Meu Psicopata de Estimação escrita por Felipe Araújo


Capítulo 8
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

EEEEEEEEEEI EEEEEEEEEEEEI ATUALIZAÇÃOOOOO!
Desculpe meus queridos pela demora, JURO! EU JUUUUUUUUUURO!! EM NOME DE GZUUUUUIS QUE VOU ATUALIZAR DUAS VEZES POR SEMANA! Sério, essa semana fiquei atolado de afazeres e não deu, mas agora vai...



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A atenção de todos da casa está direcionada a televisão. Clara deixa seus afazeres de trabalho para escutar o noticiário da manhã, junto com os dois filhos. Patrick para até mesmo o que escreve furiosamente na folha de papel que serve de dever de casa. Lucas ao contrário, tranquilo no sofá, tira o fone de ouvido e ergue uma sobrancelha mostrando seu entusiasmo com tudo aquilo. Enquanto uma moça negra de cabelos encaracolados relata os fatos ocorridos para a apresentadora do telejornal.

“— Bom dia Joana, aqui é Cinthia Alamo e estou no local do assassinato. Conseguimos em primeira mão essa exclusiva entrevista com o homem que encontrou o corpo de Diogo Ramos Medeiros, de vinte e cinco anos. Então, o senhor encontrou o homem quando andava pela floresta?

— Sim, encontrei ele deitado perto daquela árvore, tinha muito sangue.

— A polícia investiga o desaparecimento de Mayara Novaes, vinte anos, namorada da vítima. — A cena é cortada e volta para a apresentadora.

— A investigação contínua, mas ainda sem detalhes ou chances de encontrar algum culpado.”

Antes mesmo dos três terem o tempo de questionar o que acabaram de assistir a campainha toca. Clara aguarda uma mulher que começará a trabalhar na casa como doméstica. Uma casa grande como a que moram precisa de uma pessoa responsável pela faxina, Clara não consegue dar conta de tudo. Lucas não levanta do canto, parece preensivo com o que assistiu há pouco pensava que este tipo de coisa só acontecia na cidade grande, mas se engana. Clara volta com uma senhora de uns cinquenta anos, pele escura com olhos fundos, cabelo ralo preso firmemente em um coque. Veste roupa simples, entretanto um sorriso resplandecente e receptivo.

— Lucas venha aqui junto com Patrick. — Os dois levantam e recebem a mulher, - essa é Lusia, a partir de hoje vai ajudar na arrumação da casa. Lusia esses são Patrick e Lucas meus filhos.

— Que filhos mais lindos e saudáveis dona Clara. — Os dois garotos dão a mão de encontro a senhora gentil, sorrindo Patrick indaga.

— A senhora sabe cozinhar? — Clara cora, e gargalha.

— Filho, tenha modos. — Lusia responde entusiasmada.

— Você gosta de bolo?

— Adoro bolo!

— Ótimo, farei um bolo de cenoura com chocolate, minha especialidade. — Clara simpatiza com Lusia, e mostra para a empregada onde colocar suas coisas. Enquanto Lucas responde mensagens no celular, não dando muita importância para a conversa ao seu redor.

Anne

Me encontre na praça da cidade, se puder agora. Estou sozinha aqui sentada no balanço.

9:51

Lucas

Estou saindo de casa, me espera ai.

9:51

Anne

Tudo bem.

9:52

Sem ao menos avisar Lucas calça o seu tênis e sai de casa. O dia está lindo como todos os dias naquela cidade. O sol por mais que brilhasse não esquenta o suficiente, esse é o inverno de Santa Monica. Passando na frente da casa de Ester, não disfarça a vontade de ligar para ela, mas evita — não quer passar por papel de bobo apaixonado. — De cabeça baixa deixa a rua de sua casa em direção onde Anne o espera.

A praça é grande, muitas pessoas aproveitam a manhã de sexta-feira para passear com seus cães. Andar de bicicleta e jogar bola. Lucas logo avista Anne, que sozinha brinca em um balanço de criança, o rapaz ri da cena. Anne levanta de onde está quando avista quem estava esperando. Com um largo sorriso ela beija a bochecha do rapaz.

— Até que enfim, estava indo embora.

— Não levei mais de dez minutos para chegar. — Lucas ri junto com a amiga. Anne chama atenção dele que para por um segundo observando a menina de cabelo castanho claro. Lábios brilhantes, pele branca, uma camiseta justa clara e calça jeans, simples e linda.

— Então, te chamei aqui para te dizer uma coisa.

— O que?

— Não sei como dizer, é sobre Ester. — Lucas antes mesmo de sentar ao lado da amiga, recua e se irrita com o que Anne não falou.

— Não quero ouvir mais nada sobre Ester, não quero saber do passado dela, apenas do presente e futuro. O que passou, já passou! — Anne não intimida-se com a voz grave de Lucas, puxa sua mão.

— Escute, eu gosto de você, sei que é um cara muito legal, — a mão dela continua entrelaçada na dele. —Afaste-se de Ester, ela não é essa estranha que todos pensam, é coisa pior.

— Não Anne, você de todos os amigos que me apresentou, pareceu ser diferente.

— E sou! Não quero que sofra, não quero que termine magoado. — Lucas agacha perto de Anne aproximando mais seu corpo.

— Você quer me contar alguma coisa? — Anne engole a seco o que pretendia indagar, quando uma voz doce e impactante corta a conversa.

— Anne Tavares? Lucas? — Os dois levantam do balanço e olham para trás e a surpresa é grande quando Ester está parada observando os dois conversarem. Anne não consegue disfarçar a saia justa. — Falavam de mim? — Ester parece sarcástica.

— Sim! — Lucas falara, indo em direção a garota de cabelo cor de fogo e lábios da mesma cor. —Conversávamos sobre a festa de amanhã, não é Anne? — Anne gagueja

— S-sim! — Ester morde o lábio e gruda no braço de Lucas puxando-o junto a ela.

— Que bom, avise todos que eu vou sim na festa Anne. Vou junto com o Lucas. — Com ironia, Ester lança um beijo em Lucas que se surpreende com a ação da garota. Anne não sabe o que fazer, fica sem reação, mas logo diz

— Bom, que legal que você vai Ester, então já vou indo. Vejo vocês amanhã na festa. — Lucas tenta falar algo para a amiga, mas não consegue pensar em outra coisa. Quer ficar sozinho com Ester.

Juntos sentam em um banco, enquanto Anne sai da praça e caminha para longe retirando do bolso seu celular. Seleciona o número de Samantha e liga para a amiga. Joga o cabelo para trás retirando-o do rosto e leva o celular para a orelha, com um sorriso de canto espera a ligação ser atendida.

— Alô, Sam?

— Oi Anne, então deu certo?

— Sim, ela passou pela praça na justa hora que havia me falado.

— Mas me conte logo o que aconteceu!?

— Ela me viu com o Lucas, sentiu ciúmes e mordeu a isca. Agora temos certeza que ela vai.

— Ótimo, venha até em casa, hoje não vamos para a faculdade. Vamos preparar o teatro.

Anne desliga o celular, guarda no bolso e suspira. Inquieta, não quer enganar Lucas, mas definitivamente não gosta de Ester. E acabou confirmando neste instante. Pois também sente ciúmes do garoto. É estranho para ela, mas apenas ignorou o sentimento. Por enquanto.

***

Lucas passou a tarde com Ester, comprou mais cedo fantasias para a festa de amanhã. Ester que escolheu, Lucas veste na frente do espelho de seu quarto uma roupa de pirata. Ele ri quando lembra da garota contando como gosta de piratas, pois seu pai contava histórias sobre eles quando ela era criança. Mas o que o rapaz não consegue tirar da cabeça é Ester girando com aquele vestido longo até as canelas. Ela irá de camponesa. Ele tenta não pensar muito, não quer ficar ansioso para amanhã. Tira a fantasia coloca sobre sua mesinha da bagunça e deita só de cueca sobre a cama. Relaxa e espera por um sono pesado, mas mesmo tentando pensar em outras coisas “ela” vem em sua mente e visita seus sonhos mais profundos.

***

Alguém bate na porta do quarto. Lucas acorda assustado veste um shorts e levanta, ainda cambaleia de sono.

— Quem é?

— Oi Lucas, sou eu Lusia, só quero avisar que o café está servido.

— Café servido? — Ele esquece que agora tinham uma empregada. — Ok, já estou descendo, obrigado. — Vai até seu banheiro, entra dentro do box, liga o chuveiro e deixa a água morna cair sobre seu corpo.

O banheiro de Lucas dá de frente ao de Ester, pela redonda janelinha de vidro ele consegue ver o quarto dela e alguns cômodos, já que a casa vizinha tem janelas grandes. Lucas observa sério a janela do quarto da vizinha, mas não consegue ver nada por estar tampado com cortinas vermelhas. Porém sabe que ela está lá, pois uma sombra revela.

— Como queria dormir com você... — Ele arregala os olhos a ponto de explodir, uma segunda sombra está dentro do quarto junto com Ester. E é a sombra de um homem. Lucas se pendura na janela do banheiro e quase cai pelo piso estar molhado, mas tem certeza que tem mais alguém com ela no quarto.

Sem pensar, o rapaz sai do banheiro, não se enxuga e corre. Apenas coloca seu shorts de dormir e sai do quarto. Desce a escada molhando toda a casa, passa pela sala e não fala com Lusia que está arrumando os sofás.

— Querido onde vai sem camisa e todo molha... Já foi! — Fala a mulher que observa o rapaz correndo pelo quintal e indo até os fundos da casa.

Ele vai até a cerca e grita. Alto o suficiente de várias casas ouvirem, queria saber quem era a segunda pessoa no quarto, não consegue esquecer tudo que ouviu sobre a Ester. Duvida muito que ela tenha algum amigo ou parente próximo. Lucas se preocupa com isso, e imagina que pode ser alguém que possa machucar a garota. Sem resposta ele pula a cerca e corre até a porta dos fundos onde é recebido por Ester, vestindo apenas uma camisa cumprida. Sua calcinha é vermelha, e sua pele grita para Lucas que se desconcentra.

— E-e-eu...

— O que foi Lucas? Está nervoso.

— Tinha alguém com você no seu quarto, quem era? — Ester morde o lábio e parece apreensiva, responde.

— Ninguém!

— Mas vi a sombra de um homem. — Ela leva suas madeixas para atrás das orelhas e suspira.

— Já disse que não é ninguém, quer ver quem realmente era?

— Sim! — Ele concorda.

— Espere um minuto. — Lucas sem camisa começa a sentir vergonha pele ato heroico, agora não vê como heroísmo e sim como tolice. Ester volta segurando um manequim.

— Esse era o homem que você viu. Meu manequim que veste o vestido da festa, coloquei nele para não amassar, viu? Está tudo bem.

— Me desculpe mesmo, não sei o que dizer... — Ester avança e coloca um dedo sobre a boca de Lucas calando suas palavras.

— Obrigado por se preocupar comigo, mas vá vestir uma roupa, estamos nus do lado de fora.

— Tudo bem. — Ele ri, ela dá uma piscadela e entra dentro da cozinha fechando a porta. Do lado de dentro Ester murmura.

— Nos vemos às sete.

— As sete! — Lucas dá um tchau para a menina e deixa o quintal indo para sua casa desconfortável.

Ester suspira aliviada, conseguiu enganar Lucas com o velho manequim que havia no porão. Olha de canto para ver se Edgar não escutou nada do que havia acontecido. Senta na cadeira da cozinha, leva as mãos ao cabelo e indaga para si mesma.

— Isso está ficando perigoso. — Seu devaneio acaba quando ela sente dedos se misturarem aos fios de seu cabelo.

— Então é esse moleque que ficará no meu lugar.

— Me solte Ed, não é isso — Edgar puxa o cabelo da irmã e faz ela levantar. Com brutalidade segura com uma mão o cabelo e com outra a bochecha da garota, pressionando até o rosto dela ficar avermelhado.

— Me diz é o vizinho novo?

— Ele é legal, é um amigo!

— Eu sabia! Sabia. — Edgar solta a irmã que cambaleia para o lado e quase cai no chão.

— Não fique assim Ed, eu te amo, você é o único na minha vida. Eu disse que vou te proteger por toda nossa vida e neste mundo só existem nós dois.

— Mentirosa! — Edgar se enfurece, - vou matá-lo agora.

— Não!

— Tente me impedir. — O homem descontrolado pega uma faca na gaveta e vai até a porta dos fundos. Ester pula nas costas do irmão que em fúria joga ela ao chão com apenas um braço. Ester olha para os lados em busca de ver algo para impedir dele sair da casa, e não pensa. Pega um vaso de planta ao lado da geladeira, ergue com rapidez e bate na cabeça de Edgar que cai no chão sangrando.

— Desculpe Ed.

— Você me bateu, não, não, não, não... — Ele berra, Ester olha para fora com medo de Lucas escutar. Age em desespero, pega uma seringa com remédio de cima da geladeira e aplica no irmão caído e ferido.

— Vai ficar tudo bem. — Com aquilo Edgar só acordará pela noite, Ester agora tem a chance de se arrumar e sair para festa.


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Notas finais do capítulo

PRÓXIMO CAPÍTULO A GRANDE FESTA! QUAL SERÁ O DESFECHO DESSA BRINCADEIRA DE MAU GOSTO?