Como não se apaixonar por Perseu Jackson? escrita por DaniiBraga


Capítulo 9
I Don't Deserve You


Notas iniciais do capítulo

Ei galerous! Espero que curtam o capítulo, ele vai remexer com a paz do Condomínio. Dedico a todos os 55 que favoritaram e aos que sempre comentam ♥ Agradeço demais ein!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/666852/chapter/9

“I still can't believe

That you're right next to me

After all that I've done

 

I don't deserve your love

But you give it to me anyway

I can't get enough

You're everything I need”

(I Don’t Deserve You - Plumb)

 

Annabeth POV

 

Tudo estava péssimo. A escola, o grupo de torcida, em casa, com Percy, com os amigos. Com TUDO. Mas o meu namoro perfeito aos olhos de todos, continuava intacto. Exceto, bem… aos meus olhos.

— Temos mesmo que fazer isso? - revirei os olhos perguntando.

— Se você ainda quiser fingir que sou um namorado bom. É a melhor ideia que tive. A não ser que a Senhora-Sabe-Tudo tenha outra. - ele foi grosso e tentei soltar sua mão.

— Você nunca seria um bom namorado.

Ele riu e chegamos na praia. Tínhamos saído cedo, ele me ensinaria a nadar. Minha mãe não negou, óbvio. Ultimamente ela andava feliz demais e eu temia ser por Poseidon. Eu ainda estava muito irritada com Percy, depois dele me expôr e tecnicamente falar que está jogando comigo. Mas era muito mais fácil odiar Perseu Jackson quando ele me odiava de volta. Mesmo quando eu não entendia o porquê desse ódio todo. Afinal, o meu tinha, por que o dele não teria?

— É bem prático. Você deve mover os braços assim… - ele mostrou. - e bater as pernas. Assim seu corpo não vai afundar.

— Você vem comigo. Certo…?

— Quero ver sua força de vontade, Annabeth.

— Tá. Mas ficarei perto da beirada.

— Tanto faz. - ele se sentou e ficou me olhando. Então eu fui para o mar. Aprenderia aquela droga e sairia dali. O mais rápido possível.

 

Poseidon POV

 

Estava decidido. Eu iria me divorciar. Já tinha inclusive marcado um horário para poder conversar com Anfitrite. Além de infeliz, estava sendo extorquido naquele casamento, não aguentava mais aquela mulher. Entrei em casa, quando estranhei. Muito, confesso.

— Estava esperando por você… meu beeem.

A casa estava toda apagada. Velas aromáticas estavam espalhadas por toda ela. Anfitrite vestia uma lingerie azul com preta e estava na escada de pé. Minha primeira reação foi pensar em como ela estava sexy, já a segunda, foi rir. Comecei a gargalhar divertidamente, peguei uma taça e coloquei o vinho que estava em cima da mesa. Ela me olhava confusa, meio chocada.

— Eu quero o divórcio. - falei e bebi todo o vinho de uma vez.

— Você-Você o q-que?! Você não pode!  N-nós… Nós somos casados há muito tempo, além do mais, você sabe muito bem que posso contar nosso segredinho para Atena e ferrar suas chances com ela, não sabe?

— Ela sabe de tudo já, Anfitrite. Enquanto você liberava a sua loucura nessa casa, comprava essa lingerie que Afrodite diz ser cafona e se preparava toda para mim, eu agia.  Achou mesmo que eu ficaria para sempre com você?

— Vou contar para todos do Condomínio. - ela se aproximou. - Vou fazer da sua vida um inferno se pedir o divórcio.

— Já pedi. E quero que saia, hoje ainda, daqui. Quando voltar, quero você e suas coisas fora.

— Isso não vai ficar assim, Poseidon.

Anfitrite começou a gritar e apenas saí, batendo a porta. Corri pela rua, rindo, em direção a casa de Afrodite. Precisava contá-la que nosso plano tinha dado muito certo. Na verdade, o plano dela. Em pouco tempo, eu teria minha Atena de volta.

 

Atena POV

 

Estava no banho quando ouvi ruídos. Annabeth tinha saído cedo com Percy, finalmente aquela garota aprenderia a nadar. Esse menino realmente estava fazendo bem para ela. A criação dele me fazia enxergar um Poseidon mais novo, o que me fazia sorrir sempre que estava em sua presença. Acho que isso assustava Annabeth.

Ultimamente, eu vinha me encontrando com Poseidon. Nada demais. Apenas horas livres para conversar. Nada de amassos, beijos ou sexo. Nós queríamos nos conhecer novamente, aos poucos, nos reconquistar, mesmo sabendo que nossos antigos “eus” estavam ainda dentro de nós, palpitando um pelo outro. Não era tão fácil, perdoar Poseidon assim. Ainda que eu entendesse tudo, tinha medo de dar um passo em falso, perdê-lo de novo.

Novamente, ruídos me tiraram dos meus pensamentos. Me enrolei na toalha após me secar, tirei a touca de cabelo e saí devagar. Fui até a beira da escada e olhei em volta. Tudo parecia tranquilo. A melhor coisa desse condomínio era isso. A paz e a segurança que se tinha. Podíamos dormir de portas abertas, passear a noite, não nos preocupar com nossos filhos. Tínhamos tudo sob controle. E bem, eu adoro uma situação sob controle.

Fui até meu quarto, coloquei uma roupa de ficar em casa e resolvi descer para comer algo. Então ouvi outro ruído. Desta vez me preocupei. Seria algum bicho? Ou alguma janela aberta? Fui até o quarto de Annabeth, a janela estava escancarada e um caderno folheava as páginas.

— Há! Te achei barulhinho chato. - falei sozinha e ri. Fechei a janela e peguei o caderno, mas antes de fechá-lo li algo na página.

“Querido Diário,

Hoje foi um péssimo dia. Acordei na enfermaria. Pedi que não ligassem para a minha mãe. Não lembro de muita coisa. Apenas de alguém ter me deixado lá. Acho que era o Jason, mas não quis tocar nesse assunto com ele. Dói quando penso ou tento falar sobre. Estou com curativos nos pulsos e braços, fingindo um frio estúpido para minha mãe não ver o que realmente escondo sob essas longas mangas de casaco. Eu não queria. Só aconteceu.

Ela me pegou na cama de um garoto, quase aceitando transar com ele. Ela me disse coisas terríveis. Me culpou pela separação dela e do meu pai, de anos atrás. Me disse que não queria ter uma filha e me chamou de sem cérebro. Foi… doloroso ouvir aquilo tudo. Ouvir dos outros, tudo bem, mas ouvir da minha própria mãe… Me fez pensar se sou isso tudo que dizem. E então, fui em busca das minhas amigas para me consolarem. Mas quando cheguei perto da sala em que estavam, as ouvi falando coisas ruins. Muito ruins.

Elas tinham pago aquele garoto para tentar transar comigo aquele dia, para que minha mãe me pegasse na hora, me colocasse de castigo e eu não fosse numa festa idiota. Mas ela fez pior. Ela não confiou em mim. E a frase final delas, foi parecida com algo que minha mãe me falou: “Quem se apaixonaria por uma garota como Annabeth Chase?  Fria, virgem, sem cérebro e metida. Um verdadeiro desperdício.”. A minha mãe me perguntou por que eu não me apaixonava. E eu não sei.

Saí correndo e peguei umas bebidas. Fiquei bêbada, peguei uma lâmina de um gilete do ginásio, tomei uns remédios e fiquei lá. No banheiro do ginásio, vomitando e cortando tudo para que a dor passasse. Eu não sentia nada. Nenhuma dor. Nada. Aí a pessoa chegou e em ajudou. Ela foi bem simpática. Mas não lembrei de seu rosto. Tudo o que eu pensava era em porquê nunca havia amado alguém como tantos falavam que amavam ou tinham amado.

Acho que nunca mais vou conseguir olhar para Atena do mesmo jeito. “

Lágrimas rolavam pelo meu rosto. Eu soluçava. Eu era uma péssima mãe. Enquanto eu pensava em Poseidon, enquanto eu pensava em mim, nunca parei para pensar verdadeiramente em Annabeth. Fechei o diário dela e saí do quarto para buscar um remédio. Foi quando a vi.

— Ora, ora. Mas o que a nova esposa de Poseidon faz chorando? - Anfitrite perguntou sorridente. Eu estava prestes a descer as escadas correndo. Ela estava parada a alguns centímetros de mim.

— Anfitrite. O que faz aqui?

— Vim cumprir uma promessa, Ateninha. Vim fazer da vida de Poseidon. Um inferno. E ele começa agora. - ela sorriu e arregalei os olhos.

Eu estava caindo. Rolando todos os milagres de degraus da minha escadaria toda feita em mármore. Sentindo diversas coisas antes de apagar, ouvindo a risada de Anfitrite e alguns sons.

— Bons sonhos, Atena.

 

Percy POV

 

Eu estava fazendo meu melhor. Tinha que continuar resistindo a Annabeth. Mas para isso, devia evitar certos contatos com ela. E bem… Ensiná-la a nadar, exigia MUITOS contatos. Depois de parte da tarde ajudando-a, resolvi deixá-la tentar sozinha numa parte mais funda. Sentei na areia para descansar, observando-a nadando para o fundo.

Annabeth realmente era linda. Nunca entendi muito bem como uma pessoa tão bonita poderia ser tão equivocada quanto a sua personalidade. Mas quem era eu para julgá-la. Fui criado muito bem pelos meus pais. Já Annabeth, era meio rejeitada pelo pai que tinha uma nova família. Não tinha total atenção de Atena por conta de trabalhos da mãe. Vivia num mundo caótico com aquela gente horrível, que se diziam melhores amigos dela.

A realidade era que Annabeth não conseguia manter-se autêntica, por não saber. Ela sempre teve tudo o que quis. Mas só de parte material. O que de certa forma, me levava a entendê-la, mas não conseguia entender seu modo se amar. Desde aquela conversa no banheiro do ginásio, ela parecia amar de um jeito sofrido. Ela não sabia amar nem expressar isso. Portanto, me odiava e fazia o mundo odiá-la, quando na verdade, pedia ajuda para a amarem.

Meu telefone tocou me tirando do transe. Era Atena. Que esquisito, ela teria ligado para o de Annabeth.

— Alô?

— Alô, Percy! Aqui é o seu pai. Estou te ligando há uma hora! Cadê você?

— Que foi pai? Tô na praia com a Annie ainda.

— Vem pro Hospital com ela. Agora!

— Mas por que? Tá tudo bem? Ela tá… - olhei para o mar. Nenhum sinal de Annabeth. Meu coração acelerou. - Nadando…

— Atena sofreu um acidente…

Tudo o que ouvi antes de correr em direção a água. Pensava em quanto tempo eu não olhara pra ela. Quanto tempo uma pessoa consegue ficar debaixo d’água sem respirar? Acho que… Vamos, Percy! Pensa,porra! Nadava a procurando até que achei alguém afundando.

Perdia o fôlego mas continuei até segurá-la. Droga, Annabeth! Era só ter batido a merda dos pés. A puxei até que achei uma alga agarrada em seu pé. Merda. Tentei me acalmar e retirei a alga com cuidado. Então, nadei até a superfície o mais rápido que pude com ela. Meus pulmões doíam com a falta do ar e meus braços com o peso dela. Nadei mais um pouco até a beirada. Como Annabeth tinha ido parar tão fundo sem que eu visse?

A deitei na areia, começando uma massagem em seu peito, revezando com uma respiração boca a boca. Rapidamente, ela cuspiu água.

— Por que você não me largou lá?

— Merda, Annabeth!

Gritei e a abracei, sentando-a.

— Não me dá esses sustos.

— Não faria diferença pra você se eu morresse. - ela sussurrou, ainda fraca.

— Não fala besteira.

— É sério.

— Eu não te odeio Annabeth.

— Eu não tentei.

— O que?

— Eu não tentei nadar. Não tentei reagir a alga que me pegou pelo pé.

— Qual… Qual é o seu problema, Annabeth Chase?

— Você! Minha mãe! Todo mundo é o meu problema, Perseu. TODO MUNDO!

— COMO EU POSSO SER SEU PROBLEMA? - gritei. - Eu te ajudei quando você estava bêbada e estava se cortando naquele maldito banheiro! EU TE AJUDEI! E VOCÊ FEZ DA MINHA VIDA UM INFERNO MESMO ASSIM! Então, EU te pergunto, Annabeth Chase, Qual. É. A. Merda. Do. Seu. Problema?!

Percebi o que tinha falado e coloquei a mão na boca. Droga. Annabeth se afastou e tomou forças para se levantar.

— Você… Você foi a pessoa que cuidou de mim naquele dia?

Ela quase chorava. Apenas assenti com a cabeça. Então Annabeth pegou o celular dela, leu as mensagens sobre Atena, ainda em choque.

— Minha mãe. Caiu da escada. Eu…

E ela saiu andando. Como um zumbi. Como quem acaba de acordar e sai cedo para ir para a escola. O ódio por Annabeth era exatamente igual ao amor por ela. Não era algo fácil de aceitar, mas eu tive que aceitar. Eu odiava Annabeth Chase. Mas também a amava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?! Curtiram? :) Espero que sim! Comentem o que acharam, em breve vem mais um pra vocês!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como não se apaixonar por Perseu Jackson?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.