Meu Psicopata de Estimação escrita por Felipe Araújo


Capítulo 4
Sobre o luar


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas saiu! Espero que gostem.



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A mente do rapaz de cabelo castanho chega explodir de tantas perguntas que não podem ser respondidas por ninguém, apenas por uma pessoa, mas essa pessoa não vai falar sobre o assunto. Isso Lucas tem certeza, o que faz suas dores de cabeça exalarem. Não saiu do quarto para nada, só quer ficar pensando no que a turma que conheceu pela manhã falou — será que Ester sofre tanto assim? — Faz a pergunta para si mesmo, mas como sempre a resposta não vem.

Dobra o travesseiro no rosto e abafa seus devaneios junto com sua respiração. Parece que tudo que sente de bom pelo lugar desaparecera. A vontade de ficar ali entra em extinção, não por Ester, mas sim, por temer ficar desconfortável a próxima vez que vê-la. Deitado na cama com vários mangás japoneses sobre seu corpo, sem camisa, apenas com uma bermuda leve, passa a tarde.

A campainha toca. Clara larga seus afazeres no pequeno cubículo em baixo da escada que fez de escritório, para atender a porta. A mulher ajeita seu cabelo liso e o prende em um rabo-de-cavalo, abre a porta central e vai pelo caminho de pisos cinzas que a leva até o portão. Quem toca a campainha é a vizinha. Ester.

— Oi, que prazer, tudo bem? — Clara fala, e Ester totalmente sem jeito diz:

— Olá, me chamo Ester e moro do lado de sua casa, você deve ser a Dona Clara, mãe do Lucas.

— Por favor, me chame de Clara, só Clara. Assim pareço mais jovem.

— Mas a senho… Quer dizer, você é linda, não parece velha nem daqui anos. — Clara sorri e abre o portão.

— Que doce, você é um encanto. Então quer ver o Lucas? — Ester cora, e Clara entende, — vamos entre, vou avisá-lo que está aqui e ele virá te atender.

— É melhor eu esperar do lado de fora.

— Claro que não, entre vou preparar alguma coisa pra vocês, vamos. — Clara pega no braço da garota e faz a mesma caminhar com ela até a porta da casa. Ester não podê recusar, mas por alguma razão conforme anda pelo quintal da casa vizinha, não tira os olhos de sua casa. Parece assustada com a situação.

Ester senta em uma poltrona na sala de estar e espera Clara chamar Lucas. A garota repara na casa, se encanta com os quadros lindos destacados nas paredes brancas da sala. Em sua frente uma televisão grande de LCD, vasos decorativos em uma estante feita de mármore branco com manchas pretas desordenadas, entretanto o que mais chamou a atenção da menina foi os retratos com fotos da família de Lucas. Em várias fotos um homem aparece, homem que Ester nunca verá na casa. Ela levanta e paga um retrato na mão, sorri e passa o dedo sobre a foto que leva Clara, Lucas, Patrick e o homem desconhecido. Ester parece feliz, mas é interrompida com uma voz tímida vinda de trás.

— Ester?

— Oi Lucas.

— Que surpresa! — Lucas parece espantado com a presença de Ester.

— Desculpe fazer uma surpresa, mas queria conversar mais com você. — Lucas solta um singelo olhar de tensão e ao menos tempo gosta da situação. Sugere

— Então, quer subir no meu quarto? Podemos conversar melhor. — Ester recua

— Acho que não deveria.

— Ester, você realmente é diferente como disse, vamos não tem nada de mais.

Ao lado da casa de Lucas, rugidos de desgosto fora soltado ao ar. Gritos de autoridade vem de um lugar afastado da casa de Ester. Que de tão escondidos não podem ser ouvidos por ninguém. Os gritos percorrem a casa em busca de uma pessoa, mas ela não responde. O que deixa o autor dos berros transtornado. O colchão velho do único quarto é jogado contra a parede, copos, pratos e uma prateleira velha se chocam ao solo pisado.

Edgar se rebate pelas quatro paredes do quarto apertado. O homem de cabelos pretos lambidos para trás delicadamente penteados, tem olhos mais fundos do que um precipício. Seu rosto fino combina com o seu queixo avantajado. Edgar em fúria ruge e gargalha com seus dentes amarelados e pontiagudos. Veste uma calça jeans e uma camisa preta lisa sem estampa. Por um momento para com seu ataque de raiva devido não ser atendido e vai até sua cama, retira uma caixa de papelão de baixo dela e dentro sai um sobretudo opaco e velho. Ele é mais que uma capa, Edgar veste e se olha em um pequeno espelho.

— Ela nos deixou de novo. — O homem fecha o sobretudo e coloca o capuz sobre a cabeça ficando irreconhecível, senta novamente em sua poltrona. Suspira forte, gira a poltrona e para novamente olhando no espelho. Seu olhar está mudado, parece mais calmo e assustado.

— Não posso sair da casa. — Dá mais uma volta e para no espelho, muda novamente sua expressão. Encoraja-se com uma voz mais fria.

— Tenho que sair, vou ter que sair... — Não gira mais a poltrona. O olhar de Edgar chega a gritar de tanto ódio, não quer saber de nada, apenas quer sua irmã, em sua mente doentia passa diversas coisas. Principalmente a vontade de achar e questionar Ester. Levanta e abre a porta do quarto, sai apertado entre as paredes do minúsculo corredor.

Edgar deixa o porão e caminha até a cozinha da casa. Suspira e parece trazer todo o ar para dentro dos seus pulmões. Ar delicioso por sua feição de prazer. O homem desorientado abre a gaveta do armário e pega uma enorme faca. Toca em sua lâmina e conclui que está afiada o suficiente para o que fará. Não teve o luxo de procurar por Ester pela casa, já que sabia que ela não está lá. Queria procurar a irmã, de qualquer maneira. Por algum motivo sua cabeça gira em desconjunto com seus pensamentos e transformam tudo que passa em seu subconsciente em medo de perder a sua família e nunca mais poder vê-la.

Faz tempo que não sai do porão e quando pisa do lado de fora sente um calafrio bom. Segura firme na faca, deixa o quintal e caminha pelo lado de trás das casas onde um terreno abandonado cheio de arbustos e árvores se encontram. O homem não consegue esconder sua raiva, sua respiração pudera ser escudada de longe. Sua cabeça roda de um lado a outro tentando encaixar as ideias, mas nesta altura Edgar não sabe o que faz. “Ele” está no comando, e quando seu interior acorda, só mesmo a irmã pode fazê-lo dormir.

O relógio bate as sete da noite. Em uma pequena cidade, esse horário as ruas começam a dormir. Edgar chega até a praça da cidade, em meio a floresta de pinheiros. Observa tudo a sua volta com mestria e cuidado, sempre com a faca apertada em mãos. Existem algumas pessoas sobre bancos e caminhando na enorme praça central da pequena vizinhança. Mas o irmão louco sabe, Ester não está ali.

Caminha desolado entre as folhas seca e a escuridão da floresta que é iluminada apenas pela luz da lua. O encapuzado da de ombros para a mata e quando pretende sair do lugar escuta risadas. Se aproxima dos barulhos e observa um casal. Um homem beijando loucamente uma menina encostada em uma árvore. Os olhos do doente saltam quando percebe que os cabelos da menina é vermelho.

Edgar não espera nenhum minuto, parte para cima do casal com a faca. Os dois distraídos não percebem, e quando notam uma terceira pessoa entre eles é tarde. Edgar golpeá o pescoço do rapaz, degolando o garoto, fazendo seu sangue salpicar no rosto da menina de cabelo vermelho. Ela grita, enquanto o namorado cai como um saco murcho sem vida no solo cheio de folhas.

— Meu Deus, socorro! — Ela berra.

— Ester, vamos embora. — A menina corre, e vocifera em lágrimas de desespero.

— Eu não sou Ester, me deixa em paz.

A garota parece com Ester, cabelo cor de fogo. Pele pálida, mas não é ela. Entretanto para o irmão perturbado Ester tinha que voltar para casa. E começa uma fuga terrível. A menina corre em meio aos pinheiros altos, em busca de se livrar do assassino que acabara de matar seu amado.

As lágrimas misturadas a saliva da garota transbordam e mostra o grau de pânico. Tão desorientada que não percebe que adentra ainda mais a floresta. Cansada de correr, encosta em uma árvore e suspira bem baixinho para não ser escutada pelo seu perseguidor encapuzado. Passa um minuto, dois, três… A garota um tanto que segura leva sua cabeça para o lado do tronco para ver se é seguro sair, e neste instante leva uma facada em seu olho, adentrando seu crânio e a matando no mesmo instante.

— Ela não era a Ester, pena. — Edgar limpa a faca de sangue em seu capuz, pega uma perna da garota e a arrasta para um lugar. Um lugar que mais parece um inferno.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Deixem reviews para eu saber a opinião