You escrita por PepitaPocket


Capítulo 22
Lágrimas de Orihime




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Tatsuki saíra com um cabo de vassoura em mãos, lamentando não ter conseguido cumprir sua intenção de ficar na sua o quanto desse.

Mas, Orihime lhe mandara mensagem aos prantos, e não estava falando coisa com coisa ao telefone.

— Hime, estou entrando. – Tatsuki dissera com certa desconfiança ao notar que a porta estava entreaberta, e havia um vaso quebrado no chão e algumas gotas de sangue pelo chão, o que desesperou Tatsuki, por um instante.

Mas, logo o desespero deu lugar ao mais absoluto espanto, quando ela se deparara com Orihime enrolando por inteiro alguém com ataduras e esparadrapo.

— Céus, o que está acontecendo aqui. – Tatsuki se manifestou com  a vassoura em pé, pronta para agredir o sujeito, que poderia estar usando alguma técnica secreta de imobilização.

— Céus, baixa isso... Tatsuki! – Orihime, assim que se virou só não caiu de novo no chão, porque Uryuu a segurou bem a tempo, mesmo que ele não conseguisse enxergar nada, com a cabeça enrolada daquele jeito.

— Tem certeza que está tudo bem? – Arisawa perguntou ainda incerta se deveria ouvir sua amiga, ou agir por sua própria conta e risco.

— Enquanto todo mundo a minha volta, continuar agindo como desmiolados sem cérebro, EU NÃO VOU FICAR BEM, TÁ LEGAL? – Orihime dissera se debulhando em lágrimas e fazendo sua amiga largar a vassoura, estrondosamente no chão.

O que deixou Uryuu aliviado, pois ele não queria mais uma pancada, e olha que a dor nem era seu maior problema e sim aquele desastre de enfermeira, que atendia pelo nome de Inoue Orihime.

Já  Tatsuki ficou preocupada com as lágrimas de sua amiga, e com a frustração em seu rosto, pois ela sabia que havia algo perturbando-a para ela está a perturbando daquele jeito.

— Mas, o que aconteceu? – Tatsuki perguntou um pouco confusa, até que deu uma boa olhada no ser enrolado, e ficou estática no mesmo lugar. – Por Kami-sama, é você ISHIDA?

A personal trainer quis saber, mal conseguindo segurar o queixo prestes a cair de surpresa.

— Ichigo. – Os dois disseram em uníssono, o que deixou Arisawa um pouco confusa de começo, mas logo seus botões começaram a se juntar e fazer sentido.

— É um ogro, maldito. – Tatsuki dissera, depois de Orihime conduzir Uryuu que estava com a cabeça, e os dois braços enrolados, exageradamente, conseguido respirar por um milagre inexplicável, já que nem o nariz estava de fora.

— Se eu o encontro, eu juro que... – Os punhos da morena chegaram a estalar tamanha força com a qual ela os cerrara.

— Já chega de violência, por favor, Tatsuki-chan. – Orihime dissera com a voz baixa, parecendo estranhamente abatida.

E, ela estava. E, de novo aquela era uma visão inusitada, para ambos, em especial Tatsuki que ficara vermelha de constrangimento, ao mesmo tempo que a cabeça de Uryuu era enfim desenfaixada.

E, os olhos dois se cruzaram, e a garota sentia que não conseguia encará-la, porque seu olhar caia sobre os lábios do bioquímico, e a lembrança vivida e constrangedora dele a beijando.

Frustrada, ela se afastou dele, mesmo com suas mãos coçando para ajudá-lo de alguma maneira.

Ela sentia que era bem feito ele estar com a cara daquele jeito. A única coisa que a enfurecia, era o Ichigo ter chegado na sua frente e ter feito um serviço que era dela.

— Hm. Acho que os dois precisam conversar. – Orihime dissera repentinamente, fazendo com que Tatsuki fuzilasse sua amiga com o olhar.

“O que aquela maluca estava pensando, com isso de “vocês precisam conversar”? – Depois de tudo, era mais que evidente que ela tinha de se afastar de Uryuu que estava iludido achando que as coisas haviam se encerrado assim, em um estalar de dedos com sua ex-namorada.

— Eu realmente lamento, por Karin. – Orihime dissera dando de ombros, se sentindo um tanto cretina por estar prestes a falar o que iria falar. – Mas, seria pior Ishida-san continuar com ela, olhando para você do jeito que ele olhava.

Orihime dissera vermelha como um tomate, e fazendo com que Tatsuki se sentisse sem fôlego, por até sua amiga sempre tão avoada e distraída ter percebido algo que...

— Era quase tangível de tão óbvio. – Como se fosse telepata, Orihime dissera praticamente a mesma coisa que a personal trainer tinha pensado, para sua total surpresa.

— Orihime, eu acho... – Tatsuki nem teve tempo para dizer nada, pois Orihime se afastou para deitar-se em sua cama, e abraçar-se em sua almofada favorita, para mais uma vez chorar sozinha.

Desse modo, Uryuu e Tatsuki ficaram sozinhos.

E, ela mal conseguia encará-lo, pois Ichigo havia feito um bom estrago no seu rosto, e aquelas marcas para Arisawa eram como provas irrefutáveis de seus erros.

Mas, como evitar algo que se está louco para fazer?

...

Ichigo ficou tão aturdido com o toque o beijo que ele acabou demorando a reagir. Mas, quando o fez ele segurou sua ex-namorada pelos ombros e a afastou com certa brusquidão.

— Ui, alguém está zangadinho. – Senna caíra na risada, não se abalando com a aparente irritação de Ichigo, porque geralmente não passava de tempestade em copo d’água.

Mas, o modo como ele a olhou a fez praticamente engolir o riso, porque ela nunca o vira encarando-a com tanta irritação.

— Senna, o que você faz aqui? – Ichigo perguntou não entendendo sua falta de sorte de ter encontrado justamente sua ex ali.

Aliás, engraçado que há algumas semanas, ele daria o braço para que isso acontecesse, mas agora que ele já nem ligava a mínima para isto, acontecia.

O destino só poderia estar tirando uma com a cara dele.

— Cheguei de Paris, semana passada. E, te procurei no seu antigo endereço e não te encontrei. A idiota de sua irmã não responde minhas mensagens, então resolvi vir aqui para ver se te achava.

Ela falou com uma naturalidade espantosa, enquanto Ichigo tentava registrar o detalhe de que Karin esteve em contato com Senna, por um tempo que ele não sabia precisar.

Mas, de novo ele não se importou com isso... A garota diante de si continuava tão linda como sempre. Ela havia cortado seus cabelos lisos e roxos, em um Chanel mais curto e desfiado. Seus olhos castanhos claros, pareciam ainda mais expressivos por conta do delineador.

E ela estava usando a mesma calça jeans de cintura alta, uma blusa e um cardigan, enquanto ela se equilibrava em cima de uma sandália de bico fino.

Sexy e elegante, ele quase entendia porque foi que se apaixonou por ela.

Mas, o que ele tem vivido com Orihime, tem lhe trazido uma interpretação totalmente nova e diferente dos fatos.

— Que foi? – Ela perguntou não se abalando com a aparente frieza dele. Em sua visão, ele estava apenas fazendo jogo duro, mas bastaria ela tirar a calcinha, para que ele caísse de amores por ela de novo. Tem sido assim, desde o começo.

— Você ainda pergunta? – Ele quis saber enquanto deslizava as mãos pelos cabelos tentando inutilmente se acalmar. – Cara, você sumiu de uma hora para a outra.

Ichigo disse com fúria, enquanto a encarava diretamente nos olhos.

—Desculpe, por isso Ichigo. – Ela falou parecendo momentaneamente envergonhada. Mas, isso foi um instante apenas, antes de seu semblante ser tomado pela indiferença novamente. – Mas, a idiota da minha irmã ia se casar com o Kuchiki. E, só por isso minha mãe ia declará-la como sua sucessora, dá para acreditar? Aquela sangue ruim adotada, ia delapidar todo MEU patrimônio!

Senna disse como se o que ela estava dizendo fosse justificar toda sua ausência naqueles dois anos.

Ele sabia que ela tinha uma relação difícil com sua mãe Yoruichi Shihouin, que era ex-esposa de Urahara. Mas, este não sabia nem o paradeiro de sua ex-mulher quem dirá de suas filhas.

Ela era mãe de Senna, com um outro magnata ricaço de nome Shunsui Kyoraku. E, em seus temos como modelo, Yoruichi havia adotado uma menina na Indonésia, a qual Senna nunca aceitou, apenas por ser adotada.

Mas, Shaolin sempre foi a favorita de sua mãe, que sempre confiou mais nela, para dirigir o imenso patrimônio de sua família, e olhando para Senna, Kurosaki entendia a razão.

— SIM, Senna. – Mas, você ficou DOIS ANOS sem nem mandar notícia, entende o que é isso? – Ichigo dissera se controlando, para não gritar ainda mais alto, mas tudo que a garota fizera fora rir, como se suas ações nos últimos tempos não tivessem sido praticamente nada.

— Esse é o nosso lugar, lembra? Foi aqui que nós fizemos amor pela primeira vez. – Ela disse com as bochechas rubras, e piscando os cílios de um modo que anteriormente ele não reagir, mas tudo mudou, e apenas Senna parecia não ter se dado por conta disto.

— O que eu lembro é todas as vezes que vim aqui, a tua procura e não te encontrei. – Ichigo dissera rancoroso.

— E, você continua vindo. – Ela sorriu de orelha a orelha, fazendo com que Ichigo sentisse seu rosto avermelhar, quase da cor de seu cabelo, pois não foi essa ideia que ele quis transparecer.

A ideia de que estava a esperando. Pensando bem, ele esteve, até Orihime aparecer, e ele sempre teve certo receio de estar confundindo as coisas, mas ali frente a frente com Senna, enfim... Ele via que não tinha erro.

— Não seja idiota... Não sinto mais nada por você. – Ele falou com frieza e a encarando com tanto desdém que ela enfim, percebeu que ele parecia estar falando sério.

— É claro que sente. – Ela disse fazendo uma expressão arrogante, típica de quem estava acostumada a ter tudo o que sempre quis, na hora que bem entendesse. – Só está zangadinho, porque é egoísta para não e entender o meu lado.

Ela disse em tom choroso, pondo-se em uma posição de vítima. Em outros tempos, Ichigo agia como um bom bobalhão e sempre recuava em seus questionamentos, porque ficava com receio de perde-la, ao pressioná-la.

Mas, foi justamente isso que aconteceu. Ele a perdeu, talvez por não ter sido mais impositivo e ter se deixado levar por todos os caprichos dela.

— NÃO, Senna. Eu te amei muito, tanto que fiquei te esperando por quase dois anos, seu retorno. Mas, não aconteceu.

— MENTIRA. – Ela disse quebrando a distância entre eles e segurando a camiseta azul marinho que ele estava usando, com a ponta dos dedos. – Você ME AMA. Só está zangado.

— Para de ficar repetindo a mesma coisa garota. Parece um disco arranhado. – Ele disse a fuzilando com o olhar. – Eu já disse que te esperei até...

— Até o que? – Ele parou de falar justamente porque não queria envolver Orihime naquilo. Seu problema era com Senna, e não com a garota que atualmente tinha lhe tomado a chave verdadeira de seu coração.

Sim, verdadeira. Porque estando ali na frente de Senna, ela não poderia lhe parecer mais estranha e distante, do que aquilo.

O máximo que ele conseguia se questionar é “o que foi que ele viu nela?”

Nem ele sabia, mas fosse o que fosse, aquele encanto havia acabado.

Apesar de Senna não querer entender no que estava se passando, ela certamente ainda o estava confundindo com seu brinquedinho de tempos atrás.

— Vai me dizer que arranjou outra? – Ela perguntou com certa ironia, como se o detalhe de Ichigo arranjar um outro alguém lhe parecesse absurdo.

— Senna. – Ele falou o nome da garota entredentes. – Se eu continuo vindo aqui, é porque gosto do lugar, não tem nada a ver com você.

— Nem se eu fizer isso? – Ela perguntou com um sorriso desdenhoso, enquanto ficava na ponta dos pés, para capturar os lábios do rapaz, que ficou ali inerte, enquanto ela tentava dominá-lo através do beijo.

Foi o modo silencioso, que ele encontrou para demonstrar que nem suas carícias o afetavam mais.

No entanto, Rangiku que passava por ali, na companhia de Rukia, teve sua atenção chamada pela mais baixa, que apontou escandalizada para Ichigo e Senna...

— Aquele não é Ichigo? – Rukia perguntou chocada, ao perceber que ele estava “aos beijos” justamente com... – E não é a Senna ali?

A outra voltou a perguntar ainda mais escandalizada com o que estava vendo.

— Achei que ele estivesse com a Orihime. – Rukia comentou ainda com indignação, então Rangiku pegara seu Iphone X novinho e sem pensar duas vezes mirara a câmera, na direção daqueles dois safados.

— Se depender de mim, não vai mais. – Rangiku dissera tirando a foto, e abrindo seu mensageiro, para enviar a ruivinha, como um gesto de solidariedade feminina.

E, foi assim que pela segunda vez, em um único dia uma mensagem embaralhara a vida amorosa de alguém.

E, começou quando Orihime abriu seu mensageiro, achando que era Ichigo, agora mais calmo. Mas, para sua total decepção era uma imagem enviada, por Matsumoto.

E, foi justamente essa imagem que viera a tona todas as lágrimas que ela estava prendendo.

Seu sonho amoroso chegara ao fim.


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