No dia seguinte, Gina acordou cedo mesmo que ela só fosse trabalhar depois do almoço. Ela estava tão feliz que sua mãe sempre lhe mandava um sorriso cúmplice fazendo seus irmãos e seu pai ficarem bastantes enciumados por terem uma leve impressão do porque ela estar tão feliz.

Depois do café da manhã e de seus irmãos, - menos Rony e Fred. - Irem junto aos seus pais para o zoológico aquático, ela subiu para o seu quarto decidida a dar um mergulho na praia. Num lugar bem longe dos humanos.

Chegando lá, ela tirou a roupa que usava, vestiu um roupão e desceu as escadas. Encontrou seus irmãos na cozinha.

— Gente, eu vou dar um mergulho, se eu passar da hora de irmos me avisem, sim? – Ela os avisou.

— Está bem. – Responderam em uníssono.

— Cuidado com os humanos. – Fred a alertou.

— Pode deixar. – Gina o assegurou.

Ela saiu pela a porta dos fundos e seus pés se sujaram imediatamente de areia. Ainda sorridente e de bom-humor, caminhou para um lugar bem afastado dos humanos e um pouco longe de sua casa, ela olhou para os lados para ter certeza de que não viria ninguém, tirou o roupão e correu para dentro do mar mergulhando em uma onda grande que estava se formando.

A transformação aconteceu, fazendo suas pernas brancas e delicadas serem trocadas por uma cauda de escamas lilás, seus seios estavam cobertos por pequenas escamas da mesma cor de sua cauda e seus cabelos vermelho como fogo estavam mais longo que o normal.

Gina nadou para a frente e mais para o fundo, sempre aproveitando a linda paisagem que o fundo do mar estava lhe proporcionando. Claro que em alguns pontos essa paisagem seja danificada pela a quantidade de sujeira que os humanos jogavam na praia, coisa que deixava Gina cheia de raiva. Ela sempre levava uma bolsinha para recolher o lixo que encontrava, mas dessa vez se esquecera completamente, então cada vez que passava por qualquer tipo de lixo ela apenas olhava cheia de repulsa e raiva dos humanos por sujarem algo tão belo como o mar, haviam também vários peixes de todos os tipos e tamanhos, e todos que passavam por ela recebiam um sorriso ou um carinho de Gina.

Como sereia, ela se dava bastante bem com animais marinhos, Gina também podia falar com eles, mas não estava muito afim hoje, além de que parecia que os pequenos seres também não estavam para muito papo, só aceitavam o carinho e o sorriso da menina por, digamos... educação marinha.

Gina estava adorando a sensação da água salgada em seu corpo e da leveza de sua cauda nas águas. As vezes seu longo cabelo lhe atrapalhava a vista, e foi por esse motivo que Gina não teve certeza de imediato do que estava vendo a dois metros de distância, mas foi quando o afastou que viu uma cauda brilhante da cor vermelha. Espera... cauda!? Estacou. Como assim!? Seus irmãos não tinham a cauda daquela cor, e muito menos os seus pais. E pelo o que ela sabia e se lembrava muito bem, ela e sua família eram os únicos sobreviventes de sua espécie. Gina balançou a cabeça tentando afastar aquele pensamento absurdo da sua cabeça. Não, não poderia ser uma sereia. Não mesmo. Todos haviam morrido naquele ataque. Só sobraram ela e sua família, mas ninguém.

Porém parecia que a sua mente estava querendo lhe deixar confusa, ou completamente louca. Porque Gina viu a suposta cauda vermelha aparecer novamente, se mexer e se afastar. Gina por puro instinto e um pouco de curiosidade, seguiu-a para saber se sua mente estava lhe enganando ou não. Porém, a suposta sereia parecia ter percebido que estava sendo seguida já que aumentou sua velocidade, fazendo com que Gina também aumentasse a sua.

A sereia estava tentando a todo custo fazer-se perder da vista, mas Gina não deixaria isso acontecer, não agora que havia percebido que sua mente não a estava enganando. Iria pegar aquela sereia e lhe perguntaria como havia sobrevivido aquele ataque e se havia mais deles.

Passados o que pareceu a Gina alguns minutos, a sereia não diminuía a sua velocidade e igualmente Gina.

Ela achava que a sereia não sabia que estava sendo seguida por outra sereia, por que se soubesse, Gina tinha certeza, ela pararia no mesmo momento para lhe perguntar o mesmo.

Estava ansiosa para tirar suas dúvidas, mas Gina se distraiu brevemente no meio da corrida e perdeu a sereia de vista; ela bufou fazendo bolhas surgirem e lhe cobrirem a vista por um breve momento, e quando estava prestes a tentar segui-la novamente, Gina ouviu ao longe uma voz que lhe parecia familiar chamando pelo o seu nome, ela olhou para cima e além do azul do mar, ela pôde ver o céu completamente embaçado por dentro da água. Ficou indecisa, entre atender ao chamado do irmão ou ignorar e ir atrás da suposta sereia. Passou-se dois minutos em que ela ficou pensando e seu irmão gritando pelo seu nome, ela acabou constatando que a sereia já devia estar muito longe, e que já não teria jeito de segui-la.

Frustrada, Gina nadou para a superfície e respirou o ar novamente, ela olhou para a areia e viu Fred ao longe com as mãos na cintura, não conseguia enxergar direito por causa da distância, mas sabia que ele estava lhe olhando com a aparência de bravo. O ouviu gritar o seu nome novamente.

— Eu já vou Fred! – Gritou em resposta.

— Ande logo, nós temos que ir e você ainda tem que se secar. – Fred voltou a falar quando Gina já estava próxima.

— Não se preocupe com isso, o sol está forte, secarei rápido. – Respondeu despreocupada.

— Está bem, Rony e eu estamos te esperando lá dentro, não demore. – Fred pediu.

— Tudo bem.

Fred saiu e andou novamente para a casa dos Weasley, enquanto Gina nadava em direção a areia; chegando lá com um pouquinho de dificuldade.

Quando enfim chegou na beira da praia, se deitou como se estivesse pegando sol para ficar bronzeada. Ficou lá até que se secasse.

Ela estava certa, com o sol que estava fazendo naquele domingo não tinha demorado muito.

Depois de se secar, tirou toda a areia de seu roupão que estava jogado na areia e o vestiu. Voltou novamente para casa, e assim que chegou subiu rapidamente para o seu quarto; tomou banho, demorou mais um tempinho para se secar e em seguida vestiu-se com o uniforme do zoológico. Desceu e encontrou Fred andando de um lado para o outro da cozinha, e Rony sentado em uma das cadeiras da mesa.

— Nossa até que enfim! – Fred exclamou. - Pensei que tinha se afogado na banheira tamanha era a sua demora.

— Eu sou sereia, não me afogo. – Gina respondeu. - Você sabe disso, assim como sabe que demoramos para nos secar completamente.

— É claro que sei! – Respondeu malcriado. - Só quis dizer que o seu mergulho nos atrasou.

— Não enche o saco Fred. Vamos logo. – Gina o apressou.

Ela, Fred e Rony se dirigiram para fora da casa e se dirigiram para o carro prata de Fred. Entraram, Rony na frente e Gina atrás. Rumaram para o zoológico aquático.

— E então Rony? Como foi o seu encontro com Hermione ontem? – Fred iniciou uma conversa.

— Verdade, eu também quero saber. – Gina falou se animando.

— Bom... foi maravilhoso. – Rony respondeu corando quase que imperceptivelmente.

— Foi é? – Fred falou com um sorriso maroto.

— Nossa vocês homens não servem para matar curiosidade, fala sério! – Gina falou um pouco decepcionada no banco de trás. - Nem para dizer detalhes vocês servem. Amanhã perguntarei a Hermione e ela me dirá tudo que aconteceu.

— Pra que você quer saber tudo que aconteceu? – Rony perguntou.

— Ora... por que sim. – Gina respondeu sem exatamente responder.

— Isso não é reposta, Gina, mas vou aceitá-la. – Rony respondeu com a ponta de um sorriso.

— E você Gina? Como foi o seu encontro com o Potter? – Fred mudou de assunto.

— Foi ótimo. – Respondeu evasiva.

— Você reclama que eu não te dou detalhes e você também não falou nenhum. – Rony protestou.

— Ora Rony, essas coisas eu tenho que dizer para a mamãe ou para as minhas melhores amigas, não aos meus irmãos. – Gina se defendeu.

— Por que diz isso? – Rony perguntou curioso.

— Por que sei que vocês não gostariam do que eu falaria para vocês. – Gina falou reprimindo um sorriso. 

— Gina, o que você e o Potter fizeram ontem à noite? – Fred perguntou desconfiado.

— Nós só tivemos um encontro normal, Fred. E foi bastante legal. – Gina respondeu.

— Nós já estamos quase chegando, então fiquem quietos. – Fred mandou.

Rony e Gina ficaram calados, mas como suas mentes diziam, não foi por que Fred mandou, eles ficaram quietos por que estavam perdidos em seus pensamentos.

Rony pensando em seu encontro com Hermione, que realmente ele achou muito bom, e Gina pensando na cauda que tinha visto mais cedo. Será mesmo que era uma outra sereia? Alguém de sua espécie?

Antes que chegasse alguma conclusão eles haviam chegado no zoológico e Gina durante o dia inteiro de trabalho não pensou novamente na suposta sereia, mas isso não queria dizer que ela a havia esquecido. Não, ela nunca esqueceria.

E nem a suposta sereia esqueceria que quase foi pega pelo o que ela pensava ser um humano.

—----------

Na casa dos Potter...

Harry e Hermione estavam na sala assistindo a um filme qualquer quando os seus pais entraram na sala arrumados.

— Pra onde vocês vão? – Hermione perguntou curiosa.

— Seu pai e eu vamos para o cinema da cidade, vocês querem ir? – Lilian os convidou.

— Eu tô bem aqui. – Harry recusou.

— Eu não tô afim de sair mamãe, mas obrigada pelo convite. – Hermione também recusou.

— Vocês têm mesmo certeza que não querem ir? – James os chamou mais uma vez.

— Temos papai. – Harry E Hermione falaram em uníssono.

— Está bem, vamos Lilian. E juízo vocês dois, por favor não queimem a casa ou coisa parecida. – James pediu antes de se retirar.

— Está bem – Novamente em uníssono.

— Como é que ele acha que vamos queimar a casa, se nem sabemos cozinhar? – Hermione perguntou assim que ouviu o carro partir.

— Não faço a menor a ideia. – Harry deu de ombros. 

Eles voltaram a prestar atenção no filme que estavam assistindo, mas Hermione reparou no semblante de Harry e que ele estava bastante quieto desde que voltou da praia.

— Harry você está bem? – Perguntou preocupada.

— Sim... porquê? – Harry respondeu sem tirar a atenção do filme.

— Não sei, você está com essa cara que fica difícil descobrir o que tá acontecendo e tá bastante quieto também. – Ela observou.

— Eu estou bem, Hermione. – Harry respondeu ainda olhando para a televisão.

— Se você diz... como foi o seu encontro com a Gina? – Hermione perguntou finalmente conseguindo tirar a atenção de Harry da televisão.

— Foi esplêndido. – Respondeu não conseguindo evitar um sorriso.

— Uau! Harry Potter usando palavra difícil. – Hermione brincou.

— Não enche Hermione. – Harry falou e voltou a olhar para televisão.

Ela riu.

— Você não devia estar com cara de felicidade em vez dessa cara indecifrável? – Hermione voltou a conversar. Aparentemente o filme não estava a agradando.

— E você não ia deixar esse assunto para lá? – Harry evitou responder.

— Sim, mas pensei de novo... vamos me responda. – Hermione pediu.

— Eu estava com a cara de felicidade até hoje de manhã. – Harry decidiu contar a irmã.

— E o que aconteceu para você desfazer essa cara? Não está mais feliz com o encontro como pensou que estava? – Hermione indagou.

— Não, não é isso, eu amei o nosso encontro. – Se apressou em negar. - Foi realmente ótimo, Gina foi ótima.

— Está bem, então o que aconteceu para te deixar assim? – Hermione voltou a perguntar.

Harry respirou fundo, olhou diretamente para a irmã e a deixou de olhos arregalados quando disse as seguintes palavras:

— Eu acho que quase fui pego por um humano.