Four Motivations escrita por Milly Malfoy


Capítulo 2
Motivo ll -Animal I Have Become (Bullying)


Notas iniciais do capítulo

A música sitada neste capítulo não me pertece.
Boa leitura.



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Observou o tom escarlate que saia de suas veias, lembrava muito os olhos de Damien. Então se lembrou do dia em que começara a se cortar.

Foi o dia em que o Bullying subiu de patamar.

–--------------------Motivo 2 Bullying

Dói. Dói se lembrar. Doi saber que sentia falta dos cuspes, de ser trancado em armários, de toda a agressão verbal, e humilhação por causa do seu sotaque francês-britânico.

Ele tinha dezesseis anos nessa época. Mais ou menos um ano depois de Damien ter ido embora sem ao menos deixar Pip lhe dizer...seja lá o que for que Pip tinha a lhe dizer. Por que nem o próprio sabia exatamente o que era.

Ele estava saindo do ginásio de educação física.Ele fora o último a sair pois se ofereceu ao professor para recolher as bolas da quadra. Estava sendo um dia bom até então. As duas primeiras aulas foram história, onde praticamente todos os alunos dormem,sendo assim ninguém para ficar lhe tacando bolhinhas ou passando bilhetes com insultos que ele aprendera a não se importar. No almoço apenas lanchou sozinho. Ninguém tentou derramar uma caixinha de suco em sua cabeça, ou botou o pé em sua frente para ele cair e derrubar a bandeja de comida. Nas outras aulas ninguém tentou puxar sua boina e encher de cola, nem ao menos uma piadinha sequer, parecia que tinham se esquecido da existência do loiro, o que para ele não podia existir nada melhor. Para melhorara as ultimas aulas eram educação física. Duas aulas seguidas de queimada, foi o professor que dividiu os times para aumentar ainda mais alegria de Pip,poupando-o de ser o último a ser escolhido, apesar do mesmo ser ótimo em queimada. Era a única coisa que Pip era realmente bom.

Após a aula acabar Pip recolheu as bolas de queimada e saiu do ginásio, foi para o vestiário, trocou as roupas e reuniu suas coisas e se dirigiu a saída da escola. Percebeu que demorara demais para recolher as bolas de queimada, pois eram pouquíssimas as pessoas que ainda restará na escola.Aparentemente até os ônibus escolares já partiram, o que para Pip era um alivio ainda maior afinal ELES iam para casa de ônibus.

Esse alivio não durou muito pois Pip começou a ter a sensação de ser seguido.

Quando estava passando por um estacionamento que ficava dois quarterões do pátio da escola, Pip sentiu ser golpeado na cabeça por algo que ele não se deu o trabalho de saber oque.

–Ora, ora..- Phiilip sentiu um arrepio da espinha ao reconhecer a voz rouca e nojenta de Eric Cartman-Se não é o francesinho de merda! O que faz num lugar como esse ?

–Eric. Eu que lhe pergunto. O que faz aqui sendo que seu ônibus já partiu -Pip ainda não sabe como teve a audácia de responder olhando diretamente para o gordo, numa circunstância como essa.

O gordo crispou os lábios irritado, devendo estar pensando o mesmo que o loiro e preparou um soco até ser interrompido.

–Cara vamos logo, vamos perder o filme!- disse a voz indiferente de Stanley March, que retirou as mãos do bolso balançando um ingresso para provavelmente um filme de Terrance e Phillip, que apesar de ser infantil para idade deles, nunca deixaram de gostar.

–É Cartman vamos deixa ele aí! –Apoiou Kyle Broflovski também impaciente com a atitude do gordo.

Kenny também disse algo, que foi abafado pelo capuz de seu enorme casaco, mas também parecia impaciente.

–Calma galera..-fez uma pausa dirigindo um olhar psicótico ao ‘’francês’’- temos tempo..

–O que vocês estão fazendo? – perguntou uma voz nasal tão indiferente quanto a de Stanley, o o loiro ficou com esperança de ser alguém que o ajudaria, porém sua esperança morreu instantaneamente ao ver que se tratava de Craig e sua gangue.

–Craig! –indagou Cartman-Meu velho amigo-continuou ironicamente-pode nos ajudar a dar aqui-completou finalmente voltando a encarar o francês-britânico que se encolheu levemente, apesar de não deixar de encara-los em nenhum momento.

Mesmo depois deles jogarem uma pedra no vidro de um carro.

Nem mesmo depois de eles usarem os cacos de vidro para perfura-lo.

Nem mesmo depois de vê-los se afastarem correndo por medo que alguém viesse por causa do alarme.

–-----------------------------------------------

Pip afundou novamente a lâmina no braço, graças a essa lembrança.

Pip até esse dia tinha pavor de sangue. Ainda mais de seu próprio sangue.

Não que ele não tivesse pensado em acabar com tudo, mas pensava de outra maneira que não envolvesse cortes...como uma overdose, mas essa ideia logo foi descartada a lembrar que não possuía dinheiro pra remédio nenhum.Muito menos em grande quantidade.

Ele perdeu seu medo de sangue graças a esse dia. Depois da turma de Cartman e da Craig o deixarem lá prestes a ter uma hemorragia, ele nem sabe como reuniu forças para ir para casa.

Nem se lembra direito quando chegou em casa, suas lembraças desse dia ficaram meio embaçadas provavelmente pela falta de sangue, mas chegou, isso que importa. Correu para o banheiro para lavar o ferimento mais grave, que era um enorme e profundo corte no antebraço, enquanto rasgava um pouco de seu pullover vermelho para servir de bandagens porém parou no meio do processo. Por uma razão que ele não sabe qual, talvez a perda de sangue tenha o afetado demais e o deixado louco, mas ele não conseguia parar de observar seus sangue escorrendo para o ralo da pia e se sentir mais calmo. E em vez de estancar o corte, usou um pouco do caco de vidro que ainda estava preso em sua carne para aprofundar o corte.

Então ele sentiu algo que nunca sentirá antes.

Ódio.

Ódio de todos aqueles que fizeram-o sofrer.

Ódio de todos aqueles que não moveram um músculo para evitar que ele sofresse.

Ele observou o sangue que escorria sem parar, como se imaginasse, com prazer, que aquele fosse o sangue de todos que agora odiava.

Sentiu-se momentaneamente um animal, sacudiu a cabeça afastando esses pesamentos odiosos de si.

Não poderia sentir isso.

Passou sua vida toda sendo tolerante e não seria agora que se desfazeria de seus príncipios.

Sentiu-se um animal, e com vergonha de si mesmo.

Ele sabia que evitar que ele sofresse era como evitar o inevitável. Aparentava que Pip nasceu com esse mesmo e único próposito.

Encarando a realidade, afundou mais uma última vez o pedaço de vidro em seu braço.

E de novo veio o alivio...

–--------

Dessa vez uma lágrima teimosa não vacilou, e escorreu pela bocheca de Pip.

Phillip observou o segundo corte em seu antebraço para então descer os olhos para o terceiro...ah o terceiro. Um corte que parecia estar mais cicatrizado que os demais, pelo motivo de ser gerado de uma antiga cicatriz e por não ter sido aberto a tempo.

O terceiro corte tinha nome.

Ele o chamava de Estella.

..........................

Pip ainda deitado em sua banheira, moveu um dos braços para trocar a estação do rádio...

I can't escape this hell

So many times I've tried

But I'm still caged inside

Somebody get me through this nightmare

I can't control myself

So what if you can see the darkest side of me?

No one would ever change

This animal I have become

Help me believe it's not the real me

Somebody help me tame his animal

This animal, this animal

I can't escape myself

I can't escape myself

So many times I've lied

So many times I've lied

But there's still rage inside

Somebody get me through this nightmare

I can't control myself

So what if you can see the darkest side of me?

No one would ever change

This animal I have become

Help me believe it's not the real me

Somebody help me tame

This animal I have become

Help me believe it's not the real me

Somebody help me tame this animal

Somebody help me through this nightmare

I can't control myself

Somebody wake me from this nightmare

I can't escape this hell

This animal, this animal, this animal

So what if you can see the darkest side of me?

No one will ever change

This animal I have become

Help me believe it's not the real me

Somebody help me tame

This animal I have become

Help me believe it's not the real me

Somebody help me tame this animal

This animal I have become

(Eu não consigo escapar desse inferno)

(Tantas vezes eu tentei)

(Mas eu continuo preso por dentro)

(Alguém poderia me tirar desse pesadelo?)

(Eu não consigo me controlar)

(E daí se você pode ver o lado mais negro de mim?)

(Ninguém jamais mudaria)

(Esse animal que me tornei)

(Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu)

(Alguém me ajude a domar esse animal)

(Esse animal, esse animal)

(Eu não consigo escapar de mim mesmo)

(Eu não consigo escapar de mim mesmo)

(Tantas vezes eu menti)

(Tantas vezes eu menti)

(Mas ainda há raiva por dentro)

(Alguém me tire desse pesadelo)

(Não consigo me controlar)

(E daí se você pode ver o lado mais negro de mim?)

(Ninguém jamais mudaria)

(Esse animal que me tornei)

(Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu)

(Alguém me ajude a domar)

(Esse animal que eu me tornei)

(Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu)

(Alguém me ajude a domar esse animal)

(Alguém me ajude a sair desse pesadelo)

(Eu não consigo me controlar)

(Alguém me acorde desse pesadelo)

(Eu não consigo escapar desse inferno)

(Esse animal, esse animal, esse animal)

(E daí se você pode ver o lado mais negro de mim?)

(Ninguém jamais mudaria)

(Esse animal que me tornei)

(Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu)

(Alguém me ajude a domar)

(Esse animal que me tornei)

(Ajude-me a acreditar que isso não é realmente eu)

(Alguém me ajude a domar esse animal)

(Esse animal que me tornei)

Animal I Have Become -Three Days Grace


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentários ??



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