A garota de cabelos negros, com algumas mechas de um verde tão fechado quanto o musgo do fundo do lago, que sentia com a ponta dos pés, desafiava mentalmente aquela ofensiva rocha quase no centro perfeito da lagoa.

Podia fazer isso, já era uma mulher adulta (ou quase), pelo amor de Merlin! Nadar até uma simples pedra em um lago estúpido era brincadeira de criança! Dessa vez não iria sair da água antes de conseguir chegar até lá.

Depois ela pensaria em como voltar.

–TONKS, TONKS, EU PASSEI! FUI ACEITO EM ALEXANDRIA! PASSEI! – Dora simplesmente mergulhou na água escura e se deu 20 segundos para sentir uma raiva descabida, por ter que abrir mão dele, uma culpa merecida, por ser tão egoísta e enfim, uma resignada paz, porque sabia que isso era o melhor para ele.

A adolescente emergiu, os grandes e bagunçados cachos escuros amassados no rosto bonito e molhado, com um sorriso quase sincero.

–Sabia que conseguiria! Só espero que não acabe encerrado em uma tumba qualquer, esquecida por Merlin. Não estarei lá para salvar seu traseiro, você sabe, como sempre.

Ela o viu rir com uma sobrancelha arqueada, desdenhoso, mas feliz. O Sol refletia em seu cabelo ruivo, comprido demais para ser considerado sério e, céus, como ela sentiria falta daquele riso.

O que seria dela sem ele?