A conspiração escarlate escrita por Drafter


Capítulo 3
Os primeiros sinais




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Hiei cruzou a cidade para executar a ordem recebida com rapidez. O que é que estivesse o esperando no endereço, não deveria ser nada que fosse mantê-lo ocupado por muito tempo. Esse tipo de interferência de demônios no Mundo dos Humanos era comum e muitas vezes não passava de seres procurando confusão. Nada que não pudesse ser resolvido rapidamente. 

O endereço levava a um casarão antigo, de arquitetura ocidental, dois andares e janelas altas. Um portão de ferro enferrujado bloqueava a passagem. O lugar parecia deserto, e heras cresciam pelos muros da casa. Apesar da aparência desgastada pelo tempo, a mansão não parecia totalmente abandonada. Alguns sinais indicavam que havia sido visitada recentemente, como um caminho de pedras que levava à entrada da casa, visivelmente mais limpo do que o espaço ao redor. Algumas janelas também pareciam ter sido abertas recentemente, com marcas de dedos no vidro e no batente.

Hiei forçou o portão de ferro, que apesar de enferrujado, não cedeu. Um cadeado — novo, observou Hiei — o mantinha preso. Rapidamente ele pulou o muro de pedra que ladeava a mansão e caiu nos jardins da casa. O espaço era mal cuidado e a grama estava morta, já marrom e seca. Fora as ervas daninhas e a hera que tomava conta de algumas paredes e muros, todo o resto já parecia sem vida.

Ele se encaminhou até a entrada principal, também trancada. Não pensou duas vezes e arrombou a pesada porta de madeira, já de espada em punhos, preparado para o que viesse a encontrar.

Deu de cara com uma sala ampla, com detalhes extravagantes de uma época esquecida. Lustres e candelabros de prata adornavam o ambiente, e móveis de madeira de aparência clássica faziam parte da decoração. Hiei olhou rapidamente para os quadros de moldura rococó na parede. Todos continham retratos de pessoas em roupas elegantes, talvez dos antigos moradores da casa.

A sala estava silenciosa e escura. Uma grande escadaria à direita subia até o segundo andar, enquanto do lado esquerdo, uma passagem levava a um corredor estreito sem janelas. Decidiu seguir pela esquerda. Três portas — duas à direita e uma à esquerda — estavam espalhadas pelo corredor. Sem paciência, Hiei, percorreu toda a extensão e abriu cada uma delas em um gesto rápido, atento a possíveis movimentos ou ruídos. Todas as entradas davam para pequenos escritórios, com poucas mobílias. O maior deles, que tinha acesso pela segunda porta à direita, continha uma mesa de reunião no centro, algumas cadeiras em volta e um armário encostado na parede oposta a onde ele se encontrava. Ninguém à vista.

Rapidamente, Hiei retornou ao salão principal e observou a escadaria, os olhos subindo os degraus até o patamar superior. Em pulos rápidos e precisos avançou pela escada, alcançando o segundo andar. Ainda empunhando a espada, Hiei seguiu o labirinto de corredores e portas a sua frente.

(...)

Kuwabara imediatamente identificou a sala que havia visto pela janela. Os móveis quebrados e jogados desorganizadamente pelos cantos e o papel de parede manchado não deixavam dúvidas. A diferença, ele notou, era a ausência do maço de cigarros e do isqueiro na mesinha.

Eles correram pelo corredor na expectativa de achar o dono dos objetos. O apartamento era pequeno, apenas com um quarto, uma cozinha apertada e um banheiro menor ainda. O quarto, com uma cama dobrável e uma cômoda descascada, estava vazio, assim como os demais cômodos. Não havia mais ninguém no apartamento. O ambiente parecia completamente abandonado. E a julgar pela sujeira aparente, há muitos anos.

— Não é possível, ele estava aqui agora há pouco! — exclamou Kuwabara.

— Talvez haja alguma saída pelos fundos do prédio — ponderou Yusuke — Vamos, não podemos perder tempo aqui!

— Espera! — Kuwabara se debruçou na janela, apertando os olhos para tentar enxergar melhor à distância. Subitamente, avistou uma figura de casaco marrom e chapéu enfiado na cabeça saindo da travessa pela direita — É ele! E está indo embora, vamos!

Sem pensar duas vezes, os dois pularam a janela da sala em direção à calçada. Yusuke saiu na frente, correndo na direção indicada pelo amigo. O beco acabava em uma rua pequena transversal, de pouco movimento. Apenas meia dúzia de pessoas passavam a pé naquele momento, nenhuma delas com a descrição do sujeito. A rua seguia até uma movimentada avenida à esquerda, e à outra ruela, também de menor movimento, à direita. Olharam confusos sem saber qual direção seguir. Já não sentiam mais a mesma forte energia de antes para guiá-los.

Era como se o suspeito houvesse desaparecido.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pelo capítulo excessivamente curto T.T
Compenso (um pouquinho) no próximo, com a primeira (de muitas) cena de ação o/