Três Natais em Hogwarts escrita por Black Adhara


Capítulo 3
1944




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1944

Estava sentada no jardim, de frente para o Lago Negro e observava as frequentes ondulações mas calmas águas. Ela não sabia se era a Lula Gigante, que ela nunca vira, mas que juravam que era verdade, ou se eram sereianos ou qualquer outra espécie que vivesse ali. Porém Minerva não ligava para nada disso.
Era o último ano dela na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O último Natal e Ano Novo dela ali. Dali a poucas semanas, ela iria fazer os N.I.E.M.’s e iria embora. Nunca mais andaria pelos corredores, conversaria com os quadros ou descasaria de um longo dia no jardim.
Minerva McGonagall, uma jovem de dezoito anos e monitora-chefe, estava indo embora, mas algo dentro dela dizia que ela iria voltar. Hogwarts era seu lar.
Segurava um pequeno embrulho azul e delicado nas mãos e refletia se o entregaria para o professor Dumbledore. No Natal passado, ele tinha se lembrado dela e presenteado-a com um incrível livro de Transfiguração. Porém, e era esse porém que a fazia hesitar sempre que decidia que iria sim dá o presente para o professor, ele tinha rejeitado ela e ignorado os sentimentos que ela nutria por ele.
Ele não tinha dito que o beijo que ela dera nele dois anos atrás e tudo de puro e bonito que ela sentia por ele não tinha importância. Ela nunca fora tão humilhada em toda sua vida!
Não, ela não iria dar presente algum para Alvo Dumbledore.
–Senhorita McGonagall?
–Professor. - ela cumprimentou-o cordialmente como sempre fazia quando encontrava ele fora de suas aulas. -Tem um notável talento para me achar no dia 25 de Dezembro, senhor.
Minerva McGonagall poderia ser educada e gentil, mas decidira que não gastaria tempo sendo cordial com o professor. Decidira isso no Natal passado, mas como só encontrava ele nas aulas ou onde havia muita gente, não tivera chances de demostrar seu aparente desafeto, já que para todos, eles só eram aluna e professor, sem nenhum sentimento proibido.
–Eu não sei nos outros Natais, mas hoje eu estava procurando a senhorita.
–Estava? - ela não pode conter a curiosidade.
–Sim, senhorita, eu estava.
–Para?
–Eu queria lhe dizer algo. Referente ao seus… nossos sentimentos em relação um ao outro.
Nossos sentimentos. Então tem também sente alguma coisa. Só falta descobrir o que é…
–”Nossos sentimentos” o senhor diz, professor Dumbledore - ela começou antes de se conter -, mas a única que foi humilhada e rejeitada fui eu! “Não tem importância” o senhor disse. Bem, sinto informar ao senhor que tinha muita importância para mim! Muito obrigada, professor, por isso. A melhor coisa que eu aprendi com o senhor nesses sete longo anos, três deles sofrendo por coisas sem importância, é que o amor só serve para nos machucar.
Ela continuou olhando para o Lago Negro, mas sentia o olhar do professor sobre si. Tentou ignorá-lo e se perguntava se ele iria embora ou falaria algo. Esperava que ele não ficasse parado esperando que ela falasse mais alguma coisa, porque se dependesse dela, nunca mais falaria com ele.
–A senhorita guardou suas mágoas por muito tempo - ele observou. - A raiva leva ao ódio e o ódio leva ao sofrimento. Peço desculpas se a magoei, mas a senhorita era e continua sendo minha aluna, e qualquer tipo de envolvimento seria proibido.
–Eu sei! Também não seria capaz de quebrar as regras desse modo, mas seria reconfortante saber se o senhor sentia o mesmo que eu! Seria preferível sofrer sabendo que pelo menos era correspondida ao ficar sofrendo e pensar que o senhor me rejeitava.
Minerva sentia a fúria dentro de si. Queria soltar a leoa que vivia dentro dela, queria ser a típica Grifinória estourada.
–Eu entendo a senhorita.
–Pare de me chamar de senhorita toda hora, por favor? Já nos conhecemos a muito tempo e eu acho que depois de tudo você poderia me chamar de outra coisa que não fosse senhorita McGonagall! Me chame de, sei lá, Minnie.
–Minnie?
–Meus amigos me chamam assim.
–Então, Minnie… Como eu estava dizendo, você é minha aluna, mas o ano letivo está acabando. Seu sétimo ano. E eu quero tentar, de verdade.
–Pois vai ficar querendo! Professor Dumbledore, com todo respeito, mas eu não posso acreditar! O senhor me fez esperar por três anos, e eu entendo que é contra as regras e tudo mais, porém eu acho que vou pensar nisso. Se me der licença, eu vou indo…
O professor levantou junto com ela e, gentilmente, a puxou pelo braço. Antes que se desse conta, Minerva já estava beijando o professor Dumbledore.
Diferente do primeiro beijo, dois anos antes, dessa vez foi mais intenso. Os dois se puxavam e se agarravam, esquecendo de que estavam na escola e poderiam ser pegos a qualquer momento.
Minerva sentia algo diferente, parecia algo incerto e profundo, mas nem mesmo ela sabia o que era. Ainda estava aos beijos com Alvo Dumbledore quando percebeu que, talvez, ela não o amasse tanto assim.
Assustada com essa nova descoberta, ela se afastou do professor e o deixou sozinho em frente ao lago, empurrando o presente para ele desajeitadamente.
Já estava na metade do caminho quando se virou para ele, o vento batia em seu rosto e fazia-a ficar com a face avermelhada. Sorriu para ele, que a olhava consternado, e pensou que talvez não fosse tão errado se apaixonar por seu professor.
–Feliz Natal, professor - ela desejou antes de sair correndo de volta para o castelo.


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