Meu Psicopata de Estimação escrita por Felipe Araújo


Capítulo 11
O coração que sangra


Notas iniciais do capítulo

HOJE DIA 23/10 É MEU ANIVERSÁRIO, MAS QUEM GANHA PRESENTE É VOCÊ AUHSUAHSUAHSUASHUASH

Capítulo novinho e cheio de revelações (quer dizer, meias revelações) Espero que gostem, e é só o começo da sanguinolência. Boa leitura meus queridos.



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— Você está bem mesmo? — Lucas fala segurando em um ombro de Ester.

— Sim estou bem, já passou!

Os dois ficaram quase duas horas conversando no quarto do rapaz. O relógio marca meia-noite. A menina começa ficar ansiosa, não para de olhar há hora, Lucas percebe, mas não diz nada. Admira a coragem dela de vir vê-lo, dar uma chance para ele explicar. Lucas conta tudo para a garota ainda confusa, disse que não sabia de nada, que Anne tentou alertá-lo depois que Vitor e George o trancaram no barraco ao lado da fábrica. E deu tudo certo, pareceu até fácil de mais, achou que seria pior de Ester entender e perdoá-lo, por outro lado ela entendera na maior tranquilidade.

— Já está na hora de ir embora.

— Prometo que vai dar tudo certo. — Ela frange a testa e exclama

— Não prometa Lucas, não mais... — Lucas cora, dá um salto de sua cama e vai em direção a porta, abrindo para Ester. Ambos seguem pelo corredor, quando Patrick aparece de pijama segurando um copo de leite. O menino arregala os olhos quase a explodi-los.

— Patrick ainda tá acordado?

— Lucas... — Ester agacha na altura de Patrick e fala sorrindo.

— Então você é o Patrick irmãozinho desse cabeça dura, enfim nos conhecemos. — O garotinho congela, sua única reação depois de ficar pálido é correr para o seu quarto. Ester se surpreende e Lucas murmura.

— Não ligue, ele é tímido. — Ester ironiza

— Não tanto como o irmão, não é? — Ele arfa. Clara se encontra na sala, lendo um livro com apenas a luz do abajur ligada. Se surpreende quando vê Ester descendo as escadas junto com Lucas. Torce o lábio querendo sorrir orgulhosa, mas decide não fazer. Ester parece constrangida de mais.

— Não disse que Ester ficaria bem Lucas, ela é uma moça forte.

— Contou para sua mãe? — Lucas ergue os ombros.

— Não se preocupe sou uma mãe amiga, pode contar comigo. É tarde se quiser dormir aqui, Lucas dorme na sala.

— Obrigada Clara, mas preciso ir. — A conversa desperta Lusia que vai até a sala. De cabeça baixa e colocando seus óculos a velha senhora exclama ainda sem prestar atenção em quem estava presente.

— Ah! Estão acordados querem alguma... — Ela fixa o olhar para Ester assustada. A vizinha ergue as duas sobrancelhas trovejando.

— Lusia? Você aqui? — Clara fecha o livro levantando do sofá.

— Que bom, conhece Lusia? — Ela responde.

— Lusia trabalhou mais de quinze anos para meus pais e ficou conosco até eles falecerem. — A senhora não diz absolutamente nada, Clara vocifera alegre

— Lusia, não me disse nada, que coisa incrível.

— Não achei necessidade Clara, mas se me derem licença estou indo para cama.

Lucas e Clara acompanham a garota até o portão. A chuva cedeu, o chão molhado e o ar frio, transformam uma noite de inverno em um típico dia de cidade grande para Lucas, que lembra do clima de sua antiga cidade. O susto que todos tomaram parece que ficara apenas em história, que a partir de agora o rapaz vai abraçar mais Ester, vai dar mais carinho para ela esquecer de tudo. Se não fosse por uma coisa: em a frente da casa de Ester duas viaturas policiais estão estacionadas. Clara vai em direção aos policiais. Ester espreme os olhos e fecha o punho disfarçando a preocupação. Enquanto um homem fardado chega até os três perguntando em voz alta.

— Ester Castrinni?

— Sim sou eu!

— Desculpe, mas terei que levá-la para depoimento. — Lucas e Clara tomam um susto, Ester esfrega os dois braços e responde.

— E por que eu deveria ir?

— Aconteceu um assassinato na festa que estava. — Lucas dá um passo a frente e vocifera.

— Meu Deus, e quem morreu?

— George Pacheco Luz. — Clara leva a mão até a boca, enquanto Lucas chocado abraça Ester.

— E como isso? Porquê querem levar a Ester?

— Enumeras testemunhas confirmam que Ester ameaçou George e alguns amigos dele de morte, algum tempo antes do homicídio. — Ela balança a cabeça, Clara enfrenta o policial.

— Isso é um absurdo, fizeram uma brincadeira com a menina, foi uma reação a essa brincadeira.

— Ester passou o tempo inteiro comigo desde que chegamos da festa. — Lucas defende.

— Desculpe, temos uma intimação e deve comparecer. — Ester suspira e arfando diz

— Tudo bem, eu vou, não tenho nada a esconder.

— Eu vou com você, mãe? — Clara torce o nariz, joga as duas mãos no cabelo, respira fundo e indaga.

— Vou pegar o carro, vou com você meu filho. Antes vou avisar Lusia para cuidar do Patrick.

— Dou dez minutos para vocês. — O policial intima, Ester da de ombros e retruca.

— Obrigado, não saberia o que fazer sem vocês, com licença vou colocar uma blusa. — A menina olha desconfiada para dentro de sua casa e entra, enquanto os policias aguardam do lado de fora.

Ela acende a luz da sala, e se assusta com a figura de preto e cara de caveira sentado despreocupado na poltrona cor marrom. Edgar balança sua faca suja com o sangue de George e respira tão alto que Ester pudera até ouvir. A garota não diz nada, agacha e corre em direção ao irmão. Coloca um dedo sobre o lábio mandando ele ficar quieto, agarrando um braço retira-o da sala.

Param no corredor da cozinha, Ester demonstra medo e preocupação, pois existem policiais do lado de fora, Edgar está com a arma do crime em mãos, se entrarem na casa, acabou! O irmão retira a máscara de ferro e revela um olhar amedrontador. Beija os lábios vermelhos de Ester e sussurra em seu ouvido.

— Matei um deles.

— Só um? Mas deveria ter acabado logo com tudo.

— Quero brincar...

— Ed, isso não é um jogo, temos que acabar logo com isso. A polícia tá lá fora.

— Fica tranquila, estou morto para o mundo e ninguém sabe de mim.

— Se engana.

— Como assim?

— Lusia, aquela velha tá na casa do Lucas, parece que voltou para a cidade.

— Ela não sabe que estou vivo. — Ester se enfurece quase grita, mas se controla.

— Não sabe, será? Aquela maldita sabe de muita coisa. O nariz dela sempre se meteu no que não devia quando trabalhava nessa casa. Mas não importa, vamos levar o plano adiante.

— Tudo bem!

— Sabe o que fazer?

— Claro, entro dentro da casa de Lucas, pego o garotinho e levo para a cabana na floresta.

— Sim, deu tudo certo no final, a polícia veio me intimar e Clara junto com Lucas vão comigo, achei que Patrick ficaria sozinho, mas a velha estará lá. Apenas mate ela, e leve o garoto.

— Vou esperar uns dez minutos depois que sair e vou entrar na casa vizinha.

— Tudo bem, vou indo para não chamar atenção. — Ester dá um beijo em seu irmão, enquanto ele coloca novamente a máscara e espera ansioso para agir.

**

Na casa de Samantha o clima pesado inunda o local, calados os quatro amigos se encaram, ainda tentando entender o que houve na festa. Vitor vermelho de chorar abraça Sam que fixa o olhar para o nada. Érica toma alguns calmantes e Anne de todas as maneiras tenta acalmar a menina, mas é uma tarefa inútil.

— Não estamos seguros... — Érica berra de um lado a outro do quarto.

— A polícia essa hora já prendeu a Ester. — Anne tenta convencer

— Sam não temos certeza que foi ela. — Vitor suspira.

— Foi ela, George recebeu uma mensagem antes de morrer de uma garota, foi ela.

— Eu disse que era uma má ideia mexer com Ester, não sabemos quem matou George, mas ele morreu.

— Meu irmão... — Érica histérica cai no chão.

— Acalme-se, vai ficar tudo bem, seus tios estão vindo para resolver as coisas do velório e enterro. E você vai ficar em casa enquanto isso, tudo bem?

— Obrigado Sam, obrigado galera.

— E olha que maravilha, meus pais só chegam na segunda. Todos podem ficar em casa no fim de semana, vamos ficar juntos. — Anne não gosta muito da ideia, mas não questiona quer ajudar a consolar a amiga que acabara de perder um irmão, mas algo diz para a garota que coisas ruins vão acontecer nesse fim de semana.

***

O silêncio reina na casa dos Oliveira. O escuro é o amigo do sono, Patrick dorme como um anjo em sua cama. Lusia repousa depois de um dia duro de trabalho e Edgar caminha como uma sombra segurando um facão dentro da sala escura do lugar, acabara de entrar pela janela sem ninguém perceber. O plano é posto em prática.

Com cuidado ele anda na escuridão, suspirando forte e transmitindo ódio. Sabe que o padrão das casas da rua são as mesmas, vai direto ao quarto próximo as escadas, onde certamente a velha senhora dorme. Matá-la e depois levar Patrick esse é seu objetivo. Mas antes mesmo de acender a luz escuta passos no andar de cima seguido de uma luz acendendo. Com mestria desaparece no opaco ambiente.

Com os pés descalços o garotinho anda despreocupado, sonolento e desajustado vai até a cozinha. Seu cabelo caído em seus olhos, com um bocejar revela o cansaço e a necessidade de um copo d'água. Acende a luz da cozinha, abre a geladeira, escuta um barulho... Vira assustado para ver o que é, nada. Volta ter sua atenção na garrafa de água, pega um copo, leva o liquido até sua boca. Arfa e coloca tudo no lugar, mas antes de guardar o copo vira novamente. Uma sensação de ser observado invade Patrick, e tudo se esclarece quando a figura de preto mascarada surge. O garotinho solta o copo no chão fazendo o mesmo se despedaçar em mil pedaços.

Lusia salta de sua cama de solteiro, coloca os chinelos de dedo e corre até a cozinha assustada com o barulho seguido de gritos do garoto. Cambaleando a senhora chega no local e quase desmaia ao ver o homem que tenta segurar Patrick.

— Meu Deus, quem é você? Solte o garoto. — Edgar sorri por detrás da máscara e solta Patrick. —Corre, sai da casa agora! — Patrick obedece e some da cozinha.

— Lusia? — Os olhos cansados da velha senhora agora estão arregalados, sabe e reconhece aquela voz rouca e sombria.

— Edgar? Reconheceria essa voz sofrida há quilômetros, eu sabia que estava vivo.

— Sempre foi esperta, bem que Ester falou. — Escondido de baixo da escada, Patrick escuta tudo e parece não surpreso por escutar o nome de Ester, sabia que a menina tinha alguma coisa de estranha, e agora sabe o que é.

— Vai embora, deixe essa família em paz, você já destruiu sua própria família.

— Não posso desculpe. — Ela suspira e dá um passo para trás.

— Sempre fazendo o que Ester quer, você não é um bicho de estimação dela, solte esse facão. Podemos te ajudar. — Edgar para, levemente retira a máscara e solta ela no chão. — Vamos Ed, sei que está sofrendo preso naquela casa, liberte-se, vou te ajudar com muito amor e carinho. Era eu quem te salvava de Ester, lembra?

— Ela sempre foi muito má comigo, sempre...

— Ed, venha, vamos... — Lusia tenta se aproximar, os olhos dele estão explodindo de ódio. Mas de um instante a outro começa a lagrimejar.

— Ela foi quem me fez assim, não sou assim... O que estou fazendo? Onde estou?

— São os remédios que ela te dá, por isso você se comporta assim Edgar, sua mente é modelada pelas mãos de sua irmã. Pare com isso, você ainda é aquele garoto lindo e simpático que ajudei a criar. — Edgar cai de joelhos, e Lusia, agora achando que dominou a fera se aproxima. Ajoelha diante do homem desnorteado e o abraça.

— Não... - Ed gagueja, e Lusia vocifera.

— Vai ficar tudo bem.

— Não vai ficar tudo bem! — Edgar pega o facão e ataca o estômago da velha senhora, ela cai no chão com uma ferida aberta. Grita de dor e pânico.

— Não me mate, você não é assim...

— Não sei se sou, não sei quem sou, apenas sei que amo Ester.

Edgar golpeá o braço de Lusia três vezes seguidos, levantando sangue, fazendo a senhora se descontrolar de dor. A força dos golpes é tão violento que faz o membro soltar do corpo. Ele agarra o braço da senhora que escorrega em seu sangue. Fraca e quase sem vida ela não tem mais o que fazer. Edgar ironiza, dá um singelo “adeus” balançando o braço da velha que segura. Gargalhando ele pisa no rosto de Lusia, pisa novamente... Afunda o crânio dela até amassar os olhos e destruir a face. Já sem vida ele a deixa esticada na cozinha, com sangue por todos os lados. Agacha e pega sua máscara.

— Garotinho? Vamos brincar? — Patrick espreme a mão na boca observando toda a cena em pânico de baixo da escada. Tentando não ser o próximo a ser morto pelo demônio.


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Notas finais do capítulo

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