Almost Lover - Parte 1 escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 14
Q U A R T O Z E


Notas iniciais do capítulo

Minha gente! Tô de volta! Com mais um capítulo (dãããã).

Não tenho muito o que dizer mesmo, então bora pro capítulo. E o de sempre, boa leitura, a gente se vê lá nas notas finais, beijos e fui!



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Saí do hotel para respirar fundo, esticar os braços corretamente, e conhecer a cidade, mas antes dei uma passada no mecânico, que me respondeu de maneira bem mal explicada o problema do carro, era a corrente do motor, e ainda tentou me iludir que teria que abrir todo o motor para consertar. Ele não sabia que eu era uma engenheira formada, e o fiz fazer pela maneira certa, mas que demoraria do mesmo jeito, haviam outros carros na minha frente para serem consertados. Suspirei e saí do posto.

Do outro lado da rua, havia um bar, e não hesitei em entrar, uma música tocava baixinho, reconheci de imediato, Patience do Guns N’ Roses. Meus olhos correram pelo lugar. Pequeno, com luzes em neon azuis e verdes iluminando o lugar, que tinham tecidos bloqueando a luz do sol. As bebidas ficavam ao fundo, em diversas prateleiras com luzes azuis, e o balcão com luzes verdes embaixo. O, provável, dono do bar, me olhou, e voltou a se concentrar em limpar os copos com um pano branco.

Me sentei perto de onde deveria ser a janela, mas que estava bloqueando a vista da rua, numa mesa encostada na parede. Minhas mãos ficaram em cima da mesa, batendo nervosamente as unhas na madeira. Não haviam muitas pessoas aqui, somente eu, o dono, e um rapaz com uma garrafa de cerveja em mãos e levando a boca.

—Um gim com vodca, por favor – peço ao dono do bar, que assente com a cabeça começando a preparar a bebida. Sei que estou de estomago vazio, mas não ficarei bêbada com isso.

Alguns minutos depois, ele colocou o copo em cima da minha mesa, com gelos flutuando. Tomei um pequeno gole, fazendo uma careta sentindo a bebida descer queimando pela garganta.

Escorreguei um pouco pelo banco, passando a mão pelo cabelo, e respirei bem alto. O rapaz olhou para mim, e sorriu, e pude ver que eu o conhecia. Suspirei decepcionada.

—Sabia que a primeira coisa que você faria era vir para cá – respondeu Steve e reviro os olhos.

—Parece que você está me seguindo, credo – reclamo e ouço rir.

—Cheguei aqui primeiro – afirma e tomo mais um pouco da bebida.

—E a primeira coisa que fiz, não foi vir para cá, foi ir para o hotel – comento e ele se levanta caminhando até a minha mesa se sentando na minha frente. Suspiro irritada olhando para qualquer outro lugar – Seu humor melhorou? – pergunto irônica.

—E o seu, melhorou? – rebate e reviro os olhos tomando mais da vodca.

—É, porque sair feito um doido de onde estávamos é muita falta de consideração, e ainda me deixando com aquele troço – sussurro me referindo a arma, e ele ri novamente bebendo mais da cerveja.

—Primeiro, ela não morde. Segundo, para alguém que trabalha numa empresa que fabrica armas, você é bem medrosa – comenta e bufo com raiva tomando mais da bebida. Agora tinha somente metade.

—Eu não faço parte do planejamento delas, você sabe disso, trabalhei nisso desde que entrei lá – respondo até um pouco irritada com a falta de conhecimento dele sobre o meu trabalho.

—Mas eles fabricam – afirma teimoso cruzando os braços sobre a mesa.

Mas longe de mim – lembro e ele revira os olhos encostando no pequeno sofá de couro falso vermelho. Tomo um pouco mais da bebida, e quase acaba – Até para alguém que passei quase toda a minha vida, você me conhece menos do que eu pensava – comento decepcionada, mas o loiro nega com a cabeça retirando a jaqueta ficando com a camisa branca.

—Como se você soubesse do meu trabalho – ironiza e me sento corretamente olhando para ele enquanto pede por mais uma cerveja, e o homem lhe entrega uma já aberta.

—Você está tentando o doutorado com uma tese sobre a civilização greco-romana, mas empacou pois faltam fontes para concluir – lhe respondo firme, mas ainda muito chateada. Termino a bebida rapidamente colocando uma nota de vinte em cima da mesa, e saindo antes que Steve me impedisse.

Caminho pelas ruas sentindo a areia na minha roupa, o que me irrita profundamente. Os meus pés batem no chão com uma força um pouco desnecessária, mas é isso ou explodir no meio da rua dessa pequena cidade. Vejo crianças correndo e brincando, pessoas conversando normalmente, motoristas dirigindo seus carros como se fosse qualquer outro dia. Mas hoje, está sendo o meu segundo pior dia da minha vida, mas claro, os dias em que passei nas mãos do meu antigo amigo Emanoel não foram nada fáceis, mas aqui, estou me sentindo muito mais acabada do que anos atrás naquela cela.

Abro a porta do hotel e sinto sua mão no meu ombro me chamando, reviro os olhos olhando para ele, que tinha um sorriso de lado e as mãos nos bolsos da calça.

—Desculpa, achei que você não prestasse atenção do que eu dizia – justificou e neguei com a cabeça.

—Sempre prestei atenção, mesmo não parecendo – digo ainda um pouco chateada.

—Bom... Obrigado – agradece e aceno com a cabeça entrando no hotel, mas ele me segue e reviro os olhos, e quando subimos as escadas, não consigo evitar de ficar com raiva disso.

—Também está hospedado aqui? – perguntei e afirmou com a cabeça. Parei de subir as escadas, e ele ficou atrás de mim.

—Único hotel da cidade, não tem jeito. Mas não se preocupe, amanhã de manhã estou voltando para Nova Iorque, e levo a Brianna – responde e nego com a cabeça.

—Eu levo ela para Malibu, posso matricula-la em qualquer escola lá, é bem rápido, no máximo seis meses – comento e ele parece concordar, mas não diz nada.

Assim que volto a subir, ele me puxa, e quase caio, mas o loiro me segura e me beija em seguida, e não consigo evitar a felicidade interna quando ele faz isso, mas como tenho que manter firme, lhe afasto o empurrando.

—Porque você fez isso? – pergunto com raiva, mas ele sorri, e continua me olhando, e acabo relaxando os ombros, e quando percebo, já estou em seu colo em direção ao seu quarto o beijando loucamente. O loiro tranca a porta e caio na cama, com ele por cima de mim me beijando. Suas mãos correndo pelo meu corpo, e as minhas puxando a sua camisa branca com força.

—Sabe quantas vezes parei para ver o pôr-do-sol esse ano? Ou ano passado, retrasado, e assim por diante? – pergunto retoricamente bem calma com o lençol ao redor do meu corpo, e eu observando o fantástico pôr-do-sol da janela. O céu estava quase completamente laranja, e o loiro me observava deitado de lado na cama bagunçada – Nenhuma – respondo fechando os olhos e vendo as minhas mãos sobre o colo.

Sinto os seus beijos na curvatura do meu pescoço, e relaxo os ombros e o resto dos músculos, estava precisando daquilo. Suas mãos faziam trilhas lentas pela minha cintura, e subindo e ficando na minha barriga. Me puxa e me deito devagar na cama, enquanto ele me abraça por trás ainda me beijando no pescoço.

—Senti falta – assumo, e eu não sei se senti mais falta do pôr-do-sol, ou dos beijos delicados do Steve no meu pescoço. Acho que dos dois. Ambos conseguem me motivar a continuar, seja lá o que eu esteja fazendo.

O loiro continua com os beijos, e os espalhando até as minhas costas e o meu queixo, e subindo até a minha boca, me beijando devagar e delicadamente, apenas aproveitando um a presença do outro, toquei o seu rosto com carinho, e suas mãos me puxavam cada vez mais para perto. Me virei ficando de frente para ele, toquei o seu peito desnudo, e o puxando para perto cravando minhas unhas nos seus ombros.

—Steve – o chamo com dificuldade por causa dos beijos, e ele para olhando para mim, mas calmo – Não desiste de mim, tá bom? – peço baixo, mesmo ninguém nos escutando, foi apenas uma maneira de não começar a chorar, pois acho que se aquilo fosse dito em voz alta de verdade, eu teria começado a chorar em seguida.

—Nunca – afirma e sorrio de lado voltando a beija-lo, e toco o seu corpo devagar e com delicadeza, e suas mãos seguram as minhas quando toco os seus braços, e elas se unem, e me sinto mil vezes melhor assim do que segurando o volante do carro dirigindo para longe dele.

—Promete? – pergunto olhando em seus olhos azuis. Sei que a promessa dele não vale mais nada depois do que aconteceu, mas eu precisava ouvir saindo da boca dele.

—Prometo – confirma e lhe dou um sorriso de lado enquanto me aproximo devagar, seus lábios roçando nos meus, e meus dedos se perdendo no emaranhado de fios loiros. E quando finalmente nos beijamos, continuamos até as estrelas aparecerem no céu.

Mas fui embora sem a certeza se fiz certo ter transado com ele, de novo. Foi tudo o que eu precisava, carinho e palavras amorosas, mas agora vai ficar bem mais difícil dizer adeus. E outra questão, não tenho mais tanta certeza se quero dizer adeus para ele. Posso estar fazendo loucura, mas preciso dele comigo. E além do mais, pessoas erram, isso faz parte da natureza humana, certo?

E talvez, ele mereça outra chance, ou alguma maneira de se redimir, como ele mesmo disse, estaria disposto a fazer qualquer coisa, e posso até pensar a respeito, mas eu não tenho ideia do que ele possa fazer.

Assim que eu chego no meu quarto, que ficava simplesmente do outro lado do corredor, a alguns passos, abri a porta e vi Brianna sentada na cama lendo, e abaixou o livro devagar, e negou com a cabeça devagar em sinal de reprovação. Revirei os olhos com aquela atitude, ela acha que pode mandar na minha vida. Crianças...

—Nem adianta fazer essa cara – digo fechando a porta e retirando o casaco que eu estava usando.

—Que cara? A expressão que eu usei por você ter ido para o quarto do papai? – pergunta e viro assustada para ela – E sim, eu vi você entrando aos beijos com ele – adiciona e escondo o rosto com as minhas mãos.

—Eu nem deveria estar conversando com você sobre isso – digo retirando os tênis sentada no outro lado da cama de costas para ela. Ouço a morena suspirar e sair da cama.

—E vai conversar com quem? Hannah a essa hora deve estar dormindo, tia Rachel está em outro mundo – lembra e continuo olhando para o chão sem saber o que dizer. Ela tem toda razão – Você só tem a mim agora mãe – diz e dou um sorriso de lado.

—Obrigada, mas eu acho que conversar sobre a minha relação com o seu pai não seja muito bom para você – dou uma desculpa, mas que é verdade, imagina daqui a, sei lá, dez anos, casada e com os mesmos problemas do que eu, talvez, espero que isso não aconteça, mas e se acontecer? Vai achar que é uma maldição.

—Como se você tivesse escolha – comenta se sentado ao meu lado. Deixo o tênis de lado e respiro fundo com os cotovelos sobre os joelhos e olhando para a parede na minha frente.

—Eu não sei se eu quero deixar o seu pai – revelo depois de alguns momentos em silêncio. Ela afirma com a cabeça entendendo a situação – Ele errou, mas todos nós erramos, certo? Merecemos uma segunda chance – digo baixinho, e ela continuou ouvindo.

—Tá, ele errou, sabemos disso. Mas e se ele fizer de novo? Sempre ouvi dizer que quando se traí, é algo que não conseguimos mais controlar – responde e passo a mão pelo rosto pensativa sobre aquilo.

—Onde você escutou isso? – pergunto curiosa olhando para ela.

—Por aí – responde dando de ombros – Mas a questão é: Você acha mesmo que vai conseguir ir embora se ele te trair de novo? – pergunta e nego com a cabeça – Por isso é melhor você ter mais um tempo. As coisas estão acontecendo tão rápido que até parece um filme, sei lá! – comenta risonha – Pense melhor, se afaste um pouco dele, vamos para Malibu, lá você pode pensar melhor, e sem a interferência dele aqui – sugestiona e assinto com a cabeça.

—Mas vai demorar, tem sete carros para serem consertados na frente – digo e ela revira os olhos.

—Temos dinheiro, dê um pouco a eles e quero ver se não vão consertar logo em seguida – diz risonha e acabo rindo junto.

—Sei não... – digo duvidosa se aquilo é certo. Seria suborno, e só fiz isso uma vez na minha vida para nunca mais repetir. Foi quando paguei a professora da Hannah para que desse mais atenção a ela, e me senti tão mal no dia seguinte... – Isso não se faz, Brianna.

—Qual é mãe! Somos Stark, apesar do papai ser muito certinho para isso. Aposto que o vovô deve ter feito isso diversas vezes! – responde e me deito na cama olhando para o teto.

—Acha que quinhentos serve? – pergunto e ela afirma com a cabeça.

—Negocie, chegue a um acordo com eles, aposto que vai aceitar – responde se levantando e caminhando ao banheiro – Vou tomar um banho, depois você vai.


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Notas finais do capítulo

Obrigada gente! Espero vários reviews, viu? Beijos!



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