A Seleção da Herdeira escrita por Cupcake de Brigadeiro


Capítulo 13
Tudo o que importa | A Seleção


Notas iniciais do capítulo

Eu vou ser bem rápida nas notas, porque estou triste e estou feliz. Mas tem muitas coisas para lerem nas notas finais, e spoilers realmente legais, eu acho, porque falta apenas o próximo, então o Peeta vai ver a Katniss... meio... estranha.
Muito obrigada mesmo pelos comentários, pessoal, de verdade, e senti que vocês se inspiraram legal nos comentários do último capítulo, hein? kkkkkkkkkkkkkk mas tudo bem, amo responder os comentários grandes. Quem não o faz, só comenta algo rápido, saiba que eu também amo.
Muito obrigada também pelos favoritos, pelos acompanhamentos, e por tornar essa fic bem mais do que eu pensei que pudesse ser, e estamos apenas na primeira fase! *prometo que A Elite, a segunda fase, vai ser bem mais curta do que essa, ok? Estou em mente, mais quatro capítulos para essa primeira fase, então nós vamos para a segunda, com uns seis capítulos, para mais dez da terceira, e quatro para a fase "bônus"*
Espero que gostem desse capítulo, porque o próximo só virá no dia 30, provavelmente, pois eu vou para o meu avô, e lá não tem internet, e nem tomada com três furos para o notebook, mas! Vou escrever bastante lá. Ah! A Lê, a minha beta, vai entrar de férias dia 23 agora (APROVEITA MUITO, MOÇA! O OITAVO ANO ESCOLAR É O PIOR QUE EU JÁ PASSEI, E IMAGINO SEU CANSAÇO!) e não vai dar para betar, mas ela ainda vai me ajudar com algumas dúvidas, só que é claro que não vou ficar mandando um monte de coisa depois pois ela merece descansar e miuito. Cês veem os capítulos sem erros, mas não é porque sou uma genia não kkkkkkkkk é porque ela me corrige, então vou precisar dar uma lida mais demorada em tudo, escrever com calma, e tals.
Beijooosss e AAAAHHHH! Tem músicas no meio do capítulo e eu vou pular de alegria se souber que as ouviram depois, porque é um lado do Justin Bieber que a mídia não mostra, que é o lado compositor com muito talento e maestria, tal como artista. Ele como ser humano não presta muito, mas... quem entre nós vale mais perante o Senhor? Talvez, fazemos as mesmas coisas, mas para menos (bem menos pessoas). Bem, eu não faço nem um quarto do que ele faz, e sei que com mais de 90% de vocês é assim, mas é chato e errado julgar, sabe? Se enxergássemos como crianças, não teríamos preocupações com isso, e sim simplesmente o ouviríamos, mas isso fica a seu critério. Meus pais detestam as músicas, com exceção das mais dançantes, simplesmente por causa da voz, e tal. Gosto é gosto. Eu não sou fá dele, honestamente, mas gosto muito das músicas dele, a mensagem que muitas delas passam. Não todas. Algumas. Às vezes, a voz dele sai péssima, mas a letra é tão bonita, tão sincera... Sério, a letra de Purpose é linda, e eu vou deixar o link na palavra no meio da história. Uma droga que ele não use isso, muita das vezes. É fácil falar, mas muito difícil fazer, né? :// música Believe vai tocar também mais aí pra frente, no capítulo do Peeta para a mãe e o pai, as ele não vai cantar, vai ser apenas o tema.
AAAAAHHHHH! POR ULTIMO MAS NÃO MENOS IMPORTANTE! Dedico este capítulo as minhas Sistemas virtuais, Mari, que pediu para que eu fizesse isso, e eu estaria sendo muito injusta se não o fizesse, porque ela é realmente uma ótima irmã mais velha, assim como a Amanda, personagem que mesmo que rápido, aparece duas vezes nesse capítulo. Foi nela que eu me inspirei para a personagem de mesmo nome, e sei lá, mas sinto que ela é assim no dia a dia, da mesma forma que ela é com o Peeta e a família apenas pelas mensagens do WhatsApp. Elas são pessoas incríveis, e para elas que eu dedico este capítulo. Boa leitura, e espero que seja o que todos vocês que acompanham estejam esperando, e se não for, espero agradá-los nos próximos capítulos! *sorriso torto*



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Vou pegar essa pequena faísca brilhante

E eu vou segurá-la

Mais apertado no meu coração

Do que todos os seus pequenos dardos

Se você diz que eu nunca vou chegar à lua

Te mandarei um cartão postal em breve

Postcard, Bridgit Mendler

Depois de comer as panquecas com toda a calma do universo, por não querer que isso acabe nunca, optei por aceitar um pedaço de torta de limão.

— Caraca, eu acho que vou ter um orgasmo comendo isso aqui! —Gale disse baixinho para mim, que limitei apenas a assentir, pois não tinha provado, e quando coloquei um pedaço na boca...

Arregalei meus olhos, olhando para o pedaço de torta. Deus, o Senhor desceu do Céu e entregou isso para os mordomos do palácio? Não! O Senhor fez isso! Sei que fez! É bom demais para ser verdade! Os suspiros e gemidos contidos foram audíveis em toda a mesa, de pura apreciação da comida, mas eu nem olhei para eles.

Coloquei um pedaço na boca, e outro, colocando minhas costas na cadeira, suspirando de puro deleite. Meu Deus, eu preciso ficar por aqui por mais tempo. Essa comida é muito boa.

Os pensamentos de por que a princesa havia eliminado os outros Selecionados se ela nem sabia seus sobrenomes com clareza, e principalmente David, aparentando ser um cara tão certo para o cargo, simplesmente sumiram ao comer dessa torta. Pode-se ter um orgasmo alimentício? O que é orgasmo, na verdade? Sobre o que Gale estava falando? Ah, não importa.

Isso é muito gostoso.

— Senhor Peeta? — Uma voz chamou-me e todos naquela sala nos voltamos para a dona da voz, princesa Katniss. Cacimba, ela vai me eliminar agora e entregar os pontos, dizendo que sou um interesseiro descarado e penso mais na comida do que nela. Espero poder pelo menos terminar de comer essa torta.

A pior parte de ter seu nome chamado de supetão, é, diacho, estar com a boca cheia de comida! Cobri a boca com as mãos, mastigando e engolindo o mais rápido que podia, notando a cara orgulhosa do Cato. Tomara que ele morra engasgado com um pedaço de torta, esse miserável.

— Sim, Alteza? — Atendi seu chamado, depois de ter comido a maior parte da comida na minha boca, e tentei soar o menos assustado possível. É fácil disfarçar o que estou sentindo.

Katniss estava prestes a rir, e eu não sei se foi pela minha cara de susto ou de ter visto a minha expressão de deleite pela torta. Droga, eu queria que essa comida fosse uma pessoa para eu me casar com ela. Esquece Delly, Katniss, o mundo. Eu queria mesmo que casar com essa torta de limão.

— O que está achando da comida? — ela perguntou com um sorriso torto nos lábios, e ela tem um belo sorriso torto, com duas covinhas inexplicáveis próximas a boca.

— Excelente, Majestade. Essa torta de limão... eu tenho uma irmã e um irmão que são muito mais chegados a doce do que eu, e eles com certeza chorariam de pura emoção, principalmente meu irmão. — Stuart soluçaria comendo isso, com certeza. Ele é muito choroso. — Está perfeita. — Ela parecia encantada com a ideia. Ela tinha uma relação estranha com homens e seu choro.

— Acha mesmo que ele choraria? E ela também? — Sorri, um pouco mais aliviado.

— Eles são bem emotivos, e formigas humanas assumidas. Eles não sabem controlar seus sentimentos. — Pensei na resposta, e ela sorriu.

— Você apostaria dinheiro nisso? — perguntou rapidamente.

— Hm... — Olhei para meu prato, pensativo. — Se eu tivesse dinheiro para isso, com certeza — eu disse olhando-a com um sorriso torto, realmente sincero.

Os garotos pareciam estar assistindo a uma partida de tênis, e eu admito que estava gostando de apostar as reações extremas dos meus irmãos.

— E o que gostaria de apostar ao invés disso? Parece ser bom em apostas. — Colocou um pouco de seu pedaço de torta na boca, mas a dela é de morango.

— O que a Vossa Majestade gostaria de apostar? — debati imediatamente, sem saber o que apostar, já que ela tem absolutamente tudo na palma de sua mão, inclusive pessoas. Eu sou uma delas.

— Mas o que o senhor quer? — rebateu, e eu pensei em um milhão de coisas, e ao mesmo tempo nada.

Eu, embora não seja Um, bem, eu tenho vivido como um. As pessoas fazem o que eu peço, a comida é dada em abundância, as roupas confortáveis, mas... Gostaria de deixar esse lugar mais parecido com minha casa, mais familiar e menos brilhante e cheio de coisas que não estou acostumado. Queria Ben rindo por aí, Amanda e Stacy conversando sentadas no chão da sala, meu pai pintando em um canto, minha mãe fazendo sua sopa de ervilha, Amélia e eu conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, e Stuart jogando bola, outrora lendo, assim como Mandy. Queria poder usar bermudas, e roupas menos pomposas. Queria que minha família viesse me visitar, mas eu não podia fazer isso pelo curto tempo de estadia ali, infelizmente.

— Se eles chorarem... eu gostaria de usar calças jeans ou bermudas do mesmo pano por uma semana — falei sem raciocinar corretamente. Droga, eu disse mesmo isso? Sim, e não estou arrependido.

Os outros selecionados riram educadamente com meu pedido, e até o rei e a rainha pareciam achar divertido meu pedido. É simples para eles, mas significativo para mim. A forma como Prim e seu pai, o rei, me olharam me fizeram sentir mais leve, como se eu tivesse aparentado menos estranho para eles.

— Feito! — Katniss disse sorrindo gentilmente para mim. — Mas, se o senhor perder, gostaria de uma volta pelo jardim amanhã ao entardecer. — Me pareceu relaxante caminhar. O que me fazia querer dar para trás é o fato dela querer me acompanhar.

É uma coisa simples, sei disso, mas para ela, é muito mais interessante dar uma volta do lado de fora, pois eu sabia uma coisa, mesmo que não tenhamos conversado sobre: ela era vigiada. Altamente vigiada.

Ouvi um resmungo ao meu lado, por ser o primeiro a ter um encontro com ela, mas não me importei, embora passar um tempo ao seu lado me deixasse tenso devido a quantidade assustadora de pessoas protegendo-a. Eu quem sugeri nossa amizade, então, não posso vacilar.

— Aposta justa — falei, escondendo minha insatisfação. — Aceito.

Denner? — chamou um mordomo, que deu um passo à frente — Por favor, embrulhe as tortas de limão, e peça para enviá-las para a casa do senhor Peeta. Peça para que alguém espere, enquanto seus irmãos experimentam, e nos informem e eles de fato chorarem. Estou curiosa sobre. — O mordomo fez uma referência, com um sorriso gentil, e saiu. — O senhor deveria escrever um bilhete para sua família dizendo que está bem, junto do embrulho. Na verdade, todos vocês deveriam escrever para suas famílias. Façam isso depois do café, e garantiremos que as cartas cheguem ainda hoje. — Todos aprovaram a atitude da nossa futura governante, com um sorriso, assim como eu.

...

Meus lindos! Cheguei!

Estou morrendo de saudades de vocês! Que droga! Por que eu tinha que amar tanto vocês?

Bom, é tanta coisa para dizer... mas preciso ser rápido, porque eu fico me lembrando mais de vocês, e eu não quero pensar em vocês, porque sinto tantas saudades, que sinto vontade de chorar. Acho que estou virando gay, mãe.

Conheci toda a família real, e eles são bem legais, pelo menos foi o que vi hoje no café da manhã. A princesa Prim é linda, e não tem como descrever, assim como a princesa Katniss, mas confesso que não reparei muito nela em quesitos de aparência. Fiquei focado demais na comida e nas minhas roupas para notar o rosto deles.

Cara! Andei de trem! Geeeennnteeeee! Embora eu tenha ficado confuso com a velocidade excessiva, e passado dois dias dentro de um, foi uma viagem muito confortável. Enquanto estava olhando da janela do meu quarto no trem, fiquei vendo o quanto o tempo passa rápido, assim como o trem da Capital, e eu espero que o tempo passe dessa forma até nos encontrarmos novamente.

Sinto que as pessoas não gostam de mim – fui claramente ignorado no dia em que cheguei pela maioria pelo número do Distrito, mas nem me importo, e a princesa não parece se importar também. Ela foi extremamente educada, nobre e gentil comigo, assim como o Gale, um Cinco, e Finnick, um Quatro, também Selecionados. Lembram-se deles? Acho que fiz amigos. Se eu acabar indo para casa mais cedo, gostaria que um deles vencesse.

Quando cheguei ao palácio, foi muito assustador, porque eles ficaram passando diversas coisas na minha pele, mas sinto que valeu a pena. O quarto que estou é enorme! Dá para todos nós nos deitarmos confortavelmente na cama, e isso é demais. Gostaria que viessem ver como é tudo isso de perto, mas não posso pedir por estar apenas a um dia por aqui, então, contenham-se com as minhas cartas, que é para responderem, entenderam? Não é um pedido. É uma ordem :) Beijos. *sorriso cínico*

Eu amo vocês, com a minha vida, e gostaria que estivessem desfrutando disso tudo ao meu lado, porque a riqueza e o sucesso são duas coisas que não valem de nada se não tivermos alguém que amamos para dividir, e por enquanto – não prometo que vou, pois não sou obrigado a nada, a nadaaaaa – não amo a princesa. Eu amo quem faz a comida. Droga. Como a comida daqui é boa!

Como você está se sentindo, mãe? Espero que me veja pela TV!

Gente, minhas vidas, eu preciso ir. Demorei demais para escrever essa carta, que a princesa deixou que escrevêssemos para mandar a vocês, mas quero que entendam que eu amo vocês, estou muitíssimo bem, a viagem foi agradável, e tem muitas pessoas incríveis ao meu redor. Estou com muitas saudades.

Ps.: Falaram uma coisa na hora do café da manhã, algo sobre... orgasmo. O que é isso?

Ps2.: Amélia e Stuart, essa torta não é tão boa que vocês sentem vontade de chorar?

Me respondam logo, ou eu não falo mais como são as coisas por aqui.

O melhor, o único, e o mais bonito filho e irmão, perdendo apenas o de mais gostoso para o Ben...

Peeta Mellark.

...

Eu estava jogando uma bola para o alto, enquanto Layla e Julia terminavam de fazer algumas roupas para mim, conversando algo sobre os guardas, e Stefan as ajudava, dando o que elas pediam, e eu ocasionalmente ria da forma que eles falavam sobre a aparência das outras pessoas.

Stefan gosta da Rue, uma das criadas da Prim, mas ela não sabe, embora tenham a mesma idade, mas só gosta. Ele está em busca do amor da vida dele ainda. Layla gosta do Justin, um dos guardas que fazem ronda no corredor, e o sentimento é recíproco, ao que tudo indica, mas ninguém dá um passo a à frente. Julia não gosta de ninguém.

— Você é tão seca quanto um galho no outono — Stefan disse quando ela disse que essa coisa dos irmãos estarem apaixonados é bobeira e mentira. Nem eu e Layla nos seguramos, e caímos na gargalhada, ouvindo um barulho estalado. — Sua doida! Bateu na minha cara!

— Pra você deixar de ser tão chato! — debateu a irmã mais velha. — Que coisa! — A discussão ficaria mais emocionante, quando ouvimos três batidas na porta, e Stefan correu para abri-la, dando a visão de um mordomo, com uma carta da família, e uma informação.

— Eles não choraram, senhor, pois, de acordo com a senhorita Amélia... “isso está tão bom, que não tenho lágrimas para chorar. Só posso pensar em comer isso”, enquanto o senhor Stuart nem se deu o trabalho de chorar, ou falar algo, comendo o primeiro pedaço, não parou mais, até o prato ficar vazio. Sua majestade virá buscá-lo amanhã, às cinco da tarde. Por favor, esteja preparado — disse cordialmente, fez um breve referência e saiu.

Fiquei chateado por não poder usar as calças, mas muito contente pela princesa ter cumprido com sua palavra, me fazendo confiar de verdade nela. Pensei que fosse bobeira, só por aparências, mas ela realmente mandou, e isso me fez sorrir, porque posso imaginar meus irmãos sorrindo. Tudo o que os deixa feliz, me deixa feliz.

Abri a carta, e logo identifiquei a letra de Amanda, pois ela tem a letra mais bonita lá de casa, e devorei as palavras, com um sorriso radiante no rosto, depois de me jogar na cama novamente.

Meu pãozinho!

Ficamos realmente mais aliviados em saber por suas próprias palavras – com certeza foram suas, seu retardado – que está bem, e que está sendo bem tratado.

Gostaríamos de estar com você nesse momento, mas são ordens do ofício, e esperamos sinceramente que aproveite a viagem, veja assim. Pense no palácio como uma casa de praia no Quatro, sem nós para te enchermos a paciência, e que essa casa pode se tornar permanente, se você for você. Apenas você.

Você vai se apaixonar pela princesa. Sabemos disso, cara. Não negue. Eu te amo, e espero mais cartas e mais três caixas dessas, cheias de torta, com muita frequência.

Com todo o amor e saudade do mundo,

Pudimzinho.

Pensei que era a única carta, mas não. Tinha uma outra, e logo reconheci a letra do meu pai.

Querido Peeta,

Primeiramente, devo dizer pela sua mãe, por mim e todos seus irmãos, que estamos com muitas saudades suas, e de ver você jogado no sofá dormindo sempre que pode, e em qualquer lugar, seja de bruços na mesa, na cama ou no sofá. Você é um ser assustadoramente preguiçoso e sonolento, e sentimos falta de ver você por aqui. É sufocante para eu ir trabalhar e não ter sua companhia, a companhia do meu melhor amigo, mas sei que o lugar que está é sem dúvidas mais confortável que nossa casa.

Sua mãe só fica cozinhando agora, e sabe que quando ela faz isso é para não descontar nada em ninguém, não sabe? Ela está com muitas saudades suas, assim como Amélia tem estado meio cambaleante por sua ausência, e, se eles não te consideram importantes, se eles não gostam de você, saiba que nós te amamos louca e perdidamente, ok?

Conhece a mãe que tem. Alicia é muito teimosa para tomar os remédios, mas ela toma, e as coisas estão paradas no 2 estágio. Amélia e eu precisamos lembrá-la de seu sobrenome, do que ela gosta de fazer. Lembra quando brincava com seus irmãos para saber qual era a comida, ou que famoso você era? O jogo do Verdadeiro ou Falso? Faço isso antes de dormir com ela, e Amélia ao secreto quando vou para o trabalho. Não deixe de orar, está bem? Jobert, o pai de Delly, disse que só tende a piorar, até que ela fique totalmente impossibilitada até mesmo de falar... Sempre suspiro cansado, com lágrimas nos olhos ao me lembrar disso, mas saiba que ela está bem agora, e não vamos perder ela para isso. Não vamos. Ela te ama, e está com muitas saudades.

Eu gostaria de andar de trem um dia, mas fico infinitas vezes mais feliz que você tenha andado, pois merece tudo de melhor que o mundo tem a oferecer. Você não é inferior a ninguém, pequeno. Lembre-se disso. Você é incrível, e não poderia sentir mais orgulho de você, assim como todos aqui em casa, e não é porque passou para A Seleção. Sempre soubemos da sua capacidade.

Agradeça a princesa por todos nós, pelas três caixas cheias de tortas de limão, morango e chocolate. Todas são deliciosas, de verdade.

Meu bem, espero que não demore para nos enviar notícias. Ficamos preocupados, mesmo que apareça no Jornal Oficial ou nos jornais – que passamos a comprar todos os dias – sempre é bom ler de você o que de fato aconteceu.

Preciso terminar a carta, sua mãe está mandando um abraço bem apertado, e para se lembrar que não pode falar enquanto come, Ben pediu mais tortas, Stacy mandou você comer bastante por ela – e eu uso o pedido dela como meu, coma bastante, experimente tudo o que puder. Stuart pediu para dizer para a princesa Prim e Katniss que elas são demais e muito incríveis, Amélia disse que você sabe o que precisa fazer, que precisa nunca se esquecer de casa, e de mandar coisas daí – exclusivamente a comida – para nós, pediu também para mandar um esboço de como é o jardim para ela, e por fim, Amanda pediu para você ler a carta dela.

Nós te amamos perdidamente, e saiba que sempre será nosso príncipe. Quem é rei sou eu, conviva com isso, valeu, falou, eu sou o melhor pai do universo.

Resposta ao seu Ps.: GAROTO! QUEM FOI QUE DISSE ISSO NA MESA DO CAFÉ DA MANHÃ?! Ok... calma... calma... Calma, Sam... Calma... Ok, orgasmo significa... você não é mais criança, então serei direto. É o clímax de quando a pessoa está “naquelas horas”, e se não entendeu – o que acho que aconteceu, pois não há pessoa mais lenta que você – é quando a pessoa alcança o clímax enquanto... faz crianças. Fui claro?

Resposta ao Ps2.: Eu nunca vi o Stuart tão chocado em toda minha vida. Ele gostou tanto, a ponto de comer um pedaço inteiro e ficar abraçado a si mesmo, balançando-se, olhando para um ponto na parede. A torta foi feita por Deus, não é possível! Ao invés de chorar, Amélia se preocupou em comer mais, e sua mãe ficou no meio fio. Não sabia se elogiava ou se criticava por ter ficado uma delícia.

Esperamos mais notícias em breve, pequeno.

Com todo o verdadeiro amor do mundo,

Sua família.

Só notei que estava chorando, quando minhas lágrimas caíram na folha, por eu ter me sentado para ler com mais clareza.

— Senhor? — Julia me chamou suavemente.

— Sim.

— Deseja alguma coisa? — Ela me olhava com preocupação por eu estar chorando, e seus irmãos carregavam o mesmo olhar.

— Eu desejo a minha família ao meu lado agora... — falei sinceramente, suspirando profundamente, fechando os olhos — Mas como não posso, só quero que vocês fiquem à vontade. — Forcei um sorriso torto, limpando rapidamente os olhos.

— Não há nada que possamos fazer para aliviar a saudade? — Layla perguntou gentilmente, e eu me lembrei de Amanda, não sei por quê. Acho que é a forma que ela tem para falar, embora seja incontáveis vezes mais tímida que minha irmã.

— Dizem que chocolate conserta tudo — eu disse tentando me animar, pensando que minha família estava bem e feliz por mim. — Então, se me trouxerem um pedaço da torta do café da manhã, eu serei imensamente grato. — Eles assentiram e saíram, sem eu pedir para que os três me deixassem sozinho, mas eles sabem, e eu, na verdade, já tinha amigos. Julia, Stefan e Layla.

...

— Hm... acho que a senhorita deveria me dar o braço — eu disse quando abri a porta, e lá estava ela, perto da minha porta, se olhando em um grande espelho ali, fazendo-a me olhar pelo mesmo e dar um sorriso, vindo até mim. — Sabe como é... manter as aparências. — Ela riu, assentindo, entrelaçando seu braço no meu. Começamos a caminhar em um silêncio amigável, mas fui o primeiro a quebrá-lo.

— Obrigado por ter mandado tanta torta para minha família — eu disse. — Eles pediram para agradecer, e que foi muito nobre de sua parte ter feito isso.

— Não pude mandar mais, pois tinham apenas três caixas feitas para o café — disse serenamente. — Fico feliz que vocês tenham gostado.

— Gostar foi pouco. Eles amaram. — Ela assentiu, como uma dama. Caminhamos por mais algum tempo, até chegarmos nas portas do jardim, cumprimentando os guardas ali e ela os dispensou, assim como a equipe de filmagem.

— Então, conte-me sobre sua família — pediu enquanto nós dois entrávamos no labirinto, do qual ela não parecia temer em se perder ou algo do tipo, indicando as curvas corretas.

— Hm... — O que eu poderia dizer? — Sou o segundo de seis filhos.

– Seis!

— Sim, seis — respondi novamente rindo. — Tenho uma gêmea, Amélia, 15 minutos mais velha, e ela é a minha cara metade, embora não sejamos parecidos no físico, nós nos entendemos e conversamos pelo olhar. — Ela me olhava intensamente, com pura curiosidade, e eu me animei ainda mais para contar sobre meus irmãos incríveis. — O mais novo é o Ben, de quatro anos, o mais carente e carinhoso de todos, depois Stuart, de 14 anos, que sabe todos os meus segredos, aqueles bem secretos mesmo, com um gênio forte e independente, mas não sabe nem fritar um ovo... — Ela riu. — Verdade. Fui rir da cara dele, e precisei limpar a cozinha... — Torci o nariz, me lembrando desse dia, depois de eu chegar cansado do trabalho. Nunca ria quando seus irmãos fizerem uma besteira, e muito menos quando eles receberem uma bronca. Experiência própria. — Aím a Amanda, com 15 anos, a mais doce, eu poderia dizer, e ao mesmo tempo a mais megera, porque ela quem me acorda — falei dela com um sorriso, sentindo falta daquela morena. — Ela é a minha amiga, e quem me anima muitas vezes. Me faz rir quando ninguém mais consegue, principalmente quando tem seus ataques de narcisismo. Ela se ama, e isso faz a gente amá-la também. Então vem a Stacy, que eu e Mandy denominamos como Sauro, com 17 anos, ela é muito parecida com nossa mãe, uma cópia fiel, na verdade, mas é mais tolerante. Ela é incrível, e não me surpreenderia nada se um dia todos conhecessem-na por suas obras. Suas esculturas e desenhos dão a impressão de que são reais, e é uma pena que sejamos Sete. Ela seria uma Cinco perfeita, e tenho absoluta certeza que um Dois poderia pedir sua mão. Ela é tímida, mas sabe expressar sua opinião, em momentos oportunos, e não aceita desaforo.

Katniss estava em silêncio, com um sorriso no rosto, e nos sentamos em um banco, visível para os guardas no farol, mas não podiam escutar nossa conversa, e nem saber o que estamos falando, a não ser pela forma da qual gesticulamos.

— Amélia, minha alma gêmea, minha melhor amiga em todo o mundo, com uma mistura perfeita de nossos pais. Sabe ser sábia e ao mesmo tempo incoerente, inocente, age sem pensar nas consequências. Então sobra eu.

— Meu melhor amigo. — Sorri, olhando-a.

— É, e também o mais bonito, mais inteligente e perfeito de toda família. — Ela riu da minha forma de falar, em um jeito de “mas eu já sabia”. — Temos até mesmo uma música! Costumo dizer que All That Matters é nossa música, porque eles são tudo o que importa para mim, e se não for eles, me sinto incompleto. — Juro que vi seus olhos cinzas brilharem com minhas palavras, se encantando pela forma que os citei, mas não foi nada demais, porque é verdade. É assim que os vejo. — Já ouviu essa música?

Oh-oh, tão certo como as estrelas no céu

Eu preciso de você para me mostrar a luz

Não só por agora

Por um longo tempo

Pode acreditar

Uh-oh, quando você não está na minha presença

Parece que estou perdendo minhas bênçãos, sim

Então eu durmo ao longo do dia

Fico acordado à noite toda

Até você voltar, sim, sim

Você acha que eu sou obcecado

Pela pessoa que importa pra mim

Você coloca isso na cabeça

Só estou sentindo falta do meu amor

Tem um monte de mensagens no meu telefone e eu não respondo

Os próximos oito compassos vão te dizer o porquê

Você é tudo que importa para mim

Ela cantou, e a acompanhei, rindo, assentindo — Essa música é linda, e é muito bonito ver o cuidado e carinho que tem para com eles. — disse calmamente, colocando uma mecha rebelde atrás da orelha, caminhando serenamente, ao meu lado, sem pressa alguma, assim como eu — Tenho uma música para a minha irmã, que se chama Purpose. Ela me deu um propósito na vida. — Olhei para ela, com atenção, e vi que realmente ela estava sendo sincera. Ela ama a irmã. Não por causa de uma música, e sim pelos seus olhos terem literalmente brilhado de carinho quando falou a palavra irmã. É fácil ter um irmão, mas ser um, amar o seu, é mais difícil.

Mais uma vez, percebo que a julguei errado, mesmo que nunca houvesse duvidado de seu amor por Prim.

Me sentindo como se estivesse dando meu último suspiro

Me sentindo como se estivesse andando meus últimos passos

Olhe todas essas lágrimas que eu enxuguei

Olhe todas essas promessas que eu prometi

Eu coloquei meu coração em suas mãos

Aqui está minha alma para você guardar

Te deixei entrar com tudo que eu posso

Você não é difícil de alcançar

E você me abençoa com o melhor presente

Que eu já vi

Você me dá propósito

Yeah, você deu propósito

Pensando que minha jornada tinha chegado ao fim

Mandando adeus aos meus amigos, por paz interior

Peço que me perdoe pelos meus pecados, oh, você poderia, por favor?

Estou mais do que agradecido pelo nosso tempo juntos, meu espírito está em calma

Ela cantou baixo, e a acompanhei no mesmo tom, fazendo-a olhar sorrindo para mim — Por mais que eu tenha chegado te odiando, te achando uma chata arrogante... — ela riu sincera, me fazendo sorrir — Devo admitir que tem uma bela voz.

— Obrigada, senhor Peeta. — disse com um sorriso gentil e torto, curvando-se um pouco, com uma mão atrás das costas — É um talento natural. — então, ficamos caminhando em um silêncio extremamente agradável e reconfortante.

— Como é sua família? ­— perguntei, depois de um tempo. Não para ser educado, ou falar qualquer coisa, e sim porque eu estou gostando de ouvi-la falar.

— Você conhece a minha família — disse risonha, tirando uma rosa branca de um arbusto, e eu peguei uma vermelha. Acho essa cor legal, embora o laranja e amarelo sejam mais apreciadas por mim.

— Não, eu conheço a figura pública deles. Nunca tive uma conversa plena com eles. — Dei um empurrãozinho nela, que balançou, com um sorriso um tanto triste. — Você precisa me ajudar na amizade, cara.

— Eu não sou muito boa em fazer amigos. — Suspirou profundamente, colocando os cotovelos nos joelhos, e se curvando para frente, fechando os olhos, e eu pude notar com mais clareza sua roupa.

Ela usava uma saia pregada alta, indo até seus joelhos, na cor branca, e usava uma blusa de manga comprida, cobrindo seus pulsos, com flores. Ela parece gostar bastante delas, e já temos um ponto em comum.

As sapatilhas são um acento incrível, dando-a um ar de princesa, assim como a tiara discreta em sua cabeça, que reluz devido à luz do sol. É preciso pouca luz para fazer um diamante brilhar, e agora posso notar o quão real isto é. Ela é uma moça muito bonita, tanto por fora, quanto por dentro. Conheço-a a dois dias, mas posso notar isso. É bom tentar fazer amizade com ela.

Fiz o mesmo que Katniss, me curvando um pouco, e admito ter ficado confortável, pois minhas costas não aguentam mais ficar toda ereta, o tempo inteiro. Lhe estendi a flor vermelha e puxei assunto.

— Nem eu. Só tenho meus irmãos — respondi sinceramente, lembrando-me apenas de Delly como amiga, sem ser meus irmãos. Por que tudo sempre me leva a ela? Que droga! — Mas sei que amigos contam coisas profundas um pelo outro.

— Coisas profundas? — Olhou-me com confusa, fechando um pouco os olhos cinzas tão intensos como uma tempestade, e eu sorri com a visão, pois a televisão ofusca muito isso.

— É, tipo, qual sua cor favorita? — perguntei sério, e ela gargalhou, me fazendo gargalhar também, porque é linda a sua mistura de risadas. Ela ri/gargalha mudo, então precisa bater palmas e ficar se contorcendo para notarmos que ela achou engraçado, mas é só por um tempo, porque depois ela “rebobina”, então faz barulho de porco. Parece que está levando um choque, e eu ri ainda mais. Depois de nos recuperarmos, ficamos olhando para os arbustos a nossa frente, brilhando aos últimos fios solares, assim como nós, e por mais que ela tenha dispensado os fotógrafos, podia ouvir alguns barulhos da máquina, mas não me importei. — Sério, me diga. — Olhei gentilmente para ela.

— Verde — respondeu. — Eu amo verde, e essa é a parte mais legal da casa, para mim. Amo meu quarto, onde posso ficar sozinha, 100% sozinha, assim como o Salão das Mulheres, mas o verde me relaxa, intensamente. — Sorri — Principalmente o verde das folhas. E a sua?

— Hm... não tenho uma cor certa — admiti — Minhas funções como Sete, na maioria das vezes, é cuidar do jardim, e admito que amo todas as cores, mas o arco-íris... é especial para mim — falei em um tom apaixonado. — É um trabalho braçal, sinceramente. Requer muito esforço, principalmente porque as casas vão aumentando conforme o número do Distrito diminui, mas é revigorante. Basta um pouco de rosa aqui, um verde ali, um amarelo cá, e temos o arco-íris, que só aparecem depois de pensarmos que o céu cairá sobre nós. O jardim tem essa mistura, mesmo quando possui apenas uma cor, porque as flores bem tratadas atraem vida, e é o que sinto no arco-íris. — Olhei dentro de seus olhos — Onde há vida, há esperança. Onde há esperança, há fé. Onde há fé, há saída.

— Você parece apaixonado pelo o que fazia — notou — E isso é muito incrível. — Ficamos em silêncio, cheio de palavras. — Meus pais não falam muito comigo, exceto para me darem ordens. — Ela se levantou, e eu a acompanhei, então voltamos a caminhar, e ela não queria que ninguém além de mim escutasse a conversa. — Eles são legais, mas depois que Prim nasceu, não vejo muito desse lado dirigido a mim. Tem vezes que esqueço que são meus pais, e creio que esquecem que sou filha deles, mas é uma relação comum, pelo o que escuto dos empregados. — Assenti. — Prim é a minha companheira, eu diria assim. Não gosto de preocupá-la com nada, e a vejo como minha boneca, mas o fato de tratá-la como se fosse de porcelana, sei que ela tem sentimentos de verdade, então procuro dar toda a minha atenção. Queria ter uma família grande como a sua. Ela é minha amiga, mas quando nos desentendemos, não tenho mais ninguém para confessar meus pecados! — É, de fato, eu tenho muito mais opção que ela.

— Não é muito diferente, exceto que não usamos coroa no café da manhã — falei, sem saber o que falar, na verdade.

— Então apenas usam coroas na janta? — perguntou divertida

— Maslaro. — Assenti, sentindo-a entrelaçar seu braço fino no meu. — Às vezes é ruim ter uma família tão grande assim. — Lembrei-me do natal, de que não temos dinheiro suficiente para nos aquecermos ou nos alimentarmos. Precisamos escolher entre comer ou nos esquentarmos, e isso é tenebroso. — Temos que dividir tudo, e o trabalho nunca parece suprir a necessidade para todos. Meus pais trabalham o tanto que podem, mas não fazem nada aos domingos, para dar atenção a todos os filhos. Mas... às vezes eu sinto que eu e Amélia que exercemos o papel de mãe e pai, entende?

— Sente-se na obrigação de educar e proteger os mais novos? — Assenti. — Sei exatamente como se sente. Apenas eu tive acesso às fotos e gravações do dia em que vieram, e você é o mais apegado a sua família. Vi a emoção e o carinho nos olhos de seus pais, a ponto que senti inveja. Eles nem precisam dizer que se importam, pois os olhos expressam isso

— Nos olhos de seu pai também. O rei te olhou muitas vezes durante o café, com muito carinho. — Ela sorriu triste, olhando para os pés.

— Bem, ele diz que se importa, mas é difícil acreditar, muitas vezes. — Olhou para o céu, que começava a ficar avermelhado, beirando um roxo, e podíamos ver as estrelas brilhando sobre nós. — Vamos fazer o caminho de volta. — Apenas segui seus passos. — Todo pai ama seu filho, mas nem todos sabem provar ou demonstrar isso.

— Acho que seus pais são bem ocupados. — Dei de ombros. — Nem consigo imaginar a pressão que enfrentam todos os dias.

— É muita, realmente. Sei que é difícil, mas não os vejo como pais, e sim como chefes. Meus melhores amigos são minhas criadas! — Ela disse boquiaberta, balançando a cabeça, e isso me fez rir.

— Quando você assumir o trono, um peso enorme vai sair das costas deles, e verá que se aproximarão. Também fiz amizade com as pessoas que cuidam de mim. Eles são demais. — Ela sorriu, assentindo.

— Elas são da minha família, fazem parte da minha história. — Então ficamos em silêncio, começando a ouvir alguns pássaros noturnos começarem a acordar e fazerem seus sons. É extremamente reconfortante.

— Mais uma vez, muito obrigado, e não comentarei o quanto é estranho você me deixar na porta do meu quarto, Majestade. — Ela riu.

— Não precisa me agradecer, senhor Mellark — disse cordialmente.

— Não me chame assim! — pedi levantando as mãos em súplica. — Por favor! Me chame de Peeta.

— Então você me chama de Katniss, tudo bem? — Levantou uma sobrancelha, que a deixou mais bonita do que é. Não. Não estou nutrindo nada por ela. Mas que ficou mais bonita do que é, ficou...

— Ok, então, muito obrigado novamente por mandar as caixas de torta para minha família, que será eternamente grata por esse gesto, e obrigado pela caminhada, embora eu tenha perdido. Foi sorte de principiante.

— Não precisa me agradecer por nada, mas já que agradece... — Levantou um pouco a saia de cada lado, curvando-se um pouco, abaixando a cabeça. Uma reverência de agradecimento.

— Por que tudo o que faz é assim? Calmo?

— Porque... — Olhou para o teto, enchendo uma bochecha. — Não sei — disse. — Fui orientada a sempre indicar leveza, gentileza e principalmente calma. Nossas atitudes falam mais que nossas palavras, Peeta. — Assenti, abrindo minha porta, mas não entrei. — Obrigada pela caminhada. Você foi um grande cavalheiro. — Dei de ombros, fingindo superioridade.

— Eu sou um grande cavalheiro, sou incrível. — Ela riu.

— Sua modéstia e sinceridade me tocaram o coração, sinceramente. — Tocou meu braço, e um simples gesto fez meu corpo se arrepiar. Misericórdia, o que foi isso? — Obrigada por ter sido você.

— Eu não fui obrigado a fazer isso, fiz por livre e espontânea vontade, pois você fez meus irmãos sorrirem. Quem faz eles sorrirem, me faz sorrir. — Ela sorriu. — E você tem um sorriso bonito. Vale a pena vê-lo, e mais ainda saber que causei isso. Pode ter... — Aproximei minha boca de seu ouvido, para caso algum Selecionado saia do quarto, não escute. — ... certeza que eu vou ter cuidado redobrado com esses caras. Se ele não te fizer sorrir, pode ter certeza que não vale a pena. Conselho de melhor amigo. — Pude vê-la se arrepiar pela nossa proximidade, então logo me afastei, satisfeito, notando suas bochechas bronzeadas rosadas, mas um sorriso sincero e extremamente grato no rosto.

— É um prazer te ter aqui, Peeta, e mais ainda poder conversar sobre sua família. Obrigada por ter me escutado sobre a minha e tenha uma boa noite. — Sorri, e segurei sua mão direita, assim como Effie nos ensinou, e beijei.

— Pode ter absoluta certeza, que o prazer foi todo meu ouvi-la falar de sua família, e foi incrível a forma que me ouviu falar sobre a minha.

— Boa noite, Peeta. Espero marcarmos mais caminhadas como essa. Temos muito o que conversar. — Fiz uma reverência, mais séria do que a que fiz no café da manhã de ontem.

— Boa noite, Katniss, e digo o mesmo. — Então ela sorriu mais uma vez, mexendo em sua trança escamada, que caía sobre seu ombro esquerdo, e se virou, indo embora. Entrei no meu quarto, pensando em ver meus criados animados, mas vi apenas uma caixa azul intensa com uma fita cinza.

Abri, encontrando duas calças jeans novinhas, incontáveis vezes mais resistente que as que minha mãe comprava, e no fundo, um bilhete, com uma caligrafia perfeita:

Você pede coisas tão simples, que acho um crime negar. Mas, por mim, use apenas aos sábados. Obrigada pela sua companhia, sinceridade e modéstia.

Sua amiga,

Katniss Everdeen.

— COMO FOI?! — Julia, Stefan e Layla entraram no quarto de repente, me fazendo levar um susto. — Ah, nos desculpe... — Layla disse com as bochechas corando intensamente.

— Não foi nada. — Ri, olhando novamente para as calças, que me faziam lembrar de casa, por serem justamente tão simples.

— Queremos detalhes! — Julia disse, e eu assenti, sem me incomodar. Os três eram definitivamente meus amigos ali, Gale e Finnick também, mas terei mais contato com meus criados do que os outros Selecionados.

Me sentei no tapete que tinha no chão, depois de trocar de roupa, colocando uma que trouxe de casa mesmo, uma bermuda e uma blusa de malha bem gasta, mas ridiculamente suave e leve, me deixando feliz.

Contei que nós caminhamos pelo jardim, tranquilamente, e ficamos conversando. Não dei detalhes da conversa, sobre o que ela acha sobre a família dela, pois seria sacanagem minha, explanar algo que ela mesma me confidenciou. Contei a eles sobre meus irmãos, e que a princesa permitiu que eu usasse calças jeans.

— Eu não me sinto tão mal agora. Ela parece ser como nós — falei.

— Ela e a princesa Prim são extremamente gentis, com todos — Concordou Julia. — E ficamos mesmo felizes. Ahhh, será tão legal se você for coroado rei! — Balancei a cabeça.

— Não estou em busca da coroa. Estou em busca de novas experiências e oportunidades.

— E de sentimentos? — Stefan perguntou curioso.

— Talvez... — Dei de ombros. — Não me parece tão ruim ficar aqui pela princesa, mas preciso de mais, para saber se vale a pena colocar meu coração na disputa. — Fui sincero, e eles viram pelos meus olhos, sorrindo para mim, e eu sorri para eles.

Não nutro nenhum sentimento por ela, nenhum mesmo, e nunca vou nutrir. Contenho-me com sua amizade e companhia, pois se tem uma coisa que aprendi e devo reconhecer é: Katniss é uma pessoa especial, e algo nela me faz querer ficar, mas não por amor, e sim porque ela é o contrário do qual pensei que fosse, e isso me deixou pensativo sobre.


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Notas finais do capítulo

É O JOSHHHYYYYYYYY! *olhos brilhando*
Eu não vou atualizar ASDH com muita frequência, tipo, de cinco em cinco dias (como fiz nos últimos capítulos), e sim um por semana, e gostaria que me dessem um dia, por favor, para eu poder me organizar melhor, porque eu tenho mais DUAS fics em andamento, e ambas falta apenas dois capítulos para serem concluídas, entendem? Para quem acompanha A Proposta, falta apenas o final do capítulo, e quem acompanha Simplesmente Acontece, falta eu terminar a brigaiada, então, eles na praia. Contei mesmo porque faz muito tempo que não dou a face por lá *olhar triste*. Estou a séculos sem atualizar, mas prometo estar dando o meu melhor para ficar bom. Eu até poderia afirmar que vou postar antes do natal, porém, mesmo com 15 anos, sou eu quem vai fazer o culto lá no meu avô, e tipo, a família não se reúne dessa forma fazem... MUITOS anos, tipo, desde que eu tenho uns quatro para cinco anos, e é um momento muito especial. Eu preciso ver bem o que vou falar, ainda mais que meus primos vão com as "esposas" deles, que nem querem saber de nada com nada, a não ser ficarem ricas, terem um iPhone 6s e bla-bla-bla. É tão chato ver pessoas tão apegadas ao dinheiro, status...nem todo o dinheiro do mundo pode evitar que meu avô fique cego, foi comprovado, e isso é tão triste, assim como a minha avó e o Parkinson (não sei como se escreve), mas a alegria está que ainda resta a fé, a esperança, e o amor a Deus sobre todas as coisas. Com isso, eles podem ser curados.
OLHA O TAMANHO DESSA NOTA!
Vou para o meu avô agora, dia 22, e só volto no dia 28/12, pois ele e a minha vó estão precisando de uma ajuda, e amor não é só falar que ama e dar presente e ir lá para comer, comer, então ir embora. Mesmo que eles não tenham sido nada presentes, preferirem minhas outras primas que estão na faculdade, e não serem muito simpatizados a minha mãe, eu amo muito eles, e me sinto na obrigação de ajudá-los, embora eu não saiba lavar um pano de saco de forma decente. Eu moro no Rio, já sabem, mas me mudei para a baixada fluminense, o que é um lugar do qual eu não gostaria de estar, MAS, aqui tem internet e o hospital da posse é bom quando não se vai morrendo para a emergência, temos bons shoppings e pistas que coloca rapidinho na Avenida Brasil, através da Dutra, PORÉM, onde meus avós moram, é tipo, poço. Depois de cabuçu, e a Claro, minha operadora NÃO funciona lá, e quando pega, parece que os créditos vão embora mais rápido, por isso estou avisando que vou responder mais alguns comentários apenas depois do natal, mas vou tentar respondê-los ao máximo, está bem? Vou continuar lendo cada um pelo meu e-mail, tentando comentar nas fics que forem atualizadas, mas quando respondo, eu faço com mais calma, porque vocês são mais importantes que muita gente da minha família. É como diz a Bíblia: Há amigo mais chegado que irmão.
Saiba desde já que amo e leio todos eles!
Vou tentar responder o máximo que puder agora de madrugada, porque a minha colega me escalou com todo um show emocional para dançar na festa de 15 anos dela, agora, dia 09/01, e eu sou a pessoa que ensinou a Beyoncé dançar, tá ligado? Rihanna?! Essa aprendeu tudo comigo! Eu e minhas canelas literalmente se parecendo um parênteses, finas como um palito, enquanto minhas coxas são... maiores. Não muito, mas maiores. Eu sou claramente uma ampulheta, e ampulhetas altamente desastradas como eu NÃO dançam nada bem. Vamos ficar umas seis horas ensaiando e conversando, então... *suspiro cansado* não vai dar para responder muitos, porque eu sempre chego MUITO estressada com elas, porque estou sendo obrigada a fazer isso e não me sinto na bem com elas, e para não acabar descontando em vocês, com respostas rápidas, só estou contando com a madrugada.
AOS SPOILERS DOS PRÓXIMOS DOIS CAPÍTULOS PORQUE FALTAM EXATAMENTE CINCO DIAS PARA O NATAAAAAAAAALLLLLL!
Próximo capítulo:
Música: Price Tag, Jessie J
"- Não é sempre... alguns gostam de ser abraçados, outros que você fique mexendo no cabelo e eu sou um desses... – Olhei divertido para ela, que riu – Outros são fracos demais para admitir que estão sofrendo, então simplesmente choram silenciosamente, em um canto que tenham paz, só que se você chegar, e dizer que se importa, eles se sentem melhor. O choro em momentos de medo nem sempre significa que sejamos fracos, ou que estejamos demonstrando fraqueza, seja homem ou mulher, e sim uma forma de nos lembrarmos que não somos de ferro, nos assustamos. Chorar na frente de alguém nem sempre significa carência, e sim que você não aguenta mais suportar tudo sozinho. O choro é o grito da alma. Homem não é tão diferente da mulher quando se trata de sentimentos, a diferença é que somos mais resistentes às coisas, num geral e odiamos estarmos frágeis. Vocês são mais no sentimento e na emoção, o cara usa mais a razão, entende?

— Uau... – disse fazendo uma careta engraçada – Você explicou mais do que todos os livros de significado junto.

— Bem... sentimentos e emoções não podem ser explicadas por palavras, porque variam de pessoa para pessoa. Esse tipo de coisa só pode ser explicado de boca em boca, ou pela própia intuição. – Ela sorriu, assentindo, então mais uma bomba, e uma rodada de disparos foi ouvida, fazendo eu me assustar mais uma vez. Puxei ar com força, sonoramente. Isso realmente me assustou. A princesa Prim não parecia nem um pouco calma, tremendo no colo da rainha, com o rei fazendo carinho em seu braço, com um olhar de que queria tomar as dores dela. - Por que não parece com medo? Estão jogando bombas na janela! – deu de ombros, com um sorriso calmo

— Porque eu não sinto medo disso. – Olhou para mim – É normal. "
"Caraca, maluco, vocês cismam que eu amo ela! - Joguei uma batata nela, que riu, assim como seus irmãos - Eu não amo!

— Tá, tá, por que está tão exaltado assim, hm? - Layla perguntou, arqueando uma sobrancelha

— PORQUE VOCÊS ME ENCHEM A PACIÊNCIA COM ISSO! - Eles gargalharam quando joguei as cebolas neles, sabendo que não era uma agressão - Ela é minha amiga, da mesma forma que vocês são meus!

— Acho melhor você usar um terno cinza hoje, com uma blusa preta. - Stefan disse, dando uma cotovelada em Júlia - Lembra daquela vez que o Rei usou essas cores e ela logo fui ajudar a ajeitar a manga? Ela ama essa combinação.

— Verdade! Ela vai acabar com A Seleção em um piscar de olhos! - Revirei os olhos, indo para a minha cama, deixando-os rindo - E você tem que ir tomar banho! Ainda bem que tirou seu sapato na enfermaria!

Mais uma vez, revirei meus olhos, mas claro que com um sorriso nos lábios, porque eles não são meus irmãos, não de sangue, mas são meus amigos de verdade, e há amigo mais chegado que irmão"

Próximo do próximo!
Citação de Willian Shakespeare: Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.

"- Algum apelido para ele? - Caesar perguntou divertido, quando me sentei ao lado de Katniss, um tanto receoso

— Esse é um amigo! - Katniss disse rindo - Sei muito bem o nome dele.

— Digamos que eu seja especial - Pisquei cúmplice para Caesar, que riu, como todos, mesmo que por parte dos Selecionados tenha sido forçado, por eles estarem morrendo de inveja. Parece que o jogo virou... E eu estou ganhando.

Otários."
"Essa carta chega durante a entrevista, e não sei se poderemos conversar, mas eu vou aí meia hora depois que acabar.

Arrume-se, e prepare uma roupa de banho para amanhã.

Com carinho de sua única, nova e melhor amiga,
Katniss Evangeline Everdeen Snow, princesa de Panem.

— Esse é o nome todo dela? - perguntei rindo

— Sim, Katniss Evangeline Everdeen Snow. E o da princesa Prim, Primrose Katherine Everdeen Snow. - respondeu Júlia

— O seu é Peeta Ryan Mellark, certo? - perguntou Layla e eu assenti - Vocês amam um nome composto, hein?"

"- Levo um por um lá, também. - assenti, olhando para ela ainda, mas a mesma olhava para as mãos, como se tivesse vergonha disso - O que acha do Gale? E do seu amigo praiano, o Finnick? - ahhh, eu já sabia o que ela tinha: um coração flechado. Que droga. Ela estava se apaixonando.

Mas peraí.

Por

Que

Eu

Estou

Com

Ciúmes?

Por que eu não me sinto bem à respeito disso?

Por que eu estou me perguntando isso?

Por que eu continuo me perguntando?"

" E saiu correndo para buscar a sua cesta e minha mochila, enquanto eu discretamente observava sua cintura nada mais nem nada menos. Ela tem um belo corpo, e...

Verdade, preciso tirar minhas sandálias.

As tirei, e corri para ficar ao seu lado, fazendo ela sorrir, me abraçando, enquanto andávamos abraçados ( https://lh5.googleusercontent.com/-g0JrcmnWLIE/Utnze4BccEI/AAAAAAAAA6Q/qRDRxL2hVPc/w506-h750/tumblr_li0j7hOHgo1qg08jko1_500.gif ) pela beirada da cachoeira, observando a água cair com perfeição e harmonia. Tudo que o homem faz, querendo destruir a natureza e reverte para bens próprios, é sinônimo de desgraça, mas o que ele reconhece e não altera, e sinônimo de perfeição, como essa cachoeira"

É nesse capítulo aí em cima que Peeta descobre mais sobre a nossa Katniss... Mas prefiro polpar detalhes, pois são quase meia-noite!
Gente, boas festas, que vocês passem esse natal com quem amam, que toda sprte de bençãos, independente da religião ou crença, desejo tudo de bom para vocês, de verdade, e que vocês tenham muitas boas lembranças desses momentos. Mesmo que o último encontro que teve em família assim eu tivesse apenas quatro para cinco anos, eu me lembro com muita clareza, e não sei se algo pode fazer essas lembranças mudarem. Nossa vida é como uma nuvem, que logo passa, e a vida das pessoas que mais amamos também, e parece que se passa ainda mais rápido, não é verdade? Olhem, desejo muita paz, muita alegria, muita rabanada, pudim, tudo, tudo, tudo de bom, todo amor, etc. Feliz natal, e que este dia não seja apenas no dia 24 e 25, e sim que todo esse clima gostoso esteja com vocês durante os outros 363 dias do ano. Abraços, espero voltar logo! Beijos, e desculpa essas notas extensas, e um capítulo maior ainda, e por parecer ingrata a quem comenta, mas saibam que eu realmente me importo, só que é muito difícil responder, porque tudo tem estado uma correria, porém, prometo que antes da virada respondo pelo menos metade! *Um abraço coletivo, com todos comemorando a alegria dessa época do ano que deveria se estender por todos os dias de nossas vidas, então, eu me afasto, aceno, mando beijo, e com os olhos com água (como estão agora), eu vou embora, mas vou voltar depois do natal!*



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