Nem sei por que estou aqui

Nem sei ao menos por que tudo começou

Como posso estar escrevendo isso

Se nem ao menos sei quem sou

Se nos perguntamos para que viemos

Mostramos ao menos algum interesse

Mas como podemos desvendar verdades?

E que mundo será este?

Eu sei, não precisa repetir

Será que existirá mesmp o certo?

Será que Sócrates sabia quem ele era?

Acho que pelo menos tenha chegado perto

Enquanto aqueles outros me ignoram

Eu entro em minha aparente crise dramática

Eu sinceramente não sei meu nome

Serei eu uma heroína enigmática?

Tenho tanto medo de ser a única

Sou a jovem que de repente conseguiu enxergar

As feridas de nossa sociedade

Sentindo na minha própria pele como se estivesse a queimar

Me pergunto se a árvore sabe que é arvore

Ou ao menos tenha sonhado com isto

Minha identidade se perdeu por aí

E me pergunto se alguém a tenha visto

Será que o céu é realmente céu,

ou apenas mais um mar sobre nós?

Eu não enxerguei as nuvens entre as ondas

Nem o tubarão voando com o albatroz

O céu é um mar gasoso

Superior e convencido em sua importância

Mas na esperança de lavar a terra suja

Manda gotas de água fria para nos mostrar nossa própria ignorância

O vidro aparentemente me reflete

E me pergunto se sou realmente aquilo ali

E eu sei que os outros não me enxergam

Como um casal que passou há pouco por aqui

Menina que sonha é bicho besta

Sonha em mudar o mundo e a humanidade

Mas que ser é esse, tão pequeno

Que nem ao menos sabe sua identidade

Se posso mudar o mundo, não sei

Mas eu tenho um sonho, uma crença

Acredito que no futuro, quando olhar para trás

Vou ver que fiz a diferença