The Kiss Of Midnight escrita por Nárriman


Capítulo 51
Capítulo 51


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo eu queria dizer que esse é o penúltimo capítulo da fic e que ele é quase que como um final alternativo o que quer dizer que o próximo é mais ou menos apenas como as coisas se desenrolaram depois. Queria agradecer pela recomendação da minha amiga Taíssa (Ally DawSun aqui) que inclusive tem uma fic intitulada "find your purpose" e que eu acho muito foda pra falar a verdade. Também quero agradecer a Lavinia outra amiga minha por também ter recomendado a fic. Capítulo dedicado não só a vcs duas, mas também a todos os que comentaram no capítulo passado.Espero que gostem.
Boa leitura



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Pov’s Ally.

Minha boca dormente.

Meus olhos doloridos.

Minha pele fria.

Eu podia sentir que meu paladar estava aguçado e que minha audição estava melhor. Meus instintos haviam sido ampliados.

Abri os olhos devagar. Tomando o máximo de cuidado possível para não forçá-los demais. A primeira coisa que vi foi um lustre antiquado e cheio de poeira acima de mim. Parecia prestes a desabar e me perfurar a qualquer momento, mas mal dei atenção a ele.

Olhei para o meu lado esquerdo e dei de cara com uma sacada. Ela estava aberta o que dava uma vista perfeita do céu negro que velava meus olhos. A lua, porém parecia ter evaporado deixando apenas as estrelas como seus eternos herdeiros.

Voltei a observar o lugar que eu estava e não me recordava se já havia estado ali ou não. Era tudo muito diferente de qualquer quarto que eu já tenha passado em toda a minha vida.

Sentei-me na cama em que me encontrava e percebi que realmente nunca havia estado ali. As pinturas molduradas nas paredes, uma estante com centenas de livros empoeirados e copos de uísque espalhados por todo o cômodo não era algo que fosse familiar para mim.

Estava tão perdida na minha própria mente que demorei segundos para lembrar tudo o que havia acontecido no último instante antes de apagar. Era uma dor aguda em meu pescoço. Algo que parecia me rasgar por inteira apenas com uma mordida.

Toquei meu ombro e percebi que não havia nada ali. Olhei todo o resto do meu corpo e tudo parecia estar como costumava ser. A pele pálida demais quase como porcelana e sem marcas nenhuma por meu corpo.

Por fim me levantei e percebi que a roupa que eu estava não era mais a roupa do hospital, na verdade não era absolutamente nada. Eu estava nua em um lugar que nunca vi na minha vida, mas mesmo assim não perdi a calma. Não iria mudar nada.

Fui até um armário encostado no canto de uma das paredes e o escancarei de uma única vez. Apenas roupas masculinas tinham ali, para ser mais precisa apenas jaquetas, camisas de cetim e calças rasgadas. Austin.

Então essa é a casa dele agora?Desde quando?Talvez até seja da falecida Lucy.

Quando pus as mãos em um dos cabides para pegar uma das camisas dele pude sentir o cheiro de sangue se aproximar a passos rápidos de mim. Parecia estar querendo me devorar.

Sem ao menos pensar fui praticamente voando até onde o cheiro me levava. A porta do quarto que estava aberta e com duas pessoas ali. Uma viva e outra nem tanto.

Fui de encontro ao homem inconsciente a minha frente e o ataquei no pescoço. Eu podia sentir minhas presas cravarem em sua pele macia me proporcionando sangue fresco e totalmente delicioso.

Eu já estava com saudades de fazer isso. Era uma das melhores sensações de toda a minha vida e ainda assim eu não conseguia descrever o quão boa ela era.

—Tudo bem, já chega. -Pude ouvir a voz do loiro logo atrás de mim, mas não dei ouvidos. Apenas continuei a sugar gota por gota de sangue daquele desconhecido.

—Ally eu mandei parar. -Sua voz estava distante e totalmente abafada.

Eu só conseguia enxergar o sangue escorrendo por minha boca e não conseguia por um fim nisso.

—Ally. -Austin me puxou para longe daquele humano.

—Vai com calma morena, você não vai querer virar uma estripadora, não é mesmo?-Ele passou o polegar logo abaixo do meu lábio inferior e lambeu o sangue em seu dedo.

Só então eu me dei conta do que eu estava fazendo. Não posso perder o controle com o sangue, é um caminho sem volta.

Olhei para Austin confusa com tudo o que estava acontecendo e oi peguei encarando o meu corpo. Merda eu ainda estou nua.

—Acho que eu vou... -Apontei para o armário e ele enfim olhou em meus olhos.

—Nem se incomode. -Falou ainda abobalhado.

Revirei os olhos e fui até o armário.

—Então é aqui que você mora agora?-Deslizei um de seus moletons sobre o meu corpo e ajeitei meu cabelo. As pontas queimadas quase não eram mais perceptíveis.

—Tem três anos que moro aqui, na verdade com Lucy. -Disse com desgosto.

Só espero que o espírito dela ainda esteja vagando por essa casa e vendo que eu estou aqui.

—Ah. -Foi tudo o que eu disse.

—Como esta se sentindo?-Perguntou se deitando na cama em que eu me encontrava.

—Por mais que eu esteja morta sinto como se estivesse viva. Todos os meus sentidos se aguçaram novamente sem falar que a vontade de beber sangue humano também. Minhas queimaduras sararam, a cicatriz na minha barriga também e o meu cabelo esta mais sedoso que o normal. –Os conferi no espelho.

—Que bom porque não vou te transformar outra vez. –Brincou por mais que eu pudesse notar um pouco de verdade em sua frase.

—E eu só espero que não haja outra vez. -Admiti me sentando ao seu lado na cama.

—Onde esta Audrey?-Perguntei preocupada com minha filha.

Ele ainda não havia tocado no nome dela.

—Eu iria dizer que ela esta com Francis neste exato momento, mas me lembrei de que ele esta morto. -Austin disse com um sorrisinho doentio no rosto.

—Você esta se ouvindo?Deveria ao menos acender uma vela para ele. -Respondi com raiva. —Se não fosse o Francis provavelmente agora você estaria catando as minhas cinzas no galpão. -Falei com nojo.

—O cara era um idiota e não é o fato dele ter salvado a sua vida que vai mudar o que eu penso dele. -Se sentou ficando assim cara a cara comigo.

—Audrey esta com Cassidy. -Falou tentando mudar de assunto.

E ele esta certo em relação a isso, não quero brigar com ele depois de tudo o que aconteceu nos últimos anos. Uma hora isso cansa.

—Por quê?-A preocupação já começou a tomar conta de mim e eu não sabia como controlar.

Eu me acostumei tanto com a vida humana que agora que voltei a ser vampira não consigo me controlar com meus instintos. Tenho que treinar como me comportar novamente.

—Audrey apenas quis passar um tempo com a loira e o marido. -Deu de ombros.

—O que?-Gritei.

Dallas era um traidor e esta morto. Cassidy esta viúva. O que eu perdi?

—Vamos descer. Lá posso te explicar melhor. -Segurou minha mão e me guiou até o lado de fora do seu quarto.

—Porque lá embaixo?Aqui em cima esta ótimo pra mim. -Não consegui evitar um sorriso malicioso pra ele.

Eu tenho que me controlar.

—Acredite, eu também acho que esta, mas não até você estar totalmente alimentada. -Continuamos a caminhar de mãos dadas pelo corredor e se eu não falhasse a memória era a primeira vez que fazíamos isso.

O ato me surpreendeu, mas não deixei que ele percebesse. Andar de mãos dadas com ele até que era algo agradável.

—E o que isso quer dizer?-Perguntei observando todos os quadros nas paredes.

Não vou conseguir transar com o Austin nesse lugar. E por mais que eu quisesse gozar em cima da cama daquela vadia ainda assim não estaria confortável. Esse lugar é estranho demais.

—Quer dizer que já que deixar você sozinha na rua há essa hora é um perigo eu trouxe a rua até você. -Quando chegamos ao topo da escada minha expressão de surpresa me entregou na hora.

Tinha centenas de adolescentes bêbados por toda a sala de estar.

Austin colocou a mão em minha cintura e me ajudou a descer as escadas. Parei no meio delas e obriguei Austin a fazer o mesmo.

Olhei para o meu moletom que cobria as minhas partes intimas, mas que ainda assim era curto demais.

—Eu não estou usando calcinha. -Sussurrei em seu ouvido de forma preocupada.

Austin riu e voltou a descer as escadas segurando a minha mão.

—Me preocuparia se você estivesse usando. -Tomou o copo de um rapaz que estava próximo de nós. O estranho foi que o garoto não disse absolutamente nada.

—Você hipnotizou todos eles?-Perguntei maravilhada com toda a situação ao nosso redor.

Ele fez que sim com a cabeça.

—Isso é pra você saber o quanto eu te amo. -Disse estendendo os braços e apontando para toda a sala.

Todos ali estavam hipnotizados e poderiam fazer tudo o que eu bem entendesse.

—E o porquê da comemoração?Ninguém que eu conheço esta aqui além de você. -Roubei uma garrafa que continha um liquido azul de uma menina e ela também não fez absolutamente nada.

Posso me acostumar com isso.

—Essa é a graça. -Se sentou nas escadas e o acompanhei.

De onde estávamos podíamos ver todos ali presentes.

—Há quanto tempo não nos alimentamos juntos?-Me encarou.

—Cinco anos e dois meses. -Calculei na minha cabeça.

—Então. -Deu um sorriso sacana para mim.

—Se você quiser podemos matar todos esses jovens essa noite. -Sussurrou em meu ouvido.

Fechei os olhos e senti todos os pelos do meu corpo se arrepiar com sua voz.

Através dos seus olhos pude ver que os meus estavam brilhando.

—Mas ai teríamos que mudar de cidade por conta da policia. -Me alertou.

—Podemos matar eles também. –Opinei.

Austin sorriu para mim e nossos lábios se encontraram no instante seguinte. Algo doce e frio era tudo o que eu podia sentir naquele exato momento em seus braços.

Como se todo o resto não passasse de apenas algo vago e irrelevante aos nossos olhos.

—Por onde vamos começar?-Com um tom de voz animado apontou paras as pessoas bêbadas no meio da sua sala. Estavam distraídas demais dançando, brigando ou apenas conversando para darem atenção a duas pessoas incrédulas como nós.

—Acho que como prato principal vou querer os nerds. O sangue deles é mais quente por conta do medo e essas coisas do tipo. -Analisei um garoto de óculos fundo de garrafa que lia um livro no canto da sala.

Até que ele era bonitinho.

—E como sobremesa?-Me ajudou a levantar das escadas.

—Os atletas conseguem ser gostosos em muitos sentidos. -Vi dois deles conversando em um sofá.

Pareciam estar uma delicia.

Virei o rosto na direção de Austin e o encontrei de baços cruzados e os cantos da boca retos.

—Vai me dizer que não vai se alimentar das lideres de torcida?-Arqueei a sobrancelha.

O loiro continuou com o rosto inexpressivo por mais um minuto e então sorriu para mim.

—Aproveite. -Me deu um último selinho e quando vi eu já estava devorando o quatro olhos.

***

Terminei a última gota de sangue de um dos jogadores de basquete e o empurrei telhado abaixo o que o fez quebrar o pescoço quando se chocou contra o jardim da casa da bruxinha cadáver.

—Tudo bem, acho que agora estou saciada. –Recostei meu corpo na chaminé de concreto perto de mim e lambi meus lábios.

—E como não estaria?Eu apenas matei um terço das pessoas da festa Ally, você que deu conta de praticamente tudo.

O loiro esticou uma das pernas, apoiou a outra no joelho e encostou a cabeça do outro lado da chaminé.

Gargalhei com isso e arranquei a garrafa de suas mãos. Austin disse que esse vinho é mais velho do que nós dois então deve realmente valer a pena.

—Da próxima vez prometo que irei me controlar mais. -Levantei as mãos em forma de rendição.

A vista dali era realmente deslumbrante.

Olhei para cima. Não havia nenhuma nuvem e as estrelas já tinham ido embora deixando apenas um céu claro como lembrança. Não vai demorar muito para o sol nascer.

—Na verdade eu tenho que admitir que estou cansado disso tudo.Bebidas e sangue.Isso é tudo o que eu faço.-Reclamou.

Pelo canto do olho percebi que seus olhos estavam na direção onde daqui a alguns minutos o sol estará presente.

—E o que quer fazer?Ir para a reabilitação para alcoólatras e se tornar humano?Boa sorte. -Debochei dele.

—Estou falando sério Ally. Quero trabalhar, fazer algo que realmente dê algum sentido a minha vida. Qualquer coisa.

—Também penso em começar alguma faculdade. Não importa quantos anos ela tenha até porque ainda assim estarei jovem o bastante para terminá-la ainda cedo. -Beberiquei mais um gole do vinho.

—Precisamos mesmo dar um rumo em nossas vidas. -Admitiu.

Eu estava pronta para dizer algo quando avistei no fundo horizonte os primeiros raios dourados.

—Acho melhor entrarmos. O sol já esta nascendo. –Comecei a me levantar quando ele segurou a minha mão.

De inicio fiquei assustada com o movimento, mas quando olhei em seus olhos vi que ele estava apenas sorrindo.

—Só mais alguns minutinhos. Prometo que vai valer à pena.

Sua voz não emitia nada que me fizesse questionar seu pedido então apenas cedi-lhe algum tempinho a mais.

—Quando eu te conheci você namorava o Francis.

Quebrou o silencio depois de meio minuto.

—Ele era um dos seus melhores amigos. -As memórias vieram em minha mente.

Já fazia dezenas de anos que isso tinha acontecido e eu ainda lembrava cada detalhe daquela época.

—E tentou se aproveitar de você. -Seus olhos estavam fixos no sol que já começava a dar sinal de vida.

Se não nos apressarmos iremos morrer queimados e não quero nem pensar em qualquer coisa do tipo.

—Não precisamos lembrar isso Austin, ele...

—Na verdade precisamos sim Ally, porque isso faz todo o sentido para o que eu tenho para te falar.

Sua perna direita não parava de mexer. Ele estava nervoso.

—No dia em que eu te salvei dele a minha única intenção era realmente te proteger dele. -Me encarou. O brilho dos seus olhos havia desaparecido.

—E eu quis isso tanto que cheguei ao ponto de quase ter o matado. –Falou com nojo de si mesmo.

Virei o rosto e percebi que o céu já estava completamente claro. Não temos muito tempo.

—O que quer dizer com tudo isso Austin?-Tentei ocultar a confusão e pressa presentes em minha voz.

—O que eu quero dizer é que naquela época você não significava nada para mim e mesmo assim eu sacrifiquei o meu amigo por você. -Me analisou da cabeça aos pés como se eu fosse uma completa estranha.

—E quando fizemos o trabalho do pacto foi à mesma coisa. -Negou com a cabeça.

—Ally você não significou nada para mim até o dia em que desapareceu na floresta. –Abriu o jogo de uma única vez.

Uma parte dentro de mim se quebrou naquele instante.

—Uau. -Foi tudo o que consegui dizer.

—O que eu quero falar é que durante todos os anos em que estive presente na sua vida eu não te via como algo além de amizade na maioria deles. -Se aproximou ainda um pouco mais de mim.

—Aonde você quer chegar com tudo isso Austin?-Toda a minha paz e tranqüilidade se desfizeram em menos de um minuto por culpa dele.

Acho que tudo estava indo bem demais parta ser verdade.

—Eu te amo. -Sussurrou.

Por mais que eu quisesse encará-lo nos olhos eu não conseguia, não depois do que ele acabou de dizer. A festa de halloween foi uma mentira, a nossa formatura foi uma mentira, Hill Valley foi uma mentira.

—Eu te amo e não sei como cheguei a esse ponto porque na minha cabeça se fosse para eu me apaixonar por alguém deveria ser logo no inicio, algo que chegasse aos poucos e ferozmente, mas com você não foi assim. -Segurou meu rosto em suas mãos e não consegui me mexer.

Eu estava hipnotizada em seus olhos por mais que fosse quase impossível encará-lo sem fazer meu coração explodir.

—Eu precisei te perder quatro vezes para enfim chegarmos até aqui e não quero precisar de uma quinta para só então eu perceber o que eu realmente quero pra mim. –Deslizou suas mãos até as minhas e me fez levantar.

Minha cabeça se dividia entre estar preocupada com as palavras de Austin e o medo pelo sol nos tocar logo.

—Tudo o que passamos desde o inicio eu sempre acreditei que foi por um propósito Ally. Desde o dia no colégio em que a professora nos escolheu como dupla até o momento em que estávamos no hospital. -Eu sentia cada vez mais a adrenalina por todo o meu corpo.

Ser uma vampira recém transformada e vinho não é uma combinação muito boa. Meus hormônios estão à flor da pele e eu me odeio por isso.

—E eu não quero saber o que ainda vai acontecer entre nós dois. Porque nada disso será um fardo se estivermos juntos Ally. -Apertou minhas mãos com mais força ainda.

—Não importa se eu irei passar apenas mais um minuto vivo ou a eternidade desde que eu esteja com você.

Encostei minha testa na sua e respirei fundo. Eu não conseguia dizer nada, meus lábios pareciam ter congelado, no entanto se talvez eu pudesse dizer algo ainda assim não conseguiria porque minha mente não consegue formular nenhuma frase completa. Apenas escutar.

—E é por isso que eu estou te pedindo em casamento neste exato momento. -Austin se ajoelhou a minha frente e quase botei pra fora todo o sangue que eu tinha ingerido hoje.

Meus lábios pareciam estar em choque e eu não conseguia piscar e talvez tenha sido por isso ou pelo fato de eu estar emocionada que uma lágrima escorreu por minha bochecha.

—Sei que deve estar se perguntando como eu sou idiota o bastante para fazer um pedido desses sem anel algum, mas, por favor, olhe sua mão direita. -O loiro não estava mais nervoso, porém alma era algo que também passava longe dele naquele momento.

Eu podia notar seus olhos inquietos e seus dedos trêmulos juntos aos meus.

Ainda em estado de choque virei aos poucos meu rosto até finalmente levá-los a minha mão tremula.

Minhas unhas não tinham esmalte nenhum as enfeitando, como o esperado, porém diferente dos outros dias em que eu a observava ela não possuía uma jóia o decorando.

O anel era de ouro branco incrustado a um diamante vermelho e isso me fez pensar quem precisou ter perdido a vida para que Austin conseguisse aquilo. Diamantes vermelhos são raros e existem apenas 29 dessas pedras naturais até hoje. Bom, uma delas agora pertence a mim.

—Pedi ajuda a Kira e agora ele esta enfeitiçado o que possibilita que você ande a luz do dia. -Deu um sorriso triste para mim.

Voltei a encarar o anel com os olhos embaçados. Aquilo tudo só podia ser um sonho ou um pesadelo e não faço a menor idéia de qual pode ser a melhor hipótese no momento.

—E se você aceitar ele também pode ser o seu anel de noivado.

Virei meu rosto tão rápido em sua direção que as lágrimas não agüentaram e terminei molhando o moletom em meu corpo com os pequenos penetras da ocasião.

—AL Margot Dawson você aceita se casar comigo e me fazer o homem mais feliz do mundo pelo resto da eternidade?

Olhei em seus olhos e era como se tudo o que vivemos tivesse me atingido como um raio.

Tive que mentir para os meus pais por causa dele.

Tive que forjar a minha morte por causa dele.

Tive que criar a minha filha na ausência de um pai por causa dele.

Tive que deixar de ser vampira por causa dele.

Tive que quase morrer em um incêndio por causa dele.

E talvez tenha sido tudo isso o que tenha me dado algum motivo para viver porque agora eu tenho uma história para contar aos meus netos daqui a centenas de anos.

—Se eu recusasse a sua oferta agora mesmo acho que seria a melhor coisa que eu estaria fazendo para mim mesma. -Respondi fungando.

O sorriso dele foi se desmanchando aos poucos, quase que como se estivesse morrendo junto ao brilho de esperança em seus olhos.

—Mas não consigo mais imaginar uma vida sem que eu tenha você ao meu lado Austin. Eu te amo e isso é o que mais me destrói por dentro, no entanto eu ainda assim sinto que seria tudo pior se eu tivesse que desmoronar longe de você. -Enxuguei uma lágrima minha.

—É óbvio que eu aceito me casar com você.

Puxei a gola da sua camisa com força e juntei meus lábios aos seus. Um beijo que nós dois necessitávamos e ansiávamos há muito tempo. Não era algo como um sonho em que eu havia esperado a minha vida toda para saber qual era a sensação, era algo real e muito melhor do que qualquer coisa do tipo.


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Notas finais do capítulo

Espero muito que vocês tenham gostado. Comentem, pois isso é muito importante meus amores. Vejo vocês no próximo capítulo