está fazendo. Pelo menos você sempre disse que não levava ninguém para casa. E ela é sua mãe, supostamente é ela quem deveria pensar no que é bom pra você. A questão aqui é justamente que ela não está tendo essa percepção. Por isso você tem que falar com ela. Você consegue.

— Sim, obrigada. Acho que isso me fez ver a situação por outro ângulo. O diálogo sempre resolve as coisas, sim? Ou quase sempre. — Concordei, pensando num momento sobre como eu mesma estava extremamente reclusa com minha família. Eu deveria seguir meus próprios conselhos. — Bem, mas chega de falarmos de mim.

Tornei a fitá-la, percebendo o novo brilho em seu olhar. Um que eu não gostei nada, falando nisso. Ela deu um sorriso mais verdadeiro agora.

— Me conta as novidades. Eu já sei que você sempre tem ótimas notas, então pode pular isso. — Ela continuava com o sorriso maroto no rosto. — Como anda o nosso querido Lysandre?

— Bem. Bom, pelo menos eu acho que está. Eu andei tão ocupada nos últimos dias que não ficamos muito juntos. Espero que isso não o chateie, mas nunca se sabe.

— E o que te ocupou tanto tempo? — Ela perguntou, mais séria agora.

— Bom, você lembra dos gêmeos, sim? Pois é, eu os ajudei a descobrirem um pouco sobre suas origens...No fim da história eles descobriram que têm mais um irmão, mais velho.

Deixei o assunto pairar por um segundo, mas antes que eu fugisse ela retomou o sorrisinho de lado e começou suas perguntas.

— Irmão mais velho, é? Ele é bonito? Quantos anos? Qual o nome dele? Quer dizer, se ele parece com os irmãos, pode pular se ele é bonito.

— Esquece, ele parece ser uns 10 anos mais velho que a gente.

— Melhor ainda. E vou definir que você confirmou que ele é bonito e parecido com os irmãos.

— Você não estava numa pausa? Sossega. — Dei de ombros. A idade nunca tinha impedido Lety, ela normalmente só preferia alguém perto da nossa faixa etária. Porém ela simplesmente riu, sabendo que eu estava pensando nas perguntas dela. Ri junto.

— E você acha que eu não percebi essa sua mudança de assunto para omitir os detalhes picantes da sua relação com o…? — Mandei ela calar a boca antes de falar o nome, olhando a porta instintivamente.

— Meus pais não podem ouvir sobre isso, fala baixo. — Ela abaixou o tom da voz, mas continuou esperando minha resposta. — Não tem nada de picante, Lety.

— Aham, sei. Ele já veio aqui antes?

— Não.

— Certeza? Ele nunca se sentou aqui, nessa cama? — Ela alisou os lençóis, o sorriso me provocando e eu tentando não gaguejar.

— Você conhece meus pais, eles jamais deixariam um garoto entrar aqui. — Exceto Nathaniel, mas ele era uma exceção. E mesmo assim, ele já estava perdendo o privilégio diante meu pai.

— E você sempre faz tudo que seus pais te dizem, é?

— Não! — Percebi meu vacilo. Ela riu, apontando meu rosto corado e se vangloriando.

— Peguei no pulo. Ai, Anna, está na sua cara inteira que ele já veio. — Eu sabia que estava mentindo muito mal, mas ainda tinha esperanças. Ela continuava rindo. — E ai, vocês fizeram dever de casa ou estudaram uma outra matéria?

— Não teve nada! E esse assunto acaba de morrer aqui. — Resmunguei, instigando-a a rir mais ainda. Ela deu de ombros, finalmente me deixando em paz. Enquanto isso eu morria de vergonha, só de lembrar daquela tarde.

O resto da noite foi tranquilo. Ela ainda me provocava, mas bem pouco, e aproveitou para por a conversa em dia sobre nossa antiga escola. Com toda a história de divórcio e da atitude da mãe ela tinha vindo passar uns dias na cidade para se desligar. E me ver, claro. E por isso, ela acabou emendando sua estada e passou o resto do fim de semana conosco.

— Obrigada mais uma vez, Anna. — Ela sorriu para mim. Estávamos no portão do prédio, nos despedindo enquanto ela esperava o táxi.

— Não esquece do que conversamos, vai lá e se abre. Vai dar tudo certo. — Ela agradeceu mais uma vez e entrou no carro que acabara de encostar, acenando para mim enquanto se afastava. Subi de volta e fui aproveitar o resto do meu dia.


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Notas finais do capítulo

É isto, juro que o próximo eu tento soltar mais rápido ♥ Abraços.



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