The Journey escrita por Coffee


Capítulo 1
O início da jornada


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, pessoal... Espero que gostem! :D



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Esse era apenas um daqueles dias de uma rotina monótona em que eu acordava, prendia meu cabelo, colocava água em uma caneca e preparava um café amargo e forte. Tirava minhas roupas folgadas, tomava um banho quente e me enfiava novamente em uma trouxa de roupas folgadas demais para meu corpo, porém extremamente quentes e confortáveis.

Peguei meus óculos de armação preta encima de um livro que eu dormira lendo, e coloquei em minha bolsa para trabalhar, fechei meu apartamento e desci as escadas do quinto andar, já que o elevador nunca estava funcionando. Segundo o meu síndico, Sr. Murray, não tínhamos renda suficiente para arcar com isso, então há três anos, nesse mesmo horário, eu descia cinco lances de escadas. Quando cheguei ao térreo, acenei para o Sr.Grey, o recepcionista, e segui rumo as movimentadas e frias ruas de Nova York. O clima estava mais frio do que parecia, agradecia meus instintos por ter colocado uma das roupas mais quentes do meu guarda-roupa.

Esfreguei minhas mãos para provocar calor e avistei meu ateliê, um pequeno quartinho alugado na Parke’s Avenue. Assim que entro sou recebida por Astro,meu gato — que na verdade era Dexter, o gato da Sra. Lilian, a florista do bairro —, ronronando sobre meus pés em busca de alguma alimentação fácil, coloco um pouco de ração para felinos, e deixo minhas coisas encima do balcão.

Depois de tudo em seus conformes, coloco um pincel em meu cabelo e ligo em uma música dos antigos Cd’s de minha mãe.

Now I've had the time of my life, No, I never felt like this…”

Minhas mãos mexem sobre minha nova obra, produzindo uma silhueta.

“Yes, I swear it's the true, And I owe it all to you…”

[...]

Naveguei em minha paixão até sentir meu estômago reclamar pela falta de comida e perceber que já havia escurecido. Astro já havia trilhado o rumo de casa há um tempo, limpei minhas mãos que estavam cheias de argila e lavei meu rosto. Levantei e guardei tudo, indo em direção a um pub mais próximo para jantar. O lugar produzia uma música Country, e dentro estava extremamente quente, provavelmente por culpa do aquecedor.

A melodia me fazia recordar de Louisiana, a cidade onde fui criada desde pequena. Ah, como eu sentia falta do calor, das fogueiras de fim de tarde, dos banhos nos rios, mamãe e papai dançando no terraço... Apertava meu coração ter vindo embora, ter abandonado meus amigos e tudo que me lembrasse que um dia eu já morei lá. Acontece que desde a morte de minha mãe, as coisas não eram as mesmas, passei a jogar fora cartões de Natal, Ação de graças e principalmente, não atendo ligações. O que de certa maneira me ajuda a superar.

Meu pedido chegou me tirando dos meus devaneios e assim que terminei minha porção de batatas e cervejas diet, meu telefone apita em minha bolsa. Ignoro e presto atenção na música. Novamente meu celular apita, só que é um torpedo. Resolvo não olhar. Pago a conta e volto ao meu apartamento. Penduro meu casaco cheio de neve e tiro minhas galochas azuis. Embrulho-me no sofá e assisto Friends até pegar no sono.

[...]

Um barulho me tira do conforto do sofá e me faz acordar, o telefone tocando. Pela janela vejo que ainda está escuro. Esfrego meus olhos e noto que são quatro mensagens eletrônicas e todas do mesmo número. Decidi que iria ouvir e depois voltar a dormir, ou tentar.

“ Alô, Ash? Eu sei que não quer ser incomodada, mas por favor me retorne.”

“Ash, eu sei que você está aí, é importante.”

“ Asheley Boolwd atenda já essa ligação, não estou de brincadeira!”

“Ash, eu sei que não é bom dar esses avisos por uma secretária eletrônica mais eu e Todd estaremos aí pela manhã. Já que você se recusa a vir pra casa e não atende minhas ligações e de ninguém, aliás, espera — pausa para falar com alguém do outro lado — (Todd essa blusa não, pensei que tivesse me livrado, você pegou ela escondido nas roupas para doar de novo?) tudo bem, é só pra avisar que estaremos aí ás 8:00 a.m., esteja pronta.”

A voz de Paggie me fez rir enquanto digeria que minha melhor amiga me arrastaria para fora do meu quente apartamento em um sábado de manhã, resolvi me deitar novamente e tomar aspirina para futura dor de cabeça que amanhã seria.


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Notas finais do capítulo

Comente, não custa deixar um sorriso bocó na autora, né? :)



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