Alex

Puta da vida. É como eu posso definir Júlia depois do encontro dela com Luci. Ela não estava falando coisa com coisa.

"Você pode se acalmar e me explicar o que aconteceu pra você chegar assim em casa?" Eu pergunto enquanto veja ela andando de um lado para o outro.

"Claro. A vadia que você comia, fez o favor de me parar na rua, dizer que vocês dois teriam a vida perfeita. Que você era dela." Ela diz gritando e ao seu lado vejo Thor assustado. "Ela teve a audácia de enfiar aquelas unhas nojentas no meu cachorro Alex."

Eu simplesmente não sei o que Luci tem na cabeça pra aparecer assim do nada. Será que ela está precisando de dinheiro? Se fosse isso ela iria me procurar, correto? Tento encontrar alguma resposta pra essa volta repentina de Luci na minha vida, mas não consigo entender.

"Querida, você precisa se acalmar." Eu digo indo em sua direção e levando-a até o sofá. "Se acalme pelo bebê." Eu passo a mão pela sua barriga. Ela me olha com os olhos tristes. A reta final da sua gravidez era pra ser só alegria, mas não, ta sendo esse estresse.

"Tudo bem, eu irei me acalmar. Mas eu preciso saber Alex, se eu terei que lidar com mais alguma ex maluca sua. Vou?"

"Não querida. Não irá." Eu beijo carinhosamente sua boca e ela retribui o beijo de forma apaixonada. Sua língua explora cada canto da minha boca. Nesse beijo ela esta derramando todo seu amor por mim. Ela está reafirmando sua posse.

"Eu te amo. Eu sou seu e sempre vou ser." Eu digo quando separo meus lábios dos seus. "Eu sou mais seu do que meu Julia, nunca esqueça disso."

"Eu te amo tanto Alex que dói, e eu morro de medo de te perder." Ela diz com a voz embargada e uma lágrima solitária desliza pela sua bochecha.

"Você nunca irá me perder." Eu digo e a beijo mais uma vez.

Depois de termos conversado, fomos limpar a barriguinha de Thor onde Luci havia arranhado e confesso que fiquei enfurecido com tudo isso. Depois da conversa que tivemos no meu escritor eu achei que ela deixaria a gente em paz. Eu até pensei que ela tivesse deixado o passado pra trás como eu fiz, mas pelo visto eu me enganei. Por que ela não me procurou antes de procurar Júlia? Será que ela queria apenas ameaçar? Eu não posso arriscar com ela. Eu não sei o que Luci está tramando. A vida da mulher que eu amo e a do meu filho estão em risco, e eu farei de tudo para protege-los.

Lembro-me que na época em que namorávamos, Luci tinha o temperamento diferente. Ela não aceitava que eu tivesse nenhuma amizade do sexo feminino. Era possessiva, e sempre arrumava briga no campus quando alguém me olhava, mas quando estávamos só nós dois, ela era outra pessoa. Carinhosa, amorosa, doce e gentil. Mas isso tudo morreu pra mim quando ela fez o que fez com Caden. Saio dos meus devaneios quando sinto Júlia se mexer. Estamos na sala vendo "Uma linda mulher", deve ser a vigésima vez que vejo esse filme só com ela, e em todas as vezes ela chora de soluçar quando o Edward se declara para sua amada. Mulheres.

"Chorando de novo querida?" Eu pergunto segurando a risada e beijando seu cabelo em seguida. Ela apenas concorda com a cabeça e limpa seu nariz na manga da blusa. Tão meiga.

Júlia

Depois da conversa que tive com Alex eu me senti mais segura. Eu sabia que ele me amava, ele fazia questão de demonstrar isso todos os dias. Mas eu sou uma mulher grávida, cheia de hormônios malignos, corpo em mudança total, eu tenho meus motivos para estar insegurança. Alex e Luci tiveram uma história, por mais que tenha acabado de um jeito errado, teve sentimentos, teve planos. E isso me deixa totalmente insegura e fora de mim. Hoje vou almoçar com Alex, estou com desejo de comer comida mexicana, e ele prontamente disse que me levaria no novo restaurante que abriu perto da empresa. Tão lindo meu noivo. Sorrio ao olhar a aliança em meu dedo, e rapidamente fico triste. Essa hora era pra eu ser a Sra. Ruppert, mas tive que cancelar tudo, mas foi por uma boa causa. Aliso a minha barriga e sinto Elizabeth se mexer. Seus movimentos são como asas de borboletas. Meu anjinho.

"Tudo por você meu amor." Eu digo acariciando minha barriga que já cresceu consideravelmente. E mais uma vez ela me responde se mexendo.

Lembro a primeira vez que Alex sentiu ela se mexer, foi um momento tão lindo. Estávamos na piscina, Alex e Thor brincando na beirada e eu deitada em uma das espreguiçadeiras, e do nada senti o movimento e rapidamente chamei por Alex, mas o movimento parou, porém, ele começou a conversar com ela e mais uma vez ela fez aqueles suaves movimentos. Como se quisesse mostrar ao papai que ela estava feliz por ele estar falando com ela. Alex chorou e me agradeceu por ter dado o melhor presente que ele poderia ganhar e mais uma vez me pediu perdão por ter sido tão idiota no início da gravidez. Deixo meus pensamentos de lado quando ouço o bip do meu celular e vejo que é uma mensagem de Alex confirmando nosso almoço.

"Estou mais certa do que os tacos querido. Te amo. Sua." Eu respondo brincalhona e corro pro closet pra me arrumar.

Alex

"Isso é inadmissível Charles! Não podemos começar uma obra sem antes assinar um contrato." Eu praticamente grito pra pessoa do outro lado do telefone.

"Mas Sr. Ruppert, nos disseram que o senhor e o Joshua já tinham dado um ok e que tudo poderia começar."

"Eu não trabalho com oks Charles. Essa porra é uma empresa séria." Eu digo e pressiono a ponte do meu nariz, sinto uma dor de cabeça vindo por aí. "Vocês querem acabar com a minha reputação. Dê o seu jeito, eu quero tudo certo até amanhã cedo. Eu te pago pra isso, não pra fazer merda." Eu digo e vejo um movimento na porta da minha sala e vejo Júlia entrando, tão linda. Ouço o que Charlie diz e desligo o telefone. Dia de merda, e a única coisa que pode fazer melhorar, acabou de chegar em minha sala.

"Oi querida" eu digo me levantando e indo em sua direção.

"Oi. Dia agitado?" Ela pergunta e me beija rapidamente, mas antes dela afastar sua boca da minha, eu aprofundo o beijo e quando nos afastamos, estamos ambos sem fôlego.

"Uau. O que foi isso?"

"Saudades meu amor." Eu digo e mais uma vez a beijo. Desço beijos molhados pelo seu pescoço e passo a língua pelo mesmo, sentindo seu gosto doce. Vejo os pelos do seu braço se arrepiarem, e eu já estou de pau duro. "Sabe qual é o meu desejo?" Eu pergunto mordendo o lóbulo da sua orelha.

"Qual?" Ela diz gemendo e esfrega seu corpo no meu. Eu sorrio.

"Te foder em cima dessa mesa. Ver o seu rosto corando enquanto eu faço você gozar. Ouvir você gritando o meu nome." Eu digo e mordo seu pescoço, minhas mãos descem pela sua bunda e eu bato na mesma e a geme sem pudor.

"Eu quero você Alex. Aqui. Agora." Ela pede necessitada e eu rio contra seu pescoço.

"Eu também querida. Veja como eu estou duro." Eu digo e levo sua mão até o meu pau e ela dá uma leve apertada me fazendo gemer. "Mas antes preciso te alimentar. Preciso de você com muita energia."

"Porque você faz isso?" Ela choraminga enquanto me afasto e dou a ela um sorriso de lado.

"Vamos. Comer. E depois eu como você de sobremesa." Eu digo pegando em sua mão e saindo da minha sala.

Julia

Frustrada, é assim que eu me sinto. Confesso que meu desejo de comer comida mexicana sumiu no momento em que Alex disse que queria me foder em sua mesa. Sim, meu desejo agora é: ser comida deliciosamente na mesa de trabalho do meu noivo. Sempre tive esse fetiche, igual a esses livros eróticos que lemos, onde o chefão e a secretária fazem sexo como dois animais, correndo risco de serem pegos por outros funcionários a qualquer momento. Só de pensar nisso sinto o meio das minhas pernas latejando. Tenho certeza que minha calcinha já deu perda total.

".... concorda querida?" Ouço Alex perguntar. Eu coro. Simplesmente me perdi em pensamentos eróticos e esqueci totalmente do que conversamos.

"Sim. Concordo." Eu finjo interesse.

"Júlia, você não prestou atenção em nada do que disse, né?" Ele pergunta com um sorriso irritante.

"Não. Estava ocupada demais fantasiando a foda na sua mesa" eu digo tomando um pouco da minha água e vejo seus olhos se arregalando e ele se mexendo desconfortavelmente na cadeira.

"Vamos embora." Ele diz e acena pro garçom pedindo a conta e eu comemoro internamente. E só consigo pensar em: SEXO. SEXO. SEXO.

Depois de passarmos em algumas lojinhas ao caminho da empresa, Alex e eu paramos no sinal pra atravessar e sinto um vento frio passar por mim. Estranho, o dia está ensolarado. Aperto a mão de Alex, ele me olha e sorrir. Vemos o sinal abrir e atravessamos a rua junto com os outros pedestres. Já estamos em frente a empresa quando vejo uma menininha vindo em minha direção sorrindo.

"Olá" ela diz e sorrir mostrando seus dentinhos de leite branquinhos.

"Oi pra você." Eu digo sorrindo e passando a mão pelos seus cabelos. Olho pro lado e vejo Alex me esperando na entrada da empresa. Aceno pra ele me esperar e ele concorda.

"Posso passar a mão na sua barriga?" A menina pergunta e eu aceno que sim. Lentamente ela leva suas pequenas mãozinhas e acaricia minha barriga e minha borboletinha faz graça se mexendo. A menina cai na gargalhada e somos interrompidas pelo som da voz de sua mãe lhe chamando.

"Alice, quantas vezes eu disse pra não sair do meu lado?" Ela briga com a pequena. "Me desculpe. Mas ela adora passar a mão em barriga de mulher grávida." A mãe da menina diz diretamente pra mim e dá um sorriso se desculpando e sai com a menina em direção a um carro. Eu aceno pras duas e sigo em direção a Alex. Porém tudo fica em câmera lenta. Quando estou chegando perto do meu amor, vejo um carro vindo em minha direção, vejo Alex correndo ao meu encontro e o carro fica cada vez mais perto. Minha única reação é proteger a minha barriga.

"JÚLIA. NÃO." É a última coisa que eu escuto Alex gritar, antes de um barulho ensurdecedor tomar conta do local e tudo ficar escuro.