Meu Assassino Favorito escrita por Ruan


Capítulo 2
Capítulo ll


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, desculpem pela demora! Prometo me ajeitar essa semana e postar mais um capítulo :) Boa leituuura!



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Os corpos estão amontoados um em cima dos outros, espalhados pelo pequeno espaço ao redor do brinquedo.

Encaro os cadávares com certo repúdio. Não consigo acreditar que quinze vidas foram tíradas naquela noite, em um piscar de olhos. Por alguns segundos, imagino todos eles no barco giratório, apenas procurando pelo prazer de sentir a adrenalina fluir pelo sangue. Sorrindo, gargalhando, gritando, qualquer coisa do tipo, apenas para se divertir.

E em uma queda acidental decorida da falta de luz, tudo acaba. Planos se desfazem. Sonhos são perdidos e o coração para de bater. Os olhos sem vida de uma mulher parecem me fuzilar, arregalados. Policiais estão espalhados pelo local, recolhendo depoimento das testemunhas e principalmente, do responsável por controlar o brinquedo que causou tantas mortes em apenas uma noite.

A fita amarela cria uma barreira entre os curiosos e os mortos. Cruzo os braços e não é por culpa da rajada fria do vento. Rony está com os braços ao redor dos meus ombros, puxando-me para perto dele. De certa forma, sua companhia é reconfortadora.

Harry está afastado, enquanto é submetido a um interragátório por um dos oficiais. Lembro de ter corrido desesperada até eles quando sai da roda gigante, com medo de que os dois estivessem em meio aos cadáveres. Felizmente, encontrei Rony desmaiado e Harry encarando a cena horrível em meio a multidão das pessoas que corriam ou paravam para ver o que estava acontecendo.

Por sorte, meus amigos optaram por matar a fome e comprar algodão doce, desse modo, perdendo a vez no brinquedo.

Salvos pela fome do Rony. Literalmente.

– Não faz sentido. - digo, aflita.

– O que não faz sentido, Mione? - A voz do meu amigo está trêmula.

– Como é possível que a energia elétrica do parque tenham fim de uma hora para a outra? Eles deveriam ter um gerador de emergência, simples. E outra, como que as grades do kamikaze abriram sem alguém apertar no botão de comando?

–Kamikaze? – Rony pergunta, confuso. - É o nome da barca assasina?

– Sim - O brinquedo funciona como um pêndulo enquanto desenvolve velocidade para uma volta de 360°, está vendo? - aponto para a barca e faço um giro completo com o meu dedo indicador. - Além das grades, tem a proteção das cadeiras. É praticamente impossível que algo tenha assim tenha acontecido apenas por uma falta de energia.

Rony apenas afaga o meu braço e solta um longo suspiro. Sei que ele prefere não argumentar, pois sabe que não vou parar de pensar sobre o assunto e muito menos, falar sobre.

Vejo os oficiais, as pessoas curiosas, e principalmente, os corpos. De repente, ao sair da minha maré de pensamentos, sinto o cheiro ruim que começa a tomar conta do local. Meu estomago embrulha e sinto um gosto ruim na boca. É o cheiro vindo dos mortos, de carne entrando em decomposição.

Rapidamente, me desvencilo dos braços do meu amigo e corro para o mais longe possível da aglomeração. Com os passos apressados, não consigo procurar por um local adequeado para o que estava por vir e por isso, me escondo atrás do primeiro trailer que vejo e me ajoelho perto das britas, segurando os meus cabelos para o lado enquanto vomito tudo o que posso.

Ah, droga.

Sei que Rony não virá, uma vez que ele passa muito mau ao ver alguém cuspindo as tripas para fora.

– Parece que você não está muito bem.

Fico paralizada no lugar ao escutar os passos próximos demais. Imediatamente, identifico o dono da voz.

Draco.

– Saia daqui. - digo.

Em uma fração de segundos, ele está ajoelhado ao meu lado e por esguelha, consigo vislumbrar os olhos acinzentados voltados em minha direção. Tento controlar a crise, mas ela só piora e quando percebo, estou vomitando mais ainda. Lagrimas começam a escorrer pelos meus olhos e tenho vontade de desaparecer daquela cena vergonhosa. Por mais que eu queira, a cena dos corpos mortos não saem de minha cabeça e muito menos o cheiro de carne em decomposição. Fico tonta por alguns segundos, o que é o suficiente para apoiar minha mão em cima das pernas de Draco.

Fecho os meus olhos e conto até dez repetida vezes, inspirando e respirando. Me concentro no som das batidas do meu coração, que até então, causam uma sensação de desconforto nos meus ouvidos devido ao zunido descontrolado. Um, Dois, Três. Se acalme, não tem razão racíonal para passar mau. Quatro, Cinco, Seis. Eles já morreram, e nada do que você pode fazer poderá mudar isso. Sete, Oito, Nove. Se você está nessa situação, pense nos familiares das vitimas, que devem estar ainda pior. Dez.

Por fim, quando finalmente sinto o meu estomâgo mais leve, consigo respirar como uma pessoa normal. Devido as lágrimas que escaparam dos meus olhos, passo o dorso da mão nas bochechas e aproveito para limpar os meus lábios, caso haja algum vestígio indesejado do meu próprio vomito.

Suspiro profundamente e jogo os fios que atrapalham a minha visão para trás da cabeça e por esguelha, vislumbro o rosto branco do menino que insiste em me perseguir. Abaixo a cabeça e encontro a minha mão direito ao redor da coxa dele, procurando por apoio.

Ai, caramba! Penso, afastando-me rapidamente enquanto levato com um pulo.

– Você não vai me agradecer? – Draco não demora muito para se levantar. Em instantes, ele está em minha frente com os brazos cruzados e um sorriso ironico estampado no rosto.

– Não te pedi nada. – retruco, tentando passar por ele. Entretanto, o garoto acompanha o meu passo e e se coloca no meu caminho.

Mas que inferno.

Começo a ficar impaciente com as atitudes dele.

– Você deveria ser mais educada. – ele diz.

– E você deveria me deixar em paz, qual é o seu problema?

Ele se aproxima perigosamente e quando me dou conta, seus olhos se encontram muito próximos dos meus. Quando inspiro o ar, sinto que o hálito dele possui cheiro de menta. Mordo o lábio e mantenho o contato visual, transmitindo toda a coragem possível. Se ele tentasse qualquer coisa, bastava um chute no meio das pernas dele e talvez gritar por ajuda.

Meu coração acelera mais a cada segundo e não gosto disso.

– Tem algo curioso em você e estou tentando descobrir o que é – Draco fala baixo, porém, alto o bastante para eu escutar. Sua voz está rouca.

– Me faça um favor e pare de tentar. – Ergo uma das sobrancelhas. – Têm pessoas mortas por aqui, caso não tenha percebido.

Ele balança a cabeça para os lados.

– Exatamente. Estão mortos, já foram. Do que adianta ficar preocupada agora?

Recebo as palavras como se tivesse levado um tabefe na cara. Ele trabalha ali, deveria saber que algo não estava certo, que os fatos simplesmente não tinham conexão racional. E que papo é esse de que todos estão mortos e não adianta ficar preocupada? E as familias daquelas pessoas, como deveriam estar se sentindo nesse exato momento? Não podia ser possível que alguém pudesse ser tão frio.

– Fique longe de mim. - É tudo o que eu digo antes de passar por ele, furiosamente. Faço questão de bater meu ombro contra o seu braço.

Algo estava errado. E eu não iria parar até descobrir o quê.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Gostaram? Sim? Não? Com certeza?
Não deixem de comentar!
Quero agradecer a todas (os) que deixaram comentários no último/primeiro capítulo, isso me ajuda bastante, considerando o fato que me faz ter vontade de escrever mais ainda. Continuem assim.
Abraços, eu posto o próximo o mais rápido que eu conseguir (Estou em época de provas finais). Abraaaços



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