Meu Assassino Favorito escrita por Ruan


Capítulo 1
Capítulo l


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores! Essa é a minha primeira FanFic de Dramione, então, espero que gostem e comentem sempre, que prometo dar o meu melhor aqui. Boa leitura =)



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Encaro meu reflexo no espelho.

Por mais impressionante que possa parecer, estou usando um short jeans que deixa as minhas pernas incrivelmente brancas a mostra. Me sinto instantaneamente desconfortável. A regatta praticamente cola em minha pele por esse motivo, jogo uma camisa xadrez azul por cima para diminuir aquela sensação desagradável de me sentir muito exposta aos olhos alheios. Não gosto que fiquem me encarando. Em relação ao meu cabelo, suspiro de tanta frustração. Os cachos castanhos se encontram para todos os lados, e nada do que faço adianta para deixá-los como quero, em perfeita ordem.

Escorre algumas gotas de suor pela minha pele branca e a culpa é totalmente do clima seco da região. Rony havia me prometido que não faria tanto calor. Pelo visto, foi somente uma desculpa para que eu aceitasse passar as minhas férias naquele lugar. Diante do meu reflexo, a imagem da cama bagunçada é projetada logo atrás dos meus ombros, com vários livros espalhados por cima dos lençóis amarrotados. Eu deveria estar estudando nesse momento, pois minha entrevista para conseguir a bolsa universitária seria dali alguns dias.

– Hermione, vamos logos! - Rony grita da sala de estar.

– Já vou!

Me apresso em responder, calçando minhas sapatilhas um tanto desgastadas. Prometi aos meninos que iria acompanhá-los até o parque de diversão essa noite, ao invés de ficar trancafiada no quarto em companhia de Jane Austin ou Shakespeare. A literatura sempre foi minha melhor companhia.

Passo as mãos pelo meu cabelo e jogo os fios para o lado, na esperança de diminuir a sensação de calor. A casa de madeira não ajuda muito, sabe. A passos lentos, saio do pequeno cômodo e logo em seguida, encontro meus amigos encolhidos no sofá da sala, ambos com uma expressão de completo tédio e impaciência estampada no rosto. Rony é o mais alto, com cabelos ruivos e a pele praticamente albina. Ele tem sarda nas bochechas e o sorriso é largo, daqueles que te fazem querer sorrir de volta. Harry, por sua vez, é mais baixo e tem os fios de cabelo bem escuros. Os olhos verdes me analisam de cima a baixo.

– Definitivamente, nunca te vi vestida assim. - Ele sorri.

Me sinto um pouco desconfortável no lugar e o encaro, cofusa. Não sei se é uma espécie de elogio ou uma ofensa da parte dele. E sinceramente, não quero saber. Geralmente, gosto de me vestir com roupas um pouco formais e neutras, pois me faz sentir um pouco mais segura, sem contar que combina mais com o meu estilo. Entretanto, o clima seco me faz ter preguiça de usar minhas vestimentas habituais. Por isso, opto por me encaixar nos padrões da pequena cidade do Estados Unidos, com um população de nove mil habitantes e que me lembra remotamente um deserto. Rony conseguiu com que os seus pais lhe concedessem a casa de madeira dos seu avós já falecidos, para que pudesse passar as férias. E desse modo, ele acabou convidando Harry e eu, seus grandes amigos.

Essa noite, a programação consiste em ir até o parque e participar de todos os brinquedos possíveis, não importando o grau de perigo desses. Mordi o lábio ao pensar na corrente de adrenalina que meu corpo iria receber em meio de tanta diversão. Nunca gostei de me expor ao inevitável, sabe. Só consigo me sentir segura quanto sei o que me espera do outro lado. Quando conheço todos os pontos.

Rony e Harry são os meus melhores amigos desde a quinta série do ensino médio. Nunca gostei de andar muito com as meninas da minha idade, pois todas só sabiam falar sobre o garoto bonitinho da sala ou do quanto queriam comprar aquele vestido bonito da vitrine. Durante toda a minha adolescência e parte da infância, andei na companhia dos dois, em um perfeito trio. Vai ver por isso nunca arranjei um namorado. Nem os garotos uma namorada. E agora, em plena época de formatura, continuávamos encalhados. Na verdade, nunca me importei com tal fato. Talvez por não conseguir me imaginar como uma mãe de família, cuidando de uma casa. E muito menos, ter que dar satisfação dos meus afazeres para um homem.Vai ver, sou um pouco obcecada com meus estudos e minha futura carreira.

– Vamos? - É tudo o que eu digo em troca do comentário de Harry. Dou de ombros.

Imediatamente, os dois se levantam e os sigo para fora. Na varanda, olho para cima e dou de cara com uma lua incrivelmente cheia, com diversas estrelas brilhantes ao seu redor. A imagem é realmente bonita e tento captar aquele momento. Gosto de observar as nuvens se movimentando, atribuindo um efeito ainda mais magnífico para a cena. Pelo menos algo estava compensando aquele calor terrível. Vamos caminhando até o parque, pois é perto de onde estamos hospedados. Ao redor da casa dos avós de Rony, encontram-se alocadas outros imóveis, seguindo o mesmo padrão. Diversas famílias, ou amigos, como no meu caso, optam por passar o tempo de recesso ali. Mesmo com o calor infernal, sinto-me em paz, repondo as minhas energias. Sair um pouco da rotina me faz bem.

No caminho, Rony discute sobre o fato da sua irmã estar agindo de maneira estranha ultimamente. Ele afirma que a menina simplesmente não consegue ficar um dia inteiro sem que realize uma chamada de vídeo, a fim de verificar se o irmão está bem. E também, que comprou passagens um tanto caras apenas para passar alguns dias em nossa companhia. Tento consolá-lo, dizendo que ela só está com saudades. Entretanto, desconfio de alguma coisa. Desde quando uma irmã se preocupa tanto com o irmão? Rony é do tipo que não demonstra muito os sentimentos e Gina é do tipo que se magoa muito fácil com atitudes grosseiras. Geralmente, os dois discutem o tempo todo.

Não posso evitar de me sentir feliz pelo fato de ganhar uma companhia feminina por alguns dias. Rony e Harry são os meus melhores amigos e tenho um laço muito forte com os dois. Porém, têm assuntos que eles não conseguem compreender ao meu respeito, ou do universo feminino. Por exemplo, o fato de querer chorar e tomar sorvete quando estou triste ou irritada. Ou comer muito chocolate quando estou naqueles dias chatos de mulher. É complicado.

Ao me dar conta, estamos de frente para o parque de diversão. Tem uma grande placa na entrada, cujas letras vermelhas e espalhafatosas anunciam Carnival. As pessoas estão espalhadas pelo local, comendo algodão doce, maça do amor e até mesmo pipoca. O cheiro faz com que eu fique com muita fome. Vejo alguns palhaços, sorrindo enquanto brincam com fogo. Os brinquedos estão reluzindo devido ás luzes coloridas. Varro com os olhos todos eles, me interessando pela roda gigante. De lá, vou conseguir olhar para a cidade e pra o céu, que está incrivelmente bonito essa noite. Fico um pouco espantada com um barco que gira a trezentos e sessenta graus. As pessoas estão presas no banco por cintos de segurança e é como se uma jaula estivesse ao redor delas. Elas gritam de desespero e algumas choram. Decido que esse não é o tipo de diversão que quero.

Uma menina passa por mim e bate em meu ombro devido a pressa. Fico um pouco irritada pela movimentação afobada das pessoas.

– Vamos naquele barco! - Harry diz, todo animado.

– Não sei não... - Rony o contradiz, engolindo em seco. Por esguelha, encontro os olhos do garoto esbugalhados. - Por que não vamos naqueles pôneis ali?

– Vou na roda gigante. - Eu digo, confiante. - Vocês vêm?

Harry me diz que realmente quer ir no barco e Rony afirma que a roda gigante é alta demais. Por fim, dou as costas para os dois, deixando-os para trás. Não vejo sentido em ir num brinquedo que me fará ficar enjoada. Gosto de diversão, e não de passar mal. Rapidamente, sigo as placas que indicam com as flechas o lugar que devo ir para comprar o ingresso dos brinquedos. Me dirijo até um estabelecimento que me lembra uma capela e compro os meus tickets. Enquanto atravesso o parque, vejo vários casais. Os parceiros estão sorrindo um para o outro com aqueles olhos brilhantes. Outros, parecem estar brigados e fico irritada quando encontro uma menina falando com o seu namorado enquanto que ele está com os olhos fixos em outra garota que não para de encará-lo. Se você está com uma pessoa, qual o sentido de olhar para outras com segundas intenções?

A caminho da roda gigante, algo me chama a atenção. Mais especificamente, um menino. Ele está andando no meio da multidão, carregando o que me parece uma pilha de feno. No mínimo, trabalha para o parque. Ele não é muito alto, mas também não é de estatura baixa. Possui cabelo loiro um tanto comprido, cujos fios estão jogados para todos os lados, em uma desordem que lhe cai muito bem. Consigo distinguir a cor dos seus olhos, que são acinzentados. Os dentes brancos estão expostos em um sorriso tímido. Ele parece magro, mas os braços são um pouco definidos, pois consigo distinguir os músculos por de baixo da camisa branca. A barba está por fazer e isso lhe atribui um ar um tanto... bem, sexy. Antes que eu perceba que estou o encarando a algum tempo, os olhos verdes caem sobre mim e o garoto para no lugar. De repente, o clima não está tão seco e uma lufada de vento atinge meu rosto, jogando os fios para trás.

Imediatamente, desvio o olhar de sua atenção e praticamente corro para a roda gigante. Por algum motivo, sinto minhas bochechas quentes e certa dificuldade para respirar. Não sou de ficar encarando meninos por ai, até porque dificilmente alguém me chama atenção. Tento entender porque fiquei nervosa e não encontro motivos o suficiente para tal.

Quando chego ao meu destino, subo na plataforma da roda gigante através das escadas. Momentaneamente, entrego meu ingresso para o homem que o está recebendo. Não demoro muito para me sentar em um dos bancos e antes que eu consiga passar a grade de ferro ao meu redor, alguém se senta ao meu lado. Ótimo. Não quero dividir meu lugar com ninguém. Muito pelo contrário, quero ficar sozinha para poder curtir aquele tempo e refletir sobre algumas coisas.

Estou pronta para pedir para que a pessoa se retire, mesmo que pareça má educação da minha parte. Entretanto, ao olhar para lado, eu o encontro.

O menino dos olhos acinzentados.

Imediatamente, ele empurra a grade de ferro para baixo, e essa para com um rugido quando alcança a altura da minha cintura. E, lentamente, meus pés estão saindo do chão e o brinquedo está se movendo. Não sei se estou fazendo uma expressão feia, mas parece que sim. Minhas bochecha estão pegando fogo e cogito em me atirar dali. Penso novamente sobre e concluo que não faz sentido permitir que alguém estrague a minha diversão. Por alguma razão, não consigo tirar os olhos dele. Antes que eu perceba, solto um sorriso tímido.

– Qual o seu nome? - Ele pergunta. O sotaque dele soa incrivelmente bem e a voz é rouca.

– Hermione.

– Me chamo Draco.

Não sei o que dizer para ele e por essa razão, desvio o olhar. Percebo que estamos bem longe do chão e as pessoas se tornaram pequenos pontos pretos no chão. Minha atenção se volta para as estrelas e elas estão me cercando, brilhantes. Sinto que posso tocá-las, mas sei que é impossível. Escuto os murmúrios incessante das pessoas, bem como os gritos de desespero de algumas por culpa dos brinquedos um tanto radicais. Imagino Rony no barco, com uma expressão de horror estampado no rosto. Talvez ele chore, como na vez que lhe mostrei uma arranha. Não consigo me conter e solto uma risada leve.

– Está rindo de que? - Draco pergunta. Ao encará-lo, noto suas sobrancelhas erguidas.

– Nada.

Percebo que não estou sendo receptiva e não sei como mudar isso. Geralmente, gosto de falar bastante. Entretanto, não consigo pensar em nada para falar naquela ocasião. A situação é um pouco estranha, pois não faz sentido ele ter a atitude de se sentar comigo, levando em consideração que o encarei por alguns instantes.

Olho por de trás dos ombros dele e visualizo três estrelas, alinhadas perfeitamente uma em cima da outra.

– Está vendo aqueles três estrelas? - aponto com o dedo e ele olha na mesma direção. - É conhecida como a constelação das três irmãs. É realmente difícil de identificá-las. Temos sorte que o céu esteja limpo.

Por longos segundos, ficamos admirando as estrelas. Finalmente, a atenção do garoto cai em minha direção e fico aflita ao encarar aqueles olhos verdes.

– Você gosta de astrologia? - Draco me lança um olhar curioso.

– Sim. Mas prefiro literatura.

– Você não é daqui, certo?

– Não.

– Está passando as férias aqui?

– Por que está fazendo tantas perguntas? - rebati.

Não consigo me conter e quando percebo, as palavras saem de minha boca. Não gosto de ser questionada com perguntas ao meu respeito. Draco ergue uma das sobrancelhas e solta um sorriso torto. Inspiro o ar da noite e imediatamente, minhas narinas são preenchidas com um cheiro excêntrico de colônia. Ao mesmo tempo que é estranho, é bom e viciante.

– Vai ver eu queria saber mais sobre você. - ele diz e lentamente, abaixa o rosto, deixando-o na altura do meu.

– Vai ver eu não queira que você saiba sobre mim.

– Vai ver você é uma menina metida e que deveria saber agir educadamente com alguém que esteja sendo legal.

Estou pronta para dizer poucas e boas para aquele menino. Entretanto, meus pés voltam a tocar o chão e surpreendentemente, as luzes do parque se apagam e por alguns segundos, tudo fica em um completo silêncio meio perturbador. É como se o tempo estivesse parado. Tudo que ouço é a minha respiração irregular, bem como a do menino que está com o rosto em próximo do meu. O ar fica abafado e um tanto quente.

Finalmente, as luzes dos brinquedos ganham vida. Meus ouvidos são recebidos com o som de vários gritos. Dou de cara com os olhos cinza do menino e afasto meu rosto quase que imediatamente quando me dou conta da aproximidade.A gritaria não cessa e tenho o pressentimento que algo está errado. Tento me livrar da grade de ferro, empurrando-a para cima. Entretanto, não consigo e em um gesto de pura frustração, passo por de baixo daquela porcaria. Em seguida, vou até a escadaria da plataforma da roda gigante. Me dou conta que as pessoas estão correndo, algumas caem o chão e acabam sendo pisoteadas pelas outras. Os gritos de terror fazem os pelos da minha nuca se arrepiarem.

Olho para a direção do tumulto e meu coração quase para de funcionar. Sinto que meus pulmões estão esmagados dentro do peito e me sinto paralizada no lugar. Minha atenção está voltada para o brinquedo do barco, que está parado no topo. Entretanto, as pessoas não estão lá dentro. Isso porque a grade está aberta e os assentos estão desocupados, porque os passageiros estão espalhados pelo chão do parque, cobertos de sangue enquanto que algumas das partes do corpo se encontram contorcidas.

Eu grito e corro em direção dos cadáveres.

Tudo o que penso é em meus amigos.


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Notas finais do capítulo

GOSTARAM? SIM? NÃO? CLARO? TALVEZ?Enfim, deixem os seus comentários.Pretendo montar um cronograma de postagem dos capítulos, assim, consigo adaptar com a minha rotina (mega corrida) e não falto com vocês, o que acham?Deixem sua opinião, espero ansioso para ler o que vocês acharam. Já vou avisando que isso é só o começo, pois tenho algumas ideias bem loucas.Abraços!



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