Underground escrita por Isa


Capítulo 10
Ainda dia 7 de Abril


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura e desculpe a demora!



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             Desculpe a interrupção, ‘sinal de alerta’ por aqui, tive que dar uma parada, já é quase meia noite.

 

            Mas voltando aos fatos de hoje cedo. Nós mal olhamos e vimos uns cinco Infectos zanzando o lugar. Ficamos encostados na parede da saída da garagem, esperando o sinal de Sofia para atirar. Ela esperou um momento, e em seguida fez sinal, e todos saímos de trás da parede e atiramos nos Infectos, que caíram mortos sem provavelmente saber o que os atingiu.

 

            Vendo que a área já estava limpa, voltamos para o estacionamento e nos dividimos em grupos de quatro nos carros – um deles ficou com cinco pessoas – e partimos do prédio.

 

            Fiquei no mesmo carro preto que Ethan, Johnny e Josh. Ethan acabou dirigindo, Josh ficou no carona e eu na incômoda situação de ficar ao lado de Johnny no banco atrás.  

 

            - E aí, ainda decidida a esquecer a história por algum tempo? – me perguntou ele, num tom de voz muito baixo para que só eu ouvisse.

 

            - Com certeza. Zumbis estão nos atacando, talvez todos sejamos mortos e eu sou uma pessoa altruísta. – falei, pondo um fim rápido na conversa. Johnny não se arriscaria a começar uma discussão com Ethan e Josh podendo nos ouvir.

 

            Não tínhamos visto nenhum Infecto até aquele momento, mas só tínhamos avançados uns quatro metros com os carros, por enquanto Sofia havia dito para ir devagar, assim era evitado chamar atenção. Quando algum Infecto fosse visto aceleraríamos.

 

            - Francamente, acho que esses zumbis andaram se fazendo de burros. – comentou Ethan, enquanto prestava atenção nos outros carros e em volta do nosso carro – Parece que eles estão é armando uma emboscada para nos pegar.

 

            - Tão otimista... – disse Josh, recostando-se no banco do carro.

 

            - Mas por enquanto está tudo calmo e é o que interessa. – falei – Não estou muito animada para ver Infectos devorando pessoas de novo.

 

            - Ninguém es... – antes que Johnny terminasse um carro à nossa frente soltou um alto e agudo sugerindo aceleração.

 

            - Ethan, diz que vai cair dinheiro do céu? – pediu Josh.        

 

            - Preferiria dizer que vão cair antídotos pra esse vírus de zumbis. – disse ele, e pisou fundo no acelerador. ‘Lá vou eu pra mais uma fuga alucinada’, pensei.

 

            Para nossa sorte Ethan dirigia tão bem quanto Blake, então estávamos, de certa forma, em boas mãos.

 

            No caminho para as barcas havia prédios pequenos que nos obrigavam a fazer curvas bruscas para finalmente chegar onde queríamos. Nem preciso dizer que agradeci por não ter tendência a enjoar em carros.  

 

            Já que a rua era larga, não havia tanto o risco de batermos com outros carros, mas os Infectos começaram a surgir do meio dos prédios para frente do nosso carro e desviar deles era vital, já que não queríamos ser devorados. Ethan suava frio no banco da frente, enquanto Josh segurava-se no seu banco para não acabar dando de cabeça na janela do lado ou sair voando para o vidro dianteiro – Sofia nos aconselhara dizendo para não usar cintos, pois eles poderiam travar nos momentos mais inconvenientes.

 

            Eu e Johnny nos virávamos nos segurando também nos nossos bancos, e no banco que estivesse à nossa frente. Quase dei de cara na janela do carro quando Ethan teve que virar bruscamente por causa de um Infecto que se lançara sobre o carro.

 

            Ouvíamos tiros vindos dos outros carros e Josh até perguntou se podia abrir a janela pra atirar. Quando Johnny falou que havia a probabilidade de um Infecto arrancar seu braço ou o puxar para fora do veículo, Josh deixou de lado a idéia.

 

            Mas finalmente, depois de muitas curvas perigosas e até paradas repentinas, chegamos às barcas. Pensamos que poderíamos enfim relaxar, mas, assim que estacionamos, alguém que descera de outro carro bateu no vidro do carona, nos apressando.

 

            - O que será que há agora? – ouvi Johnny murmurar enquanto abria a porta do carro. Pensei a mesma coisa. Nosso plano era já estar com a situação neutralizada quando chegássemos às docas, mas se estavam com mais pressa que o esperado alguma coisa tinha dado errado.

 

             Saímos rapidamente do carro e do lado de fora estava um caos, todos atirando para todos os lados. Se não estivéssemos no meio dos carros correríamos serio risco de sermos atingidos. Então nós quatro não perdemos tempo e sacamos nossas armas também – eu estava ficando boa naquilo.

 

            À nossa volta, vindo em nossa direção, estavam uns cinqüenta Infectos, no mínimo. Isso porque não podíamos ver todos eles e alguns surgiam dentre os prédios, e um até saltou de dentro da estrutura que era uma secretaria que atendia os clientes e os levava até as barcas – a Infecto usava um terninho feminino, talvez fosse a secretária. Ela pulou nas costas de Sofia, mas ela conseguiu lançar-se para trás e bater com o zumbi na parede da secretaria, fazendo com que ela se soltasse e desse chance à Sofia de se virar e atirar bem no meio de sua testa. O pessoal gosta de fazer isso, pensei, dando eu mesma um tiro em um Infecto que aproximava-se perigosamente.

 

            Éramos poucos comparados a eles, então só atiramos por tempo o suficiente para diminuir o número de infectados à nossa volta. Eram uns trinta e poucos Infectos – claro que estavam chegando mais – quando Sofia fez sinal para que corrêssemos para a secretaria.

 

            Tivemos que correr de costas para que não fôssemos atacados na retaguarda. Quando todos os treze estavam do lado de dentro, a última a entrar, a própria Sofia, fechou a porta – não que fosse adiantar já que os Infectos poderiam derrubá-la ou quem sabe abri-la.

 

            Foi então que percebi que, pelo visto, aquele Infecto havia conseguido ferir Sofia. Era um machucado pequeno, não havia risco de vida, mas se fosse uma mordida – pelo que Henry havia nos dito – poderia muito bem tê-la infectado. Olhei para procurar mais alguém que tivesse notado, achei alguns, mas ninguém se pronunciou e pensei que realmente aquele não era o momento adequado. Quando estivéssemos em segurança o assunto seria mencionado.

 

            Fomos correndo até as barcas, enquanto ouvíamos o barulho dos Infectos tentando arrombar a porta de entrada. Agimos o mais rápido possível, então o máximo que registrei foi que era uma secretaria simples que estava completamente bagunçada – mesa virada, cadeiras igualmente, papéis espalhados... -, e no minuto seguinte chegamos às barcas.

 

            Havia umas cinco por ali ancoradas, eram grandes o bastante para treze pessoas. Então ajudamos uns aos outros a passar pelo espaço entre a barca escolhida – ela tinha a popa azul – e o píer. O último a entrar foi Johnny, que soltou a corda que prendia a barca no mencionado píer e pulou para onde estávamos em seguida, ao mesmo tempo os Infectos já haviam conseguido entrar na secretaria e corriam em nossa direção. Antes que eles chegassem à margem, alguém que provavelmente sabia mexer com barcos e derivados fez a barca mover-se.

 

            E enfim começamos a nos afastar da cidade, rumo à provável liberdade, saindo de perto daqueles malditos seres que um dia haviam sido como nós. Tudo parecia estar em paz, ao menos mais calmo... Mas ainda havia o problema com a Sofia.

 


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Notas finais do capítulo

Fic na reta final, o próximo será o penúltimo ou o último capítulo - é que estou na dúvida se deixo um ou nenhum mistério no ar
Deixe seu review!! =D