A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 38
Sorrisos | A Escolha


Notas iniciais do capítulo

Ahm, oi, pessoal, tudo bem com vocês? Vacilei como de costume, nE? ... Eu to decepcionada comigo mesma por ter demorado todo esse tempo para atualizar a fic, sinceramente, mas eu não tenho nada o que dizer a não ser que foi por causa da escola, do ENEM (que eu nem tenho o que dizer), e parece que o tempo passa ainda mais rápido nessa reta final de ano.
Gente, parece que tá tudo fora do eixo, parece que está tudo errado, e eu realmente acho que está, um pressentimento péssimo quanto a tudo, num modo super amplo. Mas a vida vai seguindo, né, irmãos? Glórias a Deus porque ainda temos ela, e com ou sem as pessoas que a gente ama, temos que ir e ir e ir...
Eu tenho que pedir perdão para voês. Porque eu estava relendo a fic, e dando uma analisada geral, desde setembro de 2015, eu nunca dei pausas tão longas como neste último ano.Me desculpem, de verdade, eu estou tentando balancear tudo em ordem para que todos vocês tenham um momento legal enquanto leem algo que eu escrevi, que o que eu escrevo ajude em alguma coisa, que contrinua para algum sorriso, que ajude de alguma forma. Me desculpem na real por tudo.
Gostaria de agradecer imensamente a todas que comentaram no capítulo passado, com muito amor, e um valeu especial para SamyShinigami, que recomendou a fic! Muito obrigada, meu anjo, de verdade! Me deixou SUPER feliz!
Hm, bem, e é isso eu acho... to muito triste também porque muitas pessoas que sempre comentaram não comentam mais, parece que não estão mais gostando da fic, ou que está mais difficil de ler depois de não termos mais muitas coisas de Jogos Vorazes, a não ser os livros e filmes... mas pessoal, não irei desistir de vocês, e nem da história. Esse é um momento difícil sim, mas vamos continuar em frente.
Espero que aproveitem o capítulo, está um pouco mais longo do que eu esperava, mas tá aí! Escrito com muito amor e amor! ♥ É uma preparação para o próximo que vai ser menor - assim eu espero amém -, mas cheio de ação.
OBSERVAÇÃO SOBRE O CAPÍTULO E A MÚSICA: Peeta e Katniss a esta altura sabem bem o que estão sentindo, mas é aquilo, está tudo encoberto, tudo subentendido, então daí a música Friends from Ed Sheeran, que é uma das melhores coisas para se escutar kkkkkkkkkkkkk amo Bem, é isso mesmo. ME MANDEM GIFS BONITINHOS PARA O PEETA E A KATNISS! ♥ AGRADECIDA DESDE JÁ



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Nós não somos amigos


Nós poderíamos ser qualquer coisa, se nós tentarmos
Para manter esses segredos seguros
Ninguém vai descobrir
Se tudo deu errado
Eles nunca saberão
O que nós passamos

Então eu poderia tomar o caminho de volta
Mas seus olhos vão me levar de volta pra casa
E se você me conhece, como eu te conheço
Você deve amar, você deve saber.

— Friends, Ed Sheeran

— Gente, esse acampamento está bem… não acampamento.

Gale comentou, quando chegamos juntos ao salão dos homens, para toda uma noite e madrugada só para a gente.

A organização é bem não é um acampamento. Por ter paredes digitais, faz parecer que estamos em um celeiro, não em um bosque ou algo assim.

— Me dá o controle — Cato pediu, e Calvin deu, em um jogar no ar. Ele mexeu, mexeu, enfim sorriu. — Mata assustadora, parque de diversões assombrado ou um esgoto?

— Vá se ferrar, demôniozinho, sem essa de coisa de terror! — Blane exclamou, pegando o controle, fino como um espelho. Eu não sei mexer em nada disso. — Aqui! Tem que ser assim!

E as paredes nos fizeram sentir em um teatro.

— Sem graça — todos dizemos juntos, entediados.

— Mata assustadora é o que mais combina, né? — Calvin disse, sorrindo. — Gente, vai ser muito incrível.

— Acho que deveria ser em um bosque, um bosque qualquer, e a gente investisse nas histórias de terror — sugeri, sem animação, como sempre, e é claro que eles fizeram piada disso. — Vou checar meu Smarter enquanto se resolvem.

Fui para um canto, enquanto os quatro discutiam a relação de lugares que pode ser o acampamento, e abri minhas mensagens de modo que eles não pudessem ver. Estou ansioso, para saber o que Katniss achou da carta que mandei ontem para ela através de suas amigas.

“Você só pode ser louco, Peeta. Me deixa sozinha! Me deixa pensar!”

“Mão no colar.”

“Não me manda nada mais! Me dê um tempo!”

Suspirei aliviado, mas ao mesmo tempo muito ansioso. Estão lendo nossas conversas.

Mas não as cartas.

Deseja eliminar as mensagens com Katniss? Pressionesim’.

Sim.

Sua conversa foi criptografada, ninguém pode lê-la agora. Tem certeza? Pressionesim’.

Sim.

Johanna enviou uma mensagem.

Franzi o cenho, confuso, mas abri. Johanna? Seria a criada de Katniss, a que está grávida?

“Peeta, amei sua carta. Quero muito te ver de novo e acabar logo com isso… céus, Peeta, você é doido. Talvez por isso seja tão importante para mim. Mas pelo amor, não me mande mais nenhuma carta, mensagem, ou sinal… minha mãe está disposta a fazer um caos. Por favor… não é fácil, mas terá que ser assim. Por um tempo indeterminado, isso é um tchau.”

E todo meu mundo se tornou um vácuo.

É um tchau…? — murmurei, arrasado. Nada na minha vida pode seguir bem não? Eu estou feliz quanto minha família, mas completamente destruído quanto a minha vida sentimental. E assim vai seguindo.

Não é um adeus, lembrei a mim mesmo. Continuarei vendo-a aqui, e isso é maravilhoso. Não tem como ser melhor. Sem contar que… ah, não. A rainha deve ter todos os olhos aqui nesse palácio.

PEETA! — Me chamaram, e eu fui obrigado a ir. Tenta aproveitar, você é jovem, quase pude ouvir meu dizer isso. Não é o fim, não é o fim, sussurrei para mim mesmo.

— Sim?

— Vamos, escolhemos… parque assombrado!

Abri um sorriso, revirando os olhos. Estar 100% é impossível, mas não significa que nunca podemos ser feliz. Deixei me envolver.

Três horas depois

— Eu acho que… estou alterado — Gale disse, meio devagar, tentando ficar sério, mas se desmanchou em riso. Todo mundo também.

O irmão da rainha, Frank, se juntou a nós “fugindo” de sua esposa, e trouxe consigo champanhe, o que é muito bom, mas acabou que tomamos inconscientemente, e estamos todos pra lá de Bagdá.

Hm, tudo bem… vejo que vocês não estão muito habituados com festas, logo, para fechar a noite, vamos contar os nossos maiores medos, o que acham? — Frank sugeriu, tomando mais um copo de champanhe.

— Céus, para onde vai toda essa bebida, eu estou quase vomitando tudo — Cato disse, fazendo a mesma observação que eu.

Frank riu, e não respondeu a pergunta.

— Quem começa? — Blane perguntou, parecia animado.

— Pode ser você, né? — Cato rebateu. Nem a bebida faz ele parecer menos amargo e frustrante, impressionante.

— Morrer sufocado — Blane disse, com uma mão no pescoço.

— Eu tenho agonia a palhaços… qualquer palhaço. Tenho tanto medo, que eu acho que poderia morrer se eu visse um pa — Antes que Gale terminasse, Frank mexeu, e colocou a foto de um palhaço assassino na parede atrás do meu amigo, que se virou, e se jogou feito um louco, deixando cair champanhe em sua cabeça. — DROGA! É sério! Tira isso!

Ele gritou, quase chorando, largado no chão, todo molhado.

Tirei uma foto.

— Essa vai pro álbum de aniversário, Gaga — falei, sorrindo. Inventei hoje, no meio da bebedeira, esse apelido para o Gale, e acho que combina, bem ideal.

— Tenho medo de altura — Calvin admitiu, pensativo, mas depois riu. Ele é o mais bêbado, sem dúvidas. — E neve. E mar. E chuva forte. Ventanias. Furacões.

Estava sério, dando ênfase aos seus medos. São muitos, né?

— Ficar feio. Eu odiaria parecer como vocês, que parecem que foram ralados em um ralador qualquer. — Isso obviamente foi Cato.

— Sabe que você vai ficar velho e enrugado, certo? — Rebati, confuso, mas rindo.

— Ai eu morro de tristeza quando esse dia chegar. Tenho muito medo de ser esquecido, de modo geral, e nessa carreira artística, aparências é tudo e tudo mais.

Isso atingiu uma bad no grupo, em tristeza por ele.

— Sentimos muito — dissemos, e demos tapinhas em seu ombro.

— Desencostem, seus idiotas — É, nem bêbado e alterado da cabeça aos pés ele muda, não é mesmo?

— E você, Peeta? — Frank perguntou.

— Largatixas e lacraias.

Todo mundo olhou ao mesmo tempo para mim com uma cara de “hein?”

— Mas que idiota!

— Não! É verdade! Eu morro de medo de lagartixas, que você matando elas continuam vivas para sempre, e as lacraias são pavorosamente horríveis. Eu faria xixi nas calças se encostasse nelas. Teria um enfarto, sem sombra de dúvidas.

— Como você está doidão — Calvin disse, quebrando o clima, bebendo outro litro de champanhe. Todo mundo riu de novo.

— É, bem, rapazes, agora, vamos ir dormir, vamos ir dormir, muita paz a todos — Frank mandou, nos empurrando para nossas cabanas de acampamento, tirando o tema parque de diversões assombrado para um nada. Ficou tudo preto e escuro.

Tropecei em Cato, e nem pedi desculpas. Não fechei minha cabaninha, porque simplesmente apaguei.

>

Algo gosmento.

Risadas baixas. Uma foto.

Algo muito gosmento.

Muitos algos muito gosmento.

— Cadê a lanterna, murmurei, angustiado com a sensação. Minha cabeça está retumbando de dor.

Um berro, mas o berro.

— SOCOOOOOOORROOOO! AAAAAAAAAAA!

Comecei a chorar desesperado, me debatendo, berrando, gritando, chorando, feito uma menininha assustada, quando vi a centena de milhares de lacraias no meu pé e largatixas na minha cabeça.

DEEEUS! SOCOOORRO ALGUÉM ME AJUDA AAAAAAAAAA OOOOLHA SAI! SAAAAI! SAAAAAI!

Gargalhadas eram ouvidas do lado de fora da cabana. QUE ESTÁ COM O ZÍPER RUIM!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! — Continuei, em espasmos, hiperventilando, meu coração nunca bateu tão desesperadamente assim. Eu estou completamente fora de mim. — SOCOOORROOOOO É SÉRIO EU VOU MORRER! EU ESTOU SEM AR! AAAAAAAAAAAAAAAA!

As lacraias continuaram a subir, e eu nem conseguia ficar de joelhos aqui sem que precise me curvar, porque é apenas para dormir. Uma lagartixa parou bem no meu pescoço.

Desmaiei.

>

— Os batimentos dele chegaram a um nível de uma pessoa que está sendo eletrocutada. — Maggs disse, muito séria, para Cato, Blane, Calvin e Gale, que estão com aquela cara de “sei que errei, estou arrependido”. — Poderiam tê-lo matado. De verdade.

— Mas foi só uma brincadeira, Maggie. Foi super inocente!

— E poderia tê-lo custado a vida! Se ele morre quero só ver o que acontece!

Atrás da Maggs, eu só assentia, sério. Não achei a menor graça! Fui hostilizado! Os guardas do andar inteiro foram ver o que estava acontecendo comigo quando comecei a berrar igual um troço pedindo ajuda.

— Desculpas, Maggs — disseram ao mesmo tempo, com uma cara decepcionada.

— Tudo bem… agora eu vou ir ver outros pacientes. Tchau.

E saiu, serena, enquanto eles no momento que a porta fechou, vieram igual hienas pra cima de mim, gargalhando.

— A gente não sente é nada seu otário! — Blane gritou, e eu até me segurei, mas acabei rindo junto.

— Mas cadê o Frank? Vacilão né, nem veio pra tomar bronca junto — Gale comentou.

— É porque você chegou tarde, mané — Obviamente foi Cato dando o corte. — Dona Maggs acertou ele em cheio com a prancheta, na frente da esposa, que o xingou. Tinha que ver. Até eu que falo besteira fiquei meio assustado e incomodado com a quantidade de palavrão, honestamente. A esposa dele xingou muito.

— Ele quem deu a ideia de embebedar a gente, mereceu — eu falei, mas sem o menor rancor, só ódio. Ódio de todos eles por tentarem contra a minha vida! Desgraçados! Malditosos!

Saiam daí! — Ouvimos dona Maggs dizer, e eles saíram quase de forma sincronizada, avisando que iriam voltar.

*

Antes que pudesse dar tempo de me visitar, logo fui liberado, e suspirei aliviado, já que amanhã é sexta-feira, e logo o final de semana, cheio de nadas para fazer.

Ah, e aquele encontro sagaz que Katniss conseguiu confirmar por debaixo dos lençóis do hospital, através da tia Effie.

Não fiz muita coisa na quinta. Fiquei no silêncio habitual e confortável entre eu, Layla, Julia e Stefan, enquanto eu tentava acertar as teclas do piano para não dizer que não estava fazendo nada, sabe?

— Você é muito ruim nisso, nossa! — Layla exclamou, depois que colocou meu jantar na mesa. Abaixou a capa que protegia as teclas e quase prendeu meus dedos juntos.

— Eu estou tentando! — Tentei me defender, brincando. Sei que sou péssimo.

— Pois então pare! Mas que porcaria! Nossa! É a pior coisa que eu já ouvi em toda a minha vida!

Ri, e fui para minha cama, então eles se despediram, pois estão ajudando na preparação para a festa de Natal.

Comi, e logo estava eu lá, olhando para o teto, fazendo porcaria nenhuma, pois não posso mandar nada para a Katniss. Para minha família já mandei de manhã.

— Mas que porcaria… que inferno… nada para fazer nesse diacho… — resmunguei, bufando, rolando se um lado para o outro, quase chorando de nervoso. — Que tédio!

Fiquei em pé, andando de um lado para o outro, super impaciente.

— Por favor, me mostrar uma lista do que fazer quando não se tem nada para fazer — Pedi para o Smarter.

Olá, senhor Peeta Mellark. Uma lista diretamente do Palácio para fazer quando não se tem o que fazer está incluso estudar, ler um livro e escrever seus pensamentos. Tão perto de alcançar o trono, ou o senhor ou um de seus amigos, é de surpreender que fique entediado mediante tantas responsabilidades — disse a Voz do meu Smater, no tom limpo e medonho de sempre.

— Não quero saber de estudar, ler ou escrever, me mostre o que pessoas fora dessas obrigações fazem! — exclamei com ódio.

Buscando… — apareceu um círculo em 3D, em sinal de que buscava as informações que eu pedi, e admito estar surpreso, não sabia que isso ia ser filtrado não, não sabia mesmo. — Já tentou dançar?

— Faça então uma playlist de dança, por favor, e com vídeos disso.

Anexando em sua Tv Smarter

E em um piscar, estava uma seleção de músicas que eu nunca ouvi em toda a minha vida.

Deseja iniciar agora? — a Voz do Smater perguntou.

— Por favor.

E logo as luzes do meu quarto ficaram em um tom diferente, como se fosse um lugar especial para dançar, em uma discoteca.

Comecei automaticamente a rir, e então fiz os passos, com vontade, mas tudo estava errado, é claro, porque eu sou um inútil e não sei dançar nada.

— Você é péssimo nisso. Gostaria de continuar tentando?

— Eu não perguntei nada — respondi, irritado para seja lá de onde vem a voz secreta que perturba.

Depois de um tempo, me joguei na cama, e com um gesto com o meu Smarter, eu desliguei tudo.

— Um pote de batatas fritas, por favor — pedi perto da porta, que tem um compartimento que é conectado com a cozinha, e fica disponível quando nossos criados são dispensados. É para pedir coisas urgentes, de comida até roupas.

— Seu pedido estará pronto em 20 minutos. Mais alguma coisa, senhor Peeta Mellark?

— Não, obrigado, apenas isso, por favor. Ah, um suco de laranja.

— Junto com as batatas?

— Por favor!

Suspirei com o pedido, sorrindo, e fui para minha cama de novo.

— Algum filme interessante! — pedi para a televisão, ligando-a novamente.

— Aqui está uma lista dos mais assistidos em Panem.

mãe!

Jogos Vorazes

O Inverno da Alma

Nerve

It: A Coisa

Diário de uma Paixão

Transformers

Romeo e Julieta

Fiquei encarando aquilo, meio sem graça, não sabendo o que eles significavam, então escolhi It: A Coisa, depois de ver a sinopse.

O filme foi passando, e eu ria, de verdade, mas levava cada susto.

Na cena do banheiro eu só cobri o rosto depois, tremendo, sim, tremendo, de medo. Não estava preparado psicologicamente. Um guarda abriu a porta e perguntou se estava tudo bem.

E então, em uma parte de muita tensão, eu já tinha me esquecido completamente do pote de pipoca em meu colo, fixado na televisão, cheio de medo, e nem ouvi a porta abrir e fechar, até que Katniss pulou em um berro bem na minha frente.

O que eu senti foi tão forte, tanto medo, tanto pavor por causa do filme, que é sobre palhaços, basicamente, que eu dei um berro enorme, de muito medo, e toda a pipoca voou sobre nossas cabeças, feito confetes, que crianças brincam com em festas comemorativas do nosso país.

E ela gargalhou.

— Se eu desconfiasse que esta seria sua reação, eu teria gravado desde o início! Você é de longe a pessoa mais engraçada que eu já conheci, Peeta! — Exclamou, sorrindo.

— Ah, Katniss! — joguei nela um travesseiro com força cheio de raiva, fazendo ela cobrir o rosto, rindo. — Poxa! Eu pensei que a gente ia se ver em algum esconderijo por aí! Não que ia brotar feito o diabo na minha frente!

Ela gritou de rir, bem divertida, com o cabelo escondido em uma boina, vestindo roupas discretas, uma calça social e uma blusa e manga comprida. Eu estou sem camisa e com calça de moletom igual um derrotado que eu sou todos os dias da minha vida.

— Eu troquei meu relógio com a Johanna, mas não podemos ficar muito tempo por aqui, até que minha mãe implante em mim um rastreador sob a minha pele sem a autorização do meu pai, que é como ela faz praticamente tudo nesse país de meu Deus. Então, vamos, me diga, como você está, florzinha de Jesus?

Sorri, perdoando-a, admirado por sua coragem, mas muito preocupado. Peguei suas mãos, me colocando de bruços na cama, dei um beijo nelas.

— Tudo bem, e você? — ela ficou encarando o teto, com seus olhos redondos e cinzas arrebatadores.

— Eu estou péssima. Não sabe do que eu estou desconfiando, Peeta.

Fiquei em silêncio, esperando que ela contasse, porque eu amo uma fofoca também, mas não falo nada porque acho feião gostar dessas coisas, né, ainda mais com dezoito anos na cara, e porque é errado, pecado, mas ela quem estava compartilhando comigo alguma de suas desconfianças.

— Acho que a Prim pode não ser minha irmã por parte de pai.

Ok, eu estava esperando qualquer outra coisa, porque é a Katniss, menos uma coisa dessas.

Meu queixo caiu por completo.

Como?!

— Sim, eu estou assim também! — ela disse, se sentando, sem separar nossas mãos.

— Mas como raios que você pensou em uma coisa dessas?! Isso é seríssimo! — exclamei em um sussuro alto. —  Misericórdia!

— Realmente, é assustador, mas eu estava analisando tudo. Peeta, Prim não é compatível comigo, meu pai, ou ela, apenas com nosso Primeiro Ministro. Ela não tem absolutamente nada do meu pai, com exceção que eu e ela temos um sorriso parecido, mas é porque é uma característica dela, da minha mãe. E o nosso olhar, mas fora isso, não temos nada em comum, e nem com o papà.

— Olha, sinceramente, isso bate, mas parece doideira — eu comentei, ainda escandalizado. Isso é gravíssimo. — Sua mãe não presta não, e isso é fato, mas não significa que ela possa estar traindo o seu pai.

— Ah... — suspirou, arrasada. — Quero tanto que ela vá embora, Peeta. Não consigo bater de frente para com ela, e isso é fato, porém não posso fazer isso. Eu tinha que ter alguma coisa.

Toquei seu ombro, de forma carinhosa.

— Não fique assim. Ela vai colher o que planta, e na hora certa a justiça vai acontecer.

— Mas e se não acontecer? — Perguntou, preocupada.

— Aqui não se faz e se paga, isso é depois. Não se preocupe hoje, você tem seu pai, tem sua irmã, tem Jesus aí, que é melhor que geral, e também tem eu! — Me joguei, com um sorriso para animá-la. — Você está rindo na cara da morte também, hein, porque está indo afrontando tudo por aqui.

Ela abriu um sorriso.

— Se não for para afrontar eu nem faço nada, Peeta. Eu sou afrontosa mesmo. Temos todos que aceitar! — Ri alto. — E meu pai está me dando escolta para eu vir aqui! — Comentou, como se fosse um segredo.

— Ah, agora está explicado, filhinha do papai!

— Sou mesmo, eu e Prim, mas mais eu, porque eu posso. — falou, convencida. — Mas sério, Peeta, pode pedir alguns churros para a gente, por favor? Eu quero muito comer, mas não posso por causa das minhas doenças malucas.

Assenti, saltando da cama, indo até o telefone.

Olá, em que posso ajudá-lo? — Uma voz do outro lado da linha perguntou, de modo simpático. Optei pela linha direta na cozinha sem ter que passar pela voz da Smater.

— Olá, boa noite, eu gostaria de... — olhei para a Katniss, perguntando de novo o nome da comida que eu nunca tinha ouvido anteriormente.

Churros! — sussurrou alto.

— Um doce de churros, por favor! — pedi.

— Com recheio de chocolate ou doce de leite?

— Os dois, por favor, para... — Katniss indicou o número seis. — Para seis pessoas, no tamanho família.

— Gostaria de mais alguma coisa?

— Pizza de queijo, uma quatro queijos, do tamanho que vocês tiverem como fazer, estou com fome! — Sei que eles gostam de mim, e que tenho intimidade para falar assim com o pessoal da cozinha, mesmo que eu mal fale com eles pedindo alguma coisa, explicando a razão da risada do outro lado da minha. — E refrigerante, e alguns doces de leite que sei que vocês tem guardado por aí! Não me enganam mais! — A voz do outro lado riu sinceramente, me fazendo sorrir.

— Em vinte minutos estaremos entregando, senhor. Boa noite.

— Boa noite! — respondi feliz, passando minha alegria na voz.

— Quanto tempo nós temos até nos alimentarmos? — perguntou, me dando um beijo simples, me fazendo sorrir, devolvendo, como se fôssemos um casal qualquer, assistindo um filme aleatório, depois de uma semana cheia de trabalho, e que quer somente sentir a presença um do outro da forma mais casta possível.

— Uns vinte minutos. Dá pra gente dormir ou assistir um pouco de filme, o que acha? — eu já estava fechando meus olhos, indicando que eu quero dormir, mas antes que eu pudesse dizer uma só palavra, ela se jogou sobre mim, deitando. — Mas vem cá, o que é que está fazendo, Katniss?!

— Me deitando. Calado. — deitou a cabeça no meu peito, se encolhendo, ou pelo menos tentando, porque é do meu tamanho, praticamente. — Ai você é baixnho.

Ri, divertido.

— Eu tenho 1,80, Katniss, e você 1,75. O que queria? Você quem é imensa de alta.

Ela sorriu, eu pude sentir.

— Podemos ficar só acordados? — sussurrou, baixo, tocando meu braço, depois de se jogar para o meu lado.

— Claro... — respondi, a abraçando, passando um braço por sua cintura, e nossos rostos ficaram mais pertos. Seus olhos ficam mais cinzas com pouca luz, e parecem ser maiores. São perfeitamente redondos, exceto quando está super cansada, e pelo sono e esgotamento, ficam ""normais"" em comparação aos olhos das outras pessoas, não sei se dá para entender.

Ficamos ali, então, acordados, um tempo com os olhos abertos, outrora com eles fechados, no silêncio de nossos devaneios sobre um e outro. Ela é incrivelmente mais bonita depois que se conhece.

Acho que se eu a visse entre muitas garotas, seria pouco provavel, impossível, na verdade, que eu a fosse escolher por aparência, isso como se eu não conhecesse ela, e algo do tipo. Não há nada que a diferencie de outras garotas. Não tem um cabelo diferente, ou olhos azuis ou pretos, que são os mais raros, não é branca ou negra, ela é simplesmente a média raroável das características mais comuns de todas as mulheres do país, com os olhos cinzas, o nariz comum, um sorriso comum com os dentes alinhados, umas pintinhas pelo pescoço e algumas sardas pelo nariz. Fora que seu corpo não há nada que chame tanta a atenção, de maneira que não a trato como um objeto, é claro, mas o que penso é no sentido de que ela é comum como várias outras, não tem nada de diferente nela. Nada.

Mas hoje, sabendo muito mais do que eu sabia no começo de tudo, não há outra pessoa a qual eu escolheria, de maneira surpreendentemente. Nem mesmo se estivesse ao lado de Delly, que chama atenção por qualquer lugar que passe, as pessoas se viram para olhar, até mesmo mulheres. Me lembro de quando eu, ela e Amélia fomos comprar algumas coisas no centro, e duas meninas perguntaram o que ela passava no rosto para ficar tão bonita naturalmente e ela disse que não usa maquiagem, e não usa lentes. Os olhos da loira são como caramelo derretido, puro âmbar,, e seus fios, como se o Sol tivesse pingado sobre eles da maneira mais singela possível.

Delly também tem um corpo escultural, e isso Amanda quem disse, outro dia, e é verdade. É estranho falar isso, porque sou homem, então parece que só olho para a aparência, mas não é verdade. Estou fazendo tais análises agora mesmo, enquanto olho para os olhos lindos de Katniss, que agora estão fechados, e ela serenamente respira, mas sei que ainda não está dormindo.

Eu não tinha notado antes que ela tem baby hair, e são uma gracinha, porque eu associo sempre à bebês.

Toquei, fazendo ela rir, e eu fiz o comentário que pensei, fazendo ela rir de novo, me deixando com um sorriso.

A comida chegou antes que eu pudesse abrir a boca, e ela precisou se esconder atrás da cama, para que sua mãe não fosse desconfiar, e depois que o moço trouxe as coisas e eu agradeci super feliz pelo bom aroma que vinha dos pratos, dei para ele o dinheiro que Katniss mandou dar.

Estávamos rindo de alguém quando o relógio disparou ruidosamente, e ela quase se engasgou, atendendo imediatamente seu Smarter.

— Alô? — perguntou, fazendo uma voz sonolenta.

Katniss, dispara para cá, sua mãe está vindo com o seu pai! — Identifiquei a outra voz como a de Madge, uma das criadas e amigas pessoais de Katniss.

— Ok, estou indo! Pode por favor dizer que eu estou trocando de roupa? Vou ir pelo esconderijo do Closet!

— Seis minutos!

Ela desligou, e alarmada, pegou seu casaco, fechando-o e cobrindo seus cabelos bagunçados.

— Calma, calma! — exclamei, me levantando, pegando na mão dela. — Ela está indo com o seu pai, fica relaxada, e leva um pedaço de pizza! — Aconselhei, já pondo em um dos recipientes que pareciam ter vindo apenas para guardar para mais tarde.

— Então bota logo! Eu estou preocupada, meu pai disse que ia cortar o relacionamento dela comigo! — falou, e eu podia sentir seu coração disparado, mas não sei por qual razão, depois de rapidamente encher e pegar praticamente tudo o que ainda sobrou da comilança que fizemos aqui no meu quarto, caí na risada, e ela também, sem que saibamos ou desconfiamos do que estamos rindo. — Seu idiota!

E ainda ria, sem entender o motivo.

— Você preocupada em roupas normais, você parece uma adolescente normal, e não uma mulherzinha. Não te diminuindo, ou o termo mulher, mas no sentido de que você tem a maior cara de criança, mas se veste igual uma princesa.

Ela riu, balançando a cabeça, pegando o pote com comida.

— Você é definitivamente maluco como eu, Peeta. Eu não estou entendendo mais nada.

A dei um beijo, antes que saísse. Ela me devolveu, com um sorriso.

— Eu vou ver para nos vermos logo, mas não posso prometer muita coisa agora, você sabe minha situação, mas estarei tentando. Aceito sugestões também.

Assenti, concordando.

— Se cuida — falei, quando ela botou um pé para fora. Então olhou para mim de uma forma diferente. Não disse nada. Sorriu, e saiu correndo avoada pelos corredores, me deixando sozinho na porta, enquanto a observava ir embora.

Entrei de volta no quarto, com um sentimento inexplicável, já tendo aceito estar nutrindo algo muito maior do que mim mesmo. Mas me sentindo incomodado, como se algo faltasse para que eu me declarasse a mim mesmo. Uma sensação péssima se apossou do meu coração de modo sufocante.

Seus batimentos cardíacos estão acelerados, e a sua taca de tensão estão subindo. O que gostaria de fazer? Chamar um médico ou iniciar uma sessão de terapia para relaxamento agora? O meu relógio “disse”, pelo meu celular, me enviando uma mensagem. Era assustador, mas agora sei que há sensores no meu relógio, que medem minhas emoções, taxas e coisas do tipo referente à saúde e bem estar.

— Por favor, desligar.

Mas o senhor está se sentindo bem? — insistiu a voz mecânica.

— Estou bem sim. Desligar.

E fui me deitar, quase chorando, incomodado, quando uma voz na minha cabeça me disse “tudo vai mudar em breve, é preciso se preparar, Peeta", e eu não entendi completamente o que isso quis dizer, apenas sei que me deixou nervoso, mas aceitei, e simplesmente dormi. Dormi porque pensei em Katniss, e no quão linda ela é.


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Notas finais do capítulo

NAO DEIXEM ESTE GIF SE PERDER https://media.giphy.com/media/KN8p0dCBUScvu/giphy.gif

BEM, GALERA DE JESUS, ESSE FOI O CAPÍTULO! ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Pessoal, espero que tenham gostado do capítulo, de verdade, escrevi de coração ele, espero que vocês tenham se divertido, e aproveitado esse momento super "Nós somos namorados mas não admitimos" entre o Peeta e a Katniss. Eu gostei demais de escrever a descrição dele para a Katniss, porque isso mostra que eles realmente estão engajados um com o outro, né, e isso me deixa super feliz.
Galer, sei que tá meio pombo os últimos capítulos, no que se diz respeito a estar tudo na mesma linha, mas isso tudo é necessário, para termos três capítulos PEGANDO FOGO, ou apenas dois, não sei ao certo ainda, mas isso tudo é só o começo... Teremos ai mais uns dez capítulos, ou um pouco mais, não sei, antes da conclusão da fic. é... infelizmente, realmente estamos na reta final, MAS, estou aceitando todo o tipo de coisas possiveis no que se diz a Gifs, para eles me darem uma luz aí para os próximos, que prometem.

Segue anexo o spoiler:

Música: Don't Panic, Coldplay
Trecho: "E então, me pus a trabalhar silenciosamente no canteiro, enquanto eles se afastavam para a estufa. O cheiro de grama e de terra molhada me faz tão bem que me falta palavras para descrever este singelo momento só meu e da natureza.
Pus mais algumas sementes de margaridas, e quanto ia plantar as de girassol, só escutei como um barulho de canhão, distante. Devo olhar? Ah, tô nem aí. Continuei, mas então veio como um choque. Olhei na direção que a rainha estava, juntamente com o rei e Katniss com Gale, para perceber que todos estavam desesperados, assim como todos os outros Selecionados e os guardas.
— ENTREM! ENTREM! ENTREM! - Alguém gritava em plenos pulmões. - ESTÃO AQUI NO PALÁCIO! ENTREM!
Todos saíram desesperados para dentro, mas eu não conseguia me mover, eu estava como que congelado. Estou de pé, mas não sei como. Meus olhos se encontram aos dela. Corre!, ela gesticula, parece ter lágrimas nos olhos. E em um ato de desespero também, eu corri, mas para dentro da floresta, e não para o palácio, enquanto fugia de tiros que chicoteavam em meus ouvidos.
Corri, corri, corri, corri até não aguentar mais com os sapatos polidos e mognos da Capital. Não faço ideia de onde eu possa estar agora."

Bem, pessoal, isso é tudo, espero que vocês tenham gostado, mais uma vez, eu escrevi com muito amor, e o próximo, podem deixar anotado, será postado no sábado, dia 02, porque eu não posso prometer postar essa semana, já que não tenho muita coisa escrita, ainda, e porque graças a Deus é a minha última semana de aula, depois só mais uma de prova, então adeus Ensino Médio. É muito engraçado parar e ver que, no capítulo anterios, no dia 24/09, completamos DOIS ANOS de fanfic, e isso é tão incrível, que ultrapassa minhas palavras. É muita gratidão que eu carrego no peito. Obrigada, pessoal, por passarem por tudo isso comigo ♥ Um beijão! ♥