No. 7 escrita por Himaku


Capítulo 2
A Rainha dos Tolos




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Shion passara por um episódio de extremo vazio existencial. Apesar de um corpo grande, se sentira novo, um recém-nascido, com o Mundo inteiro a sua volta para exercer sua pressão e ao mesmo tempo aguentar a dele. Não imaginaria que fosse passar por um segundo período de perda de memória. Não na condição em que estava. Quando foi avançando pelo corredor de um material desconhecido de cor azul-esverdeada que o levaria posteriormente a uma cabine pequena onde estaria um registrador — o homem registraria a entrada dos recém-chegados um por um em No. 7, assim como misteriosamente queria saber tudo o que cada sabia sobre si mesmo, o que levava Shion a pensar na hipótese de estar sendo manipulado mentalmente por algum tipo de entidade, mas rapidamente o esqueceu — repentinamente acordou em um quarto pequeno, na parte de cima de uma beliche, ainda praticamente dormindo.

O cômodo estava basicamente escuro sem contar a fresta em uma janela que ocupava quase toda a parede perpendicular a cama, à seus pés. Ele se sentiu nesse momento menos assustado, como se o próprio ambiente o confortasse, mas não tinha muita consciência. O que é isso agora? Tentou mexer um músculo, mas seu corpo não respondeu, como se fosse esmagado por várias pedras espalhadas por ele, e sua respiração tornou-se fraca a ponto do homem pensar no fato de estar sonhando ainda. A realidade era desmaterializada, e aos poucos Shion pode ver de pé próximo a beliche a figura de uma mulher — ou garota – brilhando ouro e sorrindo, seu fulgor iluminando todo aquele lugar e trazendo a Shion um sentimento de paz.

Shion, você me ouve? ela dizia, com uma voz elegante e serena.

Porém Shion não era capaz de se mexer e não conseguia responder ao chamado da entidade e aos poucos visualizou a própria mulher sentada sobre seu peito, era o que lhe impedia de se mexer. Mas o homem não sentia nada em relação a isso, na verdade sentia um pouco de estresse. Sim. A situação passou a se tornar estressante, mas aquela figura não parava de repetir Shion, Shion, Shion! e a única resposta que ele sentiria disposto a dar naquele momento era uma rejaição, precisava respirar para viver, não era mesmo? Contudo, a visão passou a se dissolver finalmente ao momento em que o adormecido recuperou a consciencia e passou a refletir mais sobre o que lhe passara: era até certo ponto assustador, inclusive pelo fato de suas perguntas aumentarem em quantidade, isso era óbvio. Percebia agora uma dor fraca na testa, provavelmente devia ter pressionado enquanto dormia, entretanto era tão irrelevante que a ignorou completamente. Seu pulso guardava uma pulseira eletrônica aparentemente de alta tecnologia e pensou sobre como aquilo funcionaria. E naquela hora, definitivamente desperto do sono, gastou seu tempo a perceber onde estava, novamente.

A ausência de muitos móveis no quarto o intrigou, havendo apenas uma mesa de madeira em frente a janela com um papel em sua superficie acompanhada de duas cadeiras do mesmo material e um armário metálico acoplado a parede na direção da cabeceira da beliche… beliche? Shion ficou surpreso por esse segundo de pensamento: alguém definitivamente estaria dividindo o quarto com ele, algo que provavelmente o ajudaria a encontrar alguma companhia naquela realidade, isso era bom, mas se decepcionou ao descobrir que qualquer seja essa pessoa, já havia saído do cômodo, a cama estava desarrumada e vazia.

Desceu, com as costas doloridas devido a extensa noite de sono. Sua mente voltou a funcionar e, claro, o artomentar novamente. O fato de estar em uma cidade aparentemente utópica em um quarto desconhecido e sua própria existência estar tão delgada era a sua tormenta. O desconhecido, mas ele já sabia bem disso. O que o atriaiu, provavelmente pois sentira que significaria uma boa oportunidade foi o pedaço de papel sobre a mesa proximo a janela, algo que parecia um bilhete. Notou também junto ao fragmento uma caneta fazendo-lhe companhia: for a escrito naquele lugar, provavelmente alguém com pressa, Shion percebia pela letra, ao se aproximar.

Ei, novato. Eu sou Hyoshi, sua companheira de quarto. Hm, quando você acordar, é provável que a peça do Eve já esteja prestes a começar, então pega um pão na cesta na bancada da portaria e vai correndo pra Rua 12, no último prédio, se forem 2 horas. Quando sair do predio, é só virar a esquerda e entrar na segunda rua a esquerda. Você não pode perder isso, serio mesmo. Fui.

Riu. A linguagem informal do texto o fez sentir mais acolhido, lembrou-se automaticamente de como a voz robótica do corredor havia o deixado tenso no momento. Atrás do bilhete, um ingresso. Hyoshi, provavelmente seria a sua primeira amiga no Mundo. Lembrou de Raposa e se quetsionou onde estava, cessando o pensamento com a conclusão de que provavelmente seria levado a um quarto semelhante ao que se situava, ficaria bem. Talvez tudo isso não fosse tão assustador assim, diante aquele momento, se tivesse amigos com quem pudesse conversar, passear e se divertir. Decidiu tal coisa como sua missão secundária no Mundo — a primária seria entendê-lo. Eve, eu devo ir ao Eve. Então pensou em checar as horas na sua pulseira, a qual provavelmente teria estampado a informação do horário e, quando decifrou como se usa, percebeu que o sol marcava 2 horas em ponto e partiu correndo pela porta metálica, com o aparelho em seus pulsos. Shion usava a mesma roupa branca de antes.

Com os pensamentos em quem poderia ser Hyoshi, sua idade, sua aparência e o mesmo para Eve, um suposto ator ou diretor pelo que pudera raciocinar, alcançou a portaria do prédio sem mesmo reparar em sua anatomia como órgão de sua nova suposta casa, pegou um pão na cesta próximo ao canto da bancada e saiu na rua. Desejava no fundo aquilo, seria seu refúgio dos pensamentos artomentadores, mas não é como se isso fosse uma falsa paz? Até que percebeu a realidade ao seu redor.

— Senhor! Senhor!

Os homens na portaria, provavelmente os recepcionistas, chamavam a atenção de Shion. Aparentemente deveria assinar alguns papéis e dar certas informações, o que é irônico pelo fato de não ter nenhuma das pedidas. O nome daquele edifício em questão era Holzer Tower e pelo que pudera ler — material bastante esclarescedor para um monte de contratos — abrigava recém-nascidos no Mundo por Elyurias (ainda não sabia o que isso significava) até que eles possam ter dinheiro para comprar sua propria morada pela cidade de No. 7, ainda um mistério para Shion. Recém-nascido por Elyurias era como se chamava, e como chamavam os outros 3 naquela fila de outrora? Um nome pouco convincente para o que realmente parecia ter acontecido, mas talvez ele seria capaz de se acostumar.

Durante o fluxo de imagens e pensamentos, acabou chegando automaticamente ao “último prédio” em questão: um enorme e imponente bloco de mármore com incrustações prateadas e esverdeadas no topo, formando símbolos. Um prédio com esse porte, No. 7 deve realmente ser muito rica, pensou, ao mesmo tempo que reparava no ambiente em sua volta, a tal Rua 12, qual seria o motivo de tal numeração? Era um beco parcialmente inclinado para cima, chegando ao 12° Teatro, como se chamava a construção de mármore, e movimentado, com pessoas andando em ambas as mãos: era uma rua fechada, sem carros, com árvores coníferas brotando sobre uma linha central que dividia a rua em duas. As arvores em si eram bonitas na visão de Shion mas o que mais o chamou foram os ornamentos áureos em sua constituição. A riqueza de No. 7 era vasta o bastante para decorar seres com vida, porém sem liberdade, isso era uma utopia para os humanos, e apenas a eles. No entanto, as horas passavam, entregou seu bilhete de entrada a um checador e entrou por um corredor escuro ao seu ambiente imaginado.

A peça mal começara mas por dentro, o teatro já era esplêndido: as paredes eram distribuidas artisticamente por folhas de vidro fatiado por ouro, de forma que o conjunto de folhas se dobrasse a medida que a altura aumentava. O palco tinha um estilo diferenciado, feito de madeira bruta cortada, com cortinas carmesim abertas revelando-o. As cortinas eram tão perfeitamente dobradas em si mesmo que davam a sensação de perfeito equilíbrio entre os lados, e isso agradou Shion, enquanto procurava o assento. M 15, M 15… Chegara, e ao ponto em que seu olhar desceu ao número da poltrona, cruzou com o de outro alguém, sentado ao lado. Os cabelos eram finos e um pouco desjeitados, loiro cinzento e o sorriso de boas vindas era largo, quase ocupando todo sue rosto pequeno. A beleza no gesto da garota Hyoshi hipnotizou Shion: ter comprado o ingresso e o receber de maneira tão gentil o fez corar por um momento breve, o vermelho em seu rosto representava a intensa vontade e desejo de fazer uma amizade.

— Olá, Shion — o tom era quase humorístico, porém baixo — Aceita se sentar ao meu lado?

Shion estava gostando daquilo.

— Claro, mas não é como se eu não pudesse sentar em outro lugar afinal…

— Mas imagine, imagine — interrompeu Hyoshi. — Eu poderia ter comprado o ingresso para o teatro errado e te deixado esperando lá, não seria engraçado?! Você tentaria achar a poltrona, mas ela taria ocupada e te tirariam de lá, e claro que você não poderia fazer nenhum escândalo…

— Calma, calma. — o diálogo estava acontecendo muito rapidamente ao ponto de Shion ainda mal ter assentado onde deveria. — Primeiro, como você soube o meu nome e segundo… — Pausa. Ele finalmente se jogou no assento. – Por que seria impossível fazer algum escândalo no teatro caso isso acontecesse?

Hyoshi acizentou-se. Sua expressão mudou de eufórica a confusa, uma transição a qual Shion bem entendia. Parecia ter visto seu ponto de conversação morrer com as palavras do locutor, entretanto esse aspecto específico era mal compreendido por ele: não entendia bem muito de conversações. Fez um esforço para lembrar Hyoshi da sua existência e da existência daquele diálogo, erguendo as sombrancelhas e chamando-a pelo nome de forma calma.

— Hy…oshi?

Voltou a si, ainda um pouco intrigada em seus olhos, como demosntravam.

— Talvez… Eu não sei a resposta. — respondeu-o finalmente, entre pausas simbólicas de tal incerteza. — Mas vamos considerar isso como se toda vez que você arranja confusão Elyurias te dá um tapa na bunda e manda você ficar quieto.

Novamente esse nome.

— Quem é Elyurias, afinal, Hyoshi? Eu sei que ela é uma deusa desse Mundo, mas por que… o que ela faz exatamente?

— O quê?! — uma expressão agressiva se formou em sua face, e Shion não gostava dela. — Como assim você não sabe quem é Elyurias, mesmo eu que sou uma retardada soube desde que eu nasci, pelo menos me explicaram durante a entrada em No. 7. Ela é a dona de tudo aqui basicamente. Olha aquela mosca, é dela, olha aquele ouro, é dela, olha o meu cabelo extremamente ruim que também é dela mas me faz questionar se realmente faria sentido uma entidade perfeita criar algo tão imperfeito, enfim, Elyurias é Elyurias. Apesar de eu ter curiosidade de saber como ela é, é só isso mesmo, ninguém escapa dessa linda!

— Então me diga já que você aparentemente ama essa mulher — falava com destreza e assertividade, talvez a primeira vez que tal característica passara por sua boca. Hyoshi havia o irritado com sua arrogância que contradizia tudo aquilo que demonstrara antes. Isso embaralhou Shion. — onde estão No 1, No 2, No 3, No 4, No 5 e No 6?

— Hm. Calma aí… Ei, não precisa vir com tudo, eu só tava sendo sarcástica. Eu nem tenho uma grande devoção por Elyurias mas existem aqueles que tem, então né… E as outras number cities, bem, não se sabe ao certo, mas se diz que eram cidades construídas nesse mesmo local em épocas diferentes, destruídas pelo seguinte imperador na ordem de 1 a 6.

— Como chegou onde está hoje? — a voz preservava assertividade apesar de mais calma. O tom perfeito para a comunicação.

— Bem, de acordo com a lenda, e isso é importante, Elyurias percebeu que mal estavam fazendo a essas terras e castigou o Imperador Sexto, construindo No 7 com seus ideais. Mas eu prefiro acreditar que o Imperador Sexto se tornou Elyurias e reformou No 6.

— Por quê?

— Por nenhum motivo, mas claro que as versões alternativas são bem melhores que as reais… Ei, olha! — Hyoshi apontou ao palco, onde uma mulher de cabelos azul escuro se situava, e começara a cantar uma canção. — É o Eve. Cala a boca que agora começou.

O Eve? Aquela mulher? O que isso significaria? Isso não importava mais no momento em que Shion reparou em sua beleza. Seus cabelos eram lisos e escorriam pelo rosto a partir de um chapéu de couro, sem aba, moldando a face e a bela expressão de tristeza em sua atuação. Usava um macacão cinza e um tênis surrado. Deitava no chão, apoiando-se a um poste apenas e extravazando todo seu sofrimento abraçando-se a ele. Shion não se encomodava pelo fato de ser um homem por trás do personagem, todavia pelo contrário o deixava ainda mais intrigado em tal beldade da tragédia. A peça se chamava “Rainha dos Tolos” e parecia ser um clássico no Mundo, e Eve a representava muito bem. Sua atuação era suave, com o líquido do prazer escorregando entre os dedos de uma mão fechada levemente e adentrando a realidade. Hipnotizou o cérebro de Shion e provavelmente seu coração: apaixonara-se pelo ator, mais que pelo próprio personagem. Poderia-se dizer que mal prestara atenção a música, mas fez questão de o fazer em seu momento mais crítico e emocional. Shion teve o seu primeiro encontro com a música e com a beleza, ao mesmo tempo.

Ainda que as sombras me atinjam,

Nunca esquecerei, daquele momento,

Apenas com raiva esqueço do tempo,

Em que a tola sucumbiu a morte

Me desfigurarei, me deseje sorte…

A melodia se afinou e o pianista mostrou seu último tom que pôs toda a plateia a gritar de emoção, entre aplausos e berros, e lágrimas… Sim, Shion chorara pela primeira vez, a sensação de água escorrendo pelo seu rosto remetia a ideia de uma nova vida surgindo, nascida da sua própria emoção. Ouviu Hyoshi rindo da sua condição, contudo não lhe deu nenhuma resposta, o silêncio o fez. Pela primeira vez, Shion se sentiu verdadeiramente feliz no mundo. Nada tiraria esse sentimento dele. Não ali.

A história teve que desacompanhar seus sentimentos e foi a frente. A Rainha dos Tolos nascera há 254 anos atrás, durante um regime político onde as mulheres eram escravizadas e serviam aos homens, os únicos cidadãos e governantes do Império Huluês. Tal sociedade de opressão e misoginia — ou talvez nem pudesse ser chamado disso, provavelmente se organizava visando explorar um grupo social apenas pelo benefício futuro e não pelo prazer presente — gerou caos, raiva, revolução, luta por direitos, guerras, assassinatos, perdas de desejos e esperanças ao futuro, suicídio, loucura. E assim nasceu ela, envolta pelo manto social posto pela mãe, ocultando a verdadeira situação política do império, gerando nela sempre uma sensação de injustiça e revolução. Talvez esse era o verdadeiro plano desde o início, ou talvez seja só a coincidenicia, mas caso fosse a primeira, a Rainha teria encontrado um destino de sentido irônico para com sua vida. Ao passar do tempo, foi percebendo o verdadeiro caos e a ausência dele, quando mulheres camuflavam a verdade para criar um circo de falsos truques, e notou a quebra da razão em sua época. A razão rega a semente da mente. A Rainha perdeu suas estruturas psiquicas, tornou-se uma caixa geradora de caos, até que, completamente disfigurada, propôs um plano as mulheres que estavam ao seu lado: matariam as submissas que não lutavam pelos seus direitos, suicidariam as próprias que lutavam e restaria apenas uma: a Rainha dos Tolos, ela realmente cometera um destino terrível — tolo. Declarou ao imperador que se não a libertassem, iria ela mesma tirar a vida própria. A Rainha fugiu então daquele inferno, com uma muda de planta morta nas costas.

No último ato, Eve voltou a cantar:

Mesmo atingida por sombras

Nunca esquecerei, daquele momento,

Estou com raiva e não esqueci do tempo

Em que a tola sucumbiu a morte,

Me desfigurei, me deseje sorte…

O público explodiu em aplausos, dessa vez mais forte do que outrora, berrando o nome do autor de tão bela performance. Eve parecia ser conhecido por toda No. 7 como um autêntico artista. Shion prendeu-se àquilo, aquela voz, os cabelos, mas a peça se acabara e as cortinas se fecharam. Hyoshi aparentemente já havia se levantado e esperava o companheiro de quarto na saída do 12° Teatro, contudo ele não dava-lhe valor naquele momento. Eve. Eve. Eve. Precisava vê-lo. Por algum motivo, necessitava de conversar com o ator, talvez fizesse outra amizade inesperada como a de Hyoshi ou talvez aprenderia coisas sobre o Mundo e sobre o próprio homem por trás do famoso misterioso. Quando apenas sobrara ele nas poltronas, soube que deveria entrar pela porta à esquerda do palco para alcançar o camarim, sim, ele iria fazê-lo, seu coração o comunicava dessa forma.

Trancada. Shion suspirou em seguida de um silêncio profundo de tristeza: era seu próprio feedback da situação, transtornado ao perceber que não alcançaria o ator tão cedo. Ao se virar, ouviu a porta em suas costas se abrirem em um som de sucção e um estrondo metálico. Sons de passos entraram pelo ouvido direito, conforme foi rodando a cabeça tentando por o indíviduo no seu campo de visão. Seu pescoço se estalou duas vezes, e concluiu o movimento com o corpo, em extrema ansiedade. Pensou na hipótese de ser algum tipo de guardião para o punir devido a tentaiva de entrada no camarim, porém isso for apenas sua mente caprichando os detalhes da possibilidade. O sujeito em questão era alto, com os cabelos presos azuis, as mechas fugitivas escorrendo pelo rosto suado, cuja expressão era de surpresa. Shion corou.

— EVE!


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