Sorte escrita por Ana Banana


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente não sei o que falar (e qualquer coisa que eu falasse não pareceria boa o suficiente, então é melhor deixar pra lá) mas imaginem que eu disse uma coisa adorável e vocês gostaram.



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O dia de Lily não começou bem. Ela acordou com o som de seus vizinhos de cima fazendo sexo, a lembrando o quão pateticamente solteira ela estava. Quando tentou sair da cama , seus pés se enrolaram no cobertor e Lily caiu de bruços no chão. Ela bufou e se levantou , os braços um pouco doloridos da queda. Ela foi até o banheiro , na esperança de que um banho quente fosse esquentar seus pés gelados. Sem nenhuma surpresa, o banho foi um desastre também. A água estava fria e o shampoo caiu nos olhos dela quando a ruiva foi lavar os cabelos.
– Que começo de dia incrível – ela murmurou para si mesma ironicamente , os dentes batendo e sem sentir os dedos do pé. “ Ok ” ela pensou “ Eu vou tomar uma xícara de café, e tudo vai ficar melhor”. Não ficou. Lily derramou o pó do café sobre a mesa da cozinha e quando ela decidiu tomar chá , a xícara favorita dela quebrou (Que tipo de pessoa coloca a xícara assim tão perto da borda, afinal ?). Olhar para os cacos só a deixava mais irritada, e ela decidiu sair de casa antes que mais alguma coisa acontecesse.
Enquanto Lily andava , com sua bota machucando o seu pé (sim , aquela nova e super cara que ela tinha comprado naquela semana. Na defesa da moça , a bota não tinha machucado quando ela estava andando na loja) , ela lembrou das deliciosas coxinhas que vendiam perto do trabalho. Se lembrou também que não tinha um tostão no bolso (por conta dessa mesma maldita bota que estava torturando seus pobres pés) e pensou em passar no banco. Ela tinha tempo afinal , e realmente queria a coxinha. A fila não estava muito grande , o que era “ A melhor coisa que tinha acontecido até agora” de acordo com Lily. Crente de que sua sorte poderia mudar por pelo menos um dia , ela se permitiu relaxar. Se tem uma coisa que não se faz, é tentar a sorte. Um homem alto , a última pessoa de quem você esperaria , puxou uma arma do bolso do casaco
– Isso é um assalto – ele gritou , como se a arma não deixasse suas intenções extremamente óbvias . Mesmo assim , todos pareciam estar esperando essa mesma frase (um clichê, realmente. Se fosse ela , Lily com certeza não usaria uma frase como essa) para entrar em pânico . A atendente começou a chorar e a mulher loira que estava na sua frente gritou. O menino que estava atrás dela (muito bonito, por sinal. Usava óculos e parecia adorável. Lily quase riu ao perceber o quão ridícula era a situação, mas imaginou que o assaltante não acharia muita graça) , quase não se mexeu , exceto pelas mãos, que foram para o cabelo em um sinal de ansiedade. Lily ficou surpresa em perceber que , até agora, ela não tinha expressado nenhuma reação extrema . Talvez fosse a adrenalina , que começava a perder o efeito , ou o remédio que ela tinha tomado na noite anterior. De qualquer forma , ela começava a se perguntar se surtar não seria a coisa mais (ou menos) racional a se fazer.
– Vamos – o assaltante gritou de novo – Me dá o dinheiro - a atendente começou a digitar o código de segurança com as mãos trêmulas , e Lily não pode deixar de sentir pena dela. – Ninguém se mexe. Entenderam? – a mulher loira tentou correr quando o assaltante se virou , mas sua tentativa de fuga não deu muito certo. O homem , quase sem olhar , atirou nela . Pela primeira vez desde que o assalto começara, Lily começou a se assustar. O moço atrás dela a puxou , em um gesto instintivo. A arma estava apontada para os dois , agora.
– Sentem – o assaltante mandou. Lily teve que puxar a manga do casaco do garoto , já que ele parecia querer desafiar a ordem ( corajoso , mas bem estúpido da parte dele ). – Se vocês não ficarem quietos ... – o homem deixou a ameaça pairar no ar. Não havia necessidade nenhuma de completa-la .
– Vai ficar tudo bem – o garoto de óculos sussurrou para Lily , com tanta certeza que ela quase acreditou. Mesmo assim , ela ficou quieta . Lily tentou respirar em um ritmo normal e não parecer assustada. Ela odiaria parecer assustada . Pareceram horas até que a policia chegou (por alguns minutos Lily tinha se perguntado se eles não viriam).
– Quem foi que chamou a polícia ? – o assaltante perguntou (meio enlouquecido , na opinião da ruiva) e disparou alguns tiros no teto do banco. Um dos policiais falou para largar a arma , mas o homem estava ocupado demais enfiando bolos de dinheiro em todos os lugares que ele conseguia e não prestou a mínima atenção. Alguns tiros foram disparados quando ele saiu do prédio e logo dois policiais entraram com armas em punho.
– Não tinha mais ninguém? – eles perguntaram. Lily e o menino balançaram a cabeça negativamente , e os policiais fizeram sinais para os paramédicos que esperavam do lado de fora. Um silêncio se instalou , quebrado apenas pelos soluços da atendente.
– Eu imagino que essa seja uma pergunta estúpida , mas você está bem ? – o menino de óculos olhava para ela meio preocupado. Tudo que Lily conseguiu fazer foi rir. A risada dela , mesmo que um pouco histérica , fez o garoto rir também e toda vez que eles se encaravam a risada aumentava.
– Lily Evans – ela se apresentou , assim que conseguiu respirar direito
– James Potter – ele sorriu meio bobamente
– Foi interessante te conhecer James Potter – Lily piscou pra ele e quase teve outra crise de riso quando viu as bochechas vermelhas dele. James se levantou e ofereceu a mão para ela. Eles ainda estavam de mãos dadas quando três outros meninos entraram e correram direto para James.
– Seu idiota! Nunca mais faça isso comigo , ouviu? – o garoto moreno deu um soco no braço de James , que resmungou. Ele foi abraçado , agora pelo loiro.
– Você está bem? Se machucou? – ele percorreu os olhos pelo corpo de James e quando percebeu que ele não tinha nenhuma marca evidente, socou o mesmo braço que o moreno tinha socado. – Seu imbecil! Quem você pensa que é pra me deixar assim tão preocupado?
– Que bom que você não morreu – falou um outro , o menor e mais gordinho. – Eu não teria ninguém pra dividir meu chocolate. Não que eu fosse , obviamente, mas você me entendeu.
– Eu estou bem , sério. – James respondeu , meio risonho.
– Quem é a ruivinha e porque você está segurando a mão dela? – o moreno perguntou olhando para os dois . Mais especificamente para as mãos deles.
– Sirius! – o loiro mais alto olhou para o amigo com um olhar desaprovador. O tal Sirius levantou as mãos em rendição.
– Essa é Lily Evans – James apresentou , as bochechas ainda um pouco vermelhas , mas já sem a mão da ruiva entrelaçada na sua. – Lily , esses são os meus indiscretos melhores amigos. Sirius – ele apontou para o moreno – Remus – o loiro mais alto – e Peter – o baixinho
– Nossa , e eu aqui pensando que pessoas bonitas não podiam andar em grupo – Lily soltou sem querer , obviamente apreciando a vista. Depois , percebendo o que falou, colocou a mão na boca.
– Eu gostei dela – Sirius falou
– Eu ... ahm. Eu provavelmente deveria ir. Quer dizer ... eles devem querer falar comigo – Lily murmurou , extremamente envergonhada. Ela tentou andar em um ritmo normal , mas os saltos teimavam em escorregar (o que eles tinham passado ali? Cera?) e a cada passo que Lily dava , ela quase caia. Em um movimento meio súbito (o qual ela realmente não deveria ter tentando fazer) Lily se virou e voltou para onde os meninos estavam.
– Quer saber? Você deveria me ligar um dia desses – ela falou para James enquanto puxava o braço dele e escrevia o número dela com a caneta que tinha tirado da bolsa(que foi incrivelmente fácil de achar , para a surpresa de Lily) . Assim que terminou , ela voltou a andar, dessa vez sem escorregar. Talvez sua sorte não estivesse assim tão ruim.


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Notas finais do capítulo

Pra quem chegou até aqui, obrigada por aguentar a minha pessoa. Sintam-se a vontade pra , sei lá , serem felizes (e me fazerem feliz) mandando reviews. Eu adoraria falar com vocês!



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