Insurgent's Attack - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 6
Pronta para a picada!


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde e boa leitura! :3



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Os saltos finos tilintavam no piso de cerâmica branca que cobria todo o chão daquele andar. A calça comprida preta e blusa listrada em preto e branco realçavam seu corpo magro e médio com ar pouco mais sério ao chegar ao seu posto profissional. A sala onde se continham o material de interrogatório e a proteção da identidade do soro da verdade, usando único e exclusivamente em casos graves de infração, principalmente quando se tratavam de suspeitas dentro da própria facção.

De forma alguma a Franqueza poderia deixar escapar escândalos desse tipo, apesar de serem defensoras da verdade e da lei. Por sorte, durante sua iniciação na facção e quando o soro da verdade foi ministrado, em momento algum Jack, o representante oficial do complexo da Franqueza indagou quando a certeza que tinha a permanecer ali ou quanto ao teste, mesmo que a ambiguidade estivesse apontado uma mínima característica possível da Abnegação. Seria um ultraje revelar sua divergência em público e provavelmente seria executada, além de trazer horror e ainda mais problemas para suas mães de criação, Elle e Kate. De fato, Caroline havia feito a escolha certa. Ao menos, assim esperava.

Nicolai já abria a porta com o costumeiro sorriso no rosto quando vislumbrou os rebeldes cachos bagunçados da jovem presos num rabo de cavalo. Ao contrário dos demais departamentos, aquela sala, mesmo tendo de ser piamente protegida, somente ambos permaneciam ali, pelo menos quando se tratava daquele horário.

Não demorou para o rapaz ignorar qualquer coisa que fosse fazer fora dali e entrar novamente com a companheira. Eles eram completamente opostos, talvez o motivos de se darem tão vem, já que alguns outros iniciandos e até mesmo veteranos não se aproximavam da garota devido um preconceito racial ou homofóbico maquiado em relação a sua curiosa adoção.

— Demorou hoje! Sua pontualidade está ficando enferrujada, minha cara. - começou ele, sentando-se de frente para o computador e encarando um programa em aberto, contudo sem utilizá-lo.

— Foram somente quatro minutos.

— Tanto faz! - deu Nicolai de ombros - Ainda sim é atraso. Aliás, preciso de uma ajudinha...

— Do tipo...? - a sobrancelha esquerda da jovem arqueou significativamente, dando mais atenção aos lábios recheados.

— Consegue lembrar de Katherine Okham?

Não demorou muito para que a expressão de Caroline suavizasse um tanto. A ruiva havia saído dali sem pensar duas vezes em sua cerimônia de escolha e sumido por completo na Audácia. A ideia de vê-la após o sufoco que fizera suas mães passarem era quase detestável. No entanto, nunca houve uma sombra de dúvidas quanto a certeza que de não pertencia a Franqueza.

— Sim. O que tem ela?

— Recebi uma mensagem hoje de manhã. Parece que ela quer ter uma conversa séria e está querendo que você vá a fronteira entre Amizade e Franqueza ao anoitecer.

— E por que eu faria isso depois de tudo que ela nos causou?

— Sabe muito bem que nunca fui o cara que faz as perguntas. - ele suspira e limpa os óculos - Ela só mandou essa mensagem. Sugiro que... - olhou o relógio - Saia no máximo em duas horas...

*******

Quando Caroline se aproxima, o carro já está parado e Katherine sobre o capô, sentada, de pernas cruzadas, atrás de uma antiga construção que agora serve somente para guardar antigos móveis de escritório.

Um piér antigo onde já houvera uma antiga fonte quebrada com escombros e alguns canos enferrujados e retorcidos. Típica separação e marco entre as duas facções!

— Olha só quem resolveu aparecer... - Katherine levantou-se, sorridente, caminhando até a jogam.

— Que sorriso lindo e enorme senso de falso pudor. - cruzou os braços - Deixa eu adivinhar: precisa de um esconderijo.

— Oi... Er... Não quero interromper o reencontro feliz, mas realmente precisamos de ajuda. - Tanner se revelou, aproximando-se, o que fez com que Katherine revirasse os olhos e começasse a bater o pé esquerdo no chão, cruzando os braços, impaciente.

— E por que eu deveria escutar você? - Caroline dá um passo para trás em defensiva.

— Acabamos de ser atacados na Amizade. Nem todos conseguiram sair de lá. - ele deu alguns passos em sua direção novamente, no entanto ela se manteve no lugar.

Scott e Alice saíram da caminhonete com Sarah pendurada em seus ombros. O rosto do rapaz por trás das grossas lentes pareceu levemente conhecido para a jovem, porém a mesma preferiu não manifestar nenhum tipo de sentimento que pudesse vir.

— Oi, Carol! - Dean saiu de trás da caminhonete, dando um sorriso de lado, um tanto atordoado ainda pelo afastamento e sumiço de Raven e Alyssa.

— Dean? Sério? O que faz com eles? - ela o encara, quase incrédula.

— Não sabia que se conheciam... - comentou Katherine, relaxando pouco mais a postura.

— Pois é! As coisas mudaram depois que você decidiu dar as costas para a Franqueza... Pessoas novas chegaram, sem seu egoísmo. - as palavras da outra saem como ácido.

Por mais que Katherine pudesse estar pronta para discutir, como já fizeram anteriormente, a mesma acaba por relaxar os pulsos. Não estava em posição favorável para se dar ao luxo disso. Aquela não era mais sua facção e não adiantaria tentar retornar para casa já que de fato ela, pelo menos naquele Complexo, possivelmente já não existia mais.

— Então... O que me diz da proposta? - Dean retomou as rédias da conversa.

Caroline somente assentiu, fez sinal para que deixassem a caminhonete ali e caminhassem com ela para outro lado da Franqueza, onde permaneciam as casas oficiais, atrás das do conselho. Era um lugar pouco mais difícil de se instalarem, logo que um dos líderes morada no final da mesma quadra, contudo esse era um dos melhores motivos para não desconfiarem de novatos ali.


*******

— Ok! Chega de tour... Temos que sair daqui! - Luke pegou a arma e saiu do lugar.

O primeiro homem que se aproximava vestindo preto com azul direcionou-lhe um tiro as cegas que acabou passando de raspão pela altura das costelas. O rapaz retribuiu o mesmo com dois tiros, findando sua munição, um passando a esquerda do homem sem mesmo encostá-lo e o último atingindo seu ombro. O mesmo nem precisou fazer mais esforços já que o adversário praticamente entregou a partida, desmaiando.

Emily e Mia ajudavam respectivamente Lucy e Violet a sair do local. Sem mais nenhum homem a vista, contudo podiam ouvir alguns barulhos de tiros vindo vindo do refeitório ou passos se distanciando, indo em direção a estufa.

— Saia! - Luke alertou ao único homem que estava no banco do carona da caminhonete preta de patrulha da Audácia, antigamente usada para o vigilância noturna da cerca.

A irritação se mostrava era evidenciada no rosto do rapaz enquanto o outro tateava o cinto em busca de uma arma. O loiro, por sua vez, abriu de forma brusca a porta do veículo e apontou a sua.

— Quer sair logo?

O outro não pestanejou mais. Desceu quase simultaneamente Mia entrava no banco do carona, jogando Violet no banco de trás de maneira despreocupada, e Emily levava Lucy para o banco de trás. Por sorte, o terreno de terra da Amizade não complicou demais a partida deles.

— Acho que temos companhia...- comentou Emily.

Ao lado dela, estava Clarissa. Seus rosto era quase angelical, apesar de se manter visivelmente abatido devido os últimos dias. A lembrança de como a mesma havia tido capacidade de matar ou outros era algo que enojava a jovem de cabelo azul bagunçado.

— Vaso que é ruim não quebram... - Mia revira os olhos e faz uma careta.

— Ok! Para onde iremos agora? - Emily perguntou, baixando as costas do banco traseiro, dando direto acesso para a mala do veículo, rolando o corpo de Clary para trás e levantando-o novamente - Assim é melhor... Mais espaço. - sussurrou para si a última frase.

— Vamos para os Sem-facção, anunciar a morte de Gabriel. Eles são numerosos e tem lá seus esconderijos. Podem nos ajudar, por enquanto. - pronunciou-se Mia.

— Nada disso! Vamos fazer um retorno ao lar!

A voz de Luke era séria, dura. Os nós de seus dedos estavam feridas e o canto do lábio inchado. Um olhar de Mia, quase uma indagação, foi direcionada a figura do rapaz, contudo o mesmo se mostrava irredutível e nada disposto a sugestões.


*******

Nicolai chega trazendo alguns lençóis para a equipe. Após uma conversa com a companheira de trabalho, o rapaz a convenceu a ajudar e ainda alertou quanto ao caso de vigia da Erudição já que a única coisa que a Franqueza poderia oferecer a eles era o soro da verdade, logo que não plantavam nem mesmo tinha experiência militar. Logo, seria bem fácil Max, um dos líderes da Audácia, mandar alguns de seus capachos fazerem uma vistoria nas casas.

Já ele que morava sozinho numa casa exatamente na rua em frente a do prédio principal onde trabalhavam e não tinha nenhuma ligação aparente com os refugiados, seria quase impensável que eles viessem a desconfiar de si, já que basicamente toda sua família nasceu e morreu na mesma facção.

Não se tratava de uma residência grande. Tão simples quanto as da Abnegação, obtendo o térreo e um andar superior com os quartos e banheiro. Na parte debaixo, estava a sala com um computador sobre uma mesa ao canto. A parede principal era preta com a balança da facção estampada, contrastando com o branco que domava o restante da casa. Os móveis eram pintados da mesma cor, exceto a mesa da cozinha que demonstrava ainda cor da própria madeira.

— Ok... Moro aqui sozinho e a casa só tem dois quartos que também não são grandes e está somente com uma cama disponível. - Nicolai respira pesadamente e junta as mãos, um tanto ansioso e nervoso quanto as próprias palavras. - Não costumo receber visitas que não sejam da minha família aos domingos ou da própria Caroline, por isso se algum de vocês quiser ficar aqui na sala... Tudo bem.

Nesse momento, o corpo de Sarah praticamente despencou sobre o sofá na tentativa frustrada de Scott de sentá-la pacificamente. Ao lado da sala, Katherine seguro a mochila com cuidado, como se algo de vidro ali dentro estivesse, possivelmente alguma comida. Dean somente assentia. Desde que Caroline disse que pensaria em alguma solução para escondê-los, apesar de franzir o nariz ao olhar Katherine, o rapaz calou-se.

Os olhos azuis e marcados por lápis preto bastante chamante de Ally perambulavam pelos degraus perfeitamente alinhados da escada, enquanto seus sapatos deixavam um sutil rastro de terra que presa as botas. As vozes de Nicolai e Tanner, talvez sendo a feminina de Caroline ou qualquer outra, já que nem mesmo se deu ao luxo de prestar atenção em seus timbres, começava a se afastar gradativamente, de modo que nem mesmo era mais possível decodificar o que dizia.

As brancas e largas portas de madeira com o símbolo da facção desenhado a porta, algo desnecessário que faz seu estômago revirar simultaneamente os olhos. A maçaneta, ao contrário de comumente se encontra, está quente e úmida. Após alguns escorregar algumas vezes, notou que a mesma estava trancada.

O quarto seguinte ficava ao final do corredor, tendo por sua vez, a porta destrancada. Não se tratava de um quarto luxoso. Era quase típico da Amizade, por assim dizer. Na cama estava somente o colchão, tem travesseiro ou lençol o forrando, ainda que sem poeira em canto algum. Perto da janela, curiosamente emperrada, estava um criado-mudo de mogno puro, com duas gavetas abaixo e uma espécie de escultura metálica que se contorcia de cima abaixo. Em vulgo, era bastante similar a um gene, pelo menos era o que lembrava das aulas do Eixo, uma leve lembrança de memória fotográfica dos livros, logo que quase nunca estava verdadeiramente acordada durante as explicações da senhora da Erudição a qual sempre a detestou. Por sorte, a recíproca era verdadeira.


*******

POV Raven

Sinto uma pontada de dor passar por todo meu corpo. Um frio repentino sobe de meus membros inferiores até meu pescoço. Meus dedos se mexem preguiçosamente. Aquele momento... O mesmo que vi anteriormente. Seu rosto me é vagamente familiar, como de um antigo pesadelo. Ele tem os mesmos olhos de Alyssa... Os mesmos que Josh tinha. Límpidos e extremamente cruéis quando se quer, quando se está com raiva. A voz é um tom mais grave que a do filho. Consigo perceber enquanto cantarola algo bastante baixo, de forma que não compreendo com exatidão. Por um instante, juro ser uma das canções sobre defender os demais, típida da Audácia.

— Olá, querida! Vejo que já acordou!

Sua voz finalmente se evidencia. Rouca. Tirando isso, idêntica. Ele contorna a cama de metal onde estou deitada e começa a conectar eletrodos nas laterais de meu rosto, dois acima das sobrancelhas e dois em proximidades a meus seios. O reflexo de mim em seu óculos e a manga do jaleco que veste causa-me enorme vergonha. Estou nua!

— Quem é você?

— Oh, querida Raven. Creio que saiba quem sou. Faça perguntas mais inteligentes, ok?!

— Onde estou?

— Ah sim... Boa! Esse é meu antigo laboratório particular da Erudição, na minha casa. Esse é o bom de se ter porão. Acredite... Josh vivia aqui e ele amava quando ficava na mesma situação que você. Até ele... Ir para a Audácia.

Seu rosto expressa um tanto de irritação e melancolia, mas não tristeza ou saudade. Será que ele sabe que eu o matei? Bom, consigo virar lentamente meu rosto e visualizo uma tela. Ele fará algum tipo de experimento em mim. A última vez que vi uma coisa daquelas foi na minha paisagem do medo na iniciação.

— Observei bastante você enquanto estava ainda dormindo e... - seu olhar é quase sádico e malicioso sobre mim. - Notei que tem algumas marcas em seu abdômen. Pele pouco mais elástica e marcada com leves estrias ao pé da barriga. Eu diria que pelo seus seios estarem inchados que passou por um processo de gestação. A criança é do meu filho?

— Não... Acho que esse foi o principalmente motivo dele ter me odiado tanto. Eu o trai.

Um sorriso largo se fez eu sua boca. Eu nunca teria coragem de cometer adultério, porém a última coisa precisa era uma avô nojento que esta prestes a me matar ou transformar em seu ratinho de laboratório antes de atrás de Alyssa. Dean está com ela e isso me deixa mais tranquila, pelo menos enquanto não estiver aqui presa.

— Perfeito! Nada mais do que ele merecia por me abandonar. - há um ar se triunfo que enche seu peito. - Até que isso me ajuda bastante quanto a ideia do que faria com você.

— O que pretende?

— Você é divergente e a última pessoa que viu meu filho. Quando organizaram a ida a Amizade e Eric comentou uma lista de pessoas que poderiam estar lá, dei a fórmula que me pediram para colocar na comida daqueles bobos risadinhas e pedi para trazerem meu filho. Como só tinha você, meu sobrinho a catou do meio deles.

— Isso não faz sentido algum!

— Claro que faz! Ele era um problema, precisava ser controlado. Antes mesmo dele completar dezesseis anos eu testava para saber qual seria sua facção no teste de aptidão, no entanto sempre dava Franqueza e Audácia. Não podia suportar um filho que me ameaçasse, por isso fiz vários testes para estimular seus medos e inibi completamente a ideia da verdade ser a solução do mundo em sua mente. Então ele decidiu me abandonar. Um medroso... Não conseguiu atingir o nível que QI que imaginei.

— Você é um maluco!

— Não! Jeanine acredita que os divergentes são uma ameaça. Uma espécie de doença e eu fui capaz de sacrificar meu próprio filho para provar que isso tem cura.

— Mas ser apto para mais de um lugar não é doença.

— Ele se curou. Eu sabia disso! Eu consegui, mas ele se afastou e não tive como provar isso. Se eu conseguir com você isso, posso provar que merecia muito mais que um cargo de reprogramador de equipamentos para testes de aptidão.

Seu rosto está vermelho. Talvez o pai de minha filha não fosse um completo lunático por querer. Aliás, com um pai assim, para que inimigos? Suas pupilas estão dilatadas e a mão trêmula quando pega um kit com três seringas diferentes com os respectivos líquidos: lilás, azul e transparente.

 


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Notas finais do capítulo

Então, para finalizar o capítulo, cá está a surpresinha que prometi. Um teaser para a fic. Nem todos os personagens estarão nele, porém já fiz outros dois para ir demonstrando mais alguns. Começando com algumas partes mais agitadas para animar.

Personagens novos:
— Nicolai Heartwell
— Caroline Gallagher
— Teaser 1: http://maryduda2000.tumblr.com/post/145854750823/insurgents-attack-maryduda2000-nyah

Até a próxima!



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