E agora, Legolas? escrita por Primadonna


Capítulo 2
I: A primeira sujeira


Notas iniciais do capítulo

OI AMORES! Primeiramente, obrigada a todos que comentaram no último capítulo *u* vocês são uns amores e espero que continuem acompanhando.
Bem, esse capítulo é o começo do começo. As coisas por fora vão acontecer e vão ser bem explícitas, espero que consigam conciliar com a obra de Tolkien.
Aproveitem!



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Três meses

Thranduil abriu os olhos de supetão quando ouviu um choro fino romper o silêncio do quarto. Era a terceira vez apenas naquela noite. Primeiro alimentou Legolas com uma das mamadeiras de leite e mel que a cozinheira havia feito especialmente para ele. Depois, o pequeno — embora tivesse crescido alguns bons centímetros — arcordara com cólica e ele havia ficado muito tempo dando tapinhas leves em suas costas para que ele pudesse se aliviar da dor. O que ele queria agora?

— Acho que trazer o seu berço para o meu quarto e dispensar as elfas que cuidavam de você foi uma péssima ideia, Legolas — o rei resmungou, levantando o corpo pesado e cansado com dificuldade. Olhou pelo vão que as grossas colunas deixavam, simulando uma janela, e suspirou tristemente ao ver que o sol já subia ao céu. — O que há agora? — caminhou até o berço, vendo o bebê remexer no berço enquanto chorava. Pegando-o no colo, tentou adivinhar o que ele tinha. — Fome? Você acabou de comer… E acabou de sofrer por isso também.

Thranduil começou a massageá-lo nas costas, mas Legolas continuava chorando. Tentou colocar outra mamadeira em sua boca, mas ele desviava o rosto e chorava mais. Ele tentou cantar, brincar e até mesmo colocá-lo para dormir ao seu lado, mas ele não parava.

Ele não sabia mais o que fazer quando um pensamento atravessou sua mente. Oh não.

— Espero que eu esteja errado... — ele murmurou, puxando levemente a fralda de pano que Legolas vestia. Soltou-a instantaneamente quando o odor invadiu-lhe as narinas de forma azeda. — Por Eru Ilúvatar, Legolas! Você cheira pior que as carcaças dos homens!

Legolas havia parado de chorar. Agora ele ria para o pai como se estivesse se divertindo com a situação. Parecia até que ele sabia que Thranduil não sabia o que fazer! Aquele serviço era geralmente realizado pelas criadas, as quais ele havia dispensado porque achou que, talvez, Eleniel ficaria mais feliz se ele participasse de todas as atividades de Legolas. Ele só não havia pensado que isso incluía seus momentos… íntimos.

— O que é tão engraçado? — olhou feio para Legolas, levando-o até o banheiro. Thranduil colocou-o sentado em cima de um móvel que havia ali, pegando um jarro de água morna e despejando-a em uma bacia de porcelana. Voltou ao filho, tirando as roupinhas e, com muita cautela, a fralda pesada. Fez uma careta ao ver a quantidade enorme de dejetos, colocando a fralda em um canto do chão. — Não sei se fico orgulhoso ou com medo de você.

Agora, ele havia colocado Legolas sentado na bacia. Ele tinha sorte por estarem no verão, assim não era tão ruim tomar um banho àquelas horas. Thranduil lavava Legolas desajeitadamente, molhando as bordas de suas roupas e lavando as mãos rapidamente quando restos marrons permaneciam em seus dedos. Legolas, em contrapartida, batia as pequenas mãozinhas de forma divertida na bacia, levantando água por todo o cômodo.

— Certo, acho que já estamos bem por aqui — os cabelos de Thranduil já estavam úmidos, assim como seu rosto. Ele já havia trocado a água duas vezes e enxaguado Legolas três. Ele deixou o menino de molho enquanto pegava uma toalha, pegando-o com ela em seguida. Virou-o de costas, farejando levemente a parte traseira. — Sim, já estamos bem.

Ele levou Legolas para o quarto, deixando-o na cama enquanto procurava por uma fralda limpa e uma túnica mais fresca para aquele início caloroso de manhã. Ficou confuso quando foi colocar a fralda, sem saber bem que parte ele amarrava primeiro. Tentou de todas as formas e, quando ela se parecia com a última, ele havia percebido que estava do lado contrário.

— Você podia ter me dito que seria mais difícil, Eleniel — Thranduil balbuciou, desamarrando o nó que havia feito com cuidado para não machucar Legolas, que já piscava os olhões azuis em busca de outro sono. — Não se preocupe, você tem o dia todo para dormir, criança.

Finalmente, havia vestido Legolas de forma perfeita e correta. Suspirou de felicidade quando pôde deitar novamente em sua cama, deixando Legolas ao seu lado. Quando estava quase fechando os olhos, viu os pequenos bracinhos esticados em sua direção.

— Você quer um abraço? — Thranduil perguntou, estendendo a mão em sua direção. Ele segurou o dedo indicador do pai, como se fosse a maior coisa que já vira, e Thranduil o puxou para perto de si, por fim. Deitou a criança em seu peito, que estava finalmente satisfeito após ter acordado o pai três vezes durante a noite e feito-o passar quase duas horas de sufoco para simplesmente trocar sua fralda. — Espero que isso signifique que você gosta muito de mim, Legolas.

«»

— Você sabe o que andam dizendo por aí? — Thranduil ouviu a voz de um grande amigo e conselheiro, Mestre Taranthiel, cortar o silêncio que contemplavam enquanto admiravam o jardim que a esposa havia cuidado tão bem alguns anos antes.

O rei apenas virou a cabeça levemente na direção do outro, esperando uma resposta. Desde que a sua guerra havia acabado e resolvera tomar posse da criação do filho, havia desligado-se um pouco do mundo. Ele precisava um pouco daquilo, e o jardim era um dos melhores lugares para se fazer aquilo, mas a consequência do aperto que lhe dava no peito se intensificava.

— Alguns anões estão relembrando antigos casos, histórias. Estive em Erebor para resolver algumas coisas em relação a divisão do nosso território. Ouvi alguns murmúrios sobre o tesouro guardado por Smaug. E também sobre o anel de Sauron.

— Impossível — Thranduil riu, cínico. O velho Taranthiel olhou ao redor, aproximando-se mais.

— Dizem que o Um Anel foi visto em algum ribeirinho, a despeito de que não há mais nenhum comentário sobre.

— Ah, por favor, Mestre. Não me referia a isso, mas é claro que também é impossível que tenham achado o Um Anel.

— O senhor sabe que Sauron não foi verdadeiramente derrotado, Majestade. É bem possível que eles tenham achado...

— Eles quem? — Thranduil contraiu a mandíbula. — Dizem tê-lo visto mas não dizem quem ou especificamente onde. Você quer confiar nos anões?

— Eles são…

— Atoleimados. É isso o que eles são. Por que é que iriam querer ir atrás de Samug agora? — a preocupação de Thranduil estava sendo direcionada para o outro assunto. Taranthiel havia a ciência de que não adiantaria sequer falar sobre os rumores do Um Anel naquele instante.

— São alguns anões que estão apenas considerando uma possível hipótese de ir atrás do tesouro. Podem sair em busca ao fim da tarde ou daqui a uma Era.

— Alguns anões? — o rei arqueou a sobrancelha grossa, notando a intrínseca fala.

— Não é relevante no momento. Apenas digo porque oportunidades poderão aparecer se ficarmos atentos. Não diga que não se animaria se tivesse seu tesouro recuperado.

Mas Thranduil não respondeu, voltando o olhar para o lugar florido novamente.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Críticas, reviews? Algum pedido em especial? Estou topando tudo!
Não se esqueçam de comentar mesmo que seja um 'gostei', estou aceitando tudo haha. São onze leitores, hein? u_u
Um beijão e até daqui a duas semanas ;)