— Tchau, Nina! Amanhã venho vê-los de novo – disse Katla dando abraço na mesma.

— Tudo bem. Até amanhã! – a morena sai.

Nina fechou a porta, em seguida, foi à cozinha. A senhora Hofferson estava no mesmo cômodo, cozinhando ensopado de peixe enquanto cantarolava baixinho.

— Precisa de uma ajuda, senhora? – perguntou educadamente.

Adgar, ao ouvir a voz da menina, assustou-se e olhou para mesma sorrindo.

— Oh! Não precisa querida, estou quase terminando – diz ela – A sua amiga já foi?

A menina assentiu.

— Sim, acabou de sair – pegou uma caneca e bebeu a água.

— Hum... e o seu namorado, ele está bem? – perguntou.

Nina olhou-a.

— Continua na mesma – suspirou – Sabe dizer-me quando ele irá acordar?

— Sinto muito – a mulher sorriu, calorosamente – Mas, segundo a anciã, ele precisa de repouso para recuperar suas forças e sarar suas feridas.

— Entende – a menina fica triste – Temos que ter paciência, certo?

A mãe de Astrid concordou.

— E fé também! – ela larga a colher e abraça a garota – Não se preocupe, os deuses iram ajuda-lo!

— Obrigada, senhora – sorrir.

— Toma, leve isso para seu amado e isso é pra você – entrega a caneca e a tigela, ambos cheios de ensopado – Descanse, querida.

— Certo, mais uma vez obrigado – Adgar acena e a mesma volta para o quarto – Lodin, voltei!

Nenhuma resposta. Nina, tristemente, mas calma, sorriu. Aproximou-se da cama, deu um selinho em seus lábios e sentou.

— A senhora Adgar fez o ensopado – tomou uma colherada – Está delicioso!

Mais uma vez, sem resposta.

— Sabe... – ela termina de comer – Acabei de lembrar quando nos conhecemos. Foi muito engraçado.

*** 10 anos atrás ***

— Corre! Ela está vindo! – grita um dos garotos, correndo – Rápido! Vamos!

— Volte aqui, seus moleques! – a garota corria, rapidamente, atrás deles – Quando eu pegar vocês... vão querer voltar para o útero de suas mães!

— Vamos! – eles correm, driblando e empurrando alguns aldeões da vila.

— Nina, por favor! Espere! – sua amiga, Katla, corria atrás dela – Nina!

A mesma não respondeu, pois estava focada na sua vingança.

— Vou pegar vocês!!!

Era verão, a estação favorita de Nina Lagertha. A garota esperava, ansiosamente, pela estação chega. Porém, quando chegou... não começou muito bem.

— Seus otários!!! – grita – Vocês vão pagar!

— Vai ter que nos pegar primeiro, baixinha! – alguns riram, outros preocupados com suas vidas.

Nina fica vermelha de raiva. Os rapazes pularam a cerca e continuaram à correr. A de cabelos castanhos aproximou-se do mesmo e tenta subir, mas, falha por causa de sua estatura.

No entanto, ela não desistiu. Segurou uma das tabuas e tentou subir, com muito esforço consegue. Mas, cai e rala o joelho.

— Você está bem, pequena? – perguntou, preocupado.

Irritada, ela levantou-se e empurrou-o para o chão.

— NÃO SOU PEQUENA!!! SE ME CHAMA DE PEQUENA DE NOVO! VOU TE BATER!!! – fechou o punho.

— O-Olha eu... – foi interrompido.

— Para onde eles foram?! GRRR... – zangada chuta algo, sem perceber que era uma pedra – AÍÍÍ!!! ODIN!!! – choraminga.

— Deixa te ajuda – menino, calmamente, levantou-se e aproximou-se.

— NÃO SE APROXIME! SE NÃO... – ela fez o gesto. Com medo, o mesmo se afasta.

— Nina! – a mesma olhou para trás, vendo a Katla correndo em sua direção – Você está bem?

— Sim, não se preocupe – a mesma assentiu até bater na sua cabeça – AÍÍ!!! O que foi isso?!

— NA PRÓXIMA VEZ QUE CORRE ATRÁS DE ALGUÉM, PODE TER CERTEZA QUE SERÁ MUITO PIOR! – gritou ela, assustando ambos.

— Mas...

— Nada de “mas”! – Nina fez bico – Agora precisamos cuidar desse ferimento!

Katla apontou para o joelho de sua amiga.

— Eu... eu posso ajuda – as meninas olharam para ele.

Nina sorriu irônica.

— Não precisamos de sua ajuda, mas obrigada. Aí, Katla!

Sua amiga, fortemente, pisa em seu pé. Ela olha zangada enquanto a outra dá de ombros.

— Aceitamos sua ajuda...

— Wolf, Lodin Wolf.

******

— Wolf? – deu uma risadinha – Eu rir tanto naquele dia! – ela segurava a mão dele – Desde, então, passei zoando com você. Todos os dias de chamava de “lobinho”.

Ela olha para o mesmo, que ainda dormia. Suspirou.

— Nunca pensei em ficar com alguém – fez carinho – Sério, nunca imaginei em namoro, casamento, ter filhos. Nada, nadinha mesmo! – olhou para o lado e cora – Até o dia da Colheita. O nosso primeiro beijo.

*** 6 anos atrás ***

As crianças corriam pelo campo enquanto os adultos preparavam-se para o dia da colheita. Ou Festival da Colheita, como preferiam, era o momento mais esperado pelo povo da Ilha do Norte. Além de celebrar os alimentos, celebramos aqueles que sacrificaram suas vidas para ajudar amigos e aliados também.

Nesse festival aconteciam danças, brincadeiras e desafios (que era feitos pelos garotos, secretamente, apostando quem ficaria com quem). Mas de resto eram muito boas, as melhores musicas eram tocadas e às vezes são repetidas. Ninguém nunca se enjoava.

— Vamos, Katla! – resmungou Nina – Termina logo isso, daqui a pouco, começa o festival!

— Fica calma, o festival só começará quando você cantar – disse enquanto fazia o penteado nela.

— Por isso mesmo! Do jeito que você demora o festival só começará daqui um século!

Katla revirou os olhos.

— Pronto já terminei! – disse enquanto a mesma olha o seu reflexo na água – Então?

Nina sorriu de orelha a orelha. O penteado era feito de coque cheios de tranças e usava uma coroa de flores, alguns fios estavam soltos, mas deixavam certo charme.

— Adorei!

— Meninas, vamos! – a mulher entra no quarto – Oh, meu amador Odin! Princesinha, como você está linda!

A jovem Lagertha cora.

— Obrigada, mãe!

— Sinto que hoje, você encontrará um partido finalmente! Que Odin ouve minhas preces!

— Mãe! Não preciso de um homem na minha vida – reclama Nina.

— Nunca se sabe amiga – diz Katla.

— Se depender de mim, se nunca vai acontecer! – cruzou os braços.

— Nunca diga nunca, meu bem – deu um beijo em sua testa – Agora, vamos!

As duas assentiram e foram para festival.

Nina subiu no palco improvisado e começou a cantar. Seus pais orgulhosos ao vê-la cantar com sua voz, graciosamente, à canção. Katla estava ao lado de Lodin, sorrindo enquanto o mesmo estava de boca aberta.

Aos poucos todos começaram a dançar enquanto a menina cantava. De vez em quando, Nina olhava de relance para ele que sorria radiante pra mesma até ser puxado para dançar. Lodin não tirava os olhos da pequena, como ele a chamava, mesmo dançando com outra garota. Ele amava aquela marrentinha!

O rapaz via dançando com o pai. Ela girava, dançava, cantava e sorria. Parecia um anjo. Naquele festival, naquele momento, Lodin tomou a decisão e não se arrependeria dela.

*******

— Lembro que você me chamou para conversa – disse – Você me levou para longe do festival, para o lugar onde nos conhecemos e... – deu sorrisinho – E você se declarou para mim. Claro que eu não acreditei de primeira! Mas, você não desistiu e continuou a fazer sua declaração – ela morde o lábio inferior – Então, você me beijou!

— Eu faria de novo! – Nina olhou-o assustada – Como vai pequena?

— Lodin? Lodin!!! – ela abraça-o – Você... você...

— Calma...

— Você é um idiota! Nunca mais faça isso comigo! – seus olhos estavam marejados – Não sabe como fiquei preocupada com você, idiota!

Lodin sorriu de lado.

— Nina...

— Idiota! Idiota! Idiota! Idiota! – Lodin abraçou-a, fortemente, ouvindo os choros dela – Eu te amo, seu idiota! Achei que... que você....

Ele afagou seu cabelo, carinhosamente.

— Mas estou aqui! – beijou a cabeça dela – Fiz a promessa à você e continuarei a cumprir, não importa como!

Ela fungou em seu peito.

— Eu te amo, minha pequena.

Lodin ergueu seu rosto.

— Eu te amo, seu idiota!

Ambos se beijaram, desesperados e apaixonados.

** Dia seguinte **

Mais um dia ensolarado em Berk, Astrid estava voltando para sua casa após do seu treino matinal. Como sempre. A jovem Hofferson abre a porta e entra.

— Cheguei! – nenhuma resposta.

A loura dá de ombros e caminha para cozinha, encontrando a Nina fazendo café.

— Oi.

— Oi, Astrid! – cumprimenta – Nem sabia que você tinha saído.

— Acordo cedo para fazer exercícios de manhã. Gosto de treinar! – diz enquanto pegava uma maçã – E você?

— Estou fazendo café. Finalmente, aquele idiota acordou e estou caprichando para ele comer bem!

Astrid concordou, sem entender muito bem. Pouco depois, o silencio reina até que...

— Você gosta dele? De verdade?

A Hofferson olhou-a confusa.

— Que?

— Ou tem alguma coisa que envolve ele?

— O que está querendo dizer? – Astrid franziu a testa.

Nina suspirou e olhou para loura.

— Se você REALMENTE gosta dele, tudo bem. Não irei de importunar! Se não, afasta-se dele e deixa-o ser feliz. Com quem merece!

Ela sai deixando a Astrid Hofferson para trás, sem reação.